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segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Ao vencedor, o Oscar


Por mais que seja chata e careta, eu sempre acabo assistindo a festa do Oscar. Não que eu ache que o prêmio sirva de parâmetro para qualquer coisa – longe disso, uma Academia de Cinema que escolhe “Titanic” como melhor filme e que nunca deu a Chaplin e Hitchcock um prêmio, não pode ser levada a sério. Mas Oscar é Oscar e ponto final.

Este ano aconteceu o que poucas vezes eu vi nesta premiação: o duelo entre dois grandes diretores. Geralmente o Oscar se resume a colocar um só na disputa e olhe lá. Até que muita gente boa é premiada, mas não é todo dia que temos Clint Eastwood e Martin Scorcese duelando na categoria ‘melhor diretor’. Eu juro para vocês que achei que o Scorcese levava dessa vez. Não que “O Aviador” seja o melhor filme dele – eu não vi e nem vou ver, porque depois de “Titanic” eu não consigo mais assistir aos filmes do Leonardo di Caprio – mas achei que ele finalmente ganharia pelo conjunto da obra. E depois dessa, quando ele tinha o filme favorito nas mãos, acho que o Scorcese nunca mais deveria ir à festa do Oscar. Pelo jeito ele nunca vai ganhar. Mas confesso que fiquei muito feliz por Clint Eastwood ter ganho como diretor. Eu ainda não consegui ver “Menina de Ouro” (e já estou até preocupada com isso porque elogiam tanto o filme que temo me decepcionar) mas Clint é Clint e ponto final. Ele é um caso raro no cinema, um cara que levou a maturidade para as telas. E merecia ter ganho ano passado pelo maravilhoso “Sobre Meninos e Lobos”. Foi feita a justiça.

“O Aviador” ganhou nas categorias técnicas, o que era de se esperar de um filme épico como ele. Cate Blanchett levou sua estatueta para casa pela interpretação de Katherine Hepburn (a maior atriz de todos os tempos, na minha modéstia opinião, a primeira mulher a usar calça comprida na tela de cinema e um dos maiores ícones do século passado) no filme de Scorcese. Dizem que ela não merecia tanto, mas eu gosto da Cate Blanchett como atriz. Incrível mesmo foi a Globo ter começado a transmissão tarde, perdendo assim um dos melhores momentos da noite: a premiação merecidíssima de Morgan Freeman, um ator tão extraordinário que já virou uma lenda viva do cinema. Hillary Swank levou seu segundo Oscar, num ressurgimento das cinzas espetacular. Ela, que saiu do limbo para ganhar seu primeiro Oscar aos 25 anos pelo excelente “Meninos não choram”, passou cinco anos no ostracismo, fazendo filmes sem expressão (só me recordo dela neste período em “Insônia”, num papel insosso). Fadada a ser atriz de um filme só, eis que Eastwood lhe dá a chance de dar a volta por cima. Mas só posso dizer se ela foi merecedora ou não do prêmio depois que eu assistir ao filme. Até lá fica apenas um comentário, o de que ela derrotou novamente a Annette Bening. Entre os atores o prêmio foi para Jamie Foxx, favorito desde sempre pela interpretação mediúnica de Ray Charles em “Ray”. Nem preciso ver o filme para saber que ele é o próprio Ray Charles – só pelo thriller dá para notar isso.

Não posso deixar de comentar o Oscar de melhor roteiro original para Charlie Kaufman & cia. por “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”. Sem dúvida um dos prêmios mais justos da noite, para um filme que é inteligente e muito bem escrito. Já o roteiro adaptado para “Sideways” eu ainda não posso comentar porque não vi nem o filme, nem li o livro. Ainda sobre os prêmios mais importantes da noite, tivemos a única surpresa: o Oscar de melhor canção original para “Al outro lado del rio”, de Jorge Dexler, por “Diários de Motocicleta”. Impedido de cantar sua própria canção – que acabou sendo pessimamente interpretada por Antonio Banderas, com a guitarra de Santana ao fundo num cenário medonho – ele deu um tapa com luva de pelica na Academia de Hollywood ao subir ao palco para receber seu Oscar e cantar sua música à capela. Maneiríssimo.

De resto, vestidos maravilhosos, homens ousados – Prince e Jonhhy Deep que o digam – as piadinhas do Chris Rock (estreante na apresentação do Oscar) e aquela chatice de sempre. Ainda bem que teve o Sean Penn para reclamar sobre as piadas de mau gosto de Mr. Rock -Penn, anti-Oscar total, elogiou Jude Law, alvo de Rock. E melhor ainda que teve Clint Eastwood, 74 anos, ex-galã de western, hoje reverenciado como um dos maiores nomes do cinema, e que prova que envelhecer sem nunca deixar de aprender é o grande segredo. Clint é uma aula de “como envelherecer bem” em todos os sentidos. Os aplausos para ele são mais do que merecimento: são reconhecimento por uma vida inteira dedicada ao cinema. E vamos aplaudi-lo de pé porque este senhor merece.


Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

domingo, fevereiro 27, 2005

O mar como testemunha



O mar que dá a vida também pode tirá-la. Com esta metáfora contundente como pano de fundo, traçando uma emocionante história baseada em fatos reais, “Mar Adentro”, o sensível filme de Alejandro Amenábar (diretor do excelente “Os Outros”) é de deixar qualquer um com lágrimas nos olhos. Até eu, que não costumo chorar no cinema, fiquei profundamente comovida com a história de amor e morte desta produção espanhola repleta de delicadeza e sofrimento.

Ramón Sampedro (Javier Bardem, de “Carne Trêmula”, simplesmente espetacular e arrebatador) é um homem que luta desesperadamente na justiça para conseguir legalmente morrer. Preso a uma cama por mais de 27 anos, desde que um mergulho o deixou tetraplégico, Ramón convive com sua dor, tenta apagar o passado da memória e observa o mundo de uma única janela em seu quarto. Como não pode mover-se, ele necessita de outras pessoas para cometer o suicídio. E por não querer que ninguém seja acusado de crime, vai aos tribunais para conseguir o direito de morrer. Ramón conta com o apoio da cunhada, do sobrinho, da advogada e de uma ativista favorável à morte digna. Contra ele estão o irmão mais velho e uma de suas dezenas de fãs, que se recusam a aceitar a idéia de eutanásia. Neutro está seu pai, que sofre calado por ver o filho desejar desesperadamente a morte. Apesar de sua situação amarga, Ramón tem um olhar doce e um jeito carismático de ser, e aprendeu a sorrir ao invés de chorar quando está triste, o que o torna uma figura especial para todos, e irresistível para as mulheres. E no meio destes conflitos e emoções passamos mais de duas horas sem saber de que lado o amor ao próximo deve ficar.

Com atuação visceral de Javier Bardem – que aos 36 anos de idade interpreta um homem de mais de 50 que não move um músculo sequer, com profunda dedição e sutileza – e direção segura de Amenábar, além de um elenco coadjuvante afinado, “Mar Adentro” conseguiu fazer comigo o que somente três filmes até hoje fizeram: eu chorei no cinema. Mais do que isso: na metade do filme eu já me sentia envolvida e emocionada e ao final dele as lágrimas caíram lentamente pelo meu rosto (para matar a curiosidade, eu chorei também com “Sociedade dos Poetas Mortos”, “Cinema Paradiso” e “O Carteiro e O Poeta”).

Vale muito a pena conferir este filme sensível e humano, que discute com muita sobriedade o que devemos fazer na hora que alguém que amamos deseja partir desta vida por livre e espontânea vontade. Nunca tinha pensado na eutanásia, e de repente me senti mal ao descobrir que eu ajudaria alguém que amo a morrer, se esta fosse sua vontade. Porque afinal de contas, viver não é uma obrigação e morrer é um direito que nós temos.

“Mar Adentro” é um filme que jamais vai passar desapercebido. Sincero, profundo e avassalador, é o favorito ao Oscar de melhor filme estrangeiro – injustamente, Javier não concorre como ator. E vale lembrar que foi este filme que desbancou o ótimo “Má Educação”, do Almodóvar, como o candidato espanhol ao Oscar. E não é qualquer um que tira Almodóvar do páreo. Assista “Mar Adentro” com o coração e a alma preparados para encarar aquilo que mais tememos: o encontro inevitável com a nossa morte. Mas, além disso, o filme também é um relato de que viver é muito mais do simplesmente estar vivo. Longe de ser um manifesto a favor do suicídio ou de julgar os tetraplégicos, a história é uma ode à vida e ao respeito que devemos ter pelo ser humano, independente das suas condições. Talvez seja exatamente por este motivo que “Mar Adentro” transmita tanta dor e ao mesmo tempo tanta força, e atinja em cheio aos nossos corações.


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Guia astrológico das mocinhas



Como prometi, agora vou falar dos signos segundo a visão feminina da história. Tendo minhas amigas como exemplo, vou traçar um perfil astrológico com direito a infernos zodiacais. Vamos começar pelas arianas, minhas amigas do peito, como a Ana Paula, a Luiza, a Clau, a Ângela e a Re. Adoro pessoas de Áries e até hoje só tive uma ariana que atropelou meu caminho. Todas as outras sempre tiveram presença marcante. As mulheres de Áries são fortes, determinadas, dotadas de raro bom senso e muita energia. São muito queridas e companheiras, e compreendem a fúria solar leonina como ninguém. Mocinhas de touro são um caso à parte em minha vida. Acho que as pessoas de Touro, com um mundo tão próprio e particular, acabam criando uma diferença muito radical em relação a mim. Todas as taurinas que conheço têm um certo ar displicente, que parece loucura, mas é pura distração. Taí a Vivi que não me deixa mentir. As moças de Gêmeos são bacanas, cordiais e superdescoladas. Tem um dom único para fazer amizade, e vão até o fundo do poço de mãos dadas com a gente. Entre minhas queridas amigas geminianas estão a Sueli, a Simone e a Alê.

Apesar de todo mundo falar que Câncer é meu inferno astral, eu tenho boas amizades neste signo. Minha avó é canceriana e sempre tive uma relação maravilhosa com ela. De Câncer vem aquela amizade doce e sensível, com um jeito maternal de ser. Nesta galeria seleta estão a Ana e a Pati. E com toda a força do sol chegam minhas amadas amigas de Leão, todas lindas, corajosas, avassaladoras, impetuosas, apaixonadas e apaixonantes. Mulheres de grande coração como a Daniela, a Cynthia, a Juli, a Leila, a Adriana, a Evelyn e a Annie. Mulheres que fazem a diferença, sempre. Em relação as virginianas, tenho meus cuidados. Na adolescência, briguei com todas as minhas coleguinhas virginianas, um horror. Apesar de ter uma mãe virginiana – ou talvez, justamente por causa disso – sempre achei que neste signo só encontraria mulheres críticas, apegadas à casa e à família de um jeito obcessivo. O tempo foi passando e eu hoje tenho grandes amigas de Virgem, mulheres de muita fibra e extremamente solidárias. Não posso negar que me rendi ao jeito acolhedor delas. Entre as virginianas que eu admiro estão a Giovanna, a Lu, a Chris e a Carmen.

E agora chegou a hora de falar das minhas amigas mais fofas, as librianas. Eu adoro essas meninas curiosas, delicadas e cheias de carisma. É de libra que vem a Cida, minha fiel amiga, aquela que nunca me abandonou. Librianas também são as maravilhosas Nilda, Isaura, Ana Paula e Kelly. Seguimos para as sagitarianas, espertas, iluminadas e cheias de graça e beleza. Luísa, Regina e Vera estão aí para confirmar o que eu digo. Depois temos as espevitadas escorpianas, mulheres de estilo e personalidades marcantes. É de escorpião a minha amiga separada pela distância, mas jamais pelo coração: Danielle, a minha querida Dani. E escorpiana também são a Linda e a Parvati, representando com força este signo implacável. Entre as capricornianas estão minha prima mais querida, a Nia, e outras moças que adoro, como a Cíntia, a Lúcia, a Juliana e a Gabi. Todas são talentosas, inteligentes e dotadas de um senso de leveza e humor que inspira qualquer um. Já as meninas de Aquário são um misto de delicadeza e mistério, como a Sil, a Paty, a Vany e a minha prima Lenira. Sonhadoras, mas arrojadas, românticas, mas determinadas, avoadas, mas incapazes de abandonar os amigos. Essas mocinhas são um caso sério, um caso explícito de amizade e respeito. E finalmente chegamos as aparentemente tranqüilas piscianas. Meninas que ousam, que agitam, que conseguem o que querem. Elas vão à luta e estão sempre por perto na hora que eu mais preciso. De Peixes vem a minha comadre Priscila, a minha amigona Si e a doce Lelê. Mocinhas adoráveis, com sensibilidade à flor da pele.

Então aí está: minhas amigas, de acordo com meu ponto de vista astrológico. Cada uma com seu jeito de ser e todas com alguma característica marcante do seu signo. Mas claro que só falei de astrologia com meu conhecimento raso sobre o assunto, procurando mostrar aquilo que chama mais a atenção em cada pessoa. Eu, por exemplo, admito: sou leonina nata, com tudo o que o meu signo tem direito. Inclusive a juba.



Janaina Pereira
Redatora
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terça-feira, fevereiro 22, 2005

O zodíaco dos mocinhos



Já que o texto sobre leoninos fez tanto sucesso, vou falar um pouco sobre minha visão dos outros signos, analisando a partir do comportamento dos meus amigos e amigas. Primeiro, vou falar dos mocinhos. Os arianos foram, disparados, os melhores relacionamentos que tive e continuam sendo grandes amigos. São moços com espírito de criança, bons companheiros, de grande coração e que divertem. Estão na minha lista de arianos queridos o Pedro, o Rafa, o Roberto, o André e o Fabinho. Meninos de touro são um caso sério. Tive um chefe de touro e não deu muito certo. Namorado então, nem pensar. Mas tem o Erlon, o taurino mais amado do planeta. E o Beto, outro taurino que eu adoro. Isso sem falar no Alê, outro querido. Então amigos de touro são realmente super do bem. Os homens de gêmeos sempre foram muito especiais para mim. Eles têm aquele jeito meio doce, meio azedo, que combina com uma nativa de fogo, como eu. Meu pai era geminiano e a gente sempre se deu muito bem. Meu compadre Marcelo também é de gêmeos e temos um ótimo relacionamento. E tem o Sílvio, claro, um fofo. Já os cancerianos, meu inferno astral, são extremamente dóceis ... quando querem, lógico. Mas são bons amigos, ótimo papo e de excelente astral. Estão aí o Djou, o Cillas, o Paulão, o Leo e o Junior que não me deixam mentir. Entre os velhos (Jorge, Bruno, Zé Luis) e novos (Vamberto, Clauber, Diego, Fê e Evandro) amigos leoninos, posso dizer que está a maior concentração de gente boa da história da humanidade. Só tem gente iluminada e especial – como todo bom leonino, claro.

E os virginianos ? Ih, são um caso à parte. Eu sou o inferno astral deles. Alguns ex-namorados devem explicar melhor essa relação de amor e ódio que exercemos uns pelos outros. Mas sobraram alguns virginianos para contar a história ... o Giovanne e o Luki, por exemplo. E tem o David, o mais amigo e amado virginiano da minha vida. Além do Tony, outro virginiano adorável. Acho que deixando de lado aquele lado crítico que todo nativo de Virgem tem, a gente até consegue se dar bem. Já os librianos, apesar de eternamente indecisos, são amigos leais, companheiros fiéis e uma ótima companhia. Talvez sejam, após os signos de fogo, aqueles com quem tenho melhor relacionamento. Conheço gente maravilhosa de Libra, como o Miguel e o Renato. Escorpião é um signo tenso e intenso. Acho que minha relação com eles é tão particular que jamais vou expor. Vocês vão ficar na curiosidade ... mas tudo bem, tem meu amigo Daniel para mudar minha opinião sobre os moços deste signo, que inspira força, sedução e muita teimosia.

E que venham meus amados e idolatrados sagitarianos ! Amo cada um deles com muita intensidade. Eles são engraçados, sinceros, extremamente cavalheiros, doces e cheios de gentilezas. Uns amores, realmente. Meus queridos nativos de Sagitário são: Guto, Paulo, Beto e Roque - cada um deles vale por mil. Entre os capricornianos que conheço, posso destacar aquele jeito pé no chão que só eles têm e um olhar bem particular para a vida. Moços da melhor qualidade como o Zé, o Dani, o Rossatto e o Tico. Meu completo zodiacal, os aquarianos são mesmo de rara sensibilidade. E aí estão o Vinícius e Marcinho, dois grandes moços de aquário. E por último temos os piscianos, estes meninos que são tão amigos, tão cheios de bossa e estão sempre por perto quando precisamos deles. Marco, Lúcio, César e Mauro são os garotos de peixe que moram no meu coração.


É claro que já me decepcionei com metade do zodíaco, mas a vida é assim: a maioria das pessoas passam, algumas ficam. E as que ficam, ganham presença num texto como esse. Eu mesma já dei uma olhada em textos antigos e vejo que algumas pessoas estão sempre presentes ... e fico feliz ao perceber que tem tanta gente boa que me acompanha pela louca caminhada da vida. E não importa de que signo elas são: o que importa é que todas moram no meu coração e fazem parte da minha vida de um jeitinho especial e único.


P.S.: Aguardem o texto sobre a versão feminina do zodíaco, com a análise das minhas amigas.



Janaina Pereira
Redatora
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segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Ligue para eliminar a Janaina



(para ler ouvindo “Ilegal, imoral ou engorda”, do Roberto Carlos.)



Eu sempre fico pensando, a cada nova edição do Big Brother, como seria meu comportamento se eu participasse daquela loucura (sim, eu vejo o BBB e não nego, atire a primeira pedra quem nunca viu). Eu tenho certeza que iria fácil ao paredão. Sou muito chata, detesto casa desarrumada, louça na pia e roupa suja no tanque. Tenho verdadeiro horror de acordar com barulho, não gosto de cozinhar mas me viro bem no fogão. Agora imagina eu cozinhando para aquela galera toda ? Vendo as musas da Playboy exibirem seus corpinhos na piscina enquanto eu estou ralando para pôr a casa em ordem ? Nem morta. Eu ia estressar e de cara, me colocariam no paredão.

Mas, depois de estar emparedada, será que o público me eliminava? Eu sou carismática, modéstia à parte, e também tenho um gênio forte. Isso faria com que eu participasse de algumas confusões. Adoro estratégias mas não ia escancarar meus complôs. Primeiro observaria as pessoas para depois escolher a quem me aliar. Acho que o público ia gostar de mim. Eu sou bem mais dócil que o Jean do BB3, que não tinha carisma o suficiente para derrubar o Dhomini, apesar da sua estratégia coerente. Eu jamais faria parte dos Superpobrinhos do BB4, que usaram de uma estratégia sem fundamento para sobreviver na casa – e foram eliminados sem perdão. E eu nunca me aliaria aos Gigantes do atual BBB, porque ali, além da falta de bom senso, os caras foram idiotas ao armarem com ferro e fogo para cima daquele povo cheio de personalidade. Na boa, eu até achava a Pink chata no começo, hoje me divirto com ela. Pelo menos ela é autêntica, coisa que as outras mulheres da casa não são. E a miss gostosona é do tipo mocinha do interior, e esbanja carisma. Além do Jean, que é inteligente, assumido e muito bem resolvido. Torço por ele mas acho que a Pink leva essa.

Olhando aquelas pessoas, que estão confinadas dentro de uma casa sendo observadas e controladas, dá uma sensação de angústia. Não conseguiria ficar muito tempo na clausura mas acho que cada um faz o que quer pelo seu milhão de reais. E quem não consegue o prêmio, posa nu que está tudo resolvido.

Então, eu estou no paredão mas acho que sobrevivo algumas semanas porque o povo está comigo. Vão tentar me eliminar e não conseguirão, e com isso eu vou voltar cada vez mais forte. E ainda vou sair da casa bronzeada. Fala sério, esse Big Brother é um grande spa com encrencas para todos os lados. Mas garante aos seus desconhecidos participantes os ilustres quinze minutos de fama.



Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Since I Don´t Have You


I don't have plans and schemes,
And I don't have hopes and dreams.
I don't have anything,
Since I don't have you.
And I don't have fond desires,
and I don't have happy hours.
I don't have anything,
Since I don't have you.
Happiness, and I guess,
I never will again.
When you walked out on me,
In walked ol' misery,
And he's been here since then.
Yeah, we're fucked!
I don't have love to share,
And I don't have one who cares.
I don't have anything,
Since I don't have you.




Desde Que Não Tenho Você


Eu não tenho planos nem projetos,
E eu não tenho esperanças nem sonhos.
E eu não tenho nada,
Desde que não tenho você.
E eu não tenho desejos tolos,
E eu não tenho horas felizes.
Eu não tenho nada,
Desde que não tenho você.
Felicidade, e eu acho,
Eu nunca terei novamente.
Quando você saiu de mim,
Entrou toda a tristeza,
E ela esteve aqui desde então
Sim, estamos fodidos!
Eu não tenho amor para compartilhar,
E eu não tenho alguém que se importe.
Eu não tenho nada,
Desde que não tenho você.


versão do Guns and Roses




Janaina Pereira
Redatora

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Reticências

(para ler ouvindo “ Since I don´t have you”, versão do Guns ´n Roses)



Acho que hoje sou só o pó. Depois de um final de semana cansativo, com mil coisas para resolver e ainda uma infecção alimentar para me derrubar, resolvi iniciar a semana com todo gás. E quando o tio não vem, sobra sempre pra mim. Tudo bem, não reclamo. Mas acho que estava fora de combate, só isso. Ontem era para ser o primeiro dia do resto de dias felizes mas não foi tão feliz assim ... acho que soa estranho, fora do tempo talvez. Ou quem sabe seja só a amargura das minhas incertezas.

Hoje estou tentando disfarçar minha tristeza. Não que eu esteja mal, mas também não estou bem. Não que esteja pela metade, mas também não sou inteira. Não que eu esteja só, mas também não estou acompanhada. Não que eu não queira, mas eu também não posso ter.

Acho que toda dúvida tem uma resposta oculta que a gente não quer acreditar nela. E toda vez que eu acho que vai dar certo, eu me engano. Eu sei que sempre tem um buraco a ser preenchido na minha vida, e normalmente ele fica bem junto ao coração. Mas pela primeira vez eu achei que o Universo conspirava totalmente a meu favor. E acho que me enganei.

Sei lá, tem coisas que não precisam ser ditas, a gente sente. Tem coisas que ficam mais fáceis quando olhamos no olho e enxugamos as lágrimas juntos. Faz parte da vida as perdas mas acho que ganhar também é importante. E eu nunca ganho. Ou, de repente, eu não sei jogar.


Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

O segundo elemento


Estavam todos lá novamente
O céu de estrelas
A caminhada na praia
O mar que beija a areia
O papo furado
O segredo guardado
O olhar esquecido
O sorriso profundo
No fundo
Eu vi
Eu senti
Eu entendi
Eu deixei
Eu mudei
Eu aceitei
Eu não sei
Não adianta mudar
Está escrito
E tudo que tem que ser, é
E tudo será como tem que ser.



Janaina Pereira
Redatora
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janaredatora@hotmail.com

sábado, fevereiro 12, 2005

Responda


Se eu pudesse dizer, eu diria
Se eu pudesse fazer, eu faria
Se eu pudesse fugir, eu iria
Com alguém, sem ninguém, para longe, para perto
Mas eu iria
Eu podia desistir, mas eu fui
Eu podia entender, mas eu cansei
Eu podia mudar, mas eu fingi
Eu podia sonhar, mas eu chorei
As respostas são mudas, tudo muda, quem não muda ?
E quando o sol me seguiu, eu achei
E quando o mar se aquietou, eu aceitei
E quando a estrada ficou vazia, eu chorei
De saudades do que tive
De saudades do que vivi
De saudades de mim
De saudades de ti
Só saudades
Sem saudades
Para que saudar ?
Agradeci pelos dias
Pelas noites e tardes
Pela amizade
Pela cor, pela vida, pela alegria
Mas o que resta, angustia
Esperança ?
Lembrança?
Silêncio ?
Quem vai, quem fica, quem chora, quem ri, quem muda, quem luta, quem chama, quem cala, quem ouve, quem torce, quem sofre, quem parte, quem chega, quem espera, quem cansa, quem quer, quem dança, quem sente, quem mente, quem faz, quem foge, quem engana, se engana, me engana, me ama.


Janaina Pereira
Redatora
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janaredatora@hotmail.com

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Eu amo Ubatuba


Estréia no litoral
Curvas silenciosas
Chuva na estrada
Sorrisos generosos
Carrinho de supermercado
Água de coco
Cervejas na geladeira
Olhar profundo
Temporal na varanda
Canastra
Passeios e fotos
Pés na areia
Estrelas no céu
As Três Marias
Cruzeiro do Sul
Segredos na beliche
Cinderela e Bela Adormecida
Sol brilhante
Ski banana
Cuscuz de carne seca
Cheesburguer
Tortas salgadas
Mojito
Caipirinha
Playstation
Palavras cruzadas
Dias intensos
Lindas tardes
Grandes noites
Diversão e aventura
Lágrimas antecipadas
Lembranças guardadas
Coração dilacerado
Esperanças redobradas
Saudades avassaladoras
E o mar por testemunha.



Janaina Pereira
Redatora
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janaredatora@hotmail.com

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Quatro vezes eu


(para ler ouvindo “Aquele Abraço”, do Gilberto Gil.)



Meu aniversário chegou. Sim, eu já contei pra vocês, eu faço aniversário três vezes por ano: no dia de Iemanjá – 2 de fevereiro -, no dia que nasci – 14 de agosto – e no dia que vim para São Paulo – 4 de fevereiro. Tá certo que eu só cheguei aqui na madrugada do dia 5. Mas eu deixei o Rio na noite do dia 4 e esta é uma data muito especial para mim.

Estava lendo o texto do ano passado (curiosos, leiam o texto "Tricampeã" de 5 de fevereiro de 2004) e eu fiquei absolutamente comovida com o que escrevi. Ainda é muito forte lembrar das batalhas diárias pela sobrevivência quando cheguei. De como era difícil abrir mão de tantas coisas porcausa de um objetivo de vida. O pior de tudo sempre foi estar sozinha e perdida aqui. Ser mal tratada, humilhada, questionada, amordaçada, calada abruptamente sem dó nem piedade. Quantas rasteiras, quanta gente que passou pela minha vida só para me testar. E eu sobrevivi a todas elas. Sobrevivi a todas as pedras que me atiraram, a todas as amarguras, a todas as incertezas.

Eu nunca comemorei minha vinda para São Paulo. Mas eu nunca deixo de lembrar dessa data. Eu lembro da sensação que tive ao chegar aqui, numa madrugada fria, e olhar a avenida Doutor Arnaldo, ao descer do metrô Clínicas, com uma sensação de vitória absoluta. Eu lembro do sentimento que tive, após três meses rodando pasta aqui, quando consegui minha primeira oportunidade. Lembro que eu liguei para minha amiga Cida no Rio e disse: “Eu consegui entrar no mercado. Eu consegui entrar em São Paulo.” E xinguei um palavrão, claro. Lembro quando no ano passado eu engoli as falsidades daqueles em quem eu confiei e entreguei nas mãos de Deus a minha vida. E em troca eu recebi a força que me tirou do limbo rumo à luz.

Eu nunca vou desistir, nunca vou deixar de acreditar e nunca vou deixar de viver a minha vida com a intensidade que ela merece. Eu escolhi estar aqui e tenho muito orgulho da minha trajetória. Não me corrompi, não cedi, não mudei meu caráter nem minha personalidade. Eu amadureci, emagreci, ganhei cabelos brancos mas continuei com o mesmo olhar determinado para a vida. Eu não ganhei Cannes, eu não tenho um carro zero, eu não viajei pelo mundo e não comprei uma cobertura na Lagoa. Mas eu sai do Méier para viver a minha vida da forma mais iluminada possível. E apesar de tudo e contra a vontade de todos, eu consegui.

Eu não sou melhor do que você que está lendo este texto. Talvez você me ache legal, talvez me admire, talvez me ache uma idiota, talvez queira apenas matar sua curiosidade sobre a minha vida. Mas se você acha que eu sou forte, corajosa e determinada, eu só tenho uma coisa a dizer: pare de pensar e faça. Não existe medo, nem ansiedade, nem desespero, nem crítica que faça alguém abandonar seus ideais. O mundo precisa de gente que revolucione, que grite, que ouse. Você quer morar sozinho mas não abre mão da cerveja no fim de semana – daí não consegue juntar dinheiro para seu aluguel e continua morando com seus pais ??!! Isso é um problema seu, que é covarde e não quer mudar. Porque se você quiser, você muda. Para isso terá que abrir mão de alguma coisa. A vida é assim mesmo, feita de escolhas. Faça a opção pela sua vidinha mediana e você será sempre o que é hoje. Arrisque e dê a cara pra bater que tudo começa amudar.

Eu abri mão de uma vida confortável com minha mãe, com casa própria, comida pronta ao chegar do trabalho, viagens fins de semana, dinheiro só para fazer o que eu queria. Troquei uma vida tranqüila de uma família classe média do bairro suburbano do Rio de Janeiro por um quarto sem TV em São Paulo. Por momentos em que eu não podia nem comprar casquinha de baunilha do McDonald´s. Por várias noites em que eu ia dormir cedo porque não tinha o que fazer nem com quem falar. Por uma cama de hospital, quando doente, sozinha e sem plano de saúde, precisei me cuidar. Foram estes momentos de intensa solidão, agonia e tristeza que me tornaram a pessoa que sou hoje. Alguém que valoriza cada centavo que tem, cada momento de alegria, cada cerveja com os amigos, cada viagem ao Rio, cada almoço com antigos colegas de trabalho, cada telefonema que vem de longe, cada abraço que vem de perto.

Pois é, olha eu aqui na Paulicéia com meu sotaque inconfundível. Porque o Rio de Janeiro continua lindo e eu continuo sendo. E agora que já deixei de engatinhar e estou caminhando em Sampa, completando orgulhosamente quatro anos de vida aqui, só tenho uma coisa a dizer – na verdade é uma pergunta que muito me intriga: ah, São Paulo, o que seria de mim sem você ?


P.S.: uma versão deste texto está no site Trampolim - www.trampolim.art.br


Janaina Pereira
Redatora
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quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Hoje é dia de Janaina


Acho que já escrevi sobre isso mas não custa nada lembrar: hoje me vesti de azul e branco em homenagem a Iemanjá. Rimou, mas não era essa a intenção. Iemanjá, minha preciosa rainha, aquela que abençoa o mar, é saudada hoje de norte a sul do país. Para ela dedico as flores, o perfume, os badulaques e minha vaidade de hoje e sempre. O dia de hoje para mim exige disciplina e respeito e eu não sinto tanto estar longe do mar. Porque o mar nunca deixou de estar perto de mim, de alguma forma.

Iemanjá, que protege a todos que reverenciam suas ondas, é a mais bela dentre todos os orixás. Forte e delicada, protetora e desafiadora, ela é feminina e cheia de significados. E eu posso dizer que tenho muito orgulho de me chamar Janaina como ela.

Aí vai a música que homenageia Iemanjá, onde ela é chamada por todos os seus nomes. Incluindo o meu.


Lenda das Sereias


Oguntê, Marabô
Caiala, e Sobá
Oloxum, Ynaê
Janaina e, Yemanjá

O mar misterioso mar
Que vem do horizonte
É o berço das sereias
Lendário e fascinante

Olha o canto da sereia
lalaó, oquê, ialoá
Em noite de lua cheia
Ouço a sereia cantar
E o luar sorrindo
Então se encanta
Com a doce melodia
Os madrigais vão despertar
Ela mora no mar
Ela brinca na areia
No balanço das ondas
A paz ela semeia
E quem é?

Oguntê, Marabô
Caiala, e Sobá
Oloxum, Ynaê
Janaina, e Yemanjá
São rainhas do mar !

P.S.: Ops ! A sereia sou eu.


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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terça-feira, fevereiro 01, 2005

A vida é cheia de som, ação e fúria


(para ler ouvindo “A Estrada”, do Cidade Negra.)


O sábado que passou pode ter sido igual a todos os outros para a maioria das pessoas. Para mim era um sábado especial, cheio de significado. Entrar numa sala de aula parecia uma volta ao tempo que eu jamais imaginei que um dia aconteceria de novo. Eu nunca entrei num jogo para simplesmente disputá-lo. Eu precisava entrar nele com toda a força que sempre moveu minha vida.

Era um sonho acalentado durante anos e silenciado ao longo do tempo. Aos poucos a chama foi se reascendendo até que eu decidi que 2005 seria um ano protagonizado por mim mesma. Nada nem ninguém pode ter mais importância na minha vida do que eu mesma. E já que todo Universo conspira a meu favor, eis que resolvi pagar – e caro – para ver.

Depois da longa tarde de sábado seguiram-se dois dias de ansiedade. E ontem à noite, após algum suspense, eu finalmente pude ter a sensação de que a vida jamais foi um injusta comigo. E sim, tudo acontece quando tem que ser. Virei caloura.

Então eu terei direito a dias e noites de sacrifícios, limitações e muita correria. Tudo isso cercado da sublime felicidade de fazer o que eu quero, com a maturidade que a vida me deu. A hora é mesmo agora.

Na semana em que eu completo quatro anos de sobrevivência em São Paulo, só posso dizer uma coisa: ninguém nunca vai saber o quanto eu caminhei para chegar até aqui. Mas o meu caminho, realmente, só meu Pai pode mudar. Eu nunca imaginei que iria tão longe. E acho que finalmente o passado está ficando no passado e eu estou seguindo adiante sem olhar para trás.

Agora vocês vão saber o que é conviver com uma CDF. Alguém tão visceral que leva tudo à sério mas que ainda assim se diverte. Afinal, eu creio na força, na fé, na vontade, na ação e na fúria dos acontecimentos que movem o mundo. Acho que nem minha mãe consegue ter idéia do quanto este momento significa para mim. E é bom demais saber que aos trinta anos de idade eu tenho cada vez mais razões para acreditar que, o que importa mesmo nesta vida, é nunca, jamais, em hipótese alguma, desistir.



P.S.: Gostaria de agradecer as pessoas que foram fundamentais na minha decisão de voltar às aulas: David, que me apoiou incondicionalmente e foi a pessoa fundamental na minha escolha; Lelê, que também me incentivou muito e acompanhou a angústia da decisão; Denise, cuja conversa em novembro de 2004 foi fundamental para que eu acreditasse que a hora de voltar aos estudos era agora; Ana e Clauber, pelo apoio e compreensão; Álvaro, que me convenceu que letras não era tão desafiadora para mim e ao André, por acreditar verdadeiramente no meu talento e potencial. Muito obrigada a todos e espero, sinceramente, que de alguma forma vocês estejam presente nos próximos anos dessa minha louca jornada.




Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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