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segunda-feira, agosto 14, 2006

Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante


E por todas as lágrimas que chorei ... e não foram em vão. As pessoas que perdi. O mundo que desabou. Quem deveria estar aqui e partiu antes da hora. O vento que sopra em meu rosto e grita: não desiste.

O presente prometido para hoje e que nunca será entregue. O telefonema que nunca mais será dado. O abraço partido para sempre. A pessoa que morreu em vida, o desalento, o desencanto. As palavras que se perderam com o tempo, a mentira que rasgou meu coração.

E hoje não chorei, até sorri. Estou viva. Mesmo que tenham matado meus sonhos, a ilusão de que o amor existia. A vida segue em silêncio, esperando que um dia a verdade que nos ronda, floresça como deve ser.

No final da história, voltei para casa. Para o colo daquela que nunca vai me julgar porque para ela sou diferente das outras pessoas do mundo.

Para você que agora me lê, sou redatora, quase jornalista, poetisa, meio filosófica, chata, idiota, carioca, otária, sincera, menina, jovem, mulher.

Ainda bem que tenho minha mãe, para quem sempre vou ser filha.

E como filha, hoje pedi a Deus que apenas me deixe acreditar que toda a dor que eu senti foi enterrada, ainda que queiram me matar de raiva, de tristeza ou de desamor.

Como filha de Deus.
Como filha de Iemanjá.
Como filha sem pai.

Hoje é meu aniversário. E como disse meu poeta preferido, Walt Whitman, o poderoso jogo continua e você pode contribuir com um verso.

Qual seria o meu verso?


Janaina Pereira

Comentários
Janaina, o mistério das palavras nem sempre acalenta um coração cansado, mas pode com a mudança dos ventos fazer um olho brilhar de emoção. Simplesmente maravilhoso esse texto. Seu blog foi direto aos meus favoritos.
Um abraço.
 
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