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segunda-feira, agosto 31, 2009

E essa febre que não passa...


Uma semana de molho em casa. Lá vou eu, de novo, para as reflexões graças a última crise de sinusite. Já foi bem pior. Hoje eu me sinto mal, mas ainda faço algumas coisas como ver filmes e tentar almoçar com os amigos.

Meu aparelho respiratório é frágil. Eu posso morrer a qualquer minuto por falta de ar. Eu vivo me sentindo sufocada quando durmo. Sou ofegante, e só melhoro quando faço musculação, que me dá mais pique. preciso entrar no boxe para ganhar fôlego de vez.

Com as ocilações no tempo, até que tive poucas crises de sinusite este ano. Fico mal a cada bimestre. Já tive crises semanais. Os sintomas são os mesmos: a garganta fecha, o nariz entope, a febre me manda ficar deitada. Ocasionalmente, alguns delírios. Sempre sonhso com aranhas enormes invadindo meu quarto. Dessa vez foi diferente, me livrei dos pesadelos.

Pela garganta só passam sopas e sucos. E muita água. Queria uma caipirinah agora. Não dá. Que saco.


Semana que vem estarei melhor. Hoje, estou como na música do Renato Russo, Via Láctea.

"Essa febre que não passa
E o meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigada por pensar em mim"



Janaina Pereira

sexta-feira, agosto 28, 2009

Don't leave me dry


Ontem vi Quanto dura o amor?, filme do Roberto Moreira que chegará logo, logo aos cinemas brasileiros (aguardem as críticas oficiais). Gostei muito do filme, mas ele me deixou triste. A história gira em torno de três pessoas que tentam sobreviver em São Paulo. Preciso dizer mais alguma coisa?

Bem, o amor não dura muito, isso a gente já sabe. Pode durar um cigarro ou uma sessão de cinema. Talvez nem chega ao final do filme. Na trama, o amor também não dura. E o que mais cortou meu coração foi ver que a solidão avassaladora de São Paulo não tem cura mesmo.

Dizer que me identifiquei com o filme vai gerar piadinhas. Há uma lésbica, uma transexual e um escritor apaixonado por uma puta. Quem sou eu na história, né? Na verdade são pessoas que, por mais bem-sucedidas que sejam em seus sonhos profissionais, no amor elas não conseguem o que realmente desejam. Por que não se pode ter tudo na vida? Sei lá. Mas o amor, para elas, dura muito pouco. Quase nada.

Quando o filme acabou eu queria ficar sentada naquela simpática sacada do Belas Artes olhando o prédio em que ele foi filmado. Eu já estive naquele prédio, procurando apartamento para morar, claro. Nem me perguntem onde eu ainda não estive em São Paulo. Fui à USP depois com a abertura do filme na cabeça. E a música - tinha que ser High and Dry, do Radiohead - é trilha sonora da minha vida faz tempo.

À noite, conversando com a Mari Laviaguerre, chegamos a conclusão que só quem é de fora sabe como é tortuoso viver em São Paulo. E tanto faz se são dois anos ou oito, dá no mesmo. No final das contas nunca será a sua casa, nunca serão suas referências. E mesmo que hoje eu sinta saudades, ainda há algo incômodo, uma tristeza, uma barreira que parece não cair jamais.

O roteiro do meu filme começa naquela mesma estrada do Roberto Moreira, com a mesma música, com a mesma lágrima - e o Cristo Redentor ao fundo. Quantas vezes eu deixei o Rio chorando? Quantas vezes eu atravessei a Avenida Paulista aos prantos? Ontem não foi a última vez.

No meu caso, o amor não dura um cigarro porque eu não fumo. Talvez dure um chopp. Uma cerveja. Uma caipirinha. Não sei, mas deve durar alguma bebida alcóolica. Só sei que visualizei minhas malas prontas para voltar. Porque partir sempre parece a melhor saída para quem não suporta mais ficar.

Don't leave me high.
Don't leave me dry.



Janaina Pereira

quarta-feira, agosto 26, 2009

Sabedoria


1. A vida não é justa, mas ainda é boa

2. Quando estiver em dúvida, apenas dê o próximo pequeno passo.

3 A vida é muito curta para perdermos tempo odiando alguém.

4. Seu trabalho não vai cuidar de você quando você adoecer. Seus amigos e seus pais vão. Mantenha contato.

5. Pague suas faturas de cartão de crédito todo mês.

6. Você não tem que vencer todo argumento. Concorde para discordar.

7. Chore com alguém. É mais curador do que chorar sozinho.

8. Está tudo bem em ficar bravo com Deus. Ele aguenta.

9. Poupe para aposentadoria começando com seu primeiro salário.

10. Quando se trata de chocolate, resistência é em vão.

11. Sele a paz com seu passado para que ele não estrague seu presente.

12. Está tudo bem em seus filhos te verem chorar.

13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem ideia do que se trata a jornada deles.

14. Se um relacionamento tem que ser um segredo, você não deveria estar nele.

15 Tudo pode mudar num piscar de olhos; mas não se preocupe, Deus nunca pisca.

16. Respire bem fundo. Isso acalma a mente.

17. Se desfaça de tudo que não é útil, bonito e prazeiroso.

18. O que não te mata, realmente te torna mais forte.

19. Nunca é tarde demais para se ter uma infância feliz. Mas a segunda só depende de você e mais ninguém.

20. Quando se trata de ir atrás do que você ama na vida, não aceite não como resposta.

21. Acenda velas, coloque os lençóis bonitos, use a lingerie elegante. Não guarde para uma ocasião especial. Hoje é especial.

22. Se prepare bastante, depois deixe-se levar pela maré.

23. Seja excêntrico agora, não espere ficar velho para usar roxo.

24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.

25. Ninguém é responsável pela sua felicidade além de você.

26. Encare cada "chamado" desastre com essas palavras: Em cinco anos, vai importar?

27. Sempre escolha a vida.

28. Perdoe tudo de todos.

29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.

30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo.

31. Indepedentemente se a situação é boa ou ruim, irá mudar.

32. Não se leve tão à sério. Ninguém mais leva...

33. Acredite em milagres.
34. Deus te ama por causa de quem Deus é, não pelo o que você fez ou deixou de fazer.

35. Não faça auditoria de sua vida. Apareça e faça o melhor dela agora.

36. Envelhecer é melhor do que a alternativa: morrer jovem.

37. Seus filhos só têm uma infância.

38. Tudo o que realmente importa no final é que você amou.

39. Vá para a rua todo dia. Milagres estão esperando em todos os lugares.

40. Se todos jogassemos nossos problemas em uma pilha e víssemos os de todo mundo, pegaríamos os nossos de volta.

41. Inveja é perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.

42. O melhor está por vir.

43. Não importa como você se sinta, levante, se vista e apareça.

44. Produza.

45. A vida não vem embrulhada em um laço, mas ainda é um presente.


(Regina Brett)

domingo, agosto 23, 2009

Coisas que eu sei


Quando eu cheguei em São Paulo, em 2001, a maior dificuldade - além dos dias de sol insuportáveis longe da praia - era estar longe dos meus amigos. Aqui, parecia que as pessoas me odiavam pelo simples fato de falar diferente deles. Era horrível. como foi difícil ser aceita pelo que sou, e não pelo que queriam que eu fosse.

O tempo, no entanto, foi favorável a mim. Por mais que alguém me magoasse, vinha outro alguém para me estender a mão. E assim a vida seguiu, cheia de percalços, mas eu não sou do tipo que desiste facilmente.

De todas as dificuldades que passo aqui, a mais dolorosa é não me sentir aceita. É saber que meu jeito de ser, de falar e de me vestir faz com que as pessoas me julguem. Eu sempre fui muito julgada a vida inteira, mas aqui em São Paulo isso tomou proporções imensas. Ai entram os estereótipos: carioca é puta e não gosta de trabalhar. Então tá.

Um dia surgiu no meu caminho um cara chamado David. Como ele também não é daqui, tivemos uma identificação fora do comum. Nossas vidas penosas, nossos corações partidos, o preconceito que nos cerca. Quanta pizza e quanto papo. David é meu primeiro amigo em São Paulo, e uma das pessoas que eu mais amo nessa vida. A Jana não existe sem o David. Somos como Will & Grace.

Foi com o David que eu fui ontem para a primeira comemoração paulistana do meu aniversário. Até o ano passado fazíamos pequenas reuniões em casa, boteco com a galera da faculdade, nada muito grandioso. Dessa vez, achei que estava na hora de reunir todo mundo. Para os outros, foi uma noite como outra qualquer, mas para mim teve um significado especial.

Aos poucos, em uma mesa de bar, estava sendo reconstituída a história da minha vida. Desde o Léo, meu primeiro amigo das cabines e uma das pessoas mais leais que conheço, até o Douglas, meu amigo mineiro que, como eu, aprendeu a entender a língua espanhola bem antes do dialeto paulistano.

Pela mesa passaram minha querida Mari, companheira de sorrisos e lágrimas; os queridíssimos Karina e Fabinho, todos colegas de faculdade; Gi, amiga das horas mais difíceis e dos momentos mais felizes; Kelly, amiga querida desde os áureos tempos publicitários; Ravi, Bruninho, Edu e Alex, os meus meninos das cabines; e, claro, os já citados David, Léo (com sua irmã fofa, a Vanessa) e Douglas. E ainda um reencontro inesperado com o Junior, a única pessoa no universo que me chama de Jana Banana, depois de muitos anos sem vê-lo.

Cada um faz parte de um pedaço da história da minha vida em São Paulo. História que, no capítulo de ontem, começou com capirinha e coxinha no Brasamora e terminou em uma balada roqueira na Augusta.

Coisas que só acontecem em SP. Coisas que guardo na memória e no meu coração.


Janaina Pereira

quinta-feira, agosto 20, 2009

Silêncio


Num passado distante, quando eu namorava alguém também distante, ele morava sozinho e eu não. Perguntei porque ele morava sozinho, e ele respondeu: 'porque preciso de espaço'. Eu falei que também queria morar sozinha... porque preciso de silêncio.

Morar sozinho tem algumas desvantagens - cozinhar, por exemplo - mas a noção de responsabilidade muda. O melhor, sem dúvida, é o silêncio. Ouço meus pensamentos e a quietude é algo que me motiva. Até a televisão me irrita, eu desligo e fico em silêncio total. Aliás, eu ligo a TV só para dormir. Eu preciso ficar só. Não que goste da solidão, mas convivo bem comigo mesma. Se quero agitação, saio com meus amigos. Viajo. Procuro gente. Mas também preciso ouvir só os meus pensamentos.

Gosto de chegar em casa e ficar quieta no meu canto. Gosto de silêncio, de ouvir apenas o som das teclas do meu computador. Quando vou ao Rio, estranho a casa da minha mãe - que já foi minha. Tanta gente - só eu e ela, às vezes visitas da minha avó e do meu tio - tanto barulho, tanto movimento, tanta coisa acontecendo. Sinto falta não da minha casa, mas do meu silêncio.

De ouvir só as teclas do computador. De ouvir só a minha respiração. Gosto do silêncio. Gosto de estar só.


Janaina Pereira

terça-feira, agosto 18, 2009

Mulheres

Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias.
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.

Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.

Martha Medeiros – Jornalista e escritora

sábado, agosto 15, 2009

She

(Elvis Costello)


She
May be the face I can't forget
A trace of pleasure or regret
May be my treasure or the price I have to pay
She may be the song that summer sings
May be the chill that autumn brings
May be a hundred different things
Within the measure of a day.

She
May be the beauty or the beast
May be the famine or the feast
May turn each day into a heaven or a hell
She may be the mirror of my dreams
A smile reflected in a stream
She may not be what she may seem
Inside her shell

She who always seems so happy in a crowd
Whose eyes can be so private and so proud
No one's allowed to see them when they cry
She may be the love that cannot hope to last
May come to me from shadows of the past
That I'll remember till the day I die

She
May be the reason I survive
The why and wherefore I'm alive
The one I'll care for through the rough and ready years
Me I'll take her laughter and her tears
And make them all my souvenirs
For where she goes I've got to be
The meaning of my life is

She, she, she


Tradução

Ela

Talvez seja o rosto que não consigo esquecer,
Um pouco de prazer ou remorso,
Talvez seja meu tesouro ou o preço que tenho de pagar.
Ela talvez seja o sol que o verão canta,
Talvez seja o arrepio que o outono traz,
Talvez seja uma centena de coisas diferentes
Dentro dos limites de um dia.

Ela
Talvez seja a bela ou a fera,
Talvez seja a fome ou o banquete,
Talvez transforme cada dia num paraíso ou num inferno.
Ela talvez seja o espelho dos meus sonhos,
Um sorriso refletido num riacho,
Ela talvez não seja o que ela parece ser
Dentro de sua concha.

Ela, que sempre parece tão feliz numa multidão,
Cujos olhos podem ser tão reservados e tão altivos,
A ninguém é permitido vê-los quando eles choram.
Ela talvez seja o amor que não se pode esperar que dure,
Talvez venha para mim das sombras dos passado
Que me lembrarei até o dia em que eu morra.

Ela
Talvez seja a razão pela qual sobrevivo,
O "porquê" e o "para quê" pelos quais estou vivo,
Aquela por quem me importarei durante os rudes e breves anos.
Eu, eu tomarei seu sorriso e suas lágrimas
E farei deles todos meus souvenires. *
Pois onde ela for eu tenho de estar,
O propósito de minha vida é

Ela, ela, ela...

sexta-feira, agosto 14, 2009

3.5 / post 1000



Este é o milésimo post deste blog. E meu 35º aniversário. Foi uma divertida coincidência escrevê-lo. Eu gostava de aniversários quando criança. Cresci e por anos não comemorei - levei muito tempo para desvencilhar a data do Dia dos Pais, até que um dia resolvi comemorar. E nunca mais parei.

Hoje faço algumas coisas por obrigação. Não precisava estar no Rio, mas estou. Não precisa comemorar em São Paulo, mas vou. Às vezes me obrigo a ser simpática com os outros, a não ficar reclusa, a não mandar a vida à merda, a não pedir 'para o mundo que eu quero descer'. Eu me sinto obrigada a sorrir hoje porque estou viva, mesmo que por dentro meu coração esteja em pedaços.

Detesto este estado fora de controle do meu coração, odeio ter que esperar, não suporto fazer toda a rotina de acreditar que um dia, de fato, tudo vai ser diferente. Hoje é um dia especial sim, talvez para a minha mãe, que me pariu e sentiu toda a dor para me fazer estar aqui. Talvez algumas pessoas realmente se importem, algumas de fato se lembrem da data porque gostam de mim e não porque eu fico falando do aniversário sem parar - como se fosse uma data que eu curtisse tanto, vejam só.

Hoje é o dia em que eu não queria estar aqui, não queria pensar, nem falar nada, nem ouvir ninguém, queria só uma coisa, tão simples e tão fácil, que não vem, parece que nunca virá.

Não achava que seria como sou aos 35 anos. Não achava que a vida ia ser assim. Não achava que chegaria ao post mil. Não acho que tenha mais 35 anos pela frente, mas estou aqui para cumprir o que me foi reservado.

Maktub. Cheguei até o dia de hoje passando pelo que tive que passar. E sou exatamente o que tenho que ser.


Janaina Pereira

quinta-feira, agosto 13, 2009

Janaina por Janaina


Nome: Janaina do Santos Pereira, mas assino só Janaina Pereira (o sobrenome do meu pai). A rubrica, porém, ainda é JSP.

Idade: 34 - amanhã faço 35 :)

Signo: Leão, graças a Deus!

Família: sou filha única, meu pai morreu quando eu tinha 14 anos e minha mãe, a famosa dona Marcia, mora no Rio. Eu moro em São Paulo.

Profissão: publicitária para sempre, jornalista agora.


Preferências

Cor: Amarelo e vermelho


Comida: mineira, italiana, nordestina, mexicana, árabe... não curto comida japonesa. E a melhor comida do mundo é a da minha mãe.


Bebida: água de coco, chocolate quente, vinho, Smirnoff Ice, caipirinha de saquê, chopp (escuro, de preferência) e mojito (parece até que bebo tanto assim rs...).


Roupa: vestidos estampados, saias coloridas, camisetas.


Sapatos: sandália rasteira, sapatilha e bota.


Acessórios: brincos de argola, lenços no cabelo e bolsa grandes e coloridas.


Música: rock, embora todo mundo me ache com cara de bossa nova.´


Lugar: o Rio, sempre.


Filme: o filme da minha vida são dois: Sociedade dos Poetas Mortos (qum impulso para vencer a timidez) e Cinema Paradiso (que resume todo meu amor pelo cinema em sua última cena), mas gosto de muitos, são tantos...


Música: muitas também, mas queria que She (do Elvis Costello) tivesse sido escrita para mim (porque eu sou exatamente aquela mulher)


Bar: no Rio, o Manoel & Joaquim. Em Sampa, o São Cristóvão.


Show: Madonna, forever! Mas o melhor de todos ainda é o Rolling Stones.


Doce ou salgado: Doce, sempre!!! Muito chocolate, bolos, tortas, pudim, sou uma pessoa mais feliz quando como doces!!!



Dia-a-dia

O que não pode faltar na cozinha: ovos (porque adoro omelete), páo, margarina, macarrão, molho de tomate, sal e detergente para lavar a louça, né?


O que tem na tela do computador: uma foto minha, óbvio, eu sou egocentrista (eu estou me autoentrevistando, isso é o máximo do egocentrismo!!!).


Maior defeito: sou egoísta, tenho pavio curto e a ansiedade me corrói. Ah, e sou orgulhosa.


Maior qualidade: sou fiel aos meus sentimentos e aos meus pensamentos e extremamente leal - meu amor e minha amizade são eternos, só não pisa no rabo do leão! Também sou perseverante - não sou teimosa! - e determinada, nunca desisti de nada, odeio deixar as coisas pela metade, termino tudo que começo.


Rio: hoje é um lugar para desacelerar, me acalmar. É minha casa, meu chão, meu porto seguro, onde saio da concha.


São Paulo: a minha concha; cidade que me rejeitou imensamente, me machucou de todas as formas, me magoou infinitas vezes, mas que me fez renascer todos os dias mais forte e me ensinou a caminhar sozinha no meio da escuridão.


Uma frase: Todos esses que aí estão, atravancando o meu caminho, eles passarão, e eu passarinho. (Mário Quintana)


Janaina x Jana: Janaina é a profissional megachata, exigente, perfeccionista, dedicada. Jana é só para quem merece.


Janaina por Janaina: a razão da vida de alguém (minha mãe), a inspiração para alguns, exagerada, que não mmedo de ser rídicula em fazer isso aqui. Se passaram mais de 30 anos e eu continuo sendo a menina que volta para casa e abraça a mãe, que sente saudades do pai, que precisa dos amigos (sem eles, a vida não tem graça!), que sonha, que sempre tem um sorriso quando lhe faltam palavras. Continuo sendo a leonina marrenta de sempre. Um doce meio amargo. E uma frágil mulher forte.



Janaina Pereira

quarta-feira, agosto 12, 2009

Se nada mais der certo


Sexta assisti Se nada mais der certo, filme brasileiro que vem ganhando vários prêmios. A crítica oficial fica para depois. Gostei do filme, mas fiquei meio mal quando ele acabou. Só não fiquei pior porque a noite anterior tinha sido divertida... e eu estava feliz. Se estivesse depressiva, já era.

Ao final do longa, toca uma música, do Almir Satter e do Renato Teixeira, que desde então não me sai da cabeça. Ouçam e prestem atenção na letra. Parei para pensar que estou sempre correndo, e se continuar assim, não vou chegar a lugar nenhum. Só vou perder o fôlego.



Ando Devagar

Composição: Almir Sater e Renato Teixeira

Ando devagar porque já tive pressa
e levo esse sorriso, porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, eu nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs,
é preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder seguir,
e é preciso a chuva para florir.
Sinto que seguir a vida seja simplesmente
conhecer a marcha, ir tocando em frente
como um velho boiadeiro levando a boiada,
eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu vou,
de estrada eu sou
Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs,
é preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder seguir,
é preciso a chuva para florir
Sinto que seguir a vida seja simplesmente
conhecer a marcha, ir tocando em frente
Cada um de nós compõe a sua história,
e cada ser em si carrega o dom de ser capaz,
e ser feliz
Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs,
é preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder seguir,
e é preciso a chuva para florir
Sinto que seguir a vida seja simplesmente
conhecer a marcha, ir tocando em frente
Cada um de nós compõe a sua história,
e cada ser em si carrega o dom de ser capaz,
de ser feliz...


Janaina Pereira

terça-feira, agosto 11, 2009

A Ilha

Roberto & Erasmo


Um facho de luz
Que a tudo seduz por aqui
Estrela brilhante reluz
Nesse instante sem fim
Um cheiro de amor
Espalhado no ar a me entorpecer
Quisera viesse do mar
E não de você

Um raio que inunda de brilho
Uma noite perdida
Um estado de coisas tão puras
Que move uma vida

Um verde profundo no olhar
A me endoidecer
Quisera estivesse no mar
E não em você

Porque seu coração é uma ilha
A centenas de milhas daqui
Porque seu coração é uma ilha
A centenas de milhas daqui

Um cheiro de amor
Espalhado no ar a me entorpecer
Quisera viesse do mar
E não de você

Um raio que inunda de brilho
Uma noite perdida
Um estado de coisas tão puras
Que move uma vida

Um verde profundo no olhar
A me endoidecer
Quisera estivesse no mar
E não em você

Porque seu coração é uma ilha
A centenas de milhas daqui
Porque seu coração é uma ilha
A centenas de milhas daqui

Porque seu coração é uma ilha
A centenas de milhas daqui
Porque seu coração é uma ilha
A centenas de milhas daqui

segunda-feira, agosto 10, 2009

Quem vai casar com Mary?


Sei o que se passa na cabeça das pessoas. Porque às vezes isso passa pela minha. Uma mulher que passou dos 30 anos sem ter casado, tem problemas. O homem de 30 e poucos, solteiro, é garanhão. A mulher de 30 e poucos, solteira, é estranha. Não é uma opção de vida, a fulana tem alguma coisa errada. Deve ser chata, louca, ninfomaníaca, qualquer coisa do gênero.

Ainda bem que tenho várias amigas da minha faixa etária que não casaram. Somos sobreviventes ao mundo machista que exige a mulher no posto de 'senhora do lar'. Acho um saco a ideia de pensar que todo dia vou acordar e olhar para a cara da mesma pessoa, aquela rotina de casamento, aquela coisa insuportável de você querer ficar só mas ter que dividir com o outro seus problemas. Dá para ter uma relação bacana sem casar? Dá para ele ficar no canto dele, e eu no meu, e a gente ficar juntos para as coisas boas, eventualmente as ruins, mas sem transformar dois em um?

Sei que relacionamentos sérios viram casamentos com o tempo, porque hoje é mais fácil morar junto e dividir as contas. Mas, vamos combinar, é justamente na divisão das contas que a coisa começa a ficar estranha. Se a mulher ganha mais, o cara não gosta. Tudo vira motivo para briga. A filosofia de 'um amor e uma cabana' não existe. Sem dinheiro, casamento nenhum sobrevive. Aí vão me dizer 'mulher hoje só sai com cara que tem carro e grana'. Não necessariamente. Mas, na boa, eu me sustento, não preciso de homem para encostar em mim. Se o cara não consegue nem dividir a conta, te leva para lugares meia boca, reclama da falta de dinheiro o tempo todo... sai fora.

Outro ponto que dificulta os casamentos hoje é o sexo. Os homens parecem meio assustados com as mulheres - ou com a forma como as mulheres agem. Se a mulher toma a iniciativa, é fácil demais. Se não quer, é difícil demais. Se transa na primeira vez que sai, é puta. Se não transa, é complicada. Os homens estão muito inseguros, não sabem abordar, não entendem os sinais, não diferenciam quando a mulher tá a fim e quando ela já deu o fora. Estão completamentes perdidos. Não olham para os lados para perceber que tem alguém ali, tão perto, que está interessada - vão buscar diversão longe. Magoam com a eterna estupidez masculina de achar a mulher gorda, quando eles mesmos estão fora de forma. Só querem ver os defeitos femininos e esquecem que perderam espaço para as mulheres no mercado de trabalho e na condução do mundo - mulheres resistem melhor à dor e ao amor; homens cada vez mais se enrolam em suas emoções e não conseguem expor seus sentimentos. Melhor comprar um vibrador, está meio complicado entender os meninos.

Por essas e outras as mulheres de 30 não casam tão facilmente. Casar para que? Com quem? Com o cara de 40 e poucos que tem Síndrome de Peter Pan? Com o garoto de 20 e poucos que fica atordoado diante de você? Com o de 30, que resolveu ser solteiro porque tem muita mulher para 'pegar'? O vibrador continua sendo uma boa opção.

Como diria Cazuza, eu quero a sorte de um amor tranquilo. Os últimos tempos, no entanto, só tem me trazido azar.


Janaina Pereira

domingo, agosto 09, 2009

Éramos três


Meu pai morreu quando eu tinha 14 anos. Todo mundo sabe disso - quem não sabe, fica sabendo agora. O Dia dos Pais sempre foi uma data legal, porque a cada oito anos coincide em ser no dia do meu aniversário. Meu último Dia dos Pais com meu pai era um aniversário meu - 14 de agosto de 1988. Desde que ele morreu, já tive dois aniversários em Dia dos Pais... e não foi nada fácil. Nunca é. Eu sempre lembro dele.

Minto para mim mesma dizendo que não lembro esta data. Impossível não lembrar. Meu pai foi a maior - e talvez pior - influência masculina da minha vida. Com ele aprendi que sonhos se realizam, que mulheres podem e devem ser fortes e que ninguém tem o direito de mentir para mim. Meu pai é o grande responsável pela pessoa que sou hoje, pois ele me criou para o mundo. E não era um mundo qualquer: era o mundo masculino, o mundo que eu teria que enfrentar, afinal, mulher nasceu para casar e procriar. As outras. Eu não.

Fui criada para ser uma mulher que o mundo olhasse de outra forma. Aos 12 anos ouvia coisas fora do pdrão convencional. Não sabia cozinhar, enquanto todas as minhas amiguinhas eram prendadas. Brincava de boneca, mas gostava mesmo de jogos de memória que exigiam que eu pensasse. Adorava esportes. Via futebol na TV. Escrevia poesias, já fazia críticas de cinema - aliás, aos 12 anos, eu já ia ao cinema sozinha. Era aluna exemplar, estudava inglês, discutia política, e fugia completamente do tipo de menina que circulava ao meu redor. Eu era prodígio, QI acima da média, vocação para escritora. Eu era tudo que minha mãe não queria - mamãe sempre se preocupou com o fato de sua única filha adorar futebol e não gostar de cozinhar.

Meu pai achava que eu tinha que estudar, trabalhar e ser independente. Que casamento não era emprego, que eu não precisava de nada nem de ninguém para cuidar de mim; eu poderia perfeitamente seguir meus passos sozinhas. Meu pai me ensinou a ser livre, a ser única, a ser especial. Se hoje sou corajosa, como as pessoas dizem, é porque desde cedo tive que enfrentar uma família provinciana que achava que eu só seria feliz casando, tendo filhos, seguindo o padrão.

Sinto uma saudade cortante hoje, daquelas que todas as lágrimas do mundo não poderão amenizar. Se ele estivesse vivo, tudo seria muito diferente, mas não questiono o que aconteceu. Apenas queria voltar um segundo no tempo e ouvir novamente a voz dele, que eu já não lembro mais, e abraçá-lo mais uma vez, e encostar minha cabeça no ombro dele quando eu sentisse medo. Porque eu sinto medo. Graças a ele, sinto medo da mulher forte e independente que me tornei, que talvez não tenha espaço em sua vida para mais ninguém. E aquilo que poderia ser o melhor para mim, hoje pode ser o pior.

Se eu pudesse voltar no tempo eu teria dito outra frase antes dele morrer, eu teria feito algumas coisas diferentes, eu teria perdoado os erros que ele cometeu de outra forma. Mas preciso conviver com o fato de que minha herança é esta mulher independente que ele acreditava que o mundo precisava.

Faltam-me palavras agora. É impossível não chorar quando sentimos saudades de alguém que nunca mais vai voltar. Como a porta de casa, que tantas vezes eu olhei esperando que ele entrasse. Só para eu dizer que eu o amo tanto, e que as coisas ruins nunca vão cicatrizar... mas o amor, que droga, o amor supera tudo, até quando nossos pais não são perfeitos como gostaríamos.

Te amo, pai. Sempre e para sempre.


Janaina Pereira

sábado, agosto 08, 2009

O pai de Ferris Bueller


John Hughes - cineasta que morreu na última quinta, dia 6 - criou um dos melhores personagens do cinema - Ferris Bueller - em um dos melhores filmes do cinema - Curtindo a vida adoidado - e uma das melhores cenas do cinema - Mathew Broderick dublando e dançando Twist and Shout, dos Beatles. Quem um dia não quis ser Ferris Bueller? Salve John!!!!


Janaina Pereira

sexta-feira, agosto 07, 2009

É só o amor



E se não sobrar mais nada, que fique a lembrança que eu tentei. Eu tentei de verdade. Mas eu também cansei. Eu não desisti do amor, ele desistiu de mim. Ele não espera que eu seja compreensiva. E eu estou cansada de tantas tentativas. E no final, amar já não era o bastante. Não era o suficiente. Não era o que realmente importava.



Janaina Pereira

quarta-feira, agosto 05, 2009

Só o ódio constrói


Embora a Diana tenha ficado chocada, eu não acredito no amor. Acredito no ódio. Vinícius disse que o amigo não é fiel, fiel é o inimigo que vem cuspir na cova da gente. Verdade. Amor vira ódio rapidinho. Portanto o amor não existe, só o ódio.

Eu até amo minha família, amigos, cachorros. Mas o amor, o sentimento que une duas pessoas num relacionamento afetivo, esse não existe. Casais se amam hoje e se odeiam amanhã. Quem ama não mata, não trai, não pde desculpas. Quem ama não sofre. Porque amor rima com dor?

Quem ama não xinga, não ignora, não finge que não vê. Quem ama responde scrap no orkut. Quem ama te persegue no twitter. Quem ama telefona, manda e-mail, se importa. Quem ama cuida. Quem ama acredita. Quem ama divide.

O ódio é mais forte que o amor. O ódio é capaz de matar, xingar, maltratar. O ódio não responde e-mails, nem scrap no orkut. O ódio te ignora. Te bloqueia no msn. Te deixa falando sozinho. O ódio não telefona, não se importa, não te enxerga.

O amor não existe. Só o ódio realmente faz o mundo girar.


Janaina Pereira

segunda-feira, agosto 03, 2009

Possibilidades



Eu queria saber o que vai acontecer amanhã
O agora parece tão demorado
O Universo nem sempre conspira a meu favor
Fico sem jeito
Uma hora estou aqui, depois estou lá
Não sei o que mudou
Há algo novo dentro de todas as coisas tristes
Há algo que precisa mudar
Há esperança
Há um mundo de possibilidades
Eu sempre acho que sei o que vai acontecer
Eu sinto
Eu não espero que entendam
Eu não espero ser a pessoa que vai mudar o mundo
Eu já não espero
Apenas estou ali, observando
O que o mundo fez por mim
O que eu farei pelo mundo
O sonho que se vai
A verdade que ficou
O que era
O que podia ter sido
O que realmente ficou.


Janaina Pereira

sábado, agosto 01, 2009

Seis anos depois


Lá se vão seis anos de Veneno da Gata. Um blog que nasceu para arquivar meus textos de 'publicitária que escrevia para sites de publicidade' - em especial o saudoso Trampolim, do André Gola e do Paulo Lisboa. Foi ali que comecei a expressar minhas ideias e - que surpresa! - as pessoas gostavam.

Escrevi tanto por aí que o Veneno surgiu para arquivar estes textos. Com o tempo, fui soltando a mão e largando o tema publicitário para falar da vida. Como boa observadora, escrevia, especialmente, sobre a difícil experiência de ser uma carioca em São Paulo.

Aos poucos, o blog ganhou fama. Fico impressionada com a quantidade de pessoas que acessam isso aqui. Até emprego já consegui graças a ele - devo ter perdido alguns também. Não sei o que faz as pessoas voltarem a este espaço, onde eu sempre sou muito cruel - comigo e com a vida. Raramente escrevo quando estou feliz. Quase sempre é um desabafo, um momento para xingar o mundo.

De qualquer forma, agradeço a todos os leitores que, ao longo destes seis anos e quase mil posts, fizeram do Veneno da Gata um lugar de inspiração. Ainda que seja para me achar insana, ou para dar apoio às minhas crises, ou para ter certeza que sou chata. Por aqui já passaram várias pessoas, homenageadas merecidamente na ocasião - e, a maioria, virou apenas um nome neste blog. Ainda bem que alguns sobrevivem, como meu querido amigo David Sales, o meu leitor mais fiel e uma das pessoas que mais me incentivam a continuar escrevendo.

Então tá, vamos para mais um ano de textos ardidos como pimenta. Mas de uma sinceridade que machuca e corta. Eu sou assim: falo o que quero, escrevo o que penso e sempre me ferro no final. Mas não vou mudar nunca, porque se eu não gritar, eu vou morrer. E o Veneno da Gata continua existindo pura e simplesmente para me manter viva.

Que venham outros seis anos. Por mim isso aqui vai ser eterno. Obrigada pelo carinho, sempre!


Janaina Pereira
Sempre atualizando o veneno :)

E aí está um dos meus poemas preferidos (e inspiração diária), que resume o que é este blog.


Eu fui à floresta porque queria viver deliberadamente
Queria viver profundamente
E sugar toda essência da vida
Acabar com tudo que não fosse vida
para que, quando minha morte chegasse,
Eu não descobrisse, que não vivi


(Thoreau)

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