<$BlogRSDUrl$>

domingo, abril 03, 2005

O bem, o mal, o bom e o mau


Assisti “Constantine”, estréia na direção de Francis Lawrence, um dos maiores diretores de videoclipes do momento. Baseado no protagonista dos quadrinhos Hellblazer, criados por Allan Moore, Jamie Delano e Garth Ennis, e protagonizado por Keanu Reeves, “Constantine” segue uma estética visual interessante, bela fotografia, roteiro amarrado e um herói com todo jeito de anti-herói – o grande charme dos quadrinhos e a grande sacada do filme.

John Constantine (Reeves, uma graça de mocinho mas sem nenhuma expressão artística) é um cara cheio de estilo e mistério: meio exorcista, meio caçador de demônios, está condenado à morte e sabe que vai para o Inferno. Ainda assim, expulsa demônios do corpo de criancinhas, esperando conseguir uma entrada no reino dos Céus. A vida de Constantine é uma eterna luta do bem e do mal, já que ele faz parte de um mundo (real) onde Deus e o Diabo fizeram uma aposta, e não podem mandar nem anjos nem demônios para a Terra. Apesar disso, Deus e o Diabo deixam que semi-anjos e semi-demônios duelem por aqui. Complexo ? Nem tanto. O belo e cool Constantine continua sua luta pessoal e pede ao anjo Gabriel (Tilda Swinton) sua salvação. O pedido é negado: Constantine, fumante há décadas, está à beira da morte e por ter tentado o suicídio na adolescência, não pode ser perdoado.

Quando parece que o Inferno está cada vez mais próximo, nosso herói é procurado por Angela (Rachel Weisz), uma detetive com dons premonitórios reprimidos. Ela acaba de perder a irmã gêmea, Isabel, que, perturbada mentalmente, comete suicídio, e antes de morrer chama por Constantine. A policial não acredita que a irmã, católica fervorosa, tenha sido capaz de se matar – afinal, o suicídio é pecado mortal, capaz de condenar qualquer alma ao Inferno. Intrigada, Angela procura respostas em Constantine. Mal sabe ela que o moço é capaz de ir ao Inferno, literalmente, e é lá que ele encontra Isabel. Mas agora é tarde demais para a policial sair da trama, uma vez que ela pode ser a chave para que os demônios subam à Terra.

”Constantine” tem efeitos especiais maravilhosos, um belo jogo de câmeras, e é um espetáculo cinematográfico. Os personagens que rodeiam o protagonista são tão ricos quanto a “mitologia” que envolve o filme. E o terreno em que o filme percorre, a religião, sem dúvida é um dos mais frágeis, o que poderia levá-lo a ser um filme politicamente correto. Mas está longe disso: com alguma dose de ironia nos diálogos e o jeito pouco ortodoxo do protagonista, podemos curtir o filme e sua grande sacada que é o descompromisso, a falta de vontade de estar do lado certo ou do lado errado, a tranqüilidade com que o herói transita entre o bem e o mal. Este clima certamente veio dos quadrinhos.

Pena que Keanu Reeves ainda não saiu de “Matrix” e continua com o mesmo ar blazè, tornando o personagem frio demais. Vale lembrar que as feições do Constantine dos quadrinhos foram baseadas nas do cantor Sting .

Para quem quer ir ao cinema por puro passatempo, “Constantine” é uma boa pedida. E falando em herói, amanhã temos um super na TV: “Homem-Aranha”. Esse vale muito a pena.



Janaina Pereira
Redatora
www.fotolog.net/janaredatora
janaredatora@hotmail.com

Comentários Postar um comentário

This page is powered by Blogger. Isn't yours?