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sexta-feira, maio 29, 2009

Eu vi John Connor nascer


Não vi Watchmen, Wolverine nem Star Trek antes ou durante suas vidas cinematográficas. Mas Terminator 4 – ou O Exterminador do Futuro: A Salvação – é outra história. Tinha que ir hoje assistir - o filme estréia nacionalmente só no dia 5. Tinha que ir porque, entre outros motivos, eu vi John Connor nascer.

Adoro ficção científica e sou da geração que viu o futuro apocalíptico nos cinemas – e por isso tenho Blade Runner e O Exterminador do Futuro como alguns dos filmes mais marcantes da minha vida. Sou de uma época em que não se acreditava que o ano 2000 chegaria, o computador era o máximo da modernidade e o futuro seria sombrio. O Exterminador do Futuro simboliza tudo isso: o primeiro, lá de 1984, mostra um dos argumentos mais criativos do cinema – num futuro próximo, todos os humanos serão eliminados do planeta e as máquinas dominarão o mundo. Mas um homem, John Connor, lidera a resistência contra as máquinas. Para acabar com ele, a Skynet – que cria os Exterminadores – envia um modelo ao passado para matar aquela que será a mãe de John - Sarah. A Resistência, no entanto, manda um homem, Kyle Reese, para protege-la. E assim Kyle conhece Sarah e nosso futuro está garantido – e da franquia também.

Por isso hoje, com frio, garoa e sem casaco, mas com a companhia maravilhosa da minha amiga carioca Vivi, era impossível não ver O Exterminador do Futuro: A Salvação. O filme traz referências aos outros da série (a foto de Sarah, a música do Guns, pseudo-Schwarzenegger, John na moto, brigas cibernáticas no final), mas não atrapalha se você não viu nada – ou não viu tudo. Para os fãs, alguns vão dizer que o final é piegas, mas outros, como eu, vão embarcar nas duas horas de ação.

Já começa pela abertura apoteótica e deslumbrante, a trilha contagiante e muita força visual – fotografia e direção de arte impecáveis. A montagem é um assombro, assim como a edição. Tecnicamente o filme é muito bem feito, o que atrai e encanta. É ação pura, sem muito blábláblá.

O ano é o pós-apocalíptico 2018. Christian Bale dá corpo e alma a John Connor, o homem destinado a liderar a resistência humana contra a Skynet e seu exército de Exterminadores. Mas o futuro no qual Connor foi criado para acreditar é parcialmente alterado pela chegada de um estranho cuja última memória é a de estar no corredor da morte: Marcus Wright (Sam Worthington, apontado como mais brilhante que Bale no filme. Digo que ele tem uma boa história para contar dentro da história de Connor, mas Bale é Bale e não se apaga nunca).

Para quem não quer saber mais detalhes do filme, O Exterminador do Futuro: A Salvação é bom pra caramba, daqueles que fazem a gente esquecer a hora e, quando acaba, dá vontade de ver de novo. E de novo. E de novo.

Cuidado! Spoiler

Mas se você seguiu na leitura, vamos lá: Connor precisa determinar se deve ou não confiar em Marcus – porque Marcus é um ciborgue programado para se infiltrar entre os resistentes, e matar Kyle Reese – ainda jovem – e Connor. A questão é que Marcus não sabia exatamente quem era, e acaba ganhando a confiança de nosso salvador.

Enquanto isso, a Skynet prepara seu massacre final. Connor e Marcus embarcam numa odisséia que os levará até o centro das operações da Skynet, e ali se decide o futuro e o passado da humanidade. O final – com o coração de Marcus salvando a vida de Connor – pode não ser digno do filme e da série, mas are espaço para um novo capítulo da franquia.

O original – que vazou na internet e por isso foi modificado – mostrava a morte de Connor, e o ‘reaproveitamento’ de sua pele na máquina Marcus. Seria bem interessante, no fim de tudo, saber que John Connor morreu para nos salvar e virou ciborgue. Mas o que temos agora é John vivo, com coração forte, coração de exterminador, é verdade, mas vivo.

Ele é John Connor. E estamos aqui para continuar lutando contra as máquinas. O fim está próximo. Mas sempre haverá um novo Terminator para fazer John nos salvar.

(E, enquanto isso, os cariocas – que vão dominar o mundo – dominam São Paulo, né, Vivi?)


Janaina Pereira

quinta-feira, maio 28, 2009

Daugther of God


David, amigo querido, falou esses dias que meus textos aqui, às vezes, são como um soco no estômago. Fiquei surpresa. Eu nem tenho sido tão ácida assim! A vida anda supercorrida e eu mal tenho tempo de destilar meu veneno. Estou tão fofa ultimamente que quase não me reconheço.

Sempre tive uma visão, digamos, amarga da vida. Não sou do tipo que vê o mundo cor de rosa, e estou longe de ser otimista. Outro dia tive uma aula no MBA em que o professor destruiu a economia e a evolução tecnológica brasileira. Amei. Porque não sou baba-ovo de achar que o Brasil é um país que está dando certo. Se estivesse, eu não estaria onde estou fazendo o que faço.

Olho pros lados e vejo o que se repete desde que meu pai era vivo: gente mais ou menos se dando bem, gente mais ou menos trabalhando, gente mais ou menos cheia de si. Como eu sou mais, e estou longe de ser menos, dei um tempo pra mim mesma, e não me mato mais por isso.

Aprender que não posso abraçar o mundo com minhas mãos e que tenho que repartir as coisas foi muito complicado, mas tem dado certo. Lá de cima alguém olha e me dá motivos para seguir em frente. Por isso não estou azeda, nem ácida, nem amarga. Estou serena porque, mesmo no meu mundinho, eu brilho.

E faço cada dia valer a pena. Afinal, Deus disse: desce e arrasa. E eu estou apenas fazendo o que o Pai Celestial mandou.


Janaina Pereira

terça-feira, maio 26, 2009

E continuam as continuações


Quando Uma noite no museu foi lançado, em 2006, arrastou multidões de famílias ao cinema. O sucesso do filme gerou uma óbvia continuação, que chega à telona amanhã. E continuações sempre trazem desconfianças. Com raras exceções, geralmente o segundo filme da série – sim, porque parece natural que Uma noite no museu vire franquia – é fraco. Neste caso, não dá para levar essa observação ao pé da letra.

Uma noite no museu 2 não é ruim, mas está longe de ter o frescor do primeiro. Agora vemos Larry Daley (Ben Stiller) como dono de sua própria empresa. De vez em quando ele volta ao Museu de História Natural, onde trabalhava, para rever os amigos que, à noite, ganham vida. Só que o museu está prestes a passar por uma reforma, o que fará com que vários dos bonecos de cera sejam substituídos por máquinas que permitem a interação com o público.

Alguns dos bonecos são enviados ao Instituto Smithsonian, em Washington, o maior complexo de museus do mundo. E é de lá que Jedediah (Owen Wilson), o caubói diminuto, liga para Larry pedindo a ajuda do ex-guarda noturno. Larry invade o Smithsonian e descobre que o faraó Kahmunrah (Hank Azaria) despertou, tornando-se uma ameaça não apenas para seus amigos como para o planeta.

As confusões que envolvem Larry e Kahmunrah geram piadas divertidas, como as cenas em que o faraó busca apoio de grandes vilões para derrotar o ex-guarda. De Al Capone a Napoleão, todos se unem para destruir os bonecos de cera. A melhor cena, no entanto, é quando Kahmunrah reprova Darth Vader que, para o faraó, é algo indefinido, ‘ele é mau, é asmático, não sabe direito que tipo de vilão é’. Hilário e muito bem sacado.

Os quadros que interagem com Larry são outro bom momento e dão ar de novidade a esta seqüência, que conta ainda com Amy Adams para fazer par romântico com Ben Stiller. Com direito a cupidos fofos cantando para o casal. Muito bonitinho.

Uma noite no museu 2 não desagrada aos fãs do primeiro filme, e é uma boa opção para a família se reunir e ir ao cinema. Pode não ser tão divertido como o primeiro, mas tem sua graça.



Janaina Pereira

domingo, maio 24, 2009

Universo Animado


Agradeço publicamente ao meu querido amigo Léo Francisco, dos sites Universo Animado e Planeta Disney, pela oportunidade de continuar escrevendo sobre minha maior paixão: o cinema. Valeu, querido!


Leiam no Universo Animado

Crítica de Budapeste.

Reportagem com e sobre Hugh "Wolverine" Jackman.


Janaina Pereira

quinta-feira, maio 21, 2009

Anjos, demônios, correrias, mistérios e afins

O Código da Vinci foi um livro tão badalado, mas tão badalado, que me senti na obrigação de ler. O best-seller, de fato, prende a atenção, mas está longe de ser bom. Já nas primeiras páginas, era perceptível a intenção do autor Dan Brown: levar a história para a telona. Não demorou para Ron Howard comprar os direitos do livro e escolher Tom Hanks para o papel de Robert Langdon no cinema.

O Código da Vinci, o filme, até foi bem nas bilheterias mas ganhou críticas no mundo inteiro. Não faço parte dessa legião de odiadores do Código. Para mim, o filme resume bem o livro, embora foque mais nas correrias do que na história polêmica. O que me incomodou mais foi a escolha de Hanks (com um cabelo lastimável) para o papel principal – adoro ele, mas Tom não é Robert em hipótese alguma.

Mas, antes de Código virar best-seller, Dan Brown havia feito algo muito parecido no livro Anjos e Demônios. Sem sucesso, o livro seria reeditado depois da ‘DaVincimania’. E, obviamente, agora virou filme. O lançamento mundial é nesta sexta, dia 15, e se você está ansioso para saber se o filme é melhor ou pior que o Código, fique tranqüilo: Anjos e Demônios (Angels & Demons), o filme, é muito bom. E eu tenho vários motivos para gostar dele – a começar pelo fato de não ter lido o livro.

Não li e nem quero ler, é bom frisar. Acho o Dan Brown péssimo, sempre repetindo a formulinha professor pseudo-Indiana Jones, pentagrama, terra estrangeira, mulher forte que impulsiona o herói, ciência x religião… ah,demais para mim. O cara é tão previsível e repetitivo que cansa. Mas o filme não tem nada a ver com isso. Parece que é pouco – ou menos – fiel ao livro, porém isso também não importa. O filme funciona como entretenimento puro e simples, por isso vale muito a pena.

A história se passa um ano antes da aventura de Langdon na França – roteiro de O Código da Vinci – é bom frisar isso porque o filme dá a sensação que a aventura acontece depois da passagem de Langdon pelo Louvre. O professor é levado até o Vaticano para ajudar a descobrir o paradeiro dos quatro cardeais mais cotados para a sucessão papal. – o Pontífice morreu e estão todos esperando a fumaça branca. Em terras italianas ele descobre indícios de algo inimaginável: a assinatura marcada no corpo de um físico assassinado no CERN, um grande centro de pesquisas na Suíça, é um ambigrama, palavra que pode ser lida tanto de cabeça para cima quanto de cabeça para baixo e pertence aos Illuminati, uma poderosa fraternidade considerada extinta há 400 anos (qualquer semelhança com Código não é mera coincidência).

De posse de uma nova arma devastadora, roubada do tal centro de pesquisas, os Illuminati ameaçam explodir a Cidade do Vaticano e matar os quatro. Correndo contra o tempo, Langdon se une a Vittoria Vetra (Ayelet Zurer, a bela da vez), que trabalhava com o físico assassinado, para tentar salvar a vida dos cardeais e de todos que clamam por um novo Papa na Praça São Pedro.

Juntos, eles percorrem a cidade do Vaticano sem correrias, mas com um roteiro redondinho, daqueles que fazem a gente pensar, torcer e – isso foi o melhor – rir. Tom Hanks segura a onda e o filme com piadinhas sarcásticas, poucas mas convincentes cenas de ação e sem topete. E ganha um companheiro de cena à altura: Ewan McGregor está ótimo como o camerlengo Carlo Ventresca, que ajuda Langdon em sua peregrinação em busca da verdade.

São mais de duas horas de uma história não tão polêmica como Maria Madalena ser um dos apóstolos, mas que garante muita diversão – com direito a reviravolta básica no final (não me surpreendeu, mas apenas porque já conheço a ‘fórmula Dan Brown de escrever’). Entre criptas, igrejas e catedrais, o filme transcorre sem atropelos mas com dinamismo perfeito para encher de alegria corações sedentos por um bom entretenimento.

Anjos e Demônios prova que Dan Brown é ruim mesmo, então, não leia o livro e vá direto ao cinema.Vai ser muito mais prazeroso e divertido.



Janaina Pereira

terça-feira, maio 19, 2009

Nada além


Você quer se entregar mas não dá. Há algo que te prende. Que te deixa meio perdido no caminho, que impede a felicidade plena. É o medo. É o receio. É a falta de esperança no próximo.

Não sei se continuo ou páro por aqui. Gostar não é o bastante. Sentir não é o bastante. Talvez seja melhor párar antes do sofrimento.

E assim deixar seguir o caminho, sem pressa, mas renovada.


Janaina Pereira

domingo, maio 17, 2009

Você sabe quem foi Simonal?


Infelizmente, o Brasil não é um país em que os documentários fazem parte da vida cinematográfica das pessoas. Há um preconceito de que documentário é chato ou coisa de gente cult. Se você também acredita nisso, pode tentar fazer o esforço de se livrar dessa ideia e ir ao cinema assistir Simonal – Ninguém sabe o duro que dei, de Cláudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal. O documentário, a partir de hoje nos cinemas, relata a vida controversa do cantor Wilson Simonal e é um dos mais emocionantes e significativos já feitos por aqui.

Para começar, se você tem menos de 30 anos e nunca ouviu falar de Wilson Simonal, terá uma aula de música e, de quebra, vai saber um pouco mais sobre os bastidores de uma parte cruel da nossa história – a época da ditadura militar, sob a ótica cultural. Se você, como eu, já sabia quem foi Simonal, terá a grata surpresa de embarcar no suingue e na simpatia do cantor, para depois acompanhar as versões – algumas inéditas – de sua conturbada vida fora dos palcos.

Wilson Simonal foi o primeiro cantor negro brasileiro a alcançar posição de estrela na mídia. Dono de voz marcante e cheio de gingado, cativou multidões em shows históricos, lotando ginásios como o Maracanãzinho, no Rio. Na primeira parte do filme, acompanhamos sua carreira musical e uma coletânea de seus sucessos como Meu limão, meu limoeiro, Mamãe passou açúcar em mim e a versão patropi de País Tropical, do então Jorge Bem.

Para contar essa história, os diretores usaram imagens da época e depoimentos de gente que conviveu com Simonal, como os produtores Nélson Motta e Miéle, o cantor e ator Tony Tornado e os humoristas Castrinho e Chico Anysio, além dos filhos do cantor – Max de Castro e Simoninha - e até mesmo Pelé, com quem Simonal bateu bola no Santos e no México, às vésperas do tricampeonato de 1970.

A segunda parte do documentário, porém, mostra a virada na carreira do cantor: após um incidente com seu contador, em que foi acusado de agredir o funcionário e mandá-lo ao DOPS – o órgão do Governo que controlava e reprimia os movimentos políticos e sociais – Simonal é apontado como delator e favorável à ditadura. Nos anos 1970, auge do regime militar no Brasil, esse tipo de acusação era o fim da carreira de qualquer artista. E o filme, entre depoimentos e manchetes dos jornais da época, coloca o dedo na ferida, apresentando a classe artística e a imprensa como responsáveis pela derrocada de Simonal.

Um grande mérito dos diretores foi conseguir o depoimento de Raphael Viviani, o contador de Simonal e que deu início a confusão na vida do cantor. Sem nunca ter sido ouvido para contar sua versão, ele deixa no ar a suposta ingenuidade que os amigos de Simonal apontam como o motivo para ele ser considerado ‘dedo-duro’. Mas o objetivo de Simonal – Ninguém sabe o duro que dei não é fazer do artista herói ou vilão de sua própria história. É apenas contar os dois lados da mesma moeda da vida deste grande nome da música brasileira – o sucesso e o ostracismo, os aplausos e as vaias, o sorriso e as lágrimas.

Tudo isso é apresentado de forma contagiante, como o próprio Simonal era. Vai ser difícil alguém resistir ao carisma do cantor e ao emocionante relato de sua trajetória.



Janaina Pereira

quinta-feira, maio 14, 2009

Para os corações partidos


Relembrei ontem uma música da minha adolescência, que eu sempre achei muito triste. Kayleigh, do Marillion, era a canção que me fazia chorar quando eu lembrava o quanto é doloroso magoar e ser magoado.

Veja o clip aqui.

Do you remember, chalk hearts melting on a playground wall
Do you remember, dawn escapes from moonwashed college halls
Do you remember, the cherry blossom in the market square
Do you remember, I thought it was confetti in our hair
By the way didn't I break your heart
Please excuse me I never meant to break your heart
So sorry I never meant to break your heart
But you broke mine

Kayleigh, is it too late to say I'm sorry?
And Kayleigh, could we get it together again
I just can't go on pretending that it came to a natural end
Kayleigh, oh I never thought I'd miss you
And Kayleigh, I thought that we'd always be friends
We said our love would last forever
So how did it come to this bitter end

Oh, oh yeah!

Do you remember, barefoot on the lawn with shooting stars
Do you remember, the loving on the floor in Belsize Park
Do you remember, dancing in stilettoes in the snow
Do you remember, you never understood I had to go
By the way, didn't I break your heart
Please excuse me, I never meant to break your heart
So sorry, I never meant to break your heart
But you broke mine

Kayleigh, I just wanna say I'm sorry
But Kayleigh, I'm too scared to pick up the phone
To hear you've found another lover to patch up our broken home
Kayleigh, I'm still trying to write that love song
Kayleigh, it's more important to me, now you're gone
Maybe it'll prove that we were right or ever prove that I was wrong


Kayleigh (tradução)

Você se lembra, corações de giz derretendo no muro do playground
Você se lembra, fugas na manhã nos corredores do colégio
Você se lembra, a cereijeira florescendo no mercado da praça
Você se lembra, eu pensei que fosse confete em seu cabelo
Por falar nisso, eu não parti seu coração?
Por favor me perdoe, eu não quis partir seu coração
Me desculpe, eu nunca quis partir seu coração
Mas você quebrou o meu

Kayleigh, é muito tarde para dizer que sinto muito?
E Kayleigh, nós poderíamos ficar juntos denovo?
Eu só não posso seguir fingindo, que tudo acabou naturalmente
Kayleigh, oh eu nunca achei que sentiria sua falta
E Kayleigh, eu pensei que seríamos sempre amigos
Nós dissemos que nosso amor duraria para sempre
Então como chegou nesse amargo fim?

Você se lembra, descalços na grama com estrelas cadentes
Você se lembra, o amor no chão do parque belsize
Você se lembra, dançando de salto-alto na neve
Você se lembra, você nunca entendeu mas eu tive de ir
Por falar nisso, eu não parti seu coração?
Por favor me perdoe, eu não quis partir seu coração
Me desculpe, eu nunca quis partir seu coração
Mas você quebrou o meu

Kayleigh, eu só quero dizer que sinto muito
Mas Kayleigh, eu estou com medo de atender o telefone
Para ouvir que você achou um novo amante, para consertar nossa casa quebrada
Kayleigh, eu estou tentando escrever aquela canção de amor
Kayleigh, é mais importante pra mim, agora que você se foi
Talvez ela provará que estávamos certos, ou provará que eu estava errado



Janaina Pereira

terça-feira, maio 12, 2009

Vai um cineminha aí?



Antes de ir ao cinema, passa no Cinemmarte.

E leia tudo sobre o cinema... nas palavras de quem ama cinema.


Janaina Pereira

sábado, maio 09, 2009

Mulherão x mulherzinha


Como dá trabalho ser mulherão. Não é fácil tomar conta da casa, pagar contas, trabalhar, estudar, lavar, passar, cozinhar, chorar, tomar cerveja, não ter barriga, sorrir, ser boa profissional, amiga, companheira, carinhosa, inteligente, bonita, simpática, fofa, fazer sexo com competência e ainda ser gostosa. Tem que ter muito jogo de cintura – e cintura fina, por favor.

Ser mulher, por si só, já é complexo. Ter que fazer unha, depilação, cuidar do cabelo, da pele e ainda menstruar não é para qualquer um. Se você nasceu homem pode ter certeza que jamais conseguiria ser mulher – por isso Deus quebrou seu galho e colocou pêlo nas suas costas e tudo mais que você tem. Porque, meu amigo, ser mulher é dose.

Mas já sabemos que há vários tipos de mulheres. Ou melhor, dois bem definidos:o mulherão e a mulherzinha. Mulherão é, como descrevi acima, a mulher que bate um bolão. Linda, leve e solta, dá conta do recado e não precisa de homem para mandar na sua vida – e nem para abrir a lata de azeitona. Mulherzinha... bem, é aquela ‘inha’ em todos os sentidos. Bonitinha, fofinha, gracinha, amiguinha, delicadinha, simpatiquinha, sensivelzinha... e chatinha.

Mulherzinha faz o que o homem quer e choraminga para que ele faça o que ela deseja. Ela está sempre por perto, cuidando dos outros e abrindo mão de tudo para agradar a todos. No trabalho, é o tipo ‘mãe’: faz de tudo um pouco, nem sempre com competência, mas o que importa é ser onipresente. Em casa é a mesma coisa: desdobra-se para agradar e coloca o namorado/marido num pedestal.

Ser mulherzinha está tão na moda que eu já cogitei a possibilidade de abandonar meu papel de ‘mulher forte e independente’ para virar... ‘inha’. Mas acho que não dá mais. Não combina comigo. Embora as pessoas olhem para minha cara e me acham tão... bonitinha, fofinha, delicadinha e queridinha... eu não sou nada disso. Nunca fui. E quem me conhece de verdade sabe que sou um poço de ‘ão’. E brava como um leão.


Janaina Pereira

quarta-feira, maio 06, 2009

Simples assim


A vida é cheia de surpresas. Cheia de coisas pequenas que significam tanto. De pessoas que surgem do nada para te deixar feliz. Para te deixar esperançosa. Para te deixar orgulhosa.

E por esses caminhos inexplicáveis, quando tudo parece tão perdido, eis que abre-se aquela janela iluminada para dizer: continue acreditando que a vida ainda vale a pena.

Só posso dizer uma coisa: o Hugh Jackman é lindo.


Janaina Pereira

segunda-feira, maio 04, 2009

Virada Cultural


Ontem fui com o meu querido amigo Fabinho na Virada Cultural. Sempre soube que ser amiga do Fábio seria um bom negócio, e como eu só gosto de amizade por interesse, somos amigos! Ele tinha duas credenciais e lá fomos nós ver o show da Maria Rita na ala vip.

Eu não gosto da Maria (ir)Rita, mas o show dela é legal. Ela é boa cantora, embora de uma antipatia profunda. Se acha a gostosa (mesmo com o peito caído pulando para fora do decote numa cena bizarra). Prefiro a mãe dela. Mas, ainda assim, o show vale a pena. Ela canta "Não deixe o samba morrer", um clássico samba que ganhou o mundo na voz poderosa de Alcione. Lembrei do meu pai.

Maria Rita também cantou "Pagu", uma música fantástica da Rita Lee que diz 'nem toda brasileira é bunda, meu peito não é de silicone, sou mais macho que muito homem". Adoro!

E ainda teve "Cara Valente", do Marcelo Camelo, uma letrinha e melodia bacana... e o tema de Do Carmo e Nazaré em Senhora do Destino ... e "A Festa", a música sexual do Milton Nascimento, primeiro sucesso de Maria Rita.

Foi divertido, especialmente porque depois eu e Fabinho fomos comer pastéis e beber chopps no Bar Brahma. Como diria a querida Diana... rica!

E eu nem contei dos rolês que a gente deu antes do show... do cheiro de mijo no Anhangabaú... dos eletrônicos me empurrando no meio do show do Patife na Sé (porque eu só estava passando no meio da plateia durante a apresentação)... do cheiro de mijo na República... da minha andaça de casa até o centrão a pé ... do cheio de mijo na Av. São João ... dos banheiros químicos fedidos ...da sala de imprensa com água quente e internet lenta... e mais cheiro de mijo ... da minha passagem fulminante pela Galeria do Rock... e dá-lhe cheiro de mijo (sim, mijo, não é xixi, é mijo mesmo!).

Foi divertido pacas. E pensar que um dia, em 2006, eu editava o Inove e o Fabinho corria ocentro fazendo fotos para o site. Eu, ele e uma galera cobrimos a Virada para a faculdade... três anos depois, a gente estava lá. Falidos. Mas vip.


Janaina Pereira

domingo, maio 03, 2009

Trouxa


Eu sou trouxa mesmo. Às vezes percebo o comportamento estranho de uma pessoa mas me limito a achar que não é comigo. Vejo mas não quero enxergar. Observo tanto e desconfio imensamente de elogios e aproximações repentinas. Aí descubro que estava tudo sendo milimetricamente planejado nas minhas costas. E eu, trouxa, ainda desabafando.

Mas eu acredito que na vida a gente colhe o que planta. E se agiu de má fama, usou e abusou das minhas boas intenções e tentou fazer papel de santo comigo, pode ter certeza que vai ter volta. Sempre tem, mas cedo ou mais tarde. A vida se encarrega de dar rasteira. Nunca vi um fdp se dar bem impunemente. Algum problema vai ter, nem que seja impotência.

Apesar de, momentaneamente, um e outro estarem rindo e me chamando de trouxa, otária, idiota - o que um realmente eu fui - saibam que a vingança é um prato que se come frio.

E a inveja, meus caros, é uma merda.



Janaina Pereira

sábado, maio 02, 2009

Eu e ele


A primeira vez que fui ao cinema eu tinha exatamente 3 anos e 5 meses. Era janeiro de 1978, e fui assistir Os Trapalhões no Planeta dos Macacos. Durante anos, eu só vi filmes dos Trapalhões, como era típico na minha geração. Quando eu tinha uns 6 anos, minha mãe – grande responsável pela minha paixão por cinema e quadrinhos – se deu conta que eu precisava desfrutar novos caminhos cinematográficos e só aí comecei a ver filmes da Disney.

Aos 8 anos fui ver meu primeiro filme legendado, ET – o extraterrestre. Lembro até hoje da emoção e das minhas lágrimas ao final da sessão. A partir daí eu abandonei a Disney e os Trapalhões e ‘cresci’. Virei fã do Spielberg e fiz do cinema a minha maior paixão. Minha vida nucna mais seria a mesma.

A primeira vez que sai sozinha, sem meus pais, pegando ônibus e indo para longe de casa foi para ir ao cinema, claro. Saí de Piedade para a Tijuca, bairros da zona norte do Rio. Fui ver Robocop – filme censurado para maiores de 14 anos, e eu tinha 13. Uma briga insana lá em casa – papai deixou e mamãe não. Papai argumentava que tanto faz ter 13 ou14anos, mamãe achava um absurdo uma criança de 13 anos ver filme proibido para menores de 14. No final, papai venceu. O filme era violento pacas para a época, e abriu as portas para eu assistir coisas menos infanto-juvenis.

A partir de então era cinema toda semana. De preferência às quintas (sou da época que filme estreiava às quintas), primeira sessão, na estreia. E, obviamente, veio a paixonite pelos galãs hollywoodianos. O primeiro de todos foi Harrison Ford – que eu descobri na TV com Han Solo, Rick Deckard e Indiana Jones. Tom Cruise eu descobri em vídeo – o primeiro filme que vi em VHS foi Top Gun, numa tarde inesquecível na casa da Cris – e foi o que mais vezes me levou ao cinema. Até hoje eu penso que a Kate Holmes viveu o que eu vivi – ela tambémfoi fã do Tom Cruise quando era adolescente. Surreal. Kevin Costner, Mel Gibson, Bruce Willis – todos eu descobri na TV antes de ir ao cinema.

Meu primeiro galã descoberto no cinema foge do esteriótipo: ninguém menos que o fofo Michael J. Fox. Baixinho, sem grandes atrativos físicos, o cara tinha 30 anos e fazia papel de 17 em De volta para o futuro - o filme mais marcante da minha pré-adolescência. Eu adorava o Marty McFly, um personagem marcante de um filme que m levou tantas vezes ao cinema que perdi as contas. Mas, acreditem, o primeiro galã, galã mesmo, que eu descobri verdadeiramente na telona foi Antonio Banderas.

Eu lia Capricho e havia saído uma reportagem com ‘o homem que esnobou Madonna’. Ai eu vi Filadélfia e bem... ele era o máximo. Mesmo fazendo papel de gay. Foi então que fui procurar os filmes dele na locadora... e conheci aquele que hoje é meu cineasta favorito: Pedro Almodóvar. Eu tinha uns 18 anos de idade e fui estudar a filmografia de Almodóvar - cujas cores intensas da fotografia de seus filmes e o foco feminino dos roteiros me encantaram. E aí eu deixei, definitivamente, de ser apenas uma consumidora de blockbuster.

Com o passar dos anos o vídeo cassete virou apoio. Vi todos os filmes do Hitchcock (o melhor diretor de todos os tempos,na minha modesta opinião), descobri Scorcese, Altman, Clint Eastwood, Fellini, Frank Capra (adoro filmes antigos, daqueles p&b dos anos 1930 a 1950) ... mas, desculpem, continuo tentando achar Woody Allen legal.

Apesar dessa paixão fulminante, nunca pensei em ser crítica de cinema, nunca achei que isso seria meu ganha-pão, nunca imaginei que freqüentaria cabines ao lado de jornalistas que eu leio desde criancinha, aliás, nunca achei que entraria numa cabine e depois escreveria o que achei daquele filme. Tenho um olhar muito apaixonado pelo cinema, adoro tudo que envolve um filme: curto as trilhas sonoras, a fotografia, a montagem, a direção (e a direção de arte), os figurinos... e, claro, o roteiro, afinal, escrever é tão importante para mim quanto o ar que eu respiro.

É por essas e outras que eu resolvi mudar o rumo das coisas e apostar no que gosto. Porque não quero perder o que conquistei. Não tenho pretensão nenhuma, mas quero fazer o que amo. Economia e publicidade pagam minhas contas, mas é o cinema que me faz realmente feliz.



Janaina Pereira

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