<$BlogRSDUrl$>

segunda-feira, setembro 29, 2008

Paciência


Lenine

Composição: Lenine e Dudu Falcão


Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

A vida não pára!
A vida é tão rara!

sexta-feira, setembro 26, 2008

Lois Lane


Sempre fui fã de histórias em quadrinhos e super-heróis, e todo mundo sabe que meu preferido é o Batman. Mas, claro, eu também gosto do Superman. Muito menos pelo seu incrível poder de vencer tudo e todos, e muito mais pela química que existe entre ele e minha personagem feminina preferida – depois da Mulher-Gato, obviamente – a intrépida Lois Lane.

A Erika Durance vive uma Lois perfeita em Smallville, mas para quem é fã, ela jamais seria a Lois dos quadrinhos. A verdadeira Lois é morena, de cabelos e olhos negros. Abusada, encrenqueira, e por que não, incoveniente. A Lois é o par perfeito para o Clark – talvez por isso a gente sonhe que um dia vai encontrar um Superman e quando descobre que ele não existe, a frustração é total.

Lois Lane é destemida, guerreira, sabe o que quer. Vive brigando com o jeito passivo do Clark, mas o adora mesmo assim. Eles formam o casal mais famoso das Hqs, e também o mais adorável.

Lois Lane, não por acaso, é jornalista. Ao contrário de Lana Lang, ela nunca fez o tipo 'donzela em perigo'. Sempre foi arredia, e só 'saia do ar' diante da figura emblemática do Superman. Lois é a melhor repórter do Planeta Diário – sim, melhor que Clark – e sempre teve um espaço nas Hqs poucas vezes vistos para uma personagem feminina.

O nosso querido Superman podia ter sido o par romântico da Mulher Maravilha.Mas ele optou pela humana Lois Lane, sem super poderes, desajeitada mas determinada, irônica mas sagaz, sarcástica mas forte. É por ela que nosso herói – na melhor cena dos filmes de Hqs – parou o mundo. Clark não existe sem Lois. Superman não existe sem Lois. O Planeta Diário não existe sem Lois.

Lois Lane é o laço mais forte de Superman com a humanidade, é o que faz Clark Kent ser um personagem tão irresistível quanto o seu lado super herói. Lois é a maior heroína dos quadrinhos.

Durante toda a minha infância, a Monica foi meu alterego. E agora, mais do que nunca, faz sentido: pelo resto da vida, meu alterego é Lois Lane.


Janaina Pereira

quarta-feira, setembro 24, 2008

Por onde andei


Sábado, 9 horas da manhã, lá estava eu no Centro de São Paulo para participar da seleção do VII Curso de Jornalismo em Situação de Conflito Armado, do Projeto Repórter do Futuro, uma parceria do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Oboré. Olho para os lados e vejo vários jovens modernos e descolados vindos da Cásper, Metodista, USP, Mckanzie, FAAP. E eu, do alto dos meus recém-completos 34 anos, pensando: “o que estou fazendo aqui?”

Eu tenho uma monografia capenga, uma insônia que me persegue faz semanas, um cansaço permanente e pouco tempo para terminar mais um ciclo da minha vida. E, de repente, eu achei que tinha que fazer o curso porque ele representava o que o jornalismo sempre foi para mim: puro idealismo.

Eram 218 inscritos e somente 20 vagas. A prova traçava um perfil do estudante, e eu precisava dizer o porquê de estar ali. Qual era meu objetivo com o curso? O que eu vou fazer quando for jornalista? Já trabalheu em causas humanitárias? Afinal, quem sou eu para querer fazer reportargens em zonas de conflito?

Bem, as respostas foram sinceras. Aos 34 anos, não tenho mais tempo a perder. Eu mudei de rumo, faço uma monografia baseada em notícias sobre violência, trabalho como voluntária com crianças há seis anos, já trabalhei em ONG para defender as causas femininas, fui editora do jornal da faculdade por mais de dois anos, participei de cobertura de Congresso da Educação. E, de repente,fiz coisa pra caramba nestes quatro anos. Eu fiz valer a pena.

A prova também exigia conhecimento de notícias internacionais sobre zonas de conflito – a opinião de cada um sobre a guerra ao terror e a presença do exército brasileiro no Haiti. E ainda eu tinha que descrever minha melhor reportagem. Essa foi a questão mais difícil, porque não tenho 'a melhor', acho que falta muita coisa ainda... mas tem 'a mais especial', que foi, sem dúvida, a entrevista com o presidente da Bovespa, o Raymundo Magliano Filho.

Fiz minha parte. Se eles queriam alguém com o perfil, eu sabia que me encaixava. E sim, eu consegui. A minha escolha é uma prova de que quem somos e quem nos tornarmos é muito importante nos quatro anos de jornalismo, e independe da faculdade em que se estuda: você faz o seu caminho.

Estou extremanente apavorada, talvez porque meus textos serão lidos por jornalistas conceituados, gente que faz diferença. Ao mesmo tempo, parece que abriu-se uma janela para mim. Tudo que eu sempre achei que o jornalismo deveria ser – aquela velha idéia de 'fazer parte da história' – é o que eu vejo agora. Desde a queda do muro de Berlim, quando eu pensei “eu quero fazer parte disso”, ao dia em que acreditei que eu posso fazer parte disso.

Agradeço, especialmente, a Alexandre Barbosa, José Amaral, Cilene Victor, Rosângela Paulino e Marcela Matos, respectivamente meus professores em Análise do Discurso, Geopolítica, Jornalismo Especializado, Jornalismo Social e Comunitário e Orientação no TCC, pois suas aulas foram fundamentais nesta conquista.

Ao Ale e a Ro, particularmente, agradeço por continuarem lutando pelas causas em que acreditam - a América Latina, as mulheres, os negros. O mundo precisa de pessoas assim e é em vocês que eu me inspiro.

Agradeço ainda ao meu pai, o homem que me fez acreditar que palavras e idéias podem mudar o mundo.

E por último, mas jamais os últimos, aos amigos que sempre torcem por mim. São poucos, mas extremamente fiéis. Neste caso, mais uma agradecimento à parte, ao meu ídolo Edson Natale, afinal, todo mundo já sabe que eu quero ser como ele quando crescer.Menos careca, é claro.

Eu não sei para onde estou indo. Mas, podem ter certeza, mesmo com muita gente detestando isso: eu estou a caminho.


P.S.: Um agradecimento especial para a querida Eliane Arakaki e seu texto “Goiabadas e Prêmios”, que vou guardar com muito carinho.



Janaina Pereira

sábado, setembro 20, 2008

Cuide bem do seu amor


O que leva um homem a bater em uma mulher? Covardia, só pode ser. Desde que trabalhei em uma ONG pelos direitos das mulheres - Católicas pelo Direito de Decidir www.catolicas.org.br - aprendi que meu corpo é o bem mais precioso que tenho e nenhum homem vai encostar nele se não for por minha própria vontade.

Estupro dentro do casamento, ofensas morais, humilhações e surras que deixam marcas no corpo e na alma. Como eu já vi isso de perto, sei o quanto é complicado denunciar. Mas é importante. Desde que a Lei Maria da Penha foi sancionada pelo Lula, homem que agride mulher não paga mais algumas cestas básicas. É processo, é cadeia, é a acusação de crime. Porque agredir uma mulher, criança, idoso, ou qualquer pessoa indefesa, é crime sim.

Mas, o que ainda me revolta, são as mulheres que não denunciam. São aquelas que insistem em dormir na mesma cama que o homem que tentou matá-las. São aquelas que dizem 'não', são violentadas e não fazem nada no dia seguinte. São aquelas que deixam o amor superar a dor.

A todas essas mulheres, eu digo uma coisa: denunciem. Não tenham medo. Muito mais vergonhoso do que entrar numa Delegacia de Mulher para fazer um boletim de ocorrência é silenciar diante da violência.

Chega de impunidade. A mulher que não denuncia é conivente. E não digam que fazem isso por amor. O amor não tem nada a ver com isso. Quem ama não agride, não humilha, não faz do outro um ser inferior. Quem ama cuida, dá atenção, quer o melhor para a outra pessoa.

Um homem que agride ou ameaça uma vez, pode fazer isso sempre. Alguns mudam? Pode ser. Mas a grande maioria recorre à força física para mostrar seu suposto poder. Por isso, um homem que agride uma mulher não é digno de confiança. Ele pode até mudar de atitude, mas sempre vai pairar sobre si a ameaça da violência.

Procure alguém que lhe traga paz. Jamais alguém que faça da sua vida uma guerra declarada.




Janaina Pereira

sexta-feira, setembro 19, 2008

Pílulas


O SBT, inexplicavelmente, jogou um episódio de Ugly Betty do início da primeira temporada ... no meio da temporada. Assim não dá.

_____________________________________________________________________________________


Enquanto isso, Smallville ressurge aos sábados. Finalmente consegui ver o episódio piloto. Agora o seriado passa às quartas, sábados e domingos. Quarta, às 2h, terceira temporada. Sábado, Às 16h, primeira temporada. E domingo, 12h, a sétima temporada.


_____________________________________________________________________________________


E a segunda temporada de Supernatural finalmente foi exibida, na íntegra. Muito, muito bom.


_____________________________________________________________________________________


Mais o melhor estava por vir: a terceira temporada, aquela que o Dean vai viver seu último ano de vida antes de ir para o inferno, começou na madrugada desta quinta. Sensacional. O primeiro episódio - inédito na TV aberta - foi sobre os sete pecados capitais.


_____________________________________________________________________________________


Resta saber se o SBT vai manter a série no ar, passar todos os episódios e fazer como Cold Case e Whithout a trace, que seguem intocáveis nas madrugadas de segunda.


_____________________________________________________________________________________


REM e Cindy Lauper no Brasil. Mas o efeito Madonna supera tudo.


_____________________________________________________________________________________


E no final das contas, ainda tem mais Madonna no domingo paulistano e na segunda carioca. Vamos nos jogar.



Janaina Pereira

quinta-feira, setembro 18, 2008

(Im)Perfeição


Mais uma página da monografia sendo escrita, e lá vamos nós para meu assunto preferido: ética. Existe? Cadê?

Como diz a Cilene, minha ex-professora de Teoria da Comunicação e Jornalismo Especializado, ética não é uma coisa para se passar no pão. Mas, o que vemos, lemos e ouvimos é a ética de cada um. Isso é ético para mim, mas não é para você. Como se ética se diferenciasse de pessoa para pessoa.

A falta de ética desfila pelos jornais, revistas, emissoras de televisão, corredores da faculdade e empresas. É uma puxação de tapete para se conseguir o que quer, que francamente... dá vergonha.

As pessoas vêem as coisas erradas e deixam para lá. Afinal, não está mexendo comigo, com meu bolso, com minha vida, então eu nem vejo. É assim que funciona. Ninguém luta pelos interesses de uma classe, de um povo, de um país, de uma verdade: o que importa são os interesses pessoais.

Raramente eu vi alguém defender o outro, defender uma idéia, um ideal, uma postura. As pessoas se escoram nos outros, não tem opinião própria, se omitem. Deixam o errado se tornar o certo. E não tentam mudar a situação.

Isso tudo me faz lembrar uma letra do Renato Russo, chamada Perfeição, em que ele cita todas as coisas abomináveis do mundo, mas sempre em tom de celebração.

Diz a letra:

Vamos celebrar
A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões...

Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...

Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião...

Vamos celebrar Eros e Tanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade...

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...

Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros...

Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...

Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...

Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada...

Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção...

Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição ...


Acho essa letra poderosa, como tudo que o Renato Russo escreveu. É de 1992. Passados 16 anos, eu não vejo diferença nenhuma. Continuamos celebrando o horror, a violência, o errado, o anti-ético.

Continuamos perdidos na escuridão da falta de bom senso.

E vem chegando a primavera. E o TCC está acabando.

E eu ainda pretendo escrever, com ética e dignidade, o meu verso.



Janaina Pereira

terça-feira, setembro 16, 2008

O porquê das coisas


Publicitário não gosta de jornalista e jornalista não gosta de publicitário. Nesta briga eterna, quase como um Rio x São Paulo da Comunicação, eu estou ali, no meio, espiando. Quando me perguntam qual a minha profissão, respondo, sem rodeios: publicitária. Será que vou dizer 'jornalista' depois que me formar? Realmente não sei.

Voltando ao túnel do tempo: eu queria ser jornalista esportiva quando tinha 16 anos, fiz vestibular para jornalismo e publicidade (porque eu gostava de publicidade também), aí passei para PP... e me apaixonei. Adorava fazer anúncios, especialmente para jornal. Mas eu fui cansando, cansando... vim para São Paulo, trabalhava como redatora - por isso o codinome do e-mail - e de repente comecei a escrever para jornais, revistas, sites... e todo mundo publicitário dizia que eu era a 'jornalista-publicitária'.

Queria voltar a estudar, ia fazer Letras, resolvi fazer Jornalismo por persuasão - e esse é o motivo de dedicar minha monografia ao Clauber, a Gi e ao David, os três responsáveis pela volta às aulas e pela escolha. E agora estou a meses do fim - faltam três meses! - e eu não sei para onde vou.

Eu sempre serei publicitária. Isso não muda, eu só sobrevivi até hoje graças a esta profissão. Publicidade me deu timing, títulos que vendem, persuasão e um olhar muito crítico que sempre vê o leitor como target. Jornalismo é muito mais uma causa, um idealismo, a minha vontade de mudar o mundo.

Recentemente fiz um artigo para a faculdade, para a aula de Prospecção e Atualização Profissional, em que eu tinha que descrever o papel do jornalista no século XXI. Sinceramente, para mim não importa as mudanças do mundo, o jornalista ainda é o cara que tem que relatar os fatos e todas as suas versões. Seu papel não mudou e não vai mudar. Ele ainda é o fio condutor da história. Não é o cara que vai atrás de celebridades nem fica interessado em quem está com quem - ele é a figura que está ali para contar a história do mundo.

Foi por puro idealismo que eu optei por este curso, por acreditar que pessoas e idéias podem mudar o mundo. Porque o poderoso jogo continua e você pode contribuir com um verso.

Qual será o meu verso?


Janaina Pereira

domingo, setembro 14, 2008

Fome


Uma das melhores coisas da vida é comer bem. Adoro gastronomia. Vejam bem, eu não gosto de cozinhar. Eu até faço uns pratinhos maneiros, mas nada demais. Gosto mesmo é de comer.

Outro dia fui no Casinha Mineira, um dos meus restaurantes preferidos em São Paulo. Comida mineira da melhor qualidade, e um feijão maravilhoso. Adoro feijão. O melhor é o preto, que minha mãe faz. Mas o da Casinha Mineira também é muito bom. Gosto do Boi Ralado de lá, prato simples e apetitoso: carne moída, batata frita, arroz e feijão. Sensacional.

Gosto também do fettucine com molho gorgonzola do Eugênio Bar, o penne com queijo chancliche do Vicco d´o Scugnizzo, o quibe assado do Jaber, o penne oriental do Spot, o risoto milanês da Vivenda do Camarão e o risoto de funghi do Subito. Nossa, só massas e risotos, e uma comida árabe no meio... eu curto comida italiana. Sempre gostei. A minha segunda comida preferida é a árabe, depois vem a mexicana. E não, eu não gosto de comida japonesa. Só yaksoba, que é chinês.

Também não sou muito fâ de churrasco. Até como, mas não adoro. Prefiro macarrão, arroz com feijão, e aqueles pratos com funghi, gorgonzolla, presunto parma, manjericão, e tantas outras coisas que aprendi a comer, e não foi em casa. Como desde pequena sair para jantar era programa de final de semana, aprendi a experimentar temperos e ingredientes diferentes. E alguns deles caíram no meu agrado.

Acabo de comer um prato gigante de risoto de camam
rão. E escrever sobre comida está me dando mais fome. Acho que já é hora da sobremesa. Vou comer petit gateau. A melhor das sobremesas, mas não a minha preferida - eu sou louca mesmo pelo pudim de leite que só a minha mãe faz.


Janaina Pereira

sábado, setembro 13, 2008

Duplo sentido


Eu sempre gostei da Rita Lee. Desde pequena eu ouvia os discos dela, porque minha mãe gosta, e tinha um disco - Saúde - que não saia da nossa vitrola. é aquele disco que tem Mania de Você e outras músicas... cheias de sacanagem. Pois é, estou rindo agora, mas a verdade é que a Rita Lee tem um monte de música de duplo sentido, outras bem explíticas. Mas ela e o Roberto de Carvalho sabem escrever, e não ficam naquela vulgaridade das letras de funk.

Falar coisas com dupla sentido, ou colocar isso em letras de música, exige talento. E por isso eu gosto da Rita Lee, ela sabe como fazer isso. Mas, de todas as suas músicas, as minhas preferidas são Ovelha Negra - por que será? - e Saúde, que tem um verso muito fofo... que eu sempre coloquei como meu ideal de vida.

MAS ENQUANTO ESTOU VIVA
CHEIA DE GRAÇA
TALVEZ AINDA FAÇA
UM MONTE DE GENTE FELIZ

Eu me sinto bem melhor quando vejo a vida colorida... e quando sou divertida e faço as pessoas sorrirem. Quero que seja cada vez mais assim.


Me cansei de lero-lero
Dá licença
Mas eu vou sair do sério
Quero mais saúde
Me cansei de escutar
Opiniões...

De como ter um mundo melhor
Mas ninguém sai de cima
Nesse chove-não-molha
Eu sei que agora
Eu vou é cuidar
Mais de mim!

Como vai? Tudo bem!
Apesar, contudo
Todavia, mas, porém
As águas vão rolar
Não vou chorar
Se por acaso morrer
Do coração...

É sinal que amei demais
Mas enquanto estou viva
Cheia de graça
Talvez ainda faça
Um monte de gente feliz!


Janaina Pereira

quinta-feira, setembro 11, 2008

Bairrismo


Como (quase) todo mundo sabe, o tema da minha monografia é a cultura do medo. Estou fazendo uma análise de como os jornais paulistanos tratam o Rio de Janeiro e colaboram para a imagem ruim da cidade. Tenho feito grandes descobertas em minhas pesquisas. A maior delas é que muita gente não sabe o que é bairrismo.

No primeiro momento, fiquei chocada com isso. Eu ainda fico assustada com algumas coisas que ouço e vejo, mas deixa pra lá. Eu só agradeço aos meus pais por me ensinarem a ler jornal desde pequena. Isso ajudou muito na minha formação. E olha que eu era viciada em televisão. E nem por isso fiquei alienada. Mas, enfim, nem quero falar deste assunto agora.

Vamos voltar ao bairrismo. Para quem não sabe, esta palavrinha quer dizer a defesa exarcerbada de um lugar. Ou seja, aquela coisa de 'minha terra é melhor que a sua'. O Rio é melhor que São Paulo e vice-versa. Barcelona é melhor que Madri e vice-versa. Porto Alegre é melhor que Floripa e vice-versa. O interior de São Paulo é melhor que a cidade de São Paulo, e vice-versa. O Sudeste é melhor que o Nordeste e vice-versa.

Como meu amigo David sempre disse, o bairrismo entre Rio e São Paulo é quase palpável. E aí vem toda a minha tese: eu e minha orientadora, Marcela Matos, fomos buscar na história político-econômica da cidade a origem desse bairrismo. Ai eu tenho aquele capítulo maravilhoso dos 200 anos da imprensa, com foco na imprensa carioca e paulista - o capítulo sem fim, parece que nunca vou acabá-lo. E depois vem o fatídico capítulo do bairrismo. Eu tenho que explicar algo inexplicável, que não existe em livros, em artigos, em lugar nenhum. Preciso explicar algo que sinto na pele, no sotaque, nas roupas, no meu jeito de ser diferente das pessoas que estão ao meu redor. Preciso explicar como é ser estrangeira em meu próprio País.

Preciso explicar o que não tem explicação. E me faltam palavras, mas me sobram exemplos. Tomara que a Antropologia me salve dessa.

Depois vamos caminhando para a diversão: as teorias do jornalismo, a cultura do medo, a imparcialidade, a ética, e todas aquelas coisas que eu adoro falar. E por último o estudo dos casos. São seis longos capítulos - pois é, por que eu sou uma das poucas que tenho que ter seis capítulos? - e estou muito ansiosa para acabá-los. Já fiz até a conclusão da monografia. Já fiz a dedicatória, os agradecimentos. Já acabei antes de acabar.

Às vezes é divertido, às vezes eu fico meio mal quando vejo que não escrevi o que tinha que ser escrito. Mas, de alguma forma, está servindo para as pessoas descobrirem que este preconceito idiota que tantos adoram se chama bairrismo. Um tema tão recorrente neste blog, tantas vezes narrado... e que ainda assim muita gente nunca entendeu do que realmente se tratava.


Janaina Pereira

terça-feira, setembro 09, 2008

Pra você


Se eu pudesse eu estaria cada vez mais presente
Mais perto
Mais forte
Mas eu não posso e talvez não queira
Talvez seja melhor assim
Vejo que o tempo vai nos afastando
E isso é para sempre
Eu queria ser criança de novo
Só um minuto
Aquele minuto em que você me pegou no colo
E me tinha em suas mãos
O minuto em que você sabia que podia me controlar
E agora não tem mais controle
Não tem mais como estarmos sempre juntas
Não tem mais nada que nos mantenha de pé
Apenas o fato que nunca vai mudar
Quando a gente escolheu voltar
Escolhemos esse caminho, esse destino
Eu só queria que você soubesse
Que a distância nunca nos separou
Mas era necessária para nos juntarmos novamente
E eu sinto tanto a sua falta...
E eu te amo mais do que tudo
E você sempre será a pessoa mais importante da minha vida
E como é difícil dizer
Eu te amo tanto
Mais que tudo
Mais que todos
Você é o único motivo que me faz existir
E eu nunca poderei ser como você
Porque não tenho esse dom
Porque jamais seria para alguém
A mãe que você é para mim.

Feliz aniversário, mãe.

Te amo muito.

Saudades sempre.

sábado, setembro 06, 2008

Questão de pele


Está o maior sol lá fora e eu sou obrigada a usar filtro solar 50. Agora sei o que o Michael Jackson fez para clarear a pele. Enquanto meus braços, pernas e tudo mais continuam morenos, minha cara está... branca. Pálida. Coloquei um batom que gritava na minha boca por causa da brancura da minha pele. Tudo culpa das sardas.

Resolvi, finalmente, fazer um tratamento de pele. Resolvi tirar as sardas, aquelas pintinhas charmosas mas que me incomodavam muito. Não, não nasci com elas. Faz uns 10 anos que surgiram, graças à sensibilidade da minha pele e ao excesso de sol. No verão deste ano eu me olhei no espelho e não me reconheci. Mal via meu nariz, só pintas, pintas e mais pintas. Esperei o verão passar, fui à dermatologista... e comecei o tratamento.

Três meses sem pegar sol, que tortura. Isso sem falar que, antes do tratamento começar, eu já não pegava sol fazia uns dois meses. Ou seja, já são quase seis meses sem praia. Quase enlouquecedor. Mas quando vi as pintas sumirem, fiquei radiante. Minha pele deixou de ser ressecada, ganhou uma oleosidade natural, ficou macia, limpa, sem cravos, espinhas, manchas e pintas!

O preço disso? Uma brancura sem fim. Estou pálida. E ainda tenho um mês de tortura pela frente. depois... tratamento para a pele voltar à cor normal. E mais tratamento para voltar a pegar sol.

As pintas voltarão, mas serão controladas. Eu nunca terei a pele livre delas, mas também não serei tomada por elas. Olho-me no espelho e nem parece eu. Sem sardas e sem cor.

E está o maior sol lá fora. Que tortura... saudades do mar.


Janaina Pereira

quinta-feira, setembro 04, 2008

Express yourself


Sim, eu vou ver a Madonna. Eu disse que eu ia, de qualquer jeito. Não, eu não fiquei na fila horas a fio. Não, eu não me estressei muito. Eu consegui meus ingressos - sim, no plural - de uma forma inusitada, inesperada. Talvez porque eu espere por este show há muito tempo.

Como eu consegui? Bem, qualquer hora dessas eu conto. Ou não. Como disse meu amigo André... eu não sei o que será da minha vida em dezembro. Eu só sei que eu vou ver a Madonna.


Janaina Pereira

segunda-feira, setembro 01, 2008

Decisões (in)sensatas


É muito difícil ser altruísta. Na verdade não sei se eu já tinha sido altruísta antes. Sempre fui muito fiel aos meus amigos, e muito solidária também. Mas acho que nunca abri mão de algo para beneficiar os outros da forma como faço agora.

Engraçado que o sentimento que me toma é de pirraça. Eu não vou fazer o que querem porque não me deixaram fazer como quero. Aí vêm aqueles sentimentos todos que eu detesto: piedade, pena e a humilde servil. Odeio gente subserviente. Gente insegura, que baixa a cabeça para tudo. Como eu sou muito persuasiva, quando não convenço alguém, me sinto mal. Porém, se a pessoa voltar atrás naquilo que já decidiu, será tarde demais. E também não gosto que se intimidem comigo. Imagina, eu posso estar certa, mas tem que me questionar. O que eu falo não é certo sempre, eu não sou dona da verdade. E tem gente que aceita sem questionar. Isso é horrível. Até porque eu nunca aceitei nada sem questionar.

Meu coração dói quando tomo determinadas atitudes, mas eu sei que preciso racionalizar as coisas. Eu assumo meus erros e defeitos. Eu não sou teimosa. Eu questiono as coisas, e isso é bem diferente de teimosia. Eu sei argumentar. E eu nunca questionei nada sem argumentos.

E de repente eu fui altruísta, eu abri mão de algo meu pelos outros. Porque eu sei – embora nem todo mundo perceba isso – que eu não sou o centro do universo, que a Terra não gira em torno de mim, e eu enxergo além do meu umbigo. Eu já estou em outro estágio, em outro nível, em outra dimensão. E eu já nem pertenço mais a esse mundo.


Janaina Pereira

This page is powered by Blogger. Isn't yours?