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quinta-feira, agosto 31, 2006

Dialética


(Vinícius de Moraes)


É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...

quarta-feira, agosto 30, 2006

Por Enquanto

(Renato Russo)


Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente

Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre sem saber que pra sempre sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar, agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa

terça-feira, agosto 29, 2006

Pílulas


O Brasil é hexa. No vôlei! A seleção de Bernardinho venceu a França de virada e levou pela quarta vez consecutiva o título da Liga Mundial. Salva Giba, Dante e cia que vingaram o futebol. E dá-lhe Bernardinho, um cara que sabe das coisas!


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Começa nesta quarta a maratona Chico Buarque. Correria dos fãs e lá vem o Chico, com show depois de sete anos... está na hora de exorcizar os fantasmas com as músicas do verdadeiro mestre das palavras.

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Nunca a Teoria das Almas de Platão fez tanto sentido... a alma continua sofrendo. Cansada, abatida, amargurada. O corpo resiste bravamente. Até quando?


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A verdade é circunstancial e geográfica. Definitivamente.



Janaina Pereira

sábado, agosto 26, 2006

Entrando no Olimpo


Sempre gostei da mitologia grega. A história dos deuses e deusas soa como algo universal, simbólico e muito interessante. Do ponto de vista artístico, filosófico, histórico ou estético, são olhares curiosos da vida. Por isso não dá para perder a exposição “Deuses Gregos”, na Faap, com suas 200 peças de arte greco-romana, algo inédito no Brasil.

Lembro que, quando uma grande amiga foi à Grécia, fiquei encantada com as filmagens e fotos que ela fez. Mas, naquela época, eu não tinha uma visão tão filosófica dos gregos. Hoje eu tenho um olhar menos mítico e mais histórico. Difícil é não se apaixonar pela civilização mais importante da antigüidade e também a mais influente de toda a história.

As peças vistas na Faap fazem parte da coleção do Museu Pergamon de Berlim, o mais conhecido dos 17 museus pertencentes à Fundação Prussiana de Cultura (SPK). Os doze deuses do Olimpo – do pai Zeus aos filhos Apolo, Athena e Dionísio – são exemplificados através de seu caráter e de suas ações. Aliás, Dionísio é o dono da festa – literalmente. Está em todas. Digamos que Zeus faz uma participação especial na exposição. Que conta ainda com as presenças daqueles que foram os primeiros deuses que eu descobri na vida: Eros e Afrodite. Ou Cupido e Vênus.

O layout da mostra chama a atenção. A maior parte das obras de arte é mostrada em seu devido contexto, ou seja, no meio para o qual foram criadas originalmente. São santuários, jardins no melhor estilo de uma vila romana, fontes de água, Narciso em posição milimetricamente calculada, e, claro, o Olimpo. A visão que se tem dele é incrível, tanto quando você está dentro da exposição, como no instante em que, literalmente, sobe ao Olimpo e vê tudo do alto. É um momento de grande representação simbólica, em que podemos analisar o significado do pódio das Olimpíadas ou a influência dos deuses na vida dos mortais. E também é a chance de, pelo menos uma vez na vida, subir ao Olimpo e se sentir um Deus Grego de verdade.

Vale ressaltar a associação, ainda que discreta, dos deuses gregos com os orixás afro-brasileiros. Eu passei de Iemanjá a Poseidon em alguns minutos. Esta visão, muito interessante e pouco explorada, abre novas discussões filosóficas e históricas sobre o assunto.

Nunca uma exposição tão expressiva de arte greco-romana deixou o museu de Berlim. Então aproveite e confira de perto. Afinal, a Grécia sempre seduziu gerações, através de seus grandes pensadores e dos arquitetos que criaram estilos copiados no mundo inteiro. Além disso, é considerada o berço da Democracia e do Teatro, e tem profunda importância na história da humanidade. Sua mitologia continua encantando as pessoas, e isso ficava claro na grande quantidade de crianças, jovens e adultos que estavam na Faap numa tarde ensolarada.


Deuses Gregos. Coleção do Museu Pergamon de Berlim
Até 26 de novembro de 2006
Museu de Arte Brasileira da FAAP
Rua Alagoas, 903 - Higienópolis
3ª a 6ª feira, das 10h00 às 20h00
Sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 17h00
Informações: (11) 3662-7198
Visitas Educativas: Agendamento (11) 3662-7200
Entrada Gratuita


P.S.: Agradeço a dica do Mestre Odair.



Janaina Pereira

quinta-feira, agosto 24, 2006

Cinema em casa

Mais uma lista para você conferir num sofá perto de você.


1 – SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS – a obra-prima de Peter Weir (“O show de Truman”). Em 1959, na Welton Academy, uma tradicional escola preparatória, o ex-aluno John Keating (Robin Williams) se torna o novo professor de literatura. Carismático, ele revoluciona os métodos de ensino ao propor que seus alunos aprendam a pensar por si mesmos. Mas logo seus métodos criam um choque com a ortodoxa direção do colégio, principalmente quando ele fala aos jovens sobre a "Sociedade dos Poetas Mortos". Preste atenção na cena em que os meninos jogam futebol ao som da Nona Sinfonia de Beethoven, a Ode à Alegria: é uma das mais emocionantes da história do cinema. Isso sem falar no final, arrebatador.


2 – BAGDÁ CAFÉ – filme cult do final dos naos 80. Percy Adlon dirige a história de uma turista alemã que, em viagem aos EUA, abandona o marido e hospeda-se em um bar de estrada, o café do título. Preste atenção na canção que dá vida ao filme. Sensível fantasia sobre marginalizados e excluídos em uma América árida e desolada.


3 - A LIBERDADE É AZUL - primeiro filme da trilogia “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, de Krzysztof Kielowski (“Não matarás”), baseado nos ideais da bandeira da França. Após um trágico acidente em que morrem o marido e a filha, uma famosa modelo (Juliette Binoche) decide renunciar à sua própria vida. Após uma tentativa fracassada de suicídio, ela se envolve com uma obra inacabada de seu marido, que era um músico de fama internacional. Um roteiro sensível, uma direção brilhante e a atuação emocionante de Binoche fazem desse um dos melhores filmes da década de 80.


4 - OS GOONIES – clássico infanto-juvenil produzido por Steven Spielberg e dirigido por Richar Donner (“Máquina Mortífera”). Com os prédios de seu bairro estando prestes a ser demolidos, o que forçará a mudança de todos os residentes do local, um grupo de garotos resolve organizar uma cerimônia de despedida do local. É quando descobrem um legítimo mapa do tesouro, capaz de torná-los ricos e evitar a destruição de suas casas.


5 – UM MUNDO PERFEITO – Texas, 1963. O presidiário Butch Haynes (Kevin Costner) foge da prisão, sendo perseguido por Red Garnett (Clint Eastwood), um policial implacável. Ao entrar na casa de uma família leva como refém Phillip Perry (T.J. Lowther), um garoto de sete anos. Os dois saem pela estrada, e Garnett segue-os. Mas, contrariando todas as expectativas, Haynes e Phillip se tornam amigos, e este relacionamento transforma a vida do menino. Eastwood (“Sobre meninos e lobos” e “Menina de Ouro”) dirige com sua habitual sensibilidade este road movie que ainda tem a ótima Laura Dern no elenco.


6 - AS BRUXAS DE EASTWICK - em uma pequena e conservadora cidade da Nova Inglaterra, Alexandra Medford (Cher), Jane Spofford (Susan Sarandon) e Sukie Ridgemont (Michelle Pfeiffer), entediadas com a vida que levam, se reúnem todas as quintas-feiras para tomarem drinques e conversarem sobre vários assuntos. O principal deles é um homem ideal e, sem querer, invocam Daryl Van Horne (Jack Nicholson), um ricaço misterioso e carismático que se muda para a localidade e se envolve com as três, satisfazendo os desejos delas mas criando uma guerra dos sexos com conseqüências inesperadas. Dirigido por George Miller (“Mad Max”).



7 - RAZÃO E SENSIBILIDADE – estréia da atriz Emma Thompson como roteirista, é a excelente adaptação do clássico da literatura inglesa “Sense and Sensibility”, de Jane Austin. Emma conseguiu em pouco mais de duas horas passar toda a essência do extenso e brilhante livro de Jane. Duas irmãs órfãs (Emma Thompson e Kate Winslet), de temperamentos opostos e com poucas condições financeiras, precisam se mudar para o campo, onde encontram o amor de formas diferentes. Dirigido por Ang Lee (“O Tigre e o Dragão” e “O segredo de Brokenback Mountain”) e vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.


8 - FILADÉLFIA – primeiro filme americano sobre a AIDS. O advogado Andrew Beckett (Tom Hanks, em sua primeira grande performace dramática) trabalha para um tradicional escritório da Filadélfia, e depois de ser promovido pelo chefe (Jason Robards), é demitido sem maiores explicações. Beckett supõe que os motivos da demissão sejam sua homossexualidade e a descoberta de que é portador do vírus da AIDS e resolve processar o escritório. Ele contrata os serviços de um advogado negro (Denzel Wahington, brilhante), que é forçado a encarar seus próprios medos e preconceitos. E enquanto o processo se arrasta nos tribunais, Beckett luta contra sua doença. Hanks ganhou o Oscar e o Urso de Prata no Festival de Berlim por sua interpretação. Destaque para a excelente trilha sonora, que conta com músicas originais de Bruce Springsteen (Oscar de melhor canção original por “Streets of Philadelphia”) e Neil Young (a belíssima “Philadelphia”). Um filme denso, com roteiro desafiador de Ron Nyswaner, repleto de grandes atuações e dirigido impecavelmente por Jonathan Demme (“O silêncio dos inocentes”). Mas aceitável dentro dos padrões hollywoodianos.


9 - O HOMEM DO ANO – José Henrique Fonseca dirige com precisão este filme baseado no ótimo livro de Patrícia Melo, que assina o roteiro com o próprio Zé Henrique e seu pai, Rubem Fonseca. Uma ingênua aposta entre amigos transforma Máiquel (Murilo Benício), um homem comum, em um assassino e herói de toda uma cidade. Deixando-se levar pelos acontecimentos, Máiquel torna-se respeitado por bandidos e pela polícia, sendo também amado por duas mulheres. Até que comete seu primeiro erro e é obrigado a tomar de volta o controle do seu destino.


10 - JOGOS DE ADULTOS – boa trama de suspense dirigida por Alan J. Pakula (“Todos os homens do presidente”). Dois casais vizinhos (Kevin Kline, Mary Elizabeth Mastrantonio, Kevin Spacey e Rebecca Miller) estabelecem uma relação de muita amizade. Com o tempo, a intimidade entre eles torna-se perigosa. Um dos maridos (Kline) se sente atraído pela esposa do amigo e, sem querer, acaba se envolvendo numa arriscada teia de obsessão sexual, traição e assassinato.


Janaina Pereira

segunda-feira, agosto 21, 2006

Pequenas coisas

Tenho muita coisa para ler e não tenho tempo para nada. Agora a coisa vai ficar feia de verdade. Nem sei por onde começar. Estive pensando em deixar um aviso: "saí de férias e já volto." Mas não vai dar certo, tenho que estar aqui para tocar o barco.

São várias matérias realizadas desde que comecei a faculdade. Nada brilhante, mas três foram muito especiais. Adoro a reportagem sobre o filme "Boa noite, boa sorte", até porque eu gostei muito do filme. A matéria sobre o lançamento do CD do Chico Buarque também foi bacana, especialmente porque exigiu uma longa pesquisa. Foram quarenta dias de envolvimento numa única pauta. Acho que nunca mais faço isso de novo.

E nesta madrugada conclui a terceira matéria especial. E ela já está no ar. Foi muito interessante assistir ao filme "Zuzu Angel" do ponto de vista pedagógico. E eu gosto de assuntos da área educacional, sempre rendem boas discussões.

Quem quiser olhar a matéria www.uninove.br/inove

São essas pequenas coisas que fazem a vida ter outro sentido. Nada como uma boa dose de trabalho para tudo andar novamente.


Janaina Pereira

sábado, agosto 19, 2006

Para viver um grande amor

(Vinícius de Moraes)


Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso - para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... - não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro - seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada - para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um grande amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fieldade - para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô - para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito - peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista - muito mais, muito mais que na modista! - para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs - comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica, e gostosa, farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto - pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente - e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia - para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que - que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva escura e desvairada não se souber achar a bem-amada - para viver um grande amor.

quinta-feira, agosto 17, 2006

A mulher carioca


(Vinícius de Moraes)


A gaúcha tem a fibra
A mineira o encanto tem
A baiana quando vibra
Tem isso tudo e o céu também
A capixaba bonita
É de dar água na boca
E a linda pernambucana
Ai meu Deus, que coisa louca
A mulher amazonense
Quando é boa é até demais
Mas a bela cearense
Não fica nada pra trás
A paulista tem a erva
Além das graças que tem
A nordestina conserva
Toda a vida e o querer-bem...

E a mulher carioca
O que é que ela tem?
Ela tem tanta coisa
Que nem sabe que tem

Ela tem um corpinho
Que mais ninguém tem
Ela faz um carinho
Melhor que ninguém
Ela tem passarinho
Que vai e que vem
Ela tem um jeitinho
De nhen-nhen-nhen-nhen

Ela tem, tem, tem...

segunda-feira, agosto 14, 2006

Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante


E por todas as lágrimas que chorei ... e não foram em vão. As pessoas que perdi. O mundo que desabou. Quem deveria estar aqui e partiu antes da hora. O vento que sopra em meu rosto e grita: não desiste.

O presente prometido para hoje e que nunca será entregue. O telefonema que nunca mais será dado. O abraço partido para sempre. A pessoa que morreu em vida, o desalento, o desencanto. As palavras que se perderam com o tempo, a mentira que rasgou meu coração.

E hoje não chorei, até sorri. Estou viva. Mesmo que tenham matado meus sonhos, a ilusão de que o amor existia. A vida segue em silêncio, esperando que um dia a verdade que nos ronda, floresça como deve ser.

No final da história, voltei para casa. Para o colo daquela que nunca vai me julgar porque para ela sou diferente das outras pessoas do mundo.

Para você que agora me lê, sou redatora, quase jornalista, poetisa, meio filosófica, chata, idiota, carioca, otária, sincera, menina, jovem, mulher.

Ainda bem que tenho minha mãe, para quem sempre vou ser filha.

E como filha, hoje pedi a Deus que apenas me deixe acreditar que toda a dor que eu senti foi enterrada, ainda que queiram me matar de raiva, de tristeza ou de desamor.

Como filha de Deus.
Como filha de Iemanjá.
Como filha sem pai.

Hoje é meu aniversário. E como disse meu poeta preferido, Walt Whitman, o poderoso jogo continua e você pode contribuir com um verso.

Qual seria o meu verso?


Janaina Pereira

domingo, agosto 13, 2006

Daughter

Pearl Jam



(You guys ready?)

Alone, listless,
Breakfast table in an otherwise empty room,
Young girl, violins,
Centre of her own attention.

The - mother reads aloud,
Child - tries to understand it,
Tries to make her proud.

The shades go down, it's in her head,
Painted room, Can't deny there's something wrong.

Don't call me daughter, not fit to,
The picture kept will remind me,
Don't call me daughter, not fit to,
The picture kept will remind me,
Don't call me...

She holds the hand that holds her down,
She will - rise above!

Don't call me daughter, not fit to,
The picture kept will remind me,
Don't call me daughter, not fit to be,
The picture kept will remind me,
Don't call me daughter, not fit to,
The picture kept will remind me,
Don't call me daughter, not fit to be,
The picture kept will remind me,
Don't call me...

The shades go down...
The shades go down...
The shades go... go...

quinta-feira, agosto 10, 2006

Obrigada


É, lá vem mais um aniversário aí. Fim de ciclo, acaba o inferno astral, chega de conjunção de Saturno. O que era podre foi pro lixo, aqueles que não merecem minha amizade, meu amor, meu afeto e minha atenção tomaram outro rumo. O que restou? Pessoas fofas. É para elas o meu agradecimento por fazerem parte da minha vida.

Carlinha – minha amiga. Minha irmã. Eu te adoro por tudo e por mais um pouco. Você é meu porto seguro, e só tenho a agradecer pela sincera amizade. Gosto muito de você.

Mari – amiga querida, irmã amada, companheira fiel. Te adoro. Muito. Hoje. Ontem. Sempre. Por tudo aquilo que aconteceu, por tudo que não aconteceu, por tudo que vai acontecer. Por tudo que passamos e pelo que virá pela frente.

Val – obrigada pela amizade e por me ouvir sempre, a toda hora, em qualquer lugar. Você é muito importante na minha vida.

Gi – o que seria de mim sem você? Obrigada, querida, por todos os almoços que são tão fundamentais para destilarmos nosso veneno. Te adoro.

Ro, Cleide, Sueli, David e Camila – agradeço pelo carinho, apoio, amizade e confiança nos momentos mais difíceis.

Clauber – sempre e para sempre meu chefe mais querido e meu amigo mais fiel.

Márcia e Ale – obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada.


Janaina Pereira

segunda-feira, agosto 07, 2006

Eu Vou Estar

(Capital Inicial)

Eu não vou pro inferno
Eu não iria tão longe por você
Mais vai ser impossível não lembrar
Vou estar em tudo em que você vê

Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar
Eu vou estar

Eu não vou pro céu também
Eu não sou tão bom assim
E mesmo quando encontrar alguém
Você ainda vai ver, a mim

Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar
Em baixo da cama
Nos carros passando
No verde da grama
Na chuva chegando
Eu vou voltar

Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar
Eu vou estar

sábado, agosto 05, 2006

Quem ensina, quem aprende


Lembro de todos os meus primeiros dias de aula. De todos os professores, os bons e ruins, os chatos e os que pegavam no meu pé porque eu falava muito em sala. Lembro com carinhos dos professores de língua portuguesa, que sempre me estimularam a escrever. Lembro dos professores de matemática, que quase me fizeram acreditar que eu era boa em cálculos. E dos professores de história, a matéria que sempre foi um caso de amor mal resolvido em minha vida. Lembro com saudades das aulas de biologia, que eu amava. E sim, por muito pouco eu não fiz biologia.

Lembro que eu sempre quis ser filósofa. Sempre questionei o que era certo e errado e nunca entendi o permitido e o proibido. Até hoje minha mãe coloca em dúvida as minhas escolhas. E eu sempre explico a ela que vou errar sempre porque para mim, o certo e o errado são relativos.

As coisas nunca foram fáceis. Não tenho quem pague minha faculdade, não sou dondoca e luto pela minha sobrevivência. Eu sei o quanto vale cada centavo que invisto nos estudos. A tal faculdade que era apenas uma informalidade para muitos, era uma necessidade para minha cabeça. Eu penso e é por isso que gosto de estudar. Não estou na faculdade a passeio.

Eu não vou mudar o mundo. Mas o meu mundo é muito melhor hoje porque eu sou melhor do que ontem. Eu ando aprendendo. E assim como eu nunca vou esquecer as aulas que marcaram minha infância e adolescência, e que me deixaram ser uma adulta que sabe o quer, não permito que o aprendizado universitário seja uma simples porta para um jornal na televisão. Não sou estampa, nem embalagem. Tenho conteúdo.

O que eu já guardei nas minhas recordações universitárias?

O fundamentalismo e o construtivismo das aulas de teoria da comunicação com o professor Sidney.

A apuração no jornalismo das aulas da professora Patrícia Kay.

O fim da paráfrase e a absolvição da intertextualidade em meus textos sob a supervisão da professora Ana Ziccardi.

Cultura e cidadania na veia com a professora Rosângela Paulino.

Fontes, fontes, fontes, fontes e mais fontes sob o olhar atento do professor Renato.

A visão política dos papos com o Mestre Amaral.

As milhares de reflexões filosóficas e os questionamentos sobre ética e juízo de valor, saldo deixado pelas aulas do Mestre Odair.

A neutralidade científica de Durkheim, o tipo ideal de Webber, Marx, apocalípticos, integrados... e professora Márcia Alegro. Pura sociologia.

E por último, mas não o último... os duzentos puxões de orelha daquele que me faz a cada dia menos publicitária e mais jornalista, afinal, sou discípula do professor, mestre e jornalista Alexandre Barbosa.

Esses mestres sabem muito bem o significado dessas palavras. Sabem o porquê do agradecimento pelo carinho, dedicação e apoio. Sabem, principalmente, que não é fácil prosseguir. Mas eu continuo pura e simplesmente porque eles acreditam em mim. Então não sou eu agora que vou duvidar da minha capacidade.


Obrigada, professores.


Janaina Pereira

quinta-feira, agosto 03, 2006

Saldo de Férias II


Sempre é bom rever grandes filmes... e descobrir algumas pérolas cinematográficas. Aí está a segunda parte do melhor que assisti nas férias. Aproveitem a lista e boa diversão.


1 – CIDADÃO KANE - em votação realizada em 1998 pelo American Film Institute, foi escolhido o melhor filme de todos os tempos. Esta opinião é compartilhada pela maioria das pessoas que já viu o filme e consegue perceber a magnitude da obra de Orson Welles. Aos 25 anos, Welles mudou a história do cinema com este clássico que ele dirigiu, produziu, roteirizou e estrelou em 1941. A história gira em torno da ascensão de um mito da imprensa americana, Charles Forster Kane (Welles), de garoto pobre no interior a magnata de um império dos meios de comunicação. Inspirado na vida do milionário William Randolph Hearst. Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro. Uma crítica ácida à sociedade e aos meios de comunicação.


2 - LUGAR NENHUM NA ÁFRICA – belo filme alemão escrito e dirigido por Caroline Link e vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2003. Em 1938, pouco antes de estourar a 2ª Guerra Mundial, a família Redlich foge da Alemanha e se instala no Quênia, na África. Lá o advogado Walter Redlich (Merab Ninidze) passa a trabalhar numa fazenda, enquanto sua mulher Jettel (Juliane Köhler), filha de uma família burguesa, tenta se adaptar à nova vida. Regina (Lea Kurka), a filha do casal, cresce e aprende a língua e os costumes locais, encontrando no cozinheiro Owunor (Sidede Onyulo) um amigo. Quando a guerra está acabando Walter recebe uma proposta para atuar como juiz em Frankfurt. Depois de tantos anos em que aprenderam a amar o novo país, Jettel e Regina começam a duvidar se voltarão para a Alemanha com ele. O filme mostra, de maneira simples e densa, conflitos familiares, o valor do amor e da amizade, a perda de identidade e a busca por novas raízes.


3 – DE VOLTA PARA O FUTURO – o maior clássico juvenil dos últimos tempos completa vinte e um anos em plena forma. A história escrita por Robert Zemeckis e Bob Gale foi indicada a quatro Oscar, ganhando o de melhor efeito sonoro. O jovem Marty McFly (Michael J. Fox) aciona acidentalmente uma máquina do tempo construída por seu amigo cientista Doc Brown (Christopher Lloyd) em um Delorean, retornando aos anos 50. Lá conhece sua mãe, Lorraine (Lea Thompson), antes do casamento com seu pai George (Crispin Glover). Marty acaba interferindo nos acontecimentos e Lorraine se apaixonada por ele. Tal paixão põe em risco sua própria existência, pois alteraria todo o futuro, forçando-o a servir de cupido entre seus pais. Fique atento a cena em que Marty toca “Johnny B. Goode” no bailinho da escola (algo só comparado a Ferris Bueler, de “Curtindo a vida adoidado”, cantando “Twist and Shout” num desfile de rua). Além de ser um dos autores do roteiro, Zemeckis (“Forrest Gump”), em começo de carreira, dirigiu esse sucesso de bilheterias com produção de Steven Spielberg. Aproveite e veja as ótimas seqüências: “De volta para o futuro II”, que se passa em 2015, e “De volta para o futuro III”, em que Marty e Brown vão para o Velho Oeste. Assim você vê, ou revê, uma das mais fantásticas e divertidas séries que o cinema já produziu.


4 - ADEUS, LÊNIN - filme que relata com maestria as mudanças sociais, econômicas e culturais na Alemanha a partir da unificação do lado oriental com o ocidental. Em 1989, pouco antes da queda do muro de Berlim, a Sra. Kerner (Katrin Sab) passa mal, entra em coma e fica desacordada durante os dias que marcaram o triunfo do regime capitalista. Quando ela desperta, em meados de 1990, sua cidade, Berlim Oriental, está sensivelmente modificada. Seu filho Alexander (Daniel Brühl), temendo que a excitação causada pelas drásticas mudanças possa lhe prejudicar a saúde, decide esconder-lhe os acontecimentos. Enquanto a Sra. Kerner permanece na cama, Alex não tem muitos problemas, mas quando ela deseja assistir à televisão ele precisa contar com a ajuda de um amigo diretor de vídeos para esconder a unificação das Alemanhas. Dirigido pelo alemão Wolfganger Becker, que também assina o ótimo roteiro com Bernd Lichtenberg.


5 - UMA LIÇÃO DE AMOR - Sam Dawson (Sean Penn) é um homem com deficiência mental que cria sua filha Lucy (Dakota Fanning) com ajuda de seus amigos. Porém, assim que faz 7 anos, Lucy começa a ultrapassar intelectualmente seu pai, e esta situação chama a atenção de uma assistente social, que quer internar Lucy num orfanato. A partir de então Sam enfrenta um caso virtualmente impossível de ser vencido por ele, contando para isso com a ajuda da advogada Rita Harrison (Michelle Pfeiffer), que aceita o caso como um desafio aos seus colegas de profissão. Sensível filme dirigido por Jessie Nelson (“Corina”), que também assina o emocionante roteiro com Kristine Jonhson. Destaque para a brilhante e inesquecível atuação de Penn – indicado ao Oscar pelo papel – e a trilha sonora em que grandes nomes do rock contemporâneo interpretam canções dos Beatles (que embalam a vida do personagem Sam, fã do grupo inglês). Impossível não se emocionar ao ouvir Eddie Vedder, do Pearl Jam, cantar “You´ve got to hide your love away” enquanto Sam tenta ver a filha.


6 - AS HORAS – aclamado filme de Stephen Daldry (“Billy Elliott”), indicado a nove Oscar e ganhador de um, o de melhor atriz para Nicole Kidman, muito mais pela sua impressionante transformação física do que pela sua contida, mas correta, interpretação. O grande trunfo dessa produção está no roteiro de David Harf , uma perfeita adaptação do ousado livro de Michael Cunnigham. Em três períodos diferentes vivem três mulheres ligadas ao livro "Mrs. Dalloway". Em 1923 vive Virginia Woolf (Kidman), autora do livro, que enfrenta uma crise de depressão e idéias de suicídio. Em 1949 vive Laura Brown (Julianne Moore), uma dona de casa grávida que mora em Los Angeles, planeja uma festa de aniversário para o marido e não consegue parar de ler o livro. Nos dias atuais vive Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma editora de livros que mora em Nova York e dá uma festa para Richard (Ed Harris), escritor que fora seu amante no passado e hoje está com Aids e morrendo. As vidas dessas três mulheres de épocas tão distintas têm muita coisa em comum. Assista e descubra o que. Observe como o roteiro consegue ser intenso ao relacionar as três histórias com rara habilidade. E aproveite um elenco impecável, com destaque para o fantástico Ed Harris. E claro, Nicole e a prótese de nariz mais famosa do cinema.


7 - GAROTOS INCRÍVEIS – dirigido por Curtis Hanson (“L.A. Cidade Proibida”), é a adaptação do livro de Michael Chabon. Grady Tripp (Michael Douglas) é um professor universitário que escreve em suas horas vagas. Atormentado por um bloqueio de escritor, ele descobre que sua amante, Sara Gaskell (Frances McDormand), que é casada, está grávida de um filho dele. Além disto, tem que lidar com uma de suas alunas, Hannah (Katie Holmes), que está apaixonada por ele, e ajudar seus aluno James (Tobey Maguire), um rapaz brilhante mas desajustado. Ganhou o Oscar de Melhor Canção Original ("Things have changed", de Bob Dylan). Promete mais do que cumpre, mas é uma boa diversão.


8 - ASAS DA LIBERDADE – um dos maiores sucessos do diretor Alan Parker (“The Commitments”) e vencedor do Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes de 1985. Birdy (Matthew Modine) enlouqueceu com os traumas sofridos na Guerra do Vietnã, e agora acredita ser um pássaro – animal pelo qual sempre foi fascinado. Ele é mantido num hospital militar, onde recebe diariamente a visita de seu amigo Al (Nicolas Cage), que também lutou no Vietnã e agora se esforça em trazer Birdy de volta à realidade. Modine e Cage têm grandes atuações neste filme que aborda loucura e amizade de forma densa e humana.


9 - CIDADE DOS SONHOS – mais uma complexa trama dirigida por David Lynch (“Veludo Azul” e a série de TV “Twin Peaks”), vencedor da Palma de Ouro de melhor diretor em Cannes (2002) por este trabalho e indicado ao Oscar na mesma categoria. Tudo gira em torno de um acidente automobilístico ocorrido na estrada Mulholland Drive (título original do filme), em Los Angeles, que dá início a história envolvendo personagens como a doce aspirante a atriz Betty (Naomi Watts), o diretor de cinema Adam (Justin Theroux) e a desmemoriada Rita (Laura Harring). Preste atenção aos mínimos detalhes, pois este é um filme típico de Lynch, com personagens bizarros e pra fazer cada um tirar suas próprias conclusões sobre a trama.


10 – REDS - cinebiografia do jornalista e escritor americano John Reed, que escreveu “Os dez dias que abalaram o mundo”, considerado o documento mais completo sobre a Revolução Russa. O filme tem mais de três horas de duração e foi escrito, produzido, dirigido e estrelado por Warren Beatty, em 1981, e concorreu a 12 Oscar, ganhando três: diretor (Beatty), atriz coadjuvante (Maureen Stapleton) e fotografia. A história narra muito mais o relacionamento de Reed com a escritora Louise Bryant do que a importância do trabalho do jornalista, mas ainda assim vale a pena conferir. John Reed (Beatty, no auge da beleza e do talento) é um jornalista famoso quando conhece Louise Bryant (Diane Keaton), uma mulher casada por quem se apaixona. Louise larga tudo para morar com Reed, e entre muitas turbulências no relacionamento, o casal participa da Revolução Russa de 1917. Este acontecimento os inspira e eles voltam para os EUA tentando liderar uma revolução semelhante. Louise começa a dar forma ao sonho de ser uma boa escritora e Reed alcança o sucesso com o livro “Os dez dias que abalaram o mundo”, que o coloca na linha de frente do movimento socialista. Destaque para a participação de Jack Nicholson como o poeta e dramaturgo Eugene O´Neill, e para os comentários das 32 pessoas que realmente conheceram John Reed e aparecem pontuando toda a narrativa.


Janaina Pereira

terça-feira, agosto 01, 2006

Soltando a voz


(para ler ouvindo “Across the Universe”, dos Beatles)


Este blog completa três anos de existência no dia de hoje. São mais de 500 posts, que desde 1 de agosto de 2003 representam minha voz, minhas lágrimas, meu desabafo, minha alma, minhas tristezas e alegrias. Pessoas que foram, que ficaram, amigos, amores, desalentos e desafetos. Para você, leitor fiel, ou simples bisbilhoteiro que vem aqui saber da minha vida, meu agradecimento por prestar atenção nessas linhas. Tortuosas, mas repletas de força.

E para demonstrar a satisfação que só quem escreve tem ao ver seus pensamentos ganharem formas, faço das palavras de John e Paul as minhas... nada vai mudar meu mundo.

ACROSS THE UNIVERSE

(Lennon e McCartney)


Words are flowing out like endless rain into a paper cup,
They slither wildly as they slip away across the universe.
Pools of sorrow, waves of joy are drifting through my openedmind,
Possessing and caressing me.

Jai guru deva. Om.
(guru)(deva)

Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.

Images of broken light which dance before me like a millioneyes,
They call me on and on across the universe.
Thoughts meander like a restless wind inside a letter box,
They tumble blindly as they make their way across the universe

Jai guru deva. Om.
(guru)(deva)

Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.

Sounds of laughter, shades of love are ringing through my openedears
Inciting and inviting me.
Limitless undying love, which shines around me like a millionsuns,
And calls me on and on across the universe

Jai guru deva. Om.
(guru)(deva)

Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.

Jai guru deva.
Jai guru deva.
Jai guru deva.
Jai guru deva.
Jai guru deva.
Jai guru deva.


Janaina Pereira

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