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segunda-feira, julho 07, 2025

 O início do fim


Chegou aquele momento da vida que não tem mais o que fazer. Não há sonhos, não há futuro. O fim vai chegar, é a terceira fase e é isso, não dá para planejar mais nada. Talvez dure muito tempo, talvez não, o fato é que o fim vai chegar, e é inevitável.

Eu já tenho 50 anos, e a vida não vai mudar. Meu talento foi desperdiçado, minha vida é o que é, eu sou apenas mais uma na multidão que não conseguiu vencer. Faz parte. Não sou a única.

Agora é tentar viver do jeito que dá. Porque não há muito mais o que fazer.


sexta-feira, julho 04, 2025

 De novo


Desde que eu nasci, ouço: 'fica calma, as coisas vão melhorar, aceite as mudanças, blablabla'

Nossa, que irritante. 

Eu não quero ficar calma, não quero aceitar mudanças, não quero isso ou aquilo. Eu quero o direito de ficar nervosa, tensa, irritada, aborrecida, magoada. Não há nada de novo, tudo continua insuportável como antes, então pelo menos me deixa espernear em paz.



quarta-feira, julho 02, 2025

 Mais um


A felicidade incomoda. Ela traz ao outro aquela sensação de que você queria ter o que não tem. Ser feliz é para poucos. E se você demonstra felicidade, ao redor só destilam inveja.

Quando as coisas parecem entrar nos eixos, e eu consigo visibilidade e reconhecimento, vem um movimento surpreendente e acaba com tudo. Porque não dá para ser feliz, não dá para ter sucesso, não dá para fazer o que gosto e minimamente ser contemplada com algo bom.

Parece que meu destino é continuar correndo em círculos sem nunca sair do lugar.


sexta-feira, junho 20, 2025

 Ainda Botafogo x PSG


Eu não achava que o Botafogo ia vencer o PSG. Aliás, eu não acho nada desse Mundial da Fifa. Para mim, estar lá é muito legal porque meu time, até outro dia, jogava a segunda divisão do Brasileirão. E agora estava jogando um campeonato internacional contra alguns dos melhores da Europa. Bacana pacas.

Mas eu vi o jogo porque era histórico. O campeão da Libertadores contra o campeão da Champions. O jogo mais esperado do tal Mundial. Pra variar, a maioria das pessoas sacramentando uma goleada e um vexame histórico do meu time. Mas eu achava que a gente podia empatar – o que seria um feito – e se conseguisse não tomar gol em 20 minutos, tudo poderia acontecer.

E aconteceu. Foi lindo, foi histórico, foi gigantesco. Sinceramente, eu espero que todos os times da América do Sul – e isso inclui os argentinos – avancem o mais longe possível nesse Mundial. Mas eu só torço mesmo para o Botafogo. Porque o Botafogo só tem a sua torcida. Não adianta agora esse papo de ‘o Botafogo representou bem o Brasil’ porque a maioria ridiculariza o clube e diminui as nossas conquistas. Somos sempre motivo de chacota e piada pronta.

Eu acho patético – para dizer uma palavra amena – a rivalidade das torcidas, as ofensas e as humilhações que as pessoas gostam de fazer no universo do futebol. Acho triste e desprezível. Não sou esse tipo de pessoa. Nunca vim a público diminuir ou criticar o time dos outros. Eu só peço uma coisa: me deixem ser feliz. Meu time é bairro? Sim, um bairro lindo! Ganhamos e merecemos, então aceita que dói menos!!!!

Gostando ou não, o Botafogo fez o que todos os outros times gostariam de fazer e não conseguiram, ou não tiveram oportunidade. Onde isso tudo vai acabar eu não sei, mas me deixa ser feliz hoje! Se isso é um sonho, não me acordem.



 Botafogo x PSG


A gente ganha Libertadores e Brasileirão no mesmo ano e continua sendo esculachado. Continuamos sendo um bairro. Continuamos sendo diminuídos e ridicularizados. Mas é assim que eu prefiro. Porque os humilhados serão exaltados! 

Eu sou botafoguense raiz. Eu nasci botafoguense, eu vi meu clube ser rebaixado algumas vezes, eu estive no fundo do poço e agora só posso dizer: vivi por esse momento. Mais um grande momento. Ah sim, eu me sinto campeã mundial. Eu me sinto no topo do mundo. Gloriosa. 

E para quem ainda não conhecia, prazer, é o Botafogo de Futebol e Regatas. O dono da estrela que mais brilha neste mundo.

sábado, abril 26, 2025

 

Homilia de Páscoa


Maria Madalena, ao ver que a pedra do sepulcro tinha sido removida, começou a correr para ir avisar Pedro e João. Também os dois discípulos, tendo recebido aquela surpreendente notícia, saíram e – diz o Evangelho – «corriam os dois juntos» (Jo 20, 4). Os protagonistas dos relatos pascais correm todos! E este “correr” exprime, por um lado, a preocupação de que tivessem levado o corpo do Senhor; mas, por outro lado, a corrida de Maria Madalena, de Pedro e de João fala do desejo, do impulso do coração, da atitude interior de quem se põe à procura de Jesus. Ele, com efeito, ressuscitou dos mortos e, portanto, já não se encontra no túmulo. É preciso procurá-lo noutro lugar.


Este é o anúncio da Páscoa: é preciso procurá-lo noutro lugar. Cristo ressuscitou, está vivo! Não ficou prisioneiro da morte, já não está envolvido pelo sudário e, por isso, não podemos encerrá-lo numa bonita história para contar, não podemos fazer dele um herói do passado ou pensar nele como uma estátua colocada na sala de um museu! Pelo contrário, temos de O procurar, e, por isso, não podemos ficar parados. Temos de nos pôr em movimento, sair para O procurar: procurá-lo na vida, procurá-lo no rosto dos irmãos, procurá-lo no dia a dia, procurá-lo em todo o lado, exceto naquele túmulo. 


Procurá-lo sempre. Porque se Ele ressuscitou, então está presente em toda a parte, habita no meio de nós, esconde-se e revela-se ainda hoje nas irmãs e nos irmãos que encontramos pelo caminho, nas situações mais anónimas e imprevisíveis da nossa vida. Ele está vivo e permanece sempre conosco, chorando as lágrimas de quem sofre e multiplicando a beleza da vida nos pequenos gestos de amor de cada um de nós.


Por isso, a fé pascal, que nos abre ao encontro com o Senhor ressuscitado e nos dispõe a acolhê-lo na nossa vida, é tudo menos uma acomodação estática ou um pacífico conformar-se numa segurança religiosa qualquer. Pelo contrário, a Páscoa põe-nos em movimento, impele-nos a correr como Maria de Magdala e como os discípulos; convida-nos a ter olhos capazes de “ver mais além”, para vislumbrar Jesus, o Vivente, como o Deus que se revela e ainda hoje se torna presente, nos fala, nos precede, nos surpreende. Como Maria Madalena, podemos fazer todos os dias a experiência de perder o Senhor, mas todos os dias podemos correr para O reencontrar, sabendo com certeza que Ele se deixa encontrar e nos ilumina com a luz da sua ressurreição.


Irmãos e irmãs, aqui está a maior esperança da nossa vida: podemos viver esta existência pobre, frágil e ferida agarrados a Cristo, porque Ele venceu a morte, vence a nossa escuridão e vencerá as trevas do mundo, para nos fazer viver com Ele na alegria, para sempre. Em direção a esta meta, como diz o Apóstolo Paulo, também nós corremos, esquecendo o que fica para trás e vivendo orientados para o que está à nossa frente (cf. Fl 3, 12-14). Apressemo-nos então a ir ao encontro de Cristo, com o passo ligeiro de Maria Madalena, Pedro e João.


O Jubileu convida-nos a renovar em nós mesmos o dom desta esperança, a mergulhar nela os nossos sofrimentos e as nossas inquietações, a contagiar aqueles que encontramos no caminho, a confiar a esta esperança o futuro da nossa vida e o destino da humanidade. Por isso, não podemos estacionar o nosso coração nas ilusões deste mundo, nem fechá-lo na tristeza; temos de correr, cheios de alegria. Corramos ao encontro de Jesus, redescubramos a graça inestimável de ser seus amigos. Deixemos que a sua Palavra de vida e verdade ilumine o nosso caminho. Como dizia o grande teólogo Henri de Lubac, «bastar-nos-á compreender isto: o cristianismo é Cristo. Verdadeiramente, não há nada mais do que isso. Em Cristo temos tudo» (Les responsabilités doctrinales des catholiques dans le monde d’aujourd’hui, Paris 2010, 276).


E este “tudo”, que é Cristo ressuscitado, abre a nossa vida à esperança. Ele está vivo e ainda hoje quer renovar a nossa vida. A Ele, vencedor do pecado e da morte, queremos dizer:


«Senhor, nesta festa, pedimos-vos este dom: que também nós sejamos novos para viver esta perene novidade. Afastai de nós, ó Deus, a poeira triste da rotina, do cansaço e do desencanto; dai-nos a alegria de acordar, a cada manhã, com os olhos maravilhados, para ver as cores inéditas daquele amanhecer, único e diferente de todos os outros. […] Tudo é novo, Senhor, e nada repetido, nada envelhecido» (A. Zarri, Quasi una preghiera).



Irmãs, irmãos, na maravilha da fé pascal, trazendo no coração todas as expetativas de paz e libertação, podemos dizer: Convosco, Senhor, tudo é novo. Convosco, tudo recomeça.


segunda-feira, abril 21, 2025

 Adeus, Papa Francisco


Ah, Papa Francisco, já estou com saudades. Em 2017, em uma de minhas visitas a Roma, fiz um pedido dentro da Basílica São Pedro. Um ano depois, voltei e cumpri o que prometi: fui encontrar o Papa. Fiz o pedido ao Vaticano, recebi o convite pelos Correios, sai de trem de Veneza especialmente para vê-lo. Não sei explicar a emoção. Era um momento tão difícil da minha vida, um turbilhão de acontecimentos, muita dor física e espiritual, e tudo, absolutamente tudo desapareceu naquelas horas em que estive tão perto de Francisco.
Depois, logo no começo da pandemia, naquela Páscoa em que ele andou por Roma sozinho, e rezou uma missa na Praça São Pedro vazia, ficou a imagem de um homem de fé que, acima de tudo, acreditava que podia fazer a diferença. E fez. Morreu de forma inesperada, após rezar a missa de Páscoa, quando parecia se recuperar bem dos inúmeros problemas de saúde. Morreu como a força da natureza que sempre foi.
Obrigada pelo privilégio de ter vivido em seu tempo, e por ter sentido seu amor e carinho pela humanidade (que nem sempre merece e que não entende que não é a religião, e sim algo maior que nos orienta: a fé).

domingo, abril 20, 2025

 Cálice

(Gilberto Gil - Chico Buarque)


Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga?
Tragar a dor, engolir a labuta?
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Pai (Pai), afasta de mim esse cálice
(Pai), afasta de mim esse cálice
(Pai), afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado, eu permaneço atento
Na arquibancada, pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai (Pai), afasta de mim esse cálice
(Pai), afasta de mim esse cálice
(Pai), afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

De muito gorda, a porca já não anda (cálice)
De muito usada, a faca já não corta
Como é difícil, (Pai) Pai, abrir a porta (cálice)
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade?
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Pai (Pai), afasta de mim esse cálice
(Pai), afasta de mim esse cálice
(Pai), afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno (cálice)
Nem seja a vida um fato consumado (cálice, cálice)
Quero inventar o meu próprio pecado (cálice, cálice)
Quero morrer do meu próprio veneno (Pai) (cálice, cálice)
Quero perder de vez tua cabeça (cálice)
Minha cabeça perder teu juízo (cálice)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel (cálice)
Me embriagar até que alguém me esqueça (cálice)


terça-feira, fevereiro 11, 2025

 De novo


É sempre a mesma história. Não, não e não.

A mesma coisa de sempre. Não, não e não.

O fracasso.

O grande fracasso.

O fundo do poço.

O abismo.

Os outros conseguem, eu não.

Porque sou inútil.

Um fracasso.

Eu sou um grande fracasso.


quinta-feira, janeiro 16, 2025

 A culpa



Sempre que brigo com minha mãe, ela questiona porque eu coloco a culpa de tudo nela. É porque eu a culpo pela minha existência. Na verdade, a culpa não é só dela, é do meu pai também, mas ele não está mais aqui para culpá-lo. E ela acaba assumindo essa culpa sozinha.

Eu apenas não queria ter nascido. Não queria existir. Não queria estar aqui, porque não vejo motivos para estar aqui. A vida não presta, ela não serve pra nada, só para esfregar na minha cara o quanto eu sou inútil e fracassada.

Eu apenas não queria ter nascido. Seria um favor imenso para o mundo que eu simplesmente não existisse.


terça-feira, dezembro 31, 2024

 Feliz Ano Novo



“A vida encolhe ou expande em proporção à nossa coragem”. (Anaïs Nin)


terça-feira, dezembro 24, 2024

 Feliz Natal


Pra lembrar que Natal é a celebração do aniversário daquele que veio nos mostrar que o amor é maior que tudo. Feliz Aniversário, Jesus.


domingo, dezembro 15, 2024

 O que é ser botafoguense?


Visto de fora, algumas pessoas ficaram preocupadas com meus vídeos sobre o Botafogo campeão da Libertadores. Minha mãe, que viu minhas reações aos gols, ficou visivelmente atordoada com minha atitude. Eu não conseguirei explicar o que senti naquele 30 de novembro, mas posso resumir em uma única palavra: alívio.

Muitas pessoas acham que minha emoção está ligada ao meu pai, mas não é só isso. Claro, o Botafogo me lembra ele, e talvez essa seja a única lembrança legal que eu tenha do meu pai. Apesar do Botafogo ser considerado apenas um bairro pela maioria da humanidade, o time me traz lembranças positivas do meu pai - porque entre todas as imperfeições que ele tinha, a de ser botafoguense sempre foi a que consegui conviver muito bem.

Eu detesto que, quando uma pessoa morre, os vivos colocam um pedestal que não se pode mais falar mal do morto. O pai era meu, então eu posso sim falar mal dele. Se, por um lado, ele foi um ótimo pai, e me deixou alguns ensinamentos que uso até hoje, por outro há muita coisa nele que eu não aprecio, e tenho certeza que, se fosse vivo, a gente teria muitos problemas. Meu pai não era 'o meu papai querido, meu paizinho' ou qualquer outra forma de falar que me irrita, porque ele era um ser humano com muitos defeitos, então não, não coloco no pedestal. Simples assim.

Dito isso, eu sou botafoguense sim por causa do meu pai, mas não, as vitórias recentes não me fazem lembrar só dele. Eu me identifico com o Botafogo, justamente por ser um clube falido, humilhado, derrotado e fracassado. Exatamente como eu sou.

Ah, não, não me venham com 'você tem que olhar o lado bom da vida'. Não, eu não tenho. Vou te deixar viver minha vida por um dia para você ver se é legal. São anos engolindo sapos, calada, vendendo o almoço para pagar o jantar, recebendo assédio moral no trabalho (e não só no trabalho), tendo que me contentar com pouco porque é isso que me resta. Quem olha só as redes sociais pode achar que tenho uma vida glamourosa só porque escrevo sobre restaurantes bacanas e entrevisto gente famosa, mas a realidade é cruel. Nunca tive o menor reconhecimento, seja financeiro ou profissional.

Por isso amo ser botafoguense. Um time que vive de uma conquista aqui e outra ali, sempre coisa pequena tipo campeonato carioca... que ganhou um título brasileiro em 1995 cercado de polêmicas. Que se não fosse sua pequena, mas fiel torcida, teria falido nas tantas vezes em que foi rebaixado. Porque tem coisas que só acontecem ao Botafogo - e todas ruins!

Ai veio 2023. Um dos anos mais difíceis para mim, onde me apaguei ao Botafogo como nunca aconteceu antes, porque o time estava ganhando e liderando o Brasileirão com folgas. O final da história, todo mundo já sabe: a maior pipocada do planeta bola. E eu me olhava no espelho e só via a pessoa humilhada como aquele time. Como não torcer para o Botafogo, que sempre decepciona? 

Não esperava nada de 2024. Ainda que o ano tenha apresentado alguns momentos bons, era melhor não criar expectativa - na vida e no futebol. Fui me deixando levar pelo Botafogo, sempre com desconfiança. Até ri do 4 x 1 no Flamengo. Mas comecei a ficar bastante preocupada quando o time eliminou o Palmeiras na Libertadores. Será que o Botafogo se tornaria, finalmente, um time vencedor?

Eu só me lembro de me sentir vitoriosa na vida na minha adolescência, quando o Ayrton Senna ganhava. Cada vitória dele significa um triunfo para mim. A morte do Ayrton deixou um vazio gigantesco na minha vida esportiva, momentaneamente preenchido pelo vôlei. Até chegar o Botafogo de 2024.

As coisas foram evoluindo e vieram os tropeços, claro, senão não seria o Botafogo! E a sombra de 2023, com o mundo inteiro contra o time, debochando e ironizando, levantando suspeitas sobre a capacidade dos jogadores... eu, particularmente, não acreditava que o desastre do ano passado ia se repetir. Não achava, de verdade, que Deus seria tão cruel com a gente. E, na minha cabeça, era inadmissível que um time que ganha de 5 a 0 do Penarol vai perder a Libertadores. Podia até perder o Brasileirão, mas a Liberta jamais!

Nos dias que antecederam o 30 de novembro, onde eu chorava copiosamente sempre que via algo do Botafogo, eu tinha não só a esperança, mas a certeza que ia dar certo. Tinha algo mágico no ar. Deu certo, no roteiro mais incrível possível. E, por isso, eu precisava ver aquele time jogar pela última vez, na última rodada do Campeonato Brasileiro. De qualquer jeito.

Quando vi que só tinha ingresso na torcida do São Paulo, titubeei. Mas, ao ler um comentário no Instagram do Botafogo sobre um grupo de whatsapp com torcedores que iam no mesmo setor, criei coragem e comprei o ingresso. De repente, a energia daquelas pessoas se transformou numa cadeia positiva, contagiante, e nada podia dar errado. Como, de fato, não deu.

Como gloriosos que somos, fomos acolhidos pelos seguranças que nos deixaram mudar de setor. Eu fui parar no meio do mosaico da torcida botafoguense, um luxo. Comemorei cada gol, fiquei ansiosa e descarreguei tudo no meu saco de pipocas - porque somos pipoqueiros com louvor! Até que, filmando o final do jogo, veio o gol do título pelo pés do Gregore - o cara que foi expulso aos 40 segundos da final da Liberta. Eu filmei o gol do título!!!!! Tem coisas que só acontecem ao Botafogo - agora, coisas boas também!

Sempre tivemos a glória, mas agora ela é eterna. Conseguimos o título mais improvável - a Liberta - e o mais esperado - o Brasileiro - no mesmo ano. Um feito que só o Santos de Pelé e o Flamengo de JJ conseguiu. Alguns jogadores remanescentes de 2023, e os novos de 2024, todos que entenderam realmente o significado de ser botafoguense, foram premiados com o que há de mais forte no mundo de hoje: a resiliência. A palavra que tanto se fala atualmente, que tanto se espera das pessoas, e que é tão difícil colocar em prática no dia a dia.

Hoje me olhei no espelho e pensei o quanto sou resiliente. Sim, tive algumas vitórias e a vida não é tão ruim, ela só não é o que espero. Porque o tempo de Deus é diferente do nosso. A vida não é justa; tanta gente com talento nunca alcança o que quer. Mas, de repente, ao Botafogo, um time tão menosprezado, foi concedido o direito de uma das maiores e mais belas voltas por cima da história do esporte.

Eu só posso agradecer a Deus por ter me guiado, de forma segura e precisa, para viver esses dias tão incríveis. Agradecer ao Lucas, Jessyca, André, Bruno, Luiz, Nathalia, Maria Eduarda, Isabella, Stella, Thatá, Fernanda, Breno e toda a galera do Infiltrados & Resgatados (que, quando surgiu, era Folgados & Infiltrados!). Saber que o Botafogo movimenta toda essa energia incrível foi uma das melhores descobertas que fiz nessa vida!

Agradeço imensamente por ser botafoguense; das lutas e tristezas; das derrotas e vitórias; do fracasso ao sucesso mais avassalador dos últimos tempos. Somos, de fato e de direto: os escolhidos. Tem uma frase da Bíblia que cabe nesse momento - não sou religiosa, mas tenho fé, e essa frase, para mim, resume perfeitamente o que conquistamos este ano: "Os humilhados serão exaltados".

E, claro, obrigada ao meu pai por ter começado essa história. Porque o Botafogo sempre será a melhor lembrança que tenho dele - e agora, a lembrança mais vitoriosa de toda a minha vida. 

(e sim, vou festejar o teu sofrer, o teu penar! Porque ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro!!!)


domingo, dezembro 08, 2024

 É campeão - de novo!


Eu precisava estar lá. Não tinha mais ingressos, só para torcida visitante. Vi um comentário no Instagram de um grupo se formando para ir mesmo assim. Comprei. Entrei no grupo. Fui. Os seguranças do Botafogo me passaram para a torcida do clube. Participei do mosaico. Só consegui encontrar a Jessyca do grupo. Vimos o jogo. Somos tricampeões brasileiros. Botafoguenses unidos em nome desse amor. É tempo de Botafogo. É tempo de vencer. E tempo de viver feliz porque ano passado eu morri. Mas esse ano eu não morro. #futebol #brasileirao #botafogo


sábado, novembro 30, 2024

 É Campeão!!!!


O Botafogo é campeão da Libertadores. Se é um sonho, não me acordem.

Papai, a gente ganhou a Liberta! E nem o melhor dos roteiristas escreveria essa história de maneira tão épica. O que foi o Gregore expulso aos 40 segundos? Ali, a derrota era certa. Mas o Luis Henrique, camisa 7 como Garrincha - e não estou comparando ao Garrincha, tá, sei que ele foi o maior entre os nossos - fez um gol, tomou um pênalti - que o Alex Telles cobrou bem - e lá fomos nós para o segundo tempo com 2 x 0 e um jogador a menos.

Papai, vão falar que o pênalti não valeu. Vão inventar mil histórias, mas o roteiro que estava escrito... só Deus para dar tantos contornos surreais. O Atlético Mineiro fez um gol logo no começo do segundo tempo, e foi um sufoco. Até que o Escolhido entrou. Junior Santos. Desde o início da Liberta, Jr Santos nos livrou de vários tormentos e deixou o time embalado até, cruelmente, se machucar em julho e, quando voltou em outubro, já não tinha mais vaga no time titular.

Mas Junior Santos é o Escolhido. Até a mamãe falou "Junior Santos vai entrar" de tanto que eu disse que ele era o nosso cara na Liberta. Faltando um minuto pro jogo acabar, já nos acréscimos, o Galo sufocando e lá estava o cara, no lugar certo, na hora certa. Gol de Junior Santos. Botafogo campeão da Liberta. 3 x a 1. Incrível!!!!

Papai, eu passei a semana chorando. Era só ver ou ouvir algo sobre o Bota que eu chorava. Nem vi o jogo contra o Palmeiras - exorcizamos 2023 finalmente! Eu falei para um amigo que, se a gente ganhasse algo, ia ser com sofrimento. E foi. Porque ser botafoguense é sofrer, sempre. Na vitória e na derrota.

Deus escreveu a melhor história para o Botafogo. Um ano de 2023 perfeito que terminou desastrosamente, e um 2024 de desconfianças que terminou com uma das maiores voltas por cima do esporte mundial. Se não fosse o horroroso fim de 2023, não teríamos esse 2024 glorioso. Literalmente.

Papai, eu me olho no espelho e me sinto uma derrotada. Um fracasso. Sempre penso que meu talento é desperdiçado, que não tenho reconhecimento e por isso torcer para o Botafogo é perfeito: sou tão humilhada quanto o meu time. Mas, de repente, a gente se tornou vitorioso. A gente se tornou grande. Talvez a gente sempre fosse, mas nunca acreditamos de fato nisso.

Papai, hoje me olhei no espelho e pensei: sou campeã da América. Eu vi o Bota dar a vida por esse título. Como pode um time com 10 jogadores ganhar????????? Porque não eram 10, pai. Éramos todos. Aqui e aí. Você daí torceu muito? Eu surtei antes mesmo de acabar!!!

Estou feliz, estou me sentindo vitoriosa como poucas vezes me senti na vida. E te agradeço por me fazer botafoguense. Sua camisa está aqui, guardada há 35 anos. Uso de vez em quando, do ano passado para cá, porque né, agora podemos!!!!

Papai, essa vitória é para você. Porque o Botafogo é a maior herança que você me deixou. Saudades de você. Pode deixar que agora vou viver esse TEMPO DE BOTAFOGO. Porque a Glória sempre foi nossa, mas agora ela é ETERNA. 





segunda-feira, novembro 25, 2024

A Glória Será Eterna?


Papai, o Botafogo está na final da Liberta. Eu nunca achei que esse dia chegaria, e nunca sonhei com isso. Mas estamos lá. Aí o Brasileirão foi pro ralo e todo mundo tá chamando o time de pipoqueiro. Mas nem acho que estão pipocando dessa vez; acho que a final da Liberta tá mais importante do que qualquer coisa agora.

Papai, mesmo se o Botafogo perder - e eu nem acho que vai ganhar! - eu estou tão feliz! Estamos lá onde só os grandes estiveram. Onde Garrincha nunca esteve. Onde Didi nunca esteve. Onde Nilton Santos e Heleno de Freitas nunca estiveram. Pai, a gente está na final da Liberta vindo da fase de grupos, depois da pipocada - essa sim! - do ano passado. E estamos lá graças a um Santos, o Junior, e a todos os outros que vieram depois dele.
Papai, você morreu antes de ver o Botafogo ser campeão em 1989, 21 anos depois do último título. Naquele dia, eu me tornei definitivamente botafoguense. É a única herança que você me deixou. Não podia ser mais difícil, sofrida e triste. Ser botafoguense é das coisas mais complicadas da vida. Eu me sinto uma pessoa humilhada constantemente, ainda mais agora que o mundo inteiro odeia o Botafogo - justo a gente, que era a torcida mais gentil e o time mais inofensivo.
Papai, não importa o que vai acontecer. Eu realmente estou me sentindo especial por estar na final da Liberta. Eu não vou a BA porque decidi estar ao lado de mamis, porque ganhando ou perdendo, vamos viver juntas esse momento. Sei que você, onde estiver, tá feliz pra caramba.
Meu pai, meu botafoguense favorito, o responsável por tudo: a gente tá na final da Liberta. E só quem é humilhado todos os dias sabe o quanto isso significa para a gente. A GLÓRIA SEMPRE FOI NOSSA, PAI. TOMARA QUE, UM DIA, ELA SEJA ETERNA.
Saudações botafoguenses ao meu pai, a quem sempre chamei de papai, Ivo Pereira. O cara que me fez torcer pro time mais esquisito do mundo, o que mais faz o seu torcedor passar vergonha. Mas a gente tá na final da Liberta, e isso, agora, é a parte mais linda da nossa história.

sexta-feira, novembro 22, 2024

 Pois é


"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.”

(Eclesiastes 3:1)


sexta-feira, novembro 01, 2024

Vida


 “A vida não é o que a gente viveu, e sim a que a gente se lembra, e como se lembra para poder contá-la.” (Gabriel Garcia Marquez)


quinta-feira, outubro 31, 2024

 

É tempo de Botafogo

 

Sou botafoguense desde que nasci. Meu pai, fã de Garrincha, já comprava as camisetas do Botafogo quando eu era bem pequena. Ia ao Maracanã com ele, chorava quando o time fazia gols, mas, como o Botafogo já não ganhava quando nasci, eu tinha vergonha de dizer que era botafoguense. Falava que não gostava de futebol.

Tudo mudou em 1989. Meu pai comprou a camisa oficial do Botafogo em janeiro, e disse que naquele ano seríamos campeões. Em 7 de março meu pai morreu. Em 21 de junho o Botafogo ganhou o campeonato carioca, diante do Flamengo de Zico, após 21 anos sem títulos. Naquele dia, eu me tornei, de fato, botafoguense.

Desde então, não lembro de outros títulos. Não tenho ideia do que rolou no campeonato brasileiro de 1995 – sei da polêmica da final contra o Santos, mas não lembro do campeonato em si. Lembro um pouco da Libertadores de 2017. Nunca mais fui ao estádio.

Tudo mudou em 2023. Prestei atenção no time, fui ao Nilton Santos, torci. E, no final, vivi uma das maiores humilhações da minha vida. Entendi que ser botafoguense é ser constantemente humilhado, diminuído, maltratado. É sofrer para vencer. É ter a vitória arrancada das mãos de forma brutal e dolorida. Ser botafoguense é ser eternamente marcado pelo fracasso.

Não poderia ter outro time. O fiasco de 2023 deixou claro que torço para o time certo. Lembro de ver a torcida do Fluminense feliz com a conquista da Libertadores e pensar: ‘Isso nunca vai acontecer com o Botafogo’.

E veio 2024. Não fui ao estádio, quase não vi os jogos. Fui me surpreendendo com a resiliência do time, com a volta por cima. Escrevo esse texto sem saber o final da história, que, talvez, seja a perda dos dois títulos que disputa. Quem sabe? Ou ganha um e perde o outro. Ou ganha os dois????? Acho que não, hein? Botafoguense raiz é pessimista, é supersticioso e vai até o fim com medo da vitória.

Vencer... será que o Botafogo vai virar um time vencedor? Já temos a glória e agora? Será que, finalmente, ela será eterna?

Ser botafoguense é nunca acreditar em final feliz. É estar preparado para o pior, sempre. É aceitar que, se a vitória vier, será com muito suor, muita luta, muita força de vontade, muita resignação.

O Botafogo é um time para os fortes. Pensam que a gente é fraco, mas a torcida é a força desse time. Somos fortes, e quanto mais nos humilham, mais a gente vai lutar para seguir adiante. Sabemos que a partida nunca está ganha, e, por isso, quando perdemos, a gente aceita. E recomeça. E acredita.

Ser Botafogo também é ser perdedor. É ser humilhado. É ser um fracasso na vida e no campo. E, por isso, quando a gente ganha, há aquela sensação infinita de que chegamos ao topo do mundo.

Ser Botafogo é estar sempre preparado para o pior. É saber que vão nos derrubar mesmo a gente não sendo uma ameaça. É saber que incomodamos mesmo não tendo nada para oferecer perigo. É saber que temos um brilho próprio. A tal da luz da estrela solitária, que incomoda tanto os outros, mesmo a gente sendo apenas ... o Botafogo.


(texto escrito após o Botafogo se tornar, pela primeira vez em sua história, finalista da Libertadores.)


segunda-feira, outubro 28, 2024

Quando o time se torna parte fundamental da sua vida

Por Janaina Pereira


Nasci botafoguense. Influência do meu pai, Ivo Pereira, torcedor fanático do

time (para ele, Garrincha sempre foi melhor do que Pelé. Para mim também,

claro). Quando eu era criança, adorava usar as camisetas do Bota. Escudos da

Estrela Solitária sempre se multiplicaram em casa. Eu ia ao Maraca com meu

pai, e sempre chorava quando o Fogão fazia gol. Detalhe: a gente só ia ao

clássico Botafogo x Flamengo, e colecionávamos vitórias. No jogo né, porque

campeonato que é bom, nada!

Era começo dos anos 1980. O Flamengo foi campeão do mundo, e um dos

meus primos, flamenguista roxo, só me zoava. Eu ficava envergonhada e

pensava “será que nunca vou ver meu time ganhar?”. Mal sabia que as vitórias

do Botafogo seriam muito mais importantes na minha vida adulta do que os

campeonatos perdidos durante toda a minha infância. Infância, aliás, em que

eu era a ‘menina esquisita que gostava de futebol’. Naquela época, futebol era

coisa (somente) de homem. E eu levei muitos anos para encontrar amigas

boleiras como eu – nem por isso deixei de ser a menina que não queria

aprender balé e sim jogar futebol e vôlei, mas como isso não podia, ficava o

domingo inteiro vendo Show do Esporte, com o Luciano do Valle.

Minha relação com o Botafogo se tornou muito maior quando meu pai morreu.

O ano era 1989, e meu pai tinha comprado a camisa oficial daquele time. Ele

falava o tempo todo que, finalmente, a gente ia ganhar o Campeonato Carioca.

Sr. Ivo faleceu em 7 de março de 1989. Em 21 de junho, o Botafogo ganhava,

após 21 anos, o título carioca. Lembro que vi o jogo no meu quarto e minha

mãe no quarto dela. Na hora do gol do Maurício eu surtei. Quando o jogo

finalmente acabou, eu e mamãe corremos para a sala, nos abraçamos e

choramos muito. Naquele dia sai na rua com a camisa oficial que era do meu

pai. Eu queria muito que ele tivesse vivido aquele momento, mas sei que, de

alguma forma, ele vibrou com o título. Campeão invicto em cima do Flamengo

de Zico e Junior. Sem mais!

A partir dali, ser botafoguense se tornou uma lembrança afetiva do meu pai.

Aquele ano de 1989 mudaria para sempre minha relação com o esporte. É a

maior e melhor lembrança que tenho do Sr. Ivo. As corridas de F-1, os jogos de

vôlei, as lágrimas a cada ouro olímpico, as lágrimas a cada desclassificação do

Brasil na Copa, o Maraca que eu nunca mais voltei para ver um jogo do nosso

time. Cresci, mas esse amor me acompanha até hoje.

Queria ser jornalista esportiva, mas os caminhos me levaram ao jornalismo

cultural. Ainda assim, tive a oportunidade de assistir ao GP de Mônaco de F-1,

uma das maiores emoções da minha vida – foi no histórico GP de Mônaco de

1984, visto pela TV, que eu descobri o automobilismo graças ao meu pai, que

me chamou para ver “o cara que vai ser o melhor piloto do mundo”. Sim, era o

Ayrton Senna. Mônaco se tornou a minha corrida preferida. E no dia que estive


lá, em 2015, dediquei aquele momento ao homem que me ensinou a amar o

esporte. Também fiz uma entrevista marcante, provavelmente a mais badalada

até hoje, com Ronaldo Fenômeno, às vésperas da Copa do Mundo no Brasil,

em 2014. Aí eu virei o orgulho da mamãe (que passou a gostar de esporte

também por influência do meu pai, e mantém até hoje a tradição de termos a

Estrela Solitária nos quatro cantos da casa). Isso sem falar na minha mania de

visitar estádios de futebol mundo afora (até jogo da Champions League eu já

assisti). O amor ao esporte só não é maior do que o amor ao Botafogo, que é

um caso à parte na minha vida.

Estava no Rio de Janeiro esta semana e cogitei ir ao jogo do Fogão contra o

Atlético Nacional, pela Libertadores. Minha mãe mora próximo ao Engenhão

(que eu só conheci ano passado, durante as Olimpíadas, num jogo da seleção

feminina de futebol – porque a vida é irônica, né?). Mas eu precisava voltar a

São Paulo, onde moro, para trabalhar e, confesso, fiquei com receio de ir ao

jogo e o time perder. Olha o drama: desde que meu pai morreu eu nunca mais

vi o Botafogo ao vivo e a cores, e a superstição é tanta que prefiro não ver só

pro time ganhar!

Ontem à noite estava trabalhando e só soube do resultado do jogo nessa

madrugada. Chorei ao saber da classificação antecipada para as Oitavas de

Final da Libertadores, algo bastante improvável para um time que veio da pré-

Libertadores e caiu num grupo super forte. Eu só conseguia pensar como o

Botafogo me representa. É tudo sofrido e dramático, uma mistura de força e

garra, e aquela situação improvável, de repente, acontece.

Eu, que trilho tantos caminhos improváveis; que sempre lutei muito para

conseguir o pouco que tenho, não poderia ter outro time. Não poderia ser

diferente. É simplesmente apaixonante ser botafoguense. Hoje mais do que

nunca estou me sentindo Gloriosa. Deixa eu aproveitar porque não sei até

quando o sonho vai durar – e não me acordem, por favor! Porque tem coisas

que só acontecem ao Botafogo e, ainda bem, coisas boas também acontecem

ao Botafogo! 

Estamos nas oitavas da Libertadores, classificados com uma rodada de

antecedência, vencendo quatro campeões da Liberta, e antes do Flamengo.

Obrigada ao meu pai, por me fazer gostar desse clube, que transformou esse

dia chuvoso num dia verdadeiramente Glorioso.


*texto escrito originalmente em 2017, para o site Dibradoras.


quinta-feira, outubro 24, 2024

 O tal do 5 a 0


Se for um sonho, não me acordem! 


terça-feira, outubro 22, 2024

 

A segurança daquele que se refugia em Deus

91 Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do SenhorEle é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei.

Porque ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas estarás seguro; a sua verdade é escudo e broquel. Não temerás espanto noturno, nem seta que voe de dia, nem peste que ande na escuridão, nem mortandade que assole ao meio-dia. Mil cairão ao teu lado, e dez mil, à tua direita, mas tu não serás atingido. Somente com os teus olhos olharás e verás a recompensa dos ímpios.

Porque tu, ó Senhor, és o meu refúgio! O Altíssimo é a tua habitação. 10 Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. 11 Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. 12 Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra. 13 Pisarás o leão e a áspide; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente.

14 Pois que tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque conheceu o meu nome. 15 Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; livrá-lo-ei e o glorificarei. 16 Dar-lhe-ei abundância de dias e lhe mostrarei a minha salvação.


quarta-feira, outubro 16, 2024

Thanks, Paul


 A longa e sinuosa estrada me levou novamente ao Allianz Parque para assistir ao maior artista do mundo. Você pode não gostar dos Beatles, mas negar a importância de Paul McCartney para a música é viver num mundo paralelo. Dito isso, o primeiro show da minha vida foi de Paul, em 1990, no Maracanã. 

De lá para cá foram seis shows, contando o de ontem. E seriam sete, se não tivesse acidente no percurso - faz parte da vida. Curioso que o mesmo show sempre tem algo de diferente - dessa vez eu ouvi Drive My Car, música que nunca tinha escutado ao vivo. Ainda que Yesterday, The Long and Winding Road e a minha favorita dos Beatles (Eleanor Rigby) não estivessem no setlist, há sempre alguma canção inesquecível. Tipo Something, provavelmente a melhor declaração de amor em forma de música (e agora que me sinto um George Harrison na vida - o talentoso que ficou na sombra de Paul e John - eu choro toda vez que ouço essa música). 

Bem, eu choro até com A Hard Day´s Night - é quando lembro que estou viva apesar de tudo, e que vai começar mais um show do Paul. Achei o Paul meio cansado, mas todos estamos. Ao mesmo tempo, aquela olhadinha para o céu com o dedo para cima, como se agradecesse por conseguir cumprir sua missão, me pareceu uma certa despedida. Só tenho a certeza de uma coisa: enquanto estivermos vivos, e enquanto nossos corpos e mentes estiverem ativos, onde você estiver, Paul, eu estarei lá também.

Obrigada por tanto, Macca.



sábado, outubro 12, 2024

 Dia das Crianças (e Salve N.S. Aparecida!)



A Janaina criança nasceu botafoguense, descobriu o cinema com quatro anos e na mesma época já gostava de assistir a programas de culinária. A Janaina criança nunca pensou que trabalharia com seus três amores: o cinema, o esporte e a comida. A Janaina criança agradece a Janaina adulta por trilhar caminhos imprecisos, muitas vezes inseguros, mas manter a chama desses amores sempre acesa em seu coração.


quinta-feira, setembro 26, 2024

 As coisas que não vou entender


Eu não faço a mal a ninguém. Não prejudico ninguém. Não sou deliberadamente mal educada com ninguém. Então por que as pessoas insistem em me prejudicar? Por que insistem em me derrubar? Por que querem sempre me prejudicar?

Eu sou gentil e educada com quase todo mundo. Especialmente em se tratando de trabalho, eu sou muito profissional. Então porque continuam com essa perseguição descabida?

Provavelmente a única pessoa do mundo que eu trato mal é minha mãe. Ela que me atura, que sofre com meus desaforos, que ouve minhas palavras mais duras. E eu sei que, um dia, vou me arrepender de tudo isso. Mas, apesar de ser essa pessoa péssima com ela, nunca passou de palavras. Nunca fui agressiva ou algo do tipo. Eu respeito a integridade física dela e de qualquer ser vivo.

Já aconteceu de me aborrecer com nossas cachorrinhas e me arrepender de imediato. O animal, em sua inocência, late quando não pode e faz bagunça quando não deve. Brigo, mas perdoo logo.

Fora isso, eu só me desentendi com quem me desrespeitou. Com quem deliberadamente me atingiu de forma física e moral. Mas o curioso é que essas pessoas que ficam nessa busca incessante em me prejudicar são pessoas com quem eu nem tenho contato. É uma rasa relação profissional e olhe lá. Porém, volta e meia lá está a pessoa tentando me prejudicar de novo. Impedindo meu trabalho, mentindo, inventando história para que eu não consiga fazer a minha parte. Inacreditável.

Confio plenamente na justiça divina. Ela tarda, mas não falha. Ainda vou ver essas pessoas na melhor parte pior parte de suas vidas. Estou esperando sentada esse dia, mas ele vai chegar.


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