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sábado, junho 30, 2007

Pé na bunda


Apesar do silicone estar na moda, a bunda ainda é a preferência nacional. Os homens gostam, é inegável, mas as mullheres também. Dificilmente vemos bundas masculinas bonitas, mas quando uma aparece, de fato, chama a atenção.

Este assunto dá pano para a manga. Aliás, bunda é como opinião: cada um tem a sua. Mas tem umas bundas que chegam antes do corpo das pessoas. São tão grandes que não cabem na calça jeans, mas ainda assim a mulherada insiste em apertar a bateria naquela calça da Gang. Só que não dá para dançar funk, porque se colocar a mão no joelho, rasga a calça.

As bundas grandes, os famosos bundões, atrapalham a vida da gente. No metrô, no ônibus lotado, no elevador e naquele caixa eletrônico de rua, onde você quer entrar, e o bundão não deixa. Um sufoco. Essas bundas não podem sair de casa, tem que ficar quietinhas na frente do sofá.

Mas tem gente que não cuida da sua própria bunda e fica de olho na alheia. A pessoa fala dos outros, apronta sem pudor, faz uma mistura avantajada de seios expostos com bunda esprimida na calça justa, e ainda assim, tem tempo de cuidar da bunda que está lá, sentadinha na cadeira. É falta do que fazer mesmo! Por isso essa pessoa, que é uma verdadeira bundona, rebola sua bunda gigante de lá para cá, buscando espaço pelos corredores da vida, fazendo de tudo para aparecer, já que falta cérebro, mas sobra bunda!

A verdade é uma só: não há espaço para todas as bundas no mundo! Pessoas com cara de bunda, bundões e bundudas, gente desbundada, bundas infestadas de celulites e estrias, bundas amassadas em lingerie fio-dental – visíveis naquelas calças fuseaus totalmente demodé – ou bundas flácidas, caiam fora!!! Um desbunde de gente com essas bundas toscas só pode fazer mal para uma nação que vive levando pé... na bunda!

Taí, pé na bunda. Todo mundo um dia tomou. Mas imagina dar o pé numa bunda tão grande que o coitado - do pé – acaba chafurgando nas pelancas ... já pensou?

Acho que cada um deve cuidar de sua bunda, saber por onde ela anda, olhar para ela e se dar conta que ela é sua e de mais ninguém. E deixa a bunda do vizinho em paz, porque a sua já está de bom tamanho!


Janaina Pereira

quinta-feira, junho 28, 2007

Pernas, para que te quero


Adoro minissaia. No Rio eu usava mais, afinal, lá é mais calor. Aqui em São Paulo eu uso bem menos, e não entendo porque as paulistanas não usam. Acho que todo mundo tem que botar a perna de fora!

Entendo que muitas mulheres lutam contra a balança e por isso se escondem em calça jeans. Ser gordinha não deve ser fácil. Eu sempre fui magrela, aliás, sou magra de ruim, pois como bastante. Sou privilegiada: comer tanto e não engordar é para poucos! Mas acho que até as gordinhas - ou mulheres acima do peso - para ser politicamente correta, têm que colocar o pernão de fora! Qual é o problema? Vergonha? Imagina, toda mulher merece um dia de minissaia na vida. Só assim ela tem o prazer de olhar para sua próprias pernas ao invés de ficar olhando as pernas alheias!

Acho que todo mundo deve assumir seu corpo. Vamos parar de falar da moça que colocou saia curta! Assuma seu pneu, sua barriga, seus quilinhos a mais!!! Se você quebrou a última balança que pesou,e se o excesso de gordura te incomoda, então faça uma dieta. Mas se ser gordinha te faz feliz, então vá a luta!!! Mostre esse corpinho, querida - ou melhor, corpão né? Nada de usar calças arrochadas, batinhas que só aumentam seu volume, blusas largas e esvoaçantes que só fazem você parecer ser maior que é.

Seja fashion. Seja ousada. Você é sexy, então assuma seu corpão e bola para frente. Deixa o corpinho dos outros e balança essas gordurinhas para ser feliz.


Janaina Pereira

terça-feira, junho 26, 2007

Fãs


Hoje recebi um email do blogspot informando que meu blog está entre os cem mais lidos do Brasil. Achei isso muito bacana, mas o que me deixou mais feliz foi saber que todas as pessoas que entram aqui fazem questão de deixar um recadinho. Fiquei pensando:como esse povo perde tempo comigo! Mas talvez minhas palavras sirvam, de alguma forma, para ajudar... ou para atrapalhar... bem, para algo serve, senão o pessoal não continuaria visitando o blog.

Mas tem sempre alguém tímido que se recusa a assinar suas opiniões. Tolinhos! Sempre há um bom amigo hacker que pode descobrir o IP alheio!!! E para que tanta timidez? Se a pessoa se interessa tanto pelo que penso e pelo que escrevo, se tem o trabalho de entrar aqui para extravazar suas opiniões sobre meus textos, porque não assinar? Se bem que nem precisa, o IP já está devidamente catalogado e os anônimos, ah, os anônimos virtuais estão todos identificados!

Claro que nem todos concordam com o que escrevo. E acho isso ótimo, porque toda unanimidade é burra, já dizia Nelson Rodrigues. Mas acho incrível que as pessoas leiam meus textos e destilem seu veneno também! É para isso que serve este blog: para todos expressarem suas opiniões.

O mais legal é que antes de ler a assinatura - ou a ausência dela - nas opiniões deixadas aqui, eu sempre consigo identificar quem escreveu. Porque cada um tem um jeito muito particular de escrever, de falar bem ou mal do outro, de meter o dedo na ferida ou simplesmente desabafar.

Obrigada a todos pelo carinho. Aos fãs que fazem desse blog um tremendo sucesso, meus aplausos. E aos anônimos que adoram passar por aqui e deixar suas palavras de incentivo, um beijo bem carinhoso nesses coraçõezinhos que se preocupam tanto comigo, que deixam de cuidar de suas vidas... só para prestar atenção na minha.


Janaina Pereira

domingo, junho 24, 2007

Negócios da educação


Quando eu escolhi estudar na Uninove, não foi, obviamente, pelo padrão da faculdade, e sim pela mensalidade mais barata. Tinha um grande amigo estudando lá, e achei que valia a pena arriscar. Mas desde o meu primeiro dia de aula eu percebi que teria problemas. A Uninove se mostrou um grande shopping center, um poço de vaidades, de alunos medíocres e um grande negócio envolvendo um bem maior, que é a educação.

A faculdade não dá nenhum suporte ao aluno. Falta laboratório, falta estrutura, falta grade, falta competência. Sobra arrogância, problemas com a secretaria e o financeiro e assédio moral. O nível intelectual dos alunos é ínfimo, e alguns professores até tentam, mas nem sempre conseguem fazer da sala de aula um ambiente agradável.

Atualmente, no mundo dos negócios da educação, você não passa de um número. Não interessa se é bom aluno, tem competência e se garante: você é tratado igual aos alunos que colam, negociam provas descaradamente e fazem qualquer coisa em busca da nota. O importante é passar de semestre, a todo custo, se auto-denominar jornalista, advogado, enfermeiro, publicitário ou o que quer que seja. Aí vem alguém com o papo – furado – de que o mercado seleciona. Grande mentira! Os medíocres se formam e conseguem emprego, entram no mercado e sobrevivem.

Um dos clássicos dos estudantes de jornalismo é o plágio. Sim, eles fazem isso com a maior cara de pau. Alguns professores descobrem e tomam atitudes, outros, fingem que não estão entendendo. Mas tudo acaba na mesma: o aluno passa, e na Uninove passa fácil, com a famosa média global. Então para que eu vou tirar 10 se o fulano tira 2 e passa? Ah, para ter um bom histórico e conseguir um bom emprego. Jura? Que piada. Para a Uninove, o aluno que tira 10 é igual ao que tira zero, tem os mesmos direitos. Na verdade, o que tira 10 é um pouco pior: é invejado, discriminado, ameaçado e amaldiçoado. E a faculdade faz vista grossa quando ele acusa o assédio moral.

Eu já me conformei que estou comprando meu diploma. Porque é isso que está acontecendo, o ensino não passa de uma mercadoria. É a coisificação do homem: eu não sirvo para nada, e a educação que deveria fazer a diferença em minha vida, é um artigo de luxo.

Acho que todas as faculdades são assim, algumas piores que as outras. No caso da Uninove, o que irrita é que a qualidade humana é péssima, e as pessoas se acham. E se há uma coisa que me irrita é gente medíocre que não sabe nem falar e acredita que é um puta jornalista.

Então tá. É por isso que esse país nunca vai dar certo. Porque se a educação virou um negócio e a saúde não existe, nunca vamos conseguir chegar a lugar nenhum. E já não há mais aeroporto para fugir. É o fim do caminho.


Janaina Pereira

sábado, junho 23, 2007

Morte anunciada


Já presenciei duas tentativas de suicídio. Não é fácil passar por essas dores. Ver alguém que você gosta preferir a morte do que a sua companhia é uma dor sem tamanho, mas penso que Deus acaba, de alguma forma, dando conforto a essas almas que sofrem.

Sempre achei o suicídio uma covardia, mas talvez seja um ato de coragem. Abrir mão da vida é o ápice de quem está, de fato, passando por muitas dores. É muito sofrimento para um corpo e um coração agüentar, e o suicídio é reflexo dessa angústia insuportável, da falta de perspectiva, do universo em desencanto.

A morte é um recomeço. Mas o suicídio é o prelúdio do fim.


Janaina Pereira

quinta-feira, junho 21, 2007

Pílulas


Blog: todo mundo tem um. Ou pensa ter. Rola umas coisas toscas pela internet, pequenos diários de como a vida pode ser tediosa. É nessas horas que a gente vê que o ser humano está cada vez mais vazio. E que cada um tem o blog que merece.

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É muito estranho ver tudo que construímos escorrer pelo ralo. Assim, sem o menor esforço. As pessoas não se importam mesmo com os outros e na hora que mais se precisa... tem sempre alguém roendo a corda.

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Detesto gente omissa. Aquele tipo de pessoa que na hora H fica em cima do muro. Que volta e meia alardeia que é petista, mas é mais PSDB que qualquer tucano. Eu não sou pseudo-idealista, eu dou a cara para bater mesmo. E já apanhei muito, mas continuo lutando.

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A exposição do Darwin no Masp é maneira. Pena que os seguranças dificultam tanto o trabalho dos jornalistas.

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Quando eu crescer eu quero ser criança. Porque ser adulto é, definitivamente, um pé no saco.


Janaina Pereira

terça-feira, junho 19, 2007

Relaxa e goza



Eu sempre achei que a melhor saída para o Brasil era o aeroporto. Só que agora nem dá mais para sair de avião: o tráfico – sim, é tráfico mesmo – aéreo nos impede de sumir desse país.

Não acho que o Brasil vai dar certo algum dia, porque para mim o país já nasceu errado. Já começou na nossa descoberta que não existiu, já que não se descobre algo que nunca esteve perdido. Falamos uma língua que nos leva do nada a lugar nenhum, temos diferenças sociais e racias gritantes e ainda aturamos o proletariado chegando ao poder e fazendo exatamente a mesma coisa que os burgueses. Ou seja, são todos farinha do mesmo saco furado.

Um problema no banco pode ferrar minha vida, e você certamente já teve um problema com o seu banco. Odeio bancos. Pago caro para ser cliente estrela no Itaú, embora minha conta esteja sempre nublada. Mas pelo menos não tenho dor de cabeça. Só que no Brasil você é obrigado a ter conta-salário num banco que não quer, e o banco ferra com você e ninguém te ajuda. Ninguém. Eu só queria pagar minha conta no dia, mas me tiraram este direito. Legal. Vou virar inadimplente com louvor, porque só os corruptos vencem neste país de merda. Porque é exatamente isso que o Banco do Brasil é: um banco de merda num país de merda.

O Brasil nunca vai dar certo porque aqui só vence quem é filho da puta; só os desonestos são ouvidos em CPIs e nós, os ferrados que pagamos a CPMF, nunca temos voz. Olhe a sua volta. O imbecil que não se garante na faculdade, e por isso compra provas alheias, é o jornalista de amanhã. Aí vem alguém e diz: 'o mercado seleciona'. Mentira!!! O mercado não seleciona. Já trabalhei com gente incompente ao cubo e vejo muita coisa escrita errada na nossa folclórica grande imprensa. O mercado não seleciona a falta de ética que se aprende na faculdade. A falta de escrúpulos que é encoberta e aceita pela maioria. O plágio das matérias, a cola, a nota conquistada com um decote e um rebolado, a prova idêntica que circula por todas as salas. São estes jornalistas que a faculdade aplaude e que entram no mercado de trabalho. Gente medíocre como a própria educação brasileira é.

Neste país tudo se compra. Compra-se voto, silêncio, acusações, falsas promessas de felicidade. Compra-se até o direito de não ter direito de reclamar. Meu pai também era honesto e eu vi ele morrer sem deixar uma dívida, mas também vi minha mãe esperar seis longos meses para receber a pensão que ela tinha direito. Se ela não trabalhasse, morreríamos de fome. Meu pai era um cidadão decente, sempre cumpriu a lei, era um exemplo de homem hornado. E o que ele levou dessa vida? Nada. Deixou uma filha e seu exemplo de honestidade, que não me levam a lugar nenhum.

Estou achando que nossa ministra do Turismo tem razão. Relaxa e goza é a frase do ano. Afinal, o brasileiro é assim mesmo: nunca briga por seus direitos, aceita calado que tudo acabe em pizza, e no final das contas ainda faz piada de si mesmo.

É isso que esse país e seu povo que aceitou o 'emburrecimento' pacivamente merecem. Relaxem e gozem, porque agora já era. Nem temos mais o caminho do aerporto para sair da mediocridade que afundou de vez o Brasil. Vão morrer todos abraçados, chafurgando na lama, mas eu me recuso a assinar atestado de estupidez. E como odeio o Brasil nessas horas em que eu só quero ser honesta e não me deixam.


Janaina Pereira

sábado, junho 16, 2007

Na cozinha


Sempre gostei de comer bem. E muito. Dizem por aí que sou magra de ruim. Que bom, porque comer é uma das melhores coisas da vida.

Detesto cozinhar, meu repertório é limitado, mas eu me viro bem. O macarrão com molho de tomate e manjericão e os risotos nunca fizeram feio. A última especialidade é o caldo verde – sopa portuguesa tradicionalíssima no Rio, que eu adoro fazer e comer. Mas eu gosto mesmo é da comida da minha mãe. Ninguém az uma feijoada melhor que a dela.

Quando eu vou ao Rio, os pratos são básicos, pois minha mãe não é de fazer comidas requintadas. É arroz com feijão mesmo – e eu adoro. Mamãe já sabe o que tem que ter em casa quando eu chego: feijão preto, jabá com jerimum (amo! Carne seca com abóbora!!!), omelete de salsicha e torta de frango. São esses pratos simples que me recebem em casa; comidinha caseira da melhor qualidade.

Com o tempo descobri o requinte que a cozinha pode ter. Descobri as delícias do risoto de funghi, a panqueca de siri, o strogonoff de camarão, a moqueca de peixe, o escondidinho de carne seca, o baião de dois, a paella, o acarajé, e todas as comidas boas, típicas, simples ou não.

Esse texto me deu fome. Então coloca mais água no feijão que eu estou voltando.



Janaina Pereira

quinta-feira, junho 14, 2007

O que Deus uniu


Papo no msn pela madrugada. David, meu melhor amigo, diz:

"Se te serve de alguma coisa... você (e seus textos) continuam sendo motivo de inspiração ... eternamente. Suas palavras podem não estar (ainda) na primeira página... mas estarão sempre na minha mente (não tão vazia...rs)."

É por isso que ele é meu melhor amigo, aquele que mesmo longe é o mais presente. É por isso que, entre todas as possibilidades para uma noite romântica de Dia dos Namorados, o David sempre será minha melhor opção.

Amo você, querido. Especialmente quando dividimos a pizza e a conta enquanto destilamos o veneno.


Janaina Pereira

terça-feira, junho 12, 2007

Per Amore


SONETO DA FIDELIDADE

- Vinícius de Moraes -


De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me preocupe
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

segunda-feira, junho 11, 2007

Direto da fofolândia


Se há uma coisa que a publicidade me deixou são bons e verdadeiros amigos. Trabalhei em várias agências, conheci muita gente, mas um lugar sobressaiu em relação aos outros. Talvez nenhum lugar tenha sido tão marcante quanto o Gad. Éramos uma turma muito unida, uma galera da mesma faixa etária – 30 e poucos anos – e muita sede de chopp. Trabalhávamos pra caramba, mas tudo era válido porque no final do dia, ou rolava hora extra com pizza toscana, ou o chopp no São Cristóvão.

Que saudades! Das caronas da Ana Paula, onde o papo sobre nossas vidas rendia mais que os 20 minutos de trânsito. Os almoços memoráveis, com papo sobre cinema. E os almoços que eu não ia, mas sempre voltava de cabelo molhado – porque eu fazia academia na hora do almoço e era obrigada a ouvir sempre a mesma piadinha do Karmo, de que troquei o óleo.

Éramos uma turma e tanto. Fê, Leo, Evandro e suas tatuagens, Guto, Marcelo, Karmo e Beto em duelos antológicos, Roberto & Roberta, Vera, Fabi, Kellytchas, Tia Ana, Gontijo, Malta, Leônidas, Andrezza, Marco, Helena, Mutza, Cris, Ale, Junior – que até hoje me chama de Jana Banana – e, claro, o mais querido de todos – me desculpem, mas todo mundo sabe que ele sempre vai morar num lugar privilegiado em meu coração – Clauber, o Craubs - tio Pantufa.

Faz mais de um ano que a gente não se reúne, e de repente bateu uma saudade... dos tempos vividos, das gargalhadas, do futebol, do Bar do Alemão, da feijoada no Mineiro e até da pizza tosca da padoca. Tudo era festa.

Se existe uma coisa boa na vida são as pessoas que a gente conhece. Ainda bem que, apesar da grande maioria ser muito mais ou menos, ainda tem alguns que valem a pena.

Saudades, fofos.


Janaina Pereira

sábado, junho 09, 2007

O que é que o Rio de Janeiro tem?


Para todos que vão aproveitar as férias de julho no Rio, ou visitarão a cidade durante os Jogos Pan-americanos, aqui vão algumas dicas de programas obrigatórios na Cidade Maravilhosa. Mas cuidado: o Rio de Janeiro faz bem demais à saúde. Você corre o risco de se apaixonar e nunca mais retornar a sua cidade natal.


1 – Ver o pôr-do-sol em cima das pedras do Arpoador – lembrando da música "Faz parte do meu show", do Cazuza

2 – Tomar chopp – mesmo no frio! - no quiosque árabe da Lagoa.

3 – Dar um mergulho no mar de Ipanema

4 – Tomar água de côco no Mirante do Leblon

5 – Ir ao Maracanã – nem que seja no portão principal para ter a noção da grandiosidade do lugar – e comer cachorro quente sem purê

6 – Passear pela feira hyppie da General Osório, aos domingos, em Ipanema

7 – Comer batata frita e tomar chopp, após a praia, no Caneco 70, no Leblon

8 – Dar uma volta na Marina da Glória

9 – Tomar café na Confeitaria Colombo, no Centro

10 – Ir à Feira de São Cristóvão para comer baião de dois

11 – Comer crepe de sorvete e chocolate no Chez Minchou do Rio Sul

12 – Pular de asa delta na Pedra da Gávea

13 – Ver os surfistas pegarem onda na Prainha

14 – Passear pelo calçadão de Copacabana

15 – Comer um sanduíche natural da Barraca do Pepê, na Barra

16 - Tomar chopp na Cobal do Humaitá

17 – Visitar a Biblioteca Nacional, no Centro

18 – Almoçar no Cine Odeon, na Cinelândia

19 – Andar no bondinho do Pão de Açúcar

20 – Ir ao Cristo Redentor

21 – Ver o céu de estrelas da Barra da Tijuca

22 – Conhecer o subúrbio, de preferência o Méier

23 – Comer salada no Chaika de Ipanema

24 – Ir ao Centro Cultural Banco do Brasil, no Centro

25 – Visitar o Museu Nacional de Belas Artes e o MAM

26 – Conhecer Niterói, segunda maior cidade do Estado do Rio de Janeiro, que tem a vista mais linda do mundo – a cidade é de frente para o Rio. Vá pela ponte Rio-Niterói ou faça a travessia de barca, saindo da Praça XV

27 – Comer feijoada na casa de um carioca

28 – Andar pela areia do Arpoador ao Leblon

29 – Ir a Santa Tereza de bondinho

30 – Visitar os Arcos da Lapa

31 - Comer biscoito Globo e beber mate Leão na praia do Leme

32 – Conhecer o Mosteiro de São Bento

33 – Ir à Babylonia Feira Hype, na Gávea

34 – Tomar chopp ruivo no Devassa do Leblon

35 – Para uns baile funk, para outros pagode

36 – Passear pela Avenida Niemeyer só para ver a Rocinha

37 – Caminhar no Jardim Botânico

38 – Conhecer a Candelária

39 – Ir à Festa Ploc no Catete

40 – Comer banana frita com canela e sorvete de creme no Manoel e Joaquim do Largo do Machado

41 - Tomar sorvete de canela na livraria Letras e Expressões de Ipanema

42 - Comer salsichão com salada de maionese no Bar do Luiz, no Centro

43 - Conhecer Vila Isabel, terra de Noel Rosa

44 - Caminhar pela Floresta da Tijuca

45 - Dar uma esticadinha até Búzios

46 - Comer pizza com catchup na Pizzaria Guanabara, no Leblon

47 - Ir ao Circo Voador, na Lapa

48 - Jantar no Caroline Café, no Jardim Botânico

49 - Comer cuzcuz - doce! - no Arpoador

50 - Ficar admirando a vista mais charmosa da cidade - o Morro da Urca, onde fica o Pão de Açúcar - do calçadão da Enseada de Botafogo.


Janaina Pereira

quarta-feira, junho 06, 2007

Idéias e ideais


Eu não vou mudar o mundo, eu sei. Mas eu não vou me contentar em ter a comididade dos fracos. Não vejo mal algum em querer estabilidade financeira, ter bens materiais. Mas não é isso que vamos levar desse mundo. Nem o que vamos deixar aqui.

Palavras e idéias podem mudar o mundo. Quando eu morrer, meus textos vão ficar, porque minhas palavras são eternas. O carro, a casa e todo o meu guarda-roupa fashion vão ficar também, mas eles não serão utéis para muitos.

Eu sei que as pessoas pensam em construir famílias, ter uma casa própria, um carro. Dinheiro é o que todos querem. Quase todos. Eu deixei de lado uma profissão que me proporcionava um bom salário e um futuro confortável porque meu ideal é mais forte que tudo. Porque minhas palavras serão eternas, seja numa redação de revista ou neste blog.

Eu optei por não me prender a ninguém porque o mundo é um lugar a ser conquistado. Eu não quero saber se terei dinheiro daqui a dez anos, porque um dia eu tive dinheiro e ele só servia para pagar minhas contas. Eu não sou dona de ninguém a não ser de mim mesma, de minhas palavras e de minhas idéias.

Sim, eu sou uma idealista. O mundo já está cheio de gente vazia e por isso é preciso que pessoas como eu existam. Eu estou valendo cada vez mais porque eu faço a diferença. Eu tenho consciência que os grandes pensadores e artistas morreram pobres e sem reconhecimento. Marx e Van Gogh que o digam. Mas suas obras são eternas.

A gente precisa plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Eu sempre achei que o mais fácil era escrever o livro. Quem acompanha este blog sabe quanta coisa eu já passei e como minha vida mudou de rumo. Mas todos os caminhos sempre chegam ao mesmo lugar: meus ideais.

Eu não vou mudar o mundo. Mas eu já mudei você, que quando lê este blog, reflete sobre sua própria vida. É por isso que escrevo. E é por isso que nunca vou aceitar o fácil caminho da suposta estabilidade financeira como desculpa para não se posicionar nesta vida.

Eu, realmente, não me achou. Eu sou. Como já me disseram muitas vezes, eu sou foda e por isso sempre me ferro. Mas eu não vou desistir. Eu não sai do Rio de Janeiro para ser mais uma em São Paulo. Eu nunca fui mais uma em nenhum lugar que passei. Eu nunca fui mais uma para ningém que entrou na minha vida.

Existem pessoas que precisam fazer e falar coisas para aparecer e se destacar no meio da multidão. Agradeço a Deus todos os dias por ter nascido com luz própria e por isso meu brilho ofusca os medíocres e deixa os omissos e acomodados sem chão.

Como dizia Cora Coralina, eu sou a mulher que retirou as pedras do caminho e plantou flores. Ou, como diz meu amigo e filósofo Odair Soares Ferreira, na corrida dos filósofos o melhor é aquele que chega por último, pois foi ele quem pensou mais.

Eu sou a última, sempre. Por isso sou bem melhor que a maioria dos mortais.


Janaina Pereira

segunda-feira, junho 04, 2007

Discursos

(para ler ouvindo "Infinito Particular", com a Marisa Monte)


Dizem por aí que sou fácil de ler, mas é necessário inteligência para analisar meu discurso. Por isso gosto tanto da música “Infinito Particular”, da Marisa Monte. A letra fala justamente da análise do discurso.

Eu sou exatamente como essa letra. É possível enxergar o melhor e o pior de mim, porque eu não sou mesmo difícil de ler. Tudo faz parte de um mistério, mas não tem segredo... basta reparar com mais detalhes, com maior atenção, com cuidado, com vontade.

Não é complicado me agradar, eu não sou complexa, apenas sou discreta. O grande problema, exatamente como a música diz, é alguém se perder no meu infinito particular. Por isso é sempre bom pensar duas vezes antes de analisar o meu discurso. Uma vez percorrido o caminho e interpretado o contexto... não tem mais volta.


Infinito Particular


(Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Carlinhos Brown)


Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular


Janaina Pereira

sábado, junho 02, 2007

When I´m 64


(para ler ouvindo a música do título, com Beatles)


Os Beatles tem uma música com este título. Meu pai completaria 64 anos hoje. Não consigo imaginá-lo de cabelos brancos, aliás, não consigo imaginar meu pai vivo.

Doloroso pensar que ele se foi tão cedo, que já são 18 anos sem ele. Agora eu digo, com tristeza, que passei maior parte da minha vida sem ele por perto. Mas é só uma sensação física, porque ele nunca estará longe.

Sei que ele sofreu comigo cada dor, e sei que ele chorou comigo cada lágrima e sei que ele odiou todos aqueles que me maltrataram. Mas sei, acima de tudo, que ele olha e diz: “essa é a minha filha”. Aquela que ele levava ao Maracanã para os jogos do Botafogo, que ele comprava sorvete todo fim-de-semana e que ia com ele para vê-lo jogar futebol aos sábados. A menina que foi obrigada a crescer muito rápido e que nunca deixou que a sua ausência fosse motivo para que os outros sentissem pena dela.

A semana inteira eu disse que queria um abraço, mas talvez ninguém soubesse que só uma pessoa poderia, de fato, me abraçar. E eu faria qualquer coisa para ter o abraço dele novamente.

Só posso pedir desculpas por ter feito escolhas erradas, mas também posso dizer que apesar de tudo, eu sobrevivi. E estou aqui, melhor que ontem, seguindo o meu caminho com os princípios que meu pai deixou: honestidade, força e coragem.

Como diria Peter Pan, nem todo mundo pode ser inteligente, e nem todo mundo pode ser bonito, mas todo mundo pode ser corajoso. É por isso que aos olhos do meu pai, onde quer que ele esteja, eu serei eternamente uma criança corajosa. Porque a coragem, ah, essa sim, nunca me abandonou.

Saudades, pai. Sempre.


"When I'm 64"

(The Beatles)

When I get older losing my hair,
Many years from now.
Will you still be sending me a Valentine.
Birthday greetings bottle of wine.
If I'd been out till quarter to three.
Would you lock the door.
Will you still need me, will you still feed me,
When I'm sixty-four.

You'll be older too,
And if you say the word,
I could stay with you.

I could be handy, mending a fuse
When your lights ha ve gone.
You can knit a sweater by the fireside
Sunday morning go for a ride,
Doing the garden, digging the weeds,
Who could ask for more.

Will you still need me, will you still feed me
When I'm sixty-four.

Every summer we can rent a cottage,
In the Isle of Wight, if it's not too dear
We shall scrimp and save

Grandchildren on your knee
Vera, Chuck & Dave

Send me a postcard, drop me a line,
Stating point of view.
Indicate precisely what you mean to say
Your's sincerely wasting away.
Give me your answer, fill in a form
Mine for evermore.
Will you still need me, will you still feed me
When I'm sixty-four.




Janaina Pereira

sexta-feira, junho 01, 2007

A banda do Sargento Pimenta


(para ler ouvindo "Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band ", dos Beatles)


Tem gente que ama Beatles, mas tem gente que ainda prefere os Rolling Stones. Gosto dos dois, mas cresci ouvindo o quarteto de Liverpool. Para mim, isso faz muita diferença. Eu conheço as letras, sei que música está em cada álbum e acho que Beatles é, foi e sempre será a melhor banda do mundo.

O mais clássico disco de John, Paul, George e Ringo completa hoje 40 anos de lançamento. Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band revolucionou já a partir de sua ousada capa, uma colagem de personalidades posando ao lado dos Beatles. A música-título, um rock autêntico, é fantástica. O disco marcou a guinada na carreira dos Beatles iniciada com o antecessor "Revolver" - para mim, o terceiro melhor disco deles, já que o segundo é "Abbey Road", o apoteótico adeus do grupo.

Poucos discos se tornaram tão fundamentais para a história da música quanto Sgt. Pepper's. Eleito em 2003 pela revista norte-americana Rolling Stone o melhor álbum de todos os tempos, são várias as razões que o tornaram tão emblemático.

Gravado em aproximadamente 700 horas em oito canais, com dois consoles de quatro canais (uma novidade para a época) e vencedor de 4 Grammys em 1967, entre eles o de melhor álbum do ano, o disco mistura orquestrações, sons de animais (como em "Good Morning, Good Morning", onde se escuta o cacarejar de um galo) e gravações tocadas ao contrário com rock, jazz e uma canção de forte influência oriental, "Within You Without You", a única faixa não composta pela dupla John Lennon e Paul McCartney, mas, sim, por George Harrison, que foi baseada na sonoridade do músico indiano Ravi Shankar.

O nome do álbum surgiu a partir de vários extensos que batizaram bandas psicodélicas ao redor do mundo. De acordo com Paul McCartney, ele foi concebido inicialmente com o propósito de soar como se todas as canções, emendadas umas nas outras, estivessem sendo tocadas pela Banda do Clube de Corações Solitários do Sargento Pimenta (Sgt. Pepper's Lonely Heart Club Band). Esse conceito, no entanto, foi abandonado logo após a gravação da segunda faixa, a extraordinária "With a Little Help From My Friends", que, curiosamente, começa com o vocal do baterista Ringo Starr, nomeado Billy Shears.

Na época em que o disco foi lançado, ele também foi motivo de discórdia em função da relação estabelecida entre a droga LSD e a primeira letra das palavras que dão nome à canção "Lucy In The Sky With Diamonds". Apesar de John Lennon alegar que a música havia sido inspirada num desenho de seu filho de quatro anos, ela foi proibida pela rádio BBC. Justamente a emissora que, com sua Radio 2, acompanha agora a regravação do disco por uma série de bandas conhecidas internacionalmente como Oasis, Killers, Travis e Kaiser Chiefs.

A BBC Radio 2 elegeu, no ano passado, a capa de Sgt. Pepper's a melhor a alcançar o número um das listas de sucessos. Com projeto visual de Peter Blake e fotos de Michael Cooper, ela mostra os Beatles vestidos com coloridas e psicodélicas fardas de sargentos, como se estivessem num funeral, onde se vê uma guitarra formada por flores e plantas. Eles estão em frente a uma colagem da imagem de pessoas famosas como Oscar Wilde, Marlon Brando, Sigmund Freud, Carl Jung, Marilyn Monroe, Bob Dylan, Aleister Crowley, Albert Einstein, Lewis Carrol, O Gordo e o Magro, Edgard Allan Poe e Marlene Dietrich, entre outras. Houve a intenção de incluir Jesus Cristo, o que não aconteceu em função de Lennon ter declarado, anos antes, que os Beatles eram mais populares do que Cristo.

Paul McCartney também revelou em algumas de suas entrevistas que esse álbum é fruto de sua rivalidade com Brian Wilson, o líder da famosa banda de surf music dos anos 60, Beach Boys. Afinal, após escutar o disco Pet Sounds, ele achou que deveria, junto com os companheiros de banda, ir ainda mais longe nas experimentações e ousadias que haviam realizado em Revolver, de 1966. Esse desejo, misturado com seu interesse por música clássica, e o de George Harrison e John Lennon pela cultura indiana, e aliado ao trabalho elaborado e minucioso do produtor George Martin, resultaram nesse trabalho que sempre influenciou milhares de novos artistas ao redor do mundo.

As influências geradas por Sgt. Pepper's foram rapidamente percebidas. Já em 1968, o guitarrista Frank Zappa adotou uma paródia da capa do disco dos Beatles para a do seu álbum We're Only In It For The Money. Por sua vez, em 1978, o diretor Robert Sigwood realizou um filme com o mesmo nome do álbum e que foi estrelado por Bee Gees e Peter Frampton, mas recebeu muitas críticas negativas e foi mal de bilheteria.

No Brasil, o movimento tropicalista surgiu nesta época, devidamente influenciado pelos Beatles de Sgt. Pepper´s, como pode-se perceber na canção "Domingo no Parque", de Gilberto Gil, como os Mutantes fantasiados e inspirados no quarteto inglês.

É importante lembrar que John, Paul, George e Ringo assumiram os cabelos compridos neste disco, e naquele ano de 1967, homem de cabelo comprido era um escândalo.

E depois os mal-amados ainda dizem que os Beatles não fizeram nada pela música. Fala sério.


Janaina Pereira

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