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quarta-feira, maio 31, 2006

PEOPLE ARE STRANGE
(The Doors)

People are strange, when you're a stranger
Faces look ugly when you're alone
Women seem wicked, when you're unwanted
Streets are uneven, when you're down

When you're strange- faces come out of the rain (rain, rain)
When you're strange- no one remembers your name
When you're strange, when you're strange, when you're str-ange



PESSOAS SÃO ESTRANHAS

Pessoas são estranhas
Quando você é um estranho
Rostos parecem feios
Quando você está sozinho
Mulheres parecem malvadas
Quando você é indesejado
As ruas são irregulares
Quando você está pra baixo

Quando você é um estranho
Rostos vêm de fora da chuva
Quando você é um estranho
Ninguém lembra seu nome
Quando você é um estranho
Quando você é um estranho
Quando você é um estranho

terça-feira, maio 30, 2006

Mentiras sinceras


Não sei quando o poço esteve mais fundo, ontem, hoje ou desde sempre. Mas do fundo do poço vejo a luz. Curioso como as pessoas acham que sabem tudo, julgam os outros do nada, e, claro, são donas da verdade.

O mundo dá voltas. É por isso que ele é redondo. Nenhuma dor vem por acaso. E o coração partido pode tornar o mundo muito pior do que ele realmente é.



Janaina Pereira

sexta-feira, maio 26, 2006

Devolva-Me

canta: Adriana Calcanhotto

Composição: Renato Barros / Lilian Knapp

Rasgue as minhas cartas
E não me procure mais
Assim será melhor meu bem

O retrato que eu te dei
Se ainda tens não sei
Mas se tiver devolva-me
Deixe-me sozinho
Porque assim eu viverei em paz
Quero que sejas bem feliz
Junto do seu novo rapaz

O retrato que eu te dei
Se ainda tens não sei
Mas se tiver devolva-me

Rasgue as minhas cartas
E não me procure mais
Assim vai ser melhor meu bem

O retrato que eu te dei
Se ainda tens não sei
Mas se tiver
devolva-me, devolva-me,
devolva-me

terça-feira, maio 23, 2006

Meu Guri


Ontem estava lendo a entrevista do Chico Buarque - o homem para quem os homens dariam - na Trip e achei engraçado algumas coisas que ele disse. Chico retratou muito bem como é ser carioca: um estado de espírito, sem dúvida. Falou das difculdades de aceitazr São Paulo como casa e de que ele não é tímido, mas se acham que ele é, tudo bem.

Acho que a melhor coisa que fiz na minha vida foi uma pauta sobre ele. Descobri que o Chico, além do compositor que entende como poucos a alma feminina, tem a sede de Rio de Janeiro que eu tenho. Alguém me disse: "em certos momentos o Rio de Janeiro se confunde com o Chico e eles viram uma coisa só." É isso mesmo. Quando fotografei o Morro Dois Irmãos, não era o morro, era a música. Quando olhei a capa do CD Carioca não era o Chico, era o Rio.

De todas as coisas que eu quero deixar para trás, a música do Chico é a mais difícil delas. Se não dá mais para ouvir "Futuros Amantes", que venha "Olhos nos Olhos".

Mas acho que eu ainda prefiro não dormir até se consumar o tempo da gente.


Janaina Pereira

sábado, maio 20, 2006

Adeus?

Está todo mundo indo embora. Vou chegar no Rio e olhar para minhas referências, cadê? Partiram. A Nilda se foi, a Pati se vai... todo mundo vai ganhar o mundo... vai sair fora dessa vidinha chata que nos reservam aqui.

No dia que fui embora do Rio, deixei para trás 26 anos da minha vida. Meus amigos, parte essencial da minha história, ficaram perdidos no tempo. No começo era desesperador: toda vez que eu ia para lá era uma correria para me ver. Aos poucos as pessoas foram sumindo... partindo... eu fui cortando os laços, deixando tudo na lembrança.

Outro dia olhava as fotos dos meus aniversários. Lembrei dos papos intermináveis com a Patricia, minha amiga desde sempre. Os lanches no McDonald´s com a Simone. A night com a Lu e a Nilda. As festinhas na casa da Cintia e da Alê. As festonas com a Dani e a Cinthia. Os chopinhos com a Dani King. Os almoços com a Luiza, os passeios com o Marco, as palestras com o Mauro e o Alexandre, a praia com a Chris, o shopping com a Cida e a Carmen.

Lembro como se fosse hoje o dia que a Simone falou que acreditava mais em mim do que nela mesma. Sempre foi assim: eu era a referência no bom e no ruim; aquela que podia brilhar intensamente mas cair na depressão em menos de vinte quatro horas.

Tudo isso acabou, o tempo tratou de deixar na lembrança.

Eu não sei por onde andam meus amigos. Mas sei que eles às vezes escrevem ou ligam, às vezes querem saber porque eu sumi. Talvez seja melhor assim, sumir no tempo, para sumir para sempre.

Mas eu amo vocês. Por tudo que foram, por tudo que são, e por tudo que sempre serão na minha vida.

Meus amigos que me apoiaram quando eu disse: vou embora do Rio. Hoje eles também estão partindo ... para o mundo.

A gente se vê um dia. E eu serei sempre a mesma: o rosto cheio das sardas do sol, o sorriso aberto, os passos rápidos, o jeito estúpido de ser.

Essa coisa meio louca, meio menina, meio fera, sempre ferida. Esse jeito que enfurece mas conquista. Chata, exagerada, reclamona até o último fio de cabelo cacheado. Insuportável. Grilo falante, mala sem alça, estabanada, desbocada, furiosa. Assumidamente desaforada. Que diz com toda a delicadeza que coloca o pau, que não tem, na mesa. Que não tem papas nas línguas, que não mede esforço para agradar e desagradar. Aquela mulher que não tem medo de dizer o quanto ama cada um de vocês.

Saudades meus amores, meus amados, meus amigos.


Janaina Pereira

sexta-feira, maio 19, 2006

Replay


Existem duas músicas que se repetem, a cada fim de ciclo, a cada fim de estação. Músicas que refletem a dor do meu coração partido, a estrada cheia de pedras, o mundo que desaba aos meus pés. Lá vem o Faith no More naquela versão arrebatadora da música "I start a joke" do Bee Gees... porque eu sou sempre a piada. Devem estar rindo até agora da idiota que tenta entender o porquê das coisas e está sendo ridicularizada pelas costas... e depois entra o Pearl Jam cantando "Black" para mostrar o que fizeram comigo: deixaram-me, novamente, na mais completa escuridão.


I started a joke

(Bee Gees)

I started a joke
Which started the whole world crying
But I didn't see
That the joke was on me, oh no

I started to cry
Which started the whole world laughing
Oh, if I'd only seen
That the joke was on me

I looked at the skies
Running my hands over my eyes
And I fell out of bed
Hurting my head
From things that I'd said

'Til I finally died
Which started the whole world living
Oh, if I'd only seen
That the joke was on me

I looked at the skies
Running my hands over my eyes
And I fell out of bed
Hurting my head
From things that I'd said

'Til I finally died
Which started the whole world living
Oh, if I'd only seen
That the joke was on me, oh yeah
That the joke was on me
Oh oh oh oh oh Start Auto Scroll
Stop Auto Scroll




Black

(Pearl Jam)


Hey...oooh...
Sheets of empty canvas, untouched sheets of clay.
Were laid spread out before me as her body once did
All five horizons revolved around her soul
As the earth to the sun
Now the air I tasted and breathed
Has taken a turn
Ooh, and all I taught her was everything
Ooh, I know she gave me all that she wore
And now my bitter hands
shake beneath the clouds
Of what was everything?
Oh, the pictures have all been washed in black, Tattooed everything...

I take a walk outside
I'm surrounded by some kids at play
I can feel their laughter,
So why do I sear?
Hard and twisted thoughts that spin round my head
I'm spinning, oh, I'm spinning
How quick the sun can, drop away
And now my bitter hands cradle broken glass
Of what was everything?
All the pictures have all been washed in black, tattooed everything...

All the love gone bad
Turned my world to black
Tattooed all I see, all that I am, all I'll be...yeah...

Uh huh...uh huh...ooh...
I know someday you'll have a beautiful life, I know you'll be a star,
In somebody else's sky, but why
Why, why can't it be, oh can't it be mine...



Eu ouvi... ouvi o Eddie Vedder cantando o prenúncio de tudo, ao vivo... e eu chorava copiosamente quando ele disse:
All the love gone bad
Turned my world to black
Tattooed all I see, all that I am, all I'll be...yeah...
Uh huh...uh huh...ooh...
I know someday you'll have a beautiful life, I know you'll be a star,
In somebody else's sky, but why
Why, why can't it be, oh can't it be mine...

Todo amor virou mal
Levando o meu mundo pro escuro
tatuando tudo o que vejo, o que sou, o que serei
Eu sei que um dia você terá uma bela vida
eu sei que você será uma estrela
no céu de um outro alguém
mas por que, oh, por que não poderia
por que não poderia ser no meu?


E o chão desabou sob meus pés.

Cai no abismo e não consigo mais sair.


Janaina Pereira

quarta-feira, maio 17, 2006

Quem?

(Para ler ouvindo "O tempo não pára", com Cazuza)


Não tenho medo de bala perdida, nem do crime organizado que desorganiza a cidade
Tenho medo de gente.
Gente que finge ser o que não é.
Gente que finge gostar, finge amar, finge se preocupar.
Gente que finge ser do bem, finge estar por perto quando você precisa, finge se importar.
Tenho medo de gente que um dia diz que faria tudo por você e meses depois te deixa sozinha, à beira do caminho.
Tenho medo de gente que sorri demais, que é feliz demais, bonzinho demais, querido demais, amigo demais, sensível demais, simpático demais.

Não preciso de ninguém para dizer o que devo fazer, nem para onde devo ir, ou como devo agir. Não preciso de conselhos, não preciso que me digam que um dia vou morrer. Não preciso da falsa ajuda nem da falsa preocupação com meus problemas. Não preciso de alguém quem um dia quer, e no outro não sabe o que veio fazer no mundo.

Não preciso de nada, nem de ninguém que me encha o saco.

Eu sei o que quero, eu sei quem eu sou, e se incomodo, desculpe. Eu estou aqui para incomodar mesmo. Cada vez mais. E para sempre.


Janaina Pereira

terça-feira, maio 16, 2006

Vou embora para Pasárgada


Voltei a São Paulo e encontrei uma cidade quieta, vazia, com medo. Voltei correndo para resolver um problema que não existia mais graças a guerra particular entre PCC e Governo Estadual. Voltei à toa, para ficar trnacada dentro da minha própria casa, meu presídio particular que tem televisão e eu não preciso andar de uniforme.

Acho que existe um certo exagero da imprensa, que adora espremer para sair sangue. Claro que as pessoas devem ter cuidado, afinal, quiemar ônibus não é brincadeira de criança. Mas a população tem que pressionar de alguma forma, exigir segurança, protesrtar. Acho um absurdo eu ter que mudar minha rotina porque o Governador não aceita intervenção federal. Quando a guerra crime x governo aconteceu no Rio, ninguém pensou duas vezes: exército na rua, metrlhadoras na mão e a minah cidade ficou conhecida como a mais violenta do mundo - pelo jeito o Iraque é fichinha perto do Brasil, não?

Agora na metrópole intocável eu sou obrigada a ficar presa enquanto brincam de gato e rato lá fora. Francamente. Vou embora para Pasárgada porque lá eu e o Rei nos damos muito bem.

Eu não acredito que sai da praia por causa do trabalho paulistano insano e dei de cara com este clima de guerra urbana instalada na esquina da minha casa. Mas tudo vai passar em alguns dias: a Copa do mundo vem aí e duvido que alguém vai se lembrar do que está acontecendo.

Tô indo para Pasárgada e não sei quando volto.


Janaina Pereira

segunda-feira, maio 15, 2006

Enquanto isso na sala de justiça...


Ah, fim de semana no Rio. Céu, sol, mar, praia, biscoito globo, mate leão. Passeios por Ipanema, crepe de chocolate com sorvete, feijão preto, só coisas boas. De repente eu ligo a TV - e só no Rio eu vejo televisão - e descubro que São Paulo está em estado de guerra.

Exatamente como aconteceu no Rio em 2003 - quando eu viajei madrugada a fora, em pleno carnaval, na linha de tiro do tráfico e vi minha cidade tomada pelo exército - São Paulo foi completamente dominada. O medo tomou conta das ruas, e mais uma vez o sangue dos inocentes foi derramado.

Estou no meio do caminho e não sei para onde ir: minha cidade, apontada como a mais violenta do Brasil, assiste aterrorizada o que se passar na maior cidade do país. São Paulo baixou a guarda e diante de autoridades inertes, vê sua população ficar acoada. Eu preciso voltar para São Paulo mas como vou encarar uma estrada sabendo que estou novamente na linha do tiro do tráfico.

Quando eu digo que a classe média sustenta o crime, com seus filhos que fazem das drogas um momento de diversão, as pessoas me recriminam. Acho que cada um faz o que quer da vida, mas na hora de comprar sua maconha, pense o que ela vai gerar num futuro bem próximo. Lógico que não é só isso que gera a violência que vemos: é a desigualdade, o descaso, a compra e venda de valores dentro e fora dos presídios.

Vivemos em cidades sitiadas, vivemos sob a mira de revólveres, vivemos para morrer de bala perdida ou para ver um bombeiro ser morto cruelmente?

Vou enfrentar a estrada e seguir meu caminho, certa de que se eu não puder ir a faculdade, ou trabalhar, ou pegar um ônibus ou metrô porque a bandidagem tomou conta de São Paulo, estou presa. Estou mais presa que os bandidos que estão nos presídios de segurança máxima - mas que não deixam de ter celular. Eu sou refém e eles é que mandam.

E o Governo vai fazer o que? Em ano de eleição, não vai pedir apoio e vai deixar as mães enterrarem os filhos. O Iraque é aqui.

Depois dizem que o Rio é violento. Eu, como carioca, prefiro a insegurança da minha cidade ao derramamento de sangue gratuito da Paulicéia Desvairada.


Janaina Pereira

quinta-feira, maio 11, 2006

Fechada para balanço


Vou dar um tempo e cair fora. Fechar o tempo não adianta. Fechar a vida não importa. Vou embora. Fecho a casa mas a ferida continua aberta. Fecho o coração e jogo a chave fora. Fecho a vida e tranco alguém lá fora.

Tô indo embora.

Jogo tudo pela janela. Jogos sonhos fora. Jogo-me pela sacada e não vou sentir meus ossos partirem no chão.

Tô saindo fora. Tô correndo à toa. Tô virando bicho. Tô morrendo aos poucos.

Pego a mala e sigo em frente. Caminhar de quem não tem o quer perder. Perdi o rumo e os sonhos. Quem se ferrou fui eu. Que se dane os lamentos. Sorrisos falsos, indigestas preocupações. Jogo-me ao vento. Tô partindo agora.


Janaina Pereira

sábado, maio 06, 2006

Silêncio e lágrimas

Se não era para ficar, por que veio?
Se não era para ser, por que foi?
Se não era para estar, por que esteve?
Se não era para falar, por que falou?
Se não era para sentir, por que sentiu?
Se não era verdade, por que me enganou?


Janaina Pereira

quarta-feira, maio 03, 2006

Pílulas


Adoro outono no Rio. Sol que aquece mas não deixa a gente com aquele suor insuportável. Vestidinhos leves, sandalinha, aquelas coisas fofas impossíveis de se usar em São Paulo, que a essa altura do campeonato já está gelada.


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Doze anos sem o Ayrton. A matéria mais emocionante da minha vida nunca vai ser escrita. Mas eu até que consegui chegar perto.


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Estou quieta, estou confusa, estou silenciosa. Não mexa comigo. Eu mordo.



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Meu pai teria orgulho de mim se me visse hoje? Acho que sim. Sou a mulher que todo homem detesta ter ao lado. O tipo que odeia ser enganada e não admite homem fraco. E não adianta fazer musculação: a força da alma ou se tem, ou se cai fora do jogo.


Janaina Pereira

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