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sábado, agosto 05, 2006

Quem ensina, quem aprende


Lembro de todos os meus primeiros dias de aula. De todos os professores, os bons e ruins, os chatos e os que pegavam no meu pé porque eu falava muito em sala. Lembro com carinhos dos professores de língua portuguesa, que sempre me estimularam a escrever. Lembro dos professores de matemática, que quase me fizeram acreditar que eu era boa em cálculos. E dos professores de história, a matéria que sempre foi um caso de amor mal resolvido em minha vida. Lembro com saudades das aulas de biologia, que eu amava. E sim, por muito pouco eu não fiz biologia.

Lembro que eu sempre quis ser filósofa. Sempre questionei o que era certo e errado e nunca entendi o permitido e o proibido. Até hoje minha mãe coloca em dúvida as minhas escolhas. E eu sempre explico a ela que vou errar sempre porque para mim, o certo e o errado são relativos.

As coisas nunca foram fáceis. Não tenho quem pague minha faculdade, não sou dondoca e luto pela minha sobrevivência. Eu sei o quanto vale cada centavo que invisto nos estudos. A tal faculdade que era apenas uma informalidade para muitos, era uma necessidade para minha cabeça. Eu penso e é por isso que gosto de estudar. Não estou na faculdade a passeio.

Eu não vou mudar o mundo. Mas o meu mundo é muito melhor hoje porque eu sou melhor do que ontem. Eu ando aprendendo. E assim como eu nunca vou esquecer as aulas que marcaram minha infância e adolescência, e que me deixaram ser uma adulta que sabe o quer, não permito que o aprendizado universitário seja uma simples porta para um jornal na televisão. Não sou estampa, nem embalagem. Tenho conteúdo.

O que eu já guardei nas minhas recordações universitárias?

O fundamentalismo e o construtivismo das aulas de teoria da comunicação com o professor Sidney.

A apuração no jornalismo das aulas da professora Patrícia Kay.

O fim da paráfrase e a absolvição da intertextualidade em meus textos sob a supervisão da professora Ana Ziccardi.

Cultura e cidadania na veia com a professora Rosângela Paulino.

Fontes, fontes, fontes, fontes e mais fontes sob o olhar atento do professor Renato.

A visão política dos papos com o Mestre Amaral.

As milhares de reflexões filosóficas e os questionamentos sobre ética e juízo de valor, saldo deixado pelas aulas do Mestre Odair.

A neutralidade científica de Durkheim, o tipo ideal de Webber, Marx, apocalípticos, integrados... e professora Márcia Alegro. Pura sociologia.

E por último, mas não o último... os duzentos puxões de orelha daquele que me faz a cada dia menos publicitária e mais jornalista, afinal, sou discípula do professor, mestre e jornalista Alexandre Barbosa.

Esses mestres sabem muito bem o significado dessas palavras. Sabem o porquê do agradecimento pelo carinho, dedicação e apoio. Sabem, principalmente, que não é fácil prosseguir. Mas eu continuo pura e simplesmente porque eles acreditam em mim. Então não sou eu agora que vou duvidar da minha capacidade.


Obrigada, professores.


Janaina Pereira

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