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quinta-feira, abril 28, 2005

Adivinha o que ?


Eu acho que o silêncio é uma arma fortíssima. Por isso mesmo vou me calar diante dos fatos. Apesar de perceber a raiz do problema e enxergar que minah veia criativa está sendo podada, vou ficar calada. Isso é uma tática, um jogo político, uma ousada e angustiada tentativa de manter em pé o meu projeto de vida. E por isso mesmo vou colocar uma letra inspiradoro do Ivan Lins. Bola para frente porque ainda vai ter muita gente por ai arrebentando a cara no muro. E eu estou doidinha para ver isso...



Desesperar Jamais


(Ivan Lins)


Desesperar, jamais
Aprendemos muitos nesses anos
Afinal de contas não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo
Nada de correr da raia
Nada de morrer na praia
Nada, nada, nada de esquecer
No balanço de perdas e danos
Já tivemos muitos desenganos
Já tivemos muito que chorar
Mas agora acho que chegou a hora de fazer
Valer o dito popular
Desesperar jamais
Cutucou por baixo
O de cima cai
Desesperar jamais
Cutucou com jeito
Não levanta mais



Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora

terça-feira, abril 26, 2005

Cenas de cinema


Assisti a dois filmes do Charles Chaplin na semana passada: “Em busca do ouro” e “Dia de pagamento”. Embora já conhecesse a história dos dois, apenas o primeiro eu já tinha visto, mas fazia tanto tempo que eu não lembrava com detalhes. E foi muito bom relembrar o quanto a inteligência faz bem ao mundo do cinema (e a vida, é claro).

Chaplin e seu humor ácido e particular sempre será uma das maiores referências cinematográficas. Em sua época era possível ser divertido, mordaz e politicamente incorreto sem dizer uma única palavra. A força do cinema mudo estava justamente na linguagem visual, reforçada pela linguagem corporal dos atores. No filme “Em busca do ouro” (The Gold Rush), de 1925, Chaplin não deixa de ser Carlitos mesmo quando se dá bem na vida; as cenas bem-humoradas não são forçadas e os atores representam além das caras e bocas que estamos acostumados atualmente. As imagens, embora sem a tecnologia de hoje, possuem simbolismo e atingem em cheio ao espectador. A história se passa no Alaska, onde Carlitos tenta a sorte como garimpeiro na Corrida do Ouro em 1898. Lá, ele conhece McKay (Mack Swain), com quem cria bastante confusão durante uma tempestade de neve, e se apaixona por uma dançarina (Georgia Hale). É deste filme uma das cenas clássicas do cinema: a dança dos pãezinhos.

“Dia de pagamento” (Pay Day), de 1922, é uma forte crítica social que mostra o proletariado submisso, se contentando com pouco, lutando por menos ainda e buscando o mínimo para se divertir. Tudo isso surge em cenas hilárias, recheadas de pitadas sarcásticas, com a música pontuando toda ação. O filme é uma comédia de situações que mostra um chefe de família driblando a tudo e a todos para sobreviver e ser feliz, ainda que seja só um pouquinho, ainda que seja somente no dia do pagamento. A história apresenta Carlitos trabalhando numa obra e envolvido nas maiores confusões até receber seu salário e tentar se divertir com ele, sob o olhar atento e a marcação cerrada da esposa brava.

Os filmes de Charles Chaplin estão entre as melhores opções de aprendizado sobre o humor e a crítica da sociedade. A ironia fina presente em cada cena é para ser vista e revista sempre. Lembrando que um olhar pode ser mais divertido que uma palavra. E que também é possível ser inteligente sem precisar sequer abrir a boca. Afinal, tudo é uma questão de atitude e postura diante dos percalços da vida.




Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

sábado, abril 23, 2005

Aquele que veio da Capadócia



Em torno do século III d.C., quando Diocleciano era Imperador de Roma, havia nos domínios do seu Império um jovem soldado chamado Jorge. Filho de pais cristãos, Jorge aprendeu desde cedo a temer a Deus e a crer em Jesus como seu salvador pessoal.

Nascido na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe após a morte de seu pai. Lá foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade - qualidades que levaram o Imperador a nomear Jorge pelo título de conde. Com 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções.

Nessa época, o Imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses. Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens. Indagado por um cônsul sobre a origem desta ousadia, Jorge prontamente respondeu que era por causa da VERDADE. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: "O QUE É A VERDADE ?". Jorge respondeu: "A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós persegues, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e nele confiando me pus no meio de vós para dar testemunho da verdade."

Como Jorge era fiel a Jesus, o Imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o Imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Jorge sempre respondia: "Não, imperador ! Eu sou servo de um Deus vivo ! Somente a Ele eu temerei e adorarei". E Deus, verdadeiramente, honrou a fé de seu servo Jorge, e assim muitas pessoas passaram a crer e confiar em Jesus por intermédio da pregação daquele jovem soldado romano. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito em seu plano macabro, mandou degolar o jovem e fiel servo de Jesus no dia 23 de abril de 303. Sua sepultura está na Lídia, Cidade de São Jorge, perto de Jerusalém, na Palestina.

A devoção a São Jorge rapidamente tornou este santo popular. Seu culto se espalhou pelo Oriente e, por ocasião das Cruzadas, teve grande penetração no Ocidente.

Verdadeiro guerreiro da fé, São Jorge venceu terríveis batalhas contra Satanás, por isso sua imagem mais conhecida é montando um cavalo branco, vencendo um grande dragão. A lenda diz que um horrível dragão saía de vez em quando das profundezas de um lago e se atirava contra os muros da cidade, levando a morte com seu hálito. Para não ser atacada pelo dragão, as populações do lugar ofereciam a ele jovens vítimas, pegas por sorteio. Um dia a filha do Rei foi oferecida como comida ao monstro. O Monarca, que nada pôde fazer para evitar esse horrível destino a filha, acompanhou-a com lágrimas até às margens do lago. A princesa parecia irremediavelmente destinada a um fim atroz, quando de repente apareceu um corajoso cavaleiro vindo da Capadócia. Era Jorge.

O valente Guerreiro com sua espada transformou o terrível dragão num manso cordeirinho, que a jovem levou preso numa corrente, até dentro dos muros da cidade, passando pela admiração de todos os habitantes que se fechavam em casa, cheios de pavor. O misterioso cavaleiro apenas gritou que tinha vindo, em nome de Cristo, para vencer o dragão. Eles deviam converter-se e ser batizados.

No século XII, a arte, a literatura e a religiosidade popular começaram a representar São Jorge como soldado das cruzadas com manto e armadura com cruz vermelha, nobre num cavalo branco, com lança em punho, vencendo um dragão. São Jorge é o cavaleiro da cruz que derrota o dragão do mal, da dominação e exclusão.

Desde o século VI ocorriam peregrinações ao túmulo de São Jorge em Lídia. Esse santuário foi destruído e reconstruído várias vezes durante a história. Santo Estevão, rei da Hungria, reconstruiu esse santuário no século XI. Foram dedicadas numerosas igrejas a São Jorge na Grécia e na Síria.

A devoção a São Jorge chegou à Sicília, na Itália, no século VI. No séc. VII o siciliano Papa Leão II construiu em Roma uma igreja para São Sebastião e São Jorge. No séc. VIII, o Papa Zacarias transferiu para essa igreja de Roma a cabeça de São Jorge.

Na Inglaterra, a devoção a São Jorge chegou no século VIII. No ano de 1101, o exército inglês acampou na Lídia antes de atacar Jerusalém. A Inglaterra tornou-se o país que mais se distinguiu no culto ao mártir São Jorge. Em 1340, o rei inglês Eduardo III instituiu a Ordem dos Cavaleiros de São Jorge. Foi o Papa Bento XIV (1740-1758) que fez São Jorge padroeiro da Inglaterra até hoje. Em 1420, o rei húngaro Frederico III (1534) evoca-o para lutar contra os turcos.

São Jorge é a força de Deus na luta dos excluídos e marginalizados da sociedade. É o santo que simboliza coragem e persistência. O santo Guerreiro.

Salve Jorge, hoje é seu dia !



Bibliografia:
São Jorge: Vida, Obra e Orações. Disponível em: www.clipinfo.com.br



Oração a São Jorge

Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.

Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos.

Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.

São Jorge Rogai por Nós.




Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

sexta-feira, abril 22, 2005

Sangue no asfalto


Finalmente assisti “Amores Brutos” (Amores Perros), o filme de estréia de Alejandro Gonzalez Iñarritu (que alguns anos depois faria o excepcional “21 gramas” – que eu comentei aqui em janeiro de 2004). Para um filme de estréia Iñarritu soube ousar, dirigindo de maneira bastante crua uma história que conta as mazelas humanas. Um filme contundente, forte e corajoso, simplesmente imperdível.

A história se passa na cidade do México. O destino de três pessoas (Octavio, Valéria e El Chivo), de classes sociais e vidas completamente diferentes, muda radicalmente após um terrível acidente de carro. O jovem Octavio (Gael Garcia Bernal, ótimo como sempre) é apaixonado por sua cunhada Susana (Vanessa Bauche) e planeja fugir com ela. Cofi, seu fiel cachorro, acaba se transformando num cruel veículo para que ele consiga o dinheiro que precisa para a fuga. Ao mesmo tempo, Daniel (Álvaro Guerrero) resolve abandonar esposa e filhas para morar com a bela e famosa modelo Valéria (Goya Toledo), por quem está apaixonado. Na véspera da fuga com Susana, Octavio provoca involuntariamente um acidente de carro. No dia em que Daniel e Valéria festejam sua união, ela acaba envolvida no trágico acidente. A testemunha desta fatalidade é El Chivo (Emilio Echeverria), um ex-guerrilheiro comunista que se tornou um assassino de aluguel, após passar vários anos preso. Ali, em meio ao caos, ele encontra Cofi, o cão de Octavio, e tenta salvá-lo. Este encontro abre para ele a possibilidade de se reconciliar consigo mesmo e com seu doloroso passado. A relação dos protagonistas com os cães dá o tom da história: os cachorros são de fundamental importância nas vidas de Octavio, Valéria e El Chivo, definindo, inclusive, o que será de cada um após o acidente.

Premiado como Melhor Filme pela crítica na Mostra de São Paulo e vencedor do Grande Prêmio da Semana Internacional da Crítica, no Festival de Cannes, “Amores Brutos” foi ainda indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Apesar de ser um filme ácido e cruel, conquistou público e crítica. O roteiro de Guillermo Arriaga é muito bem elaborado e a idéia do filme, por si só, uma grande sacada. O título (que literalmente pode ser traduzido como “Amores Cães”) mostra um pouco do que é a história: o amor da forma mais bruta, visceral. Sem flores, sem cores, sem grandes emoções, o amor aqui é apenas uma forma crua de sentimento. Não interessa muito as conseqüências do ato: amar em estado bruto é assim, avassalador, sem medos ou culpas.

Acredito que boa parte do mundo já tivesse visto este filme. Mas aos que não viram ainda, vale muito a pena. Mas é bom estar preparado: “Amores Brutos” é uma história agressiva e mordaz, que revela o talento de Iñarritu. Difícil imaginar uma estréia de um cineasta melhor do que esta. E eu, que assisti o filme numa tarde quase fria, na nebulosa cidade de São Paulo, sob uma forte gripe, não poderia ter tido um programa mais arrebatador num feriado que não se prolongou. Para refletir, tal como diz o filme, que a gente aprende muito nessa vida, inclusive com as perdas.



Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

terça-feira, abril 19, 2005

Garganta

(Ana Carolina)

Minha garganta estranha quando não te vejo
Me vem um desejo doido de gritar
Minha garganta arranha a tinta e os azulejos
Do teu quarto, da cozinha, da sala de estar
Minha garganta arranha a tinta e os azulejos
Do teu quarto, da cozinha, da sala de estar
Venho madrugada perturbar teu sono
Como um cão sem dono me ponho a ladrar
Atravesso o travesseiro, te reviro pelo avesso
Tua cabeça enlouqueço, faço ela rodar
Atravesso o travesseiro, te reviro pelo avesso
Tua cabeça enlouqueço, faço ela rodar
Sei que não sou santa, as vezes vou na cara dura
As vezes ajo com candura pra te conquistar
Mas não sou beata, me criei na rua
E não mudo minha postura só pra te agradar
Mas não sou beata, me criei na rua
E não mudo minha postura só pra te agradar
Vim parar nessa cidade, por força da circunstância
Sou assim desde criança, me criei meio sem lar
Aprendi a me virar sozinha,
e se eu tô te dando linha é pra depois te abandonar
Aprendi a me virar sozinha
e se eu tô te dando linha é pra depois te abandonar





Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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sexta-feira, abril 15, 2005

For Evar


(para ler ouvindo “Samba da Bênção”, na versão da Bebel Gilberto.)



Existem pessoas que não sabem o que falam. Ou que falam, falam, falam ... e não dizem nada. Existem ainda aqueles que não querem ouvir. Ou que não querem saber. Ou que não querem entender. Existem os que sofrem, que choram, que enchem o saco, perturbam, fazem tudo para chamar a atenção. Ou os que fazem drama, se fazem de vítima, são autoritários, arrogantes, metidos, infantis e chatos. Existem os homens que têm medo. E as mulheres que dão medo. Os homens que não enxergam um palmo a frente do nariz. E as mulheres que não se enxergam. Existem pessoas e problemas, pessoas com problemas e até problemas com pessoas. E, apesar de todos os tipos de pessoas que existem no mundo, existe o Evandro. E se o Evandro existe, existem piadas bem feitas, cerveja no Alemão, futebol às quintas, cerveja no Magnólia, samba no gogó, cerveja na padaria, momentos hilários, cerveja, cerveja, cerveja ...

Pois é. O Evandro existe. Ainda bem. O que seria do mundo se o Evandro não existisse ? Acho que o mundo simplesmente não seria. Então a gente até perdoa as pessoas desprovidas de bom-senso e bom humor que andam por ai. Porque ainda bem que neste mundo louco, existe alguém como o Evandro.




Janaina Pereira
Redatora
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quinta-feira, abril 14, 2005

Fúria de Titãs


(para ler ouvindo " Jumping Jack Flash", com Rolling Stones.)



Pode parecer mentira, mas estou correndo mesmo contra o tempo. Não sobra um segundo para nada ... abandonei os amigos, os e-mails, as baladas e até as horas de sono. Corro pra lá e pra cá e todo mundo acha que estou exagerando... mas é a mais pura verdade.

Ando menos cansada esta semana porque larguei os cadernos para dormir. Cansei. Se alguns ainda usam o velho recurso de consulta imprópria para fazer uma prova, eu só lamento. Passei anos da minha vida decorando fórmulas. Chegou a hora de aprender. Isso que as carteiras de uma faculdade me ensinam hoje podem ser usadas no futuro. A meu favor ou contra mim. Óbvio que é necessário ter opinião própria, mas eu preciso saber mais para argumentar.

Às vezes sou dura demais mas é necessário. Sou rigorosa, chata, cruel, perfeccionista ao extremo. Mas é o meu que está na reta. Faço muito pelos outros, mas faço mais ainda por mim mesma. Não sou dona da verdade mas sou sócia dela. Nunca vou teimar com você se eu não tiver certeza do que estou falando. Se pairar a dúvida, eu me calo. Se eu errar, peço desculpas. Mas não faço da palavra “desculpa” o tema da minha vida.

Eu sou assim. Não sou do tipo que as pessoas gostam de cara graças ao meu nariz estrategicamente arrebitado. Meu jeito simples, aparentemente dócil, leva as pessoas a doce ilusão de que posso ser facilmente persuadida. Grande engano. Todos que ousaram me atropelar, foram arremessados para fora da estrada. Jamais vou ser desonesta, injusta ou falsa com alguém. Não sou de pisar nos outros e a arrogância não faz parte do meu jeito de ser. Mas quem tenta puxar o meu tapete, leva o troco que merece. Não que eu seja vingativa. É que eu acredito que existe uma Força (quem sabe, tipo a dos Jedis) que move todo o Universo. E que em algum momento esta Força vai olhar por quem merece. Se eu mereço ? Claro que sim. Eu não vim ao mundo a passeio. E nunca, jamais, fiquei parada na esquina esperando a vida passar.



Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

segunda-feira, abril 11, 2005

LIKE A ROLLING STONE

Bob Dylan


Once upon a time you dressed so fine
You threw the bums a dime in your prime, didn't you?
People'd call, say, "Beware doll, you're bound to fall"
You thought they were all kiddin' you
You used to laugh about
Everybody that was hangin' out
Now you don't talk so loud
Now you don't seem so proud
About having to be scrounging for your next( meal.

How does it feel
How does it feel
To be without a home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?

Ah,You've gone to the finest school all right, Miss Lonely
But you know you only used to get juiced in it
And nobody has ever taught you how to live on the street
But now you're gonna have to get used to it
You said you'd never compromise
With the mystery tramp, but now you realize
He's not selling any alibis
As you stare into the vacuum of his eyes
And say do you want to make a deal?

How does it feel
How does it feel
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?

You never turned around to see the frowns on the jugglers and the clowns
When they all come down and did tricks for you
You never understood that it ain't no good
You shouldn't let other people get your kicks for you
You used to ride on the chrome horse with your diplomat
Who carried on his shoulder a Siamese cat
Ain't it hard when you discover that
He really wasn't where it's at
After he took from you everything he could steal.

sábado, abril 09, 2005

Eu tenho veneno


(para ler ouvindo "Por que que a gente é assim ?" do Cazuza.)


Quando eu decidi voltar a estudar rolou uma comoção geral: apoio por todos os lados, gente querida dizendo que isso ia me fazer muito bem. Quando eu falei que ia fazer jornalismo, a coisa foi ainda mais emocionante: todo mundo achou que eu ia ser perfeito para mim. Mas bastaram os meus primeiros trabalhos e provas para minha dedicação ser colocada contra a parede. E aquilo que era a melhor coisa da minha vida, virou motivo de brigas e desavenças.

Já ouvi coisas terríveis, como gente dizendo que tem pena de mim por me ver estudar. Outros falam que faculdade não é para ser levada à sério. Ainda tem aqueles que fazem um cursinho de línguas duas vezes na semana – achando que isso é estudar pra caramba - e fazem questão de dizer que agora eu vou ver o que é estudar. E os que me falam: “ainda bem que não fiz faculdade, já tenho stress demais na minha vida”. Ou: “escolhi uma profissão que não precisa estudar.” Isso sem falar nos que dizem que os trabalhos da faculdade, que estão sendo motivo da minha mais absoluta dedicação, não passam de enrolações: os professores jamais vão ler. E que estudar para prova é perda de tempo. E que quando eu sair da faculdade para o mercado de trabalho verei que tudo é diferente. E que a pessoa levou a faculdade nas coxas e hoje é um profissional feliz. E que todo meu esforço não valerá a pena.
Essas mesmas pessoas, no início do ano, me incentivaram a estudar. Foram as mesmas que me apoiavam, que diziam que isso ia ser importante pessoal e profissionalmente. Foram os mesmos homens e mulheres que acharam o máximo a idéia da minha volta às aulas. E agora acham que estou exagerando. Que faculdade não é para ser levada à sério – a frase mais grotesca que eu ouvi recentemente.

Não me interessa se o mundo inteiro fez a faculdade nas coxas. Talvez por isso a gente tenha péssimos profissionais em todas as áreas. Péssimos publicitários, péssimos jornalistas, péssimos médicos, péssimos engenheiros, péssimos advogados e sim, péssimos professores. Mas existem os bons profissionais. Será que eles estudaram ? Será que se dedicaram ? Será que, como eu, abriram mão de um final de semana para revisar a matéria ? Ou será que eles foram pro barzinho, foram fumar, beber, sair, dormir ? Será que disciplina se aprende na faculdade ? Será que é lá que ensinam a ser incompetente ?

O que me deixa profundamente decepcionada é que, as pessoas que me apoiaram na decisão de voltar a estudar, na verdade, não gostam e nunca gostaram de estudar. Fizeram a faculdade para ter um diploma, para entrar no mercado de trabalho ou sei lá o que. Ou fizeram algo que gostavam na sua adolescência e depois descobriram que não tinha nada a ver. Sentiram-se enganados ? Ou será que descobriram tarde demais que fizeram a escolha errada ? Por que essas pessoas achavam estudar muito legal ms agora acham que faculdade não é sério ?

Um dia eu optei por ser publicitária. É isso que sou. Apesar de tudo, tenho orgulho da profissão que escolhi. Não me arrependo de nada e fiz o que tinha que ser feito. Acima de tudo eu gosto de escrever. Esta é, e sempre foi, a única razão da minha vida. Eu escrevo com a minha alma e aqui estão algumas das palavras que estão saindo agora do meu coração. Eu não sou a melhor pessoa do mundo, e nem escrevo da forma mais correta e precisa. Mas eu escrevo o que penso, já que nem sempre posso falar o que quero.

Se eu escolhi voltar a estudar foi porque eu sempre tive essa necessidade feroz por conhecimento. Porque eu gosto de aprender, porque eu não quero só decorar. Porque eu necessito de vivência, porque eu quero crescer, evoluir. Porque, apesar da educação no Brasil estar longe de ser uma coisa fundamental – infelizmente é bom para alguns que o povo seja alienado – para mim ela é necessária. Porque eu tenho sede conhecimento. Porque eu acredito, ainda, que palavras e idéias podem mudar o mundo. Porque eu acredito que a minha coragem de chegar aqui para escrever e dar minha cara para bater ainda servirá de inspiração para meia dúzia de desaforados como eu.
Eu sinto muito quando ouço das pessoas que estou exagerando no meu perfeccionismo. Mas assim como eu me dedico ao meu trabalho, procurando fazer de cada job o meu melhor job, eu quero fazer de cada trabalho da faculdade o meu melhor trabalho. Eu quero sim tirar boas notas. Eu não tenho vergonha de estudar até às quatro da manhã. Eu fico num bar até às quatro da manhã e todo mundo acha legal. Porque ficar sem dormir porcausa dos estudos pode ser diferente ?

Concordo que é necessário ter um equilíbrio. E que o ideal é conciliar minha vida de profissional competente à de estudante dedicada. Mas ainda preciso fazer algumas concessões e sacrifícios. Nada que me impeça de dormir, ainda que seja apenas 4 horas por noite, ou me impeça de ir ao cinema, ou de namorar, ou simplesmente de viver. Mas nesse momento, exatamente agora, eu preciso me concentrar naquilo que escolhi e que será o foco da minha vida nos próximos anos. Ainda que algumas pessoas achem que eu estou exagerando, ainda que muitos achem bobagem estudar. Apesar de que, faz muito pouco tempo, essas mesmas pessoas achavam o máximo. Talvez porque elas não estudaram o suficiente, ou não aprenderam o que deveriam na faculdade, hoje nem mesmo opinião própria elas têm.



Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

quinta-feira, abril 07, 2005

A letra que inspirou o texto



Por isso corro demais


(Roberto e Erasmo Carlos)



MEU BEM QUALQUER ISTANTE
QUE EU FICO SEM TE VER
AUMENTA A SAUDADE
QUE EU SINTO DE VOCÊ
ENTÃO EU CORRO DEMAIS
SOFRO DEMAIS
CORRO DEMAIS SÓ PRA TE VER MEU BEM
E VOCÊ AINDA ME PEDE
PARA NÃO CORRER ASSIM
MEU BEM EU NÃO SUPORTO MAIS
VOCÊ LONGE DE MIM
POR ISSO EU CORRO DEMAIS
SOFRO DEMAIS
CORRO DEMAIS
SÓ PRA TE VER MEU BEM
SE VOCÊ ESTÁ AO MEU LADO EU SÓ ANDO DEVAGAR
ESQUEÇO ATÉ DE TUDO, NÃO VEJO O TEMPO PASSAR
MAS SE CHEGA A HORA DE PRA CASA TE LEVAR
CORRO PRA DEPRESSA OUTRO DIA VER CHEGAR
ENTÃO EU CORRO DEMAIS
SOFRO DEMAIS
CORRO DEMAIS
SÓ PRA TE VER MEU BEM
SE VOCÊ VIVESSE SEMPRE AO MEU LADO
EU NÃO TERIA
MOTIVO PRA CORRER
E DEVAGAR EU ANDARIA
EU NÃO CORRIA MAIS
AGORA CORRO DEMAIS
CORRO DEMAIS
SÓ PRA TE VER MEU BEM




Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

terça-feira, abril 05, 2005

Por isso corro demais



Acho que agora eu entendo o que é morar em São Paulo. Quatro anos depois, minha vida é só correria. Tenho dormido pouco, passo horas escrevendo, lendo, estudando, trabalhando. Não dá tempo para mais nada. Tudo que faço é correndo, o dia passa rápido, eu ando depressa, estou sempre atrasada, faço dez coisas ao mesmo tempo. Minha respiração é ofegante, meu coração vive disparado, eu ando entre os carros e quase sou atropelada.

Eu não tenho tempo.

O tempo é curto, o dia passa voando, as vinte e quatro horas são insuficientes para mim. Eu tomo café da manhã na cozinha, em pé; enquanto faço o jantar eu lavo a louça e a roupa; eu leio, escrevo, vejo TV e ouço ao rádio simultaneamente. Eu ando para cima e para baixo, eu vou para academia e faço meu treino de musculação mais rápido do que deveria. Eu passo a frente de todo mundo para não perder o ônibus, eu almoço rápido para dar tempo de ir ao banco, o relógio desperta milhares de vezes para eu poder levantar.

Eu não tenho tempo.

Eu falo com cinco pessoas ao mesmo tempo no Messenger, eu respondo a trinta e-mails por dia, eu não leio spam, eu não mando correntes, eu arrumo a casa de madrugada, porque não dá tempo. O tempo para mim é curto. Eu acho até que não existe. Eu faço bagunça, minha casa está uma bagunça, minha vida é uma bagunça. Eu falo atropelando as palavras, eu ando tropeçando nas coisas. Eu não sei para onde estou indo, eu vou. Eu não sei o tempo que me resta, mas de repente não me resta mais tempo.



Janaina Pereira
Redatora
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domingo, abril 03, 2005

O bem, o mal, o bom e o mau


Assisti “Constantine”, estréia na direção de Francis Lawrence, um dos maiores diretores de videoclipes do momento. Baseado no protagonista dos quadrinhos Hellblazer, criados por Allan Moore, Jamie Delano e Garth Ennis, e protagonizado por Keanu Reeves, “Constantine” segue uma estética visual interessante, bela fotografia, roteiro amarrado e um herói com todo jeito de anti-herói – o grande charme dos quadrinhos e a grande sacada do filme.

John Constantine (Reeves, uma graça de mocinho mas sem nenhuma expressão artística) é um cara cheio de estilo e mistério: meio exorcista, meio caçador de demônios, está condenado à morte e sabe que vai para o Inferno. Ainda assim, expulsa demônios do corpo de criancinhas, esperando conseguir uma entrada no reino dos Céus. A vida de Constantine é uma eterna luta do bem e do mal, já que ele faz parte de um mundo (real) onde Deus e o Diabo fizeram uma aposta, e não podem mandar nem anjos nem demônios para a Terra. Apesar disso, Deus e o Diabo deixam que semi-anjos e semi-demônios duelem por aqui. Complexo ? Nem tanto. O belo e cool Constantine continua sua luta pessoal e pede ao anjo Gabriel (Tilda Swinton) sua salvação. O pedido é negado: Constantine, fumante há décadas, está à beira da morte e por ter tentado o suicídio na adolescência, não pode ser perdoado.

Quando parece que o Inferno está cada vez mais próximo, nosso herói é procurado por Angela (Rachel Weisz), uma detetive com dons premonitórios reprimidos. Ela acaba de perder a irmã gêmea, Isabel, que, perturbada mentalmente, comete suicídio, e antes de morrer chama por Constantine. A policial não acredita que a irmã, católica fervorosa, tenha sido capaz de se matar – afinal, o suicídio é pecado mortal, capaz de condenar qualquer alma ao Inferno. Intrigada, Angela procura respostas em Constantine. Mal sabe ela que o moço é capaz de ir ao Inferno, literalmente, e é lá que ele encontra Isabel. Mas agora é tarde demais para a policial sair da trama, uma vez que ela pode ser a chave para que os demônios subam à Terra.

”Constantine” tem efeitos especiais maravilhosos, um belo jogo de câmeras, e é um espetáculo cinematográfico. Os personagens que rodeiam o protagonista são tão ricos quanto a “mitologia” que envolve o filme. E o terreno em que o filme percorre, a religião, sem dúvida é um dos mais frágeis, o que poderia levá-lo a ser um filme politicamente correto. Mas está longe disso: com alguma dose de ironia nos diálogos e o jeito pouco ortodoxo do protagonista, podemos curtir o filme e sua grande sacada que é o descompromisso, a falta de vontade de estar do lado certo ou do lado errado, a tranqüilidade com que o herói transita entre o bem e o mal. Este clima certamente veio dos quadrinhos.

Pena que Keanu Reeves ainda não saiu de “Matrix” e continua com o mesmo ar blazè, tornando o personagem frio demais. Vale lembrar que as feições do Constantine dos quadrinhos foram baseadas nas do cantor Sting .

Para quem quer ir ao cinema por puro passatempo, “Constantine” é uma boa pedida. E falando em herói, amanhã temos um super na TV: “Homem-Aranha”. Esse vale muito a pena.



Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

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