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terça-feira, abril 26, 2005

Cenas de cinema


Assisti a dois filmes do Charles Chaplin na semana passada: “Em busca do ouro” e “Dia de pagamento”. Embora já conhecesse a história dos dois, apenas o primeiro eu já tinha visto, mas fazia tanto tempo que eu não lembrava com detalhes. E foi muito bom relembrar o quanto a inteligência faz bem ao mundo do cinema (e a vida, é claro).

Chaplin e seu humor ácido e particular sempre será uma das maiores referências cinematográficas. Em sua época era possível ser divertido, mordaz e politicamente incorreto sem dizer uma única palavra. A força do cinema mudo estava justamente na linguagem visual, reforçada pela linguagem corporal dos atores. No filme “Em busca do ouro” (The Gold Rush), de 1925, Chaplin não deixa de ser Carlitos mesmo quando se dá bem na vida; as cenas bem-humoradas não são forçadas e os atores representam além das caras e bocas que estamos acostumados atualmente. As imagens, embora sem a tecnologia de hoje, possuem simbolismo e atingem em cheio ao espectador. A história se passa no Alaska, onde Carlitos tenta a sorte como garimpeiro na Corrida do Ouro em 1898. Lá, ele conhece McKay (Mack Swain), com quem cria bastante confusão durante uma tempestade de neve, e se apaixona por uma dançarina (Georgia Hale). É deste filme uma das cenas clássicas do cinema: a dança dos pãezinhos.

“Dia de pagamento” (Pay Day), de 1922, é uma forte crítica social que mostra o proletariado submisso, se contentando com pouco, lutando por menos ainda e buscando o mínimo para se divertir. Tudo isso surge em cenas hilárias, recheadas de pitadas sarcásticas, com a música pontuando toda ação. O filme é uma comédia de situações que mostra um chefe de família driblando a tudo e a todos para sobreviver e ser feliz, ainda que seja só um pouquinho, ainda que seja somente no dia do pagamento. A história apresenta Carlitos trabalhando numa obra e envolvido nas maiores confusões até receber seu salário e tentar se divertir com ele, sob o olhar atento e a marcação cerrada da esposa brava.

Os filmes de Charles Chaplin estão entre as melhores opções de aprendizado sobre o humor e a crítica da sociedade. A ironia fina presente em cada cena é para ser vista e revista sempre. Lembrando que um olhar pode ser mais divertido que uma palavra. E que também é possível ser inteligente sem precisar sequer abrir a boca. Afinal, tudo é uma questão de atitude e postura diante dos percalços da vida.




Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

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