sexta-feira, novembro 26, 2010
Cidade purgatório da beleza e do caos
É lamentável o que acontece no Rio, e fico muito triste em ver que minha família e meus amigos estão passando perrengue por lá. Não poder sair de casa porque a polícia e os traficantes resolveram montar acampamento pela cidade é, de fato, o fim da picada.
Minha posição é muito clara sobre isso: para mim a culpa é da classe média alta carioca que sustenta o tráfico de drogas. Um bando de filhinho de papai, e outros nem tanto, que sobem o morro para comprar seu baseado básico. Outros nem precisam subir, porque ali no asfalto mesmo tem.
Eu acho impressionante que a pessoa fuma maconha, cheira cocaína e acha que não colabora em nada para o tráfico. Acha que não tem nada a ver com o aumento da bandidagem na cidade. Pior: se esconde em seus condomínios com segurança e finge que nada acontece.
O que mais me irrita é o pessoal que não é carioca e vai para o Rio achando que a cidade é Amsterdan. Por que no Rio tudo é liberal né? Toda mulher carioca é puta, o homem é safado, e a cidade inteira fuma maconha. Você vai a praia e tem um bando de gente fumando maconha embaixo do seu nariz, super normal.
Para mim não é nada normal. Faz alguns anos que comento com minha mãe que está ficando cada vez mais difícil ir à praia, especialmente no verão, porque a galera fuma maconha na maior tranquilidade, na cara das crianças, dos idosos, na minha cara, que não sou usária e não quero ninguém fumando cigarro ou qualquer outra coisa no meu nariz.
De onde vem essa maconha? Quem paga por ela? Para onde vai essa grana?
O povo que não tem nada a ver com isso, que trabalha, que sofre em ônibus lotado, é quem paga o pato. Fico revoltada!
E outra coisa: não existe guerra no Rio. Guerra é outra coisa. Fiz minha monografia na faculdade sobre o assunto - Como a mídia de São Paulo aborda as notícias sobre o Rio - e um curso na Oboré sobre Jornalistas em Situações de Conflitos Armados e provei por A + B que a situação no Rio não é uma guerra. Guerra é outra coisa, um conflito armado que só acontece entre países.
A imprensa paulista, que não olha para o seu próprio rabo, está adorando todos esse caos e fica o tempo todo falando na TV sobre 'a guerra no Rio'. Como se São Paulo não tivesse seus problemas. Affe. Se bem que a imprensa carioca também não fica longe, já que o Globo está dando uma ajudinha a tocar o terror na cidade.
Torço sempre pela minha cidade e espero que essa situação passe logo porque o Rio nem os cariocas merecem passar por isso. E para mim o Rio de Janeiro continua lindo e continua sendo a minha casa.
Janaina Pereira
É lamentável o que acontece no Rio, e fico muito triste em ver que minha família e meus amigos estão passando perrengue por lá. Não poder sair de casa porque a polícia e os traficantes resolveram montar acampamento pela cidade é, de fato, o fim da picada.
Minha posição é muito clara sobre isso: para mim a culpa é da classe média alta carioca que sustenta o tráfico de drogas. Um bando de filhinho de papai, e outros nem tanto, que sobem o morro para comprar seu baseado básico. Outros nem precisam subir, porque ali no asfalto mesmo tem.
Eu acho impressionante que a pessoa fuma maconha, cheira cocaína e acha que não colabora em nada para o tráfico. Acha que não tem nada a ver com o aumento da bandidagem na cidade. Pior: se esconde em seus condomínios com segurança e finge que nada acontece.
O que mais me irrita é o pessoal que não é carioca e vai para o Rio achando que a cidade é Amsterdan. Por que no Rio tudo é liberal né? Toda mulher carioca é puta, o homem é safado, e a cidade inteira fuma maconha. Você vai a praia e tem um bando de gente fumando maconha embaixo do seu nariz, super normal.
Para mim não é nada normal. Faz alguns anos que comento com minha mãe que está ficando cada vez mais difícil ir à praia, especialmente no verão, porque a galera fuma maconha na maior tranquilidade, na cara das crianças, dos idosos, na minha cara, que não sou usária e não quero ninguém fumando cigarro ou qualquer outra coisa no meu nariz.
De onde vem essa maconha? Quem paga por ela? Para onde vai essa grana?
O povo que não tem nada a ver com isso, que trabalha, que sofre em ônibus lotado, é quem paga o pato. Fico revoltada!
E outra coisa: não existe guerra no Rio. Guerra é outra coisa. Fiz minha monografia na faculdade sobre o assunto - Como a mídia de São Paulo aborda as notícias sobre o Rio - e um curso na Oboré sobre Jornalistas em Situações de Conflitos Armados e provei por A + B que a situação no Rio não é uma guerra. Guerra é outra coisa, um conflito armado que só acontece entre países.
A imprensa paulista, que não olha para o seu próprio rabo, está adorando todos esse caos e fica o tempo todo falando na TV sobre 'a guerra no Rio'. Como se São Paulo não tivesse seus problemas. Affe. Se bem que a imprensa carioca também não fica longe, já que o Globo está dando uma ajudinha a tocar o terror na cidade.
Torço sempre pela minha cidade e espero que essa situação passe logo porque o Rio nem os cariocas merecem passar por isso. E para mim o Rio de Janeiro continua lindo e continua sendo a minha casa.
Janaina Pereira
segunda-feira, novembro 22, 2010
Paul & eu
Eu tinha 15 anos quando fui ao meu primeiro show internacional. Era o show do Paul McCartney, no Rio. Pela primeira vez um Beatle tocava no Brasil e foi um acontecimento.
Cresci ouvindo Beatles porque minha mãe é apaixonada pelo grupo. Mas, como ela adora o John, as músicas dele sempre tinham preferência. Aprendi inglês, aliás, cantando muita música dos Beatles. Tinha um professor que era fá deles e me ensinou a cantar letra por letra, álbum por álbum.
Quando Paul ia fazer show no Rio, mamãe não se mostrou entusiasmada. Mas meu tio Miguel a convenceu de irmos, e lá fomos nós, no histórico dia 20 de abril de 1990Ali eu descobri, de verdade, quem eram o Beatles. O Maracanã inteiro cantando, pessoas chorando, uma sensação de paz que nunca vira antes. E todas aquelas músicas que o mundo inteiro regravava - e eu conhecia das trilhas sonoras de cinema - eram cantadas pelo cara que as compôs. Ali virei beatlemaníaca.
Meu tio me ajudou a conhecer mais sobre os Beatles. Ele me emprestava as milhares de revistas que ele guarda, todas dos anos 1960, e eu comprei meu aparelho de CD para fazer a coleção de CDs dos Beatles. e, com o passar dos anos, nunca entendi porque ainda tem gente que implica com eles.
Não gostar dos Beatles é questão de prefência mesmo, mas achar que o grupo não significou nada para a história da música, desculpe, isso é ignorância. mas eu quero falar de Paul. Acabo de chegar do meu segundo show dele, 20 anos depois. Agora mora em São Paulo e sim, mamãe está aqui e fomos juntas revè-lo.
Paul não é mais o mesmo. O show perdeu o pique, não tem aquela coisa do 'ieieie' do Beatles. Faltam as canções dançantes, falta o veneno de Sgt. Pepper´s, executada em seu trecho inicial apenas. Mas Paul continua fofo, educado, charmoso, simpático.
Ele não precisa de parafernálias no palco, nem dançarinos, nem milhares de efeitos especiais. Ele é o bastante. Com uma boa banda, e fazendo longos momentos de música lenta para ter pique de aguentar 3 horas de show, ele vai em seu ritmo, alternando seus sucessos em carreira solo com o melhor dos Beatles.
Ele até canta uma música de Lennon e outra de Harrison - a espetacular Something - mas continua privilegiando aquelas que ele escreveu. Aí, uma pena,ficam de fora canções incríveis que foram compostas por John Lennon mas... putz, foi Paul quem escreveu Yesterday, a canção mais regravada do mundo. Não preciso dizer mais nada, né?
No final, quando ele canta a melancólica The End - última música do LP Abbey Road, o último dos Beatles, que anunciava - sem ninguém perceber - o fim do grupo - parece mesmo o fim de tudo. Aos 68 anos, Paul não pareceu com pique para continuar fazendo shows, o que é previsível, até porque lá em 1990 ele tinah lançado um disco muito legal e por isso fez show no Brasil, já agora... ele está tentando recuperar parte da grana perdida em um divórcio que o levou À ruína.
Mas nada, nada mesmo, tira o brilho desse cara que é sim uma das personalidades da música, que faz parte sim da história da vida de muita gente. E quer saber? Eu sempre pensava que, se um dia me casasse, seria ao som de uma música dos Beatles.
The long and winding road era a música da minha vida. Eleanor Rigby, no entanto, assumiu o posto ao longo dos anos. O momento, agora, é muito mais Live and Let Die.
Beatles está em todas, Paul está em todas. E eu me sinto grata e feliz por ter, de novo, assistido a um show dele.
Janaina Pereira
Eu tinha 15 anos quando fui ao meu primeiro show internacional. Era o show do Paul McCartney, no Rio. Pela primeira vez um Beatle tocava no Brasil e foi um acontecimento.
Cresci ouvindo Beatles porque minha mãe é apaixonada pelo grupo. Mas, como ela adora o John, as músicas dele sempre tinham preferência. Aprendi inglês, aliás, cantando muita música dos Beatles. Tinha um professor que era fá deles e me ensinou a cantar letra por letra, álbum por álbum.
Quando Paul ia fazer show no Rio, mamãe não se mostrou entusiasmada. Mas meu tio Miguel a convenceu de irmos, e lá fomos nós, no histórico dia 20 de abril de 1990Ali eu descobri, de verdade, quem eram o Beatles. O Maracanã inteiro cantando, pessoas chorando, uma sensação de paz que nunca vira antes. E todas aquelas músicas que o mundo inteiro regravava - e eu conhecia das trilhas sonoras de cinema - eram cantadas pelo cara que as compôs. Ali virei beatlemaníaca.
Meu tio me ajudou a conhecer mais sobre os Beatles. Ele me emprestava as milhares de revistas que ele guarda, todas dos anos 1960, e eu comprei meu aparelho de CD para fazer a coleção de CDs dos Beatles. e, com o passar dos anos, nunca entendi porque ainda tem gente que implica com eles.
Não gostar dos Beatles é questão de prefência mesmo, mas achar que o grupo não significou nada para a história da música, desculpe, isso é ignorância. mas eu quero falar de Paul. Acabo de chegar do meu segundo show dele, 20 anos depois. Agora mora em São Paulo e sim, mamãe está aqui e fomos juntas revè-lo.
Paul não é mais o mesmo. O show perdeu o pique, não tem aquela coisa do 'ieieie' do Beatles. Faltam as canções dançantes, falta o veneno de Sgt. Pepper´s, executada em seu trecho inicial apenas. Mas Paul continua fofo, educado, charmoso, simpático.
Ele não precisa de parafernálias no palco, nem dançarinos, nem milhares de efeitos especiais. Ele é o bastante. Com uma boa banda, e fazendo longos momentos de música lenta para ter pique de aguentar 3 horas de show, ele vai em seu ritmo, alternando seus sucessos em carreira solo com o melhor dos Beatles.
Ele até canta uma música de Lennon e outra de Harrison - a espetacular Something - mas continua privilegiando aquelas que ele escreveu. Aí, uma pena,ficam de fora canções incríveis que foram compostas por John Lennon mas... putz, foi Paul quem escreveu Yesterday, a canção mais regravada do mundo. Não preciso dizer mais nada, né?
No final, quando ele canta a melancólica The End - última música do LP Abbey Road, o último dos Beatles, que anunciava - sem ninguém perceber - o fim do grupo - parece mesmo o fim de tudo. Aos 68 anos, Paul não pareceu com pique para continuar fazendo shows, o que é previsível, até porque lá em 1990 ele tinah lançado um disco muito legal e por isso fez show no Brasil, já agora... ele está tentando recuperar parte da grana perdida em um divórcio que o levou À ruína.
Mas nada, nada mesmo, tira o brilho desse cara que é sim uma das personalidades da música, que faz parte sim da história da vida de muita gente. E quer saber? Eu sempre pensava que, se um dia me casasse, seria ao som de uma música dos Beatles.
The long and winding road era a música da minha vida. Eleanor Rigby, no entanto, assumiu o posto ao longo dos anos. O momento, agora, é muito mais Live and Let Die.
Beatles está em todas, Paul está em todas. E eu me sinto grata e feliz por ter, de novo, assistido a um show dele.
Janaina Pereira
terça-feira, novembro 16, 2010
Idas e vindas
É incrível como existem épocas em nossas vidas que determinadas pessoas são muito importantes. Eu diria até que são fundamentais. Parece que nada funciona e o mundo não existe se elas não estiverem por perto. Por causa dessas pessoas a gente é capaz de qualquer coisa: são amigos leais, amores arrebatadores, gente que nos ajuda e nos apoia, que estão ao nosso lado quando precisamos. Mas isso são fases. Quando aquele determinado momento passa … as pessoas se vão. Levam consigo momentos de vida importantes, deixam lembranças. Mas não permanecem porque a função delas era acrescentar alguma coisa a uma fase de nossas vidas. A fase acaba, o ciclo se fecha, as pessoas se vão.
Quantos amores inesquecíveis você já teve ? E quantos melhores amigos já passaram por você ? Quanta gente que naquele momento difícil era o ombro que você procurava, que naquela hora feliz era o abraço que você queria, que naquele instante único era o beijo avassalador… gente que se foi, que o vento levou, que o tempo apagou. Gente que ficou para trás.
O tempo, porém, enriquece algumas amizades e torna alguns amores eternos. A distância não é motivo para o afastamento e as diferenças não são razão para desencontros. Gostar de alguém que te admira é fácil. Difícil é gostar de alguém que difere de você em tudo. Os iguais se procuram, os opostos se atraem. Diversificar as amizades e os amores faz bem – o relacionamento com pessoas completamente diferentes de você só tem a acrescentar. Mas é necessário deixar o barco correr. Às vezes ele corre à deriva e nos leva a situações surpreendentes. E em outros casos damos rumo ao barco e tudo dá errado.
O importante é aproveitar cada minuto como um milagre; ele é realmente, não vai se repetir mais. Os elos vem e vão, as pessoas passam e algumas ficam. Viva o hoje porque o passado já se foi e amanhã talvez não exista. Aceite cada mão estendida e compreenda se aquele alguém que você tanto gostava se foi. Cada um segue seu rumo. Os amigos, os amados, os amores … cada um parte para seu destino. O caminho é um só. E por ele vão passar milhares de situações que fogem ao seu controle.
É por isso que eu digo: carpe diem. Aproveito o momento, curta a vida, viva o agora. Isso é tudo que importa. Se não ficar mais nada, as lembranças sempre existirão e elas são eternas. E como diz aquela canção dos Beatles, no final, o amor que você leva é igual ao amor que você faz.
Janaina Pereira
É incrível como existem épocas em nossas vidas que determinadas pessoas são muito importantes. Eu diria até que são fundamentais. Parece que nada funciona e o mundo não existe se elas não estiverem por perto. Por causa dessas pessoas a gente é capaz de qualquer coisa: são amigos leais, amores arrebatadores, gente que nos ajuda e nos apoia, que estão ao nosso lado quando precisamos. Mas isso são fases. Quando aquele determinado momento passa … as pessoas se vão. Levam consigo momentos de vida importantes, deixam lembranças. Mas não permanecem porque a função delas era acrescentar alguma coisa a uma fase de nossas vidas. A fase acaba, o ciclo se fecha, as pessoas se vão.
Quantos amores inesquecíveis você já teve ? E quantos melhores amigos já passaram por você ? Quanta gente que naquele momento difícil era o ombro que você procurava, que naquela hora feliz era o abraço que você queria, que naquele instante único era o beijo avassalador… gente que se foi, que o vento levou, que o tempo apagou. Gente que ficou para trás.
O tempo, porém, enriquece algumas amizades e torna alguns amores eternos. A distância não é motivo para o afastamento e as diferenças não são razão para desencontros. Gostar de alguém que te admira é fácil. Difícil é gostar de alguém que difere de você em tudo. Os iguais se procuram, os opostos se atraem. Diversificar as amizades e os amores faz bem – o relacionamento com pessoas completamente diferentes de você só tem a acrescentar. Mas é necessário deixar o barco correr. Às vezes ele corre à deriva e nos leva a situações surpreendentes. E em outros casos damos rumo ao barco e tudo dá errado.
O importante é aproveitar cada minuto como um milagre; ele é realmente, não vai se repetir mais. Os elos vem e vão, as pessoas passam e algumas ficam. Viva o hoje porque o passado já se foi e amanhã talvez não exista. Aceite cada mão estendida e compreenda se aquele alguém que você tanto gostava se foi. Cada um segue seu rumo. Os amigos, os amados, os amores … cada um parte para seu destino. O caminho é um só. E por ele vão passar milhares de situações que fogem ao seu controle.
É por isso que eu digo: carpe diem. Aproveito o momento, curta a vida, viva o agora. Isso é tudo que importa. Se não ficar mais nada, as lembranças sempre existirão e elas são eternas. E como diz aquela canção dos Beatles, no final, o amor que você leva é igual ao amor que você faz.
Janaina Pereira
domingo, novembro 07, 2010
O herói morre no fim
Na quinta-feira, dia 4, assisti ao filme-documentário sobre Ayrton Senna. Todo mundo sabe que sou fã do Ayrton desde criança. Meu pai sempre gostou de Fórmula-1, e quando o Ayrton começou, em 1984, meu pai disse: “Esse cara vai ser o melhor do mundo.”
Papai tinha razão. Foram 11 temporadas torcendo pelo Ayrton até a trágica morte dele, no GP de Ímola, em 1994. Todo mundo sabe quem foi Ayrton Senna, mas talvez as novas gerações – aqueles que eram crianças quando ele morreu e os que nasceram depois de sua morte – não tenham ideia do significado real de Senna para o esporte, para o Brasil e para o mundo.
Em um resgate do que foi e do que ainda representa Ayrton Senna, o filme Senna, de Asif Kapadia, pode ser considerado uma homenagem ao piloto, que estaria com 50 anos se estivesse vivo. Mas a produção vai além disso: Senna traz à tona alguns podres da Fórmula-1 e mostra a força de Ayrton fora das pistas – força que era comentada na época, e que agora é constatada.
Senna, o filme, não pretende polemizar em relação à vida pessoal do piloto. Embora mostre imagens inéditas de Ayrton com a família, apenas reforça a lembrança que todos têm dele: um cara tranqüilo, gente boa, simpático, simples. O Ayrton Senna piloto, porém, é apresentado de forma um pouco diferente. A garra e o perfeccionismo, marcas registradas dele, ficam ainda mais evidentes nas imagens de Ayrton fora das pistas. Foi nas articulações dos bastidores da F-1 que ele fez muita diferença, se tornando líder e tentando mudar aquilo que não poderia ser mudado.
As brigas com o francês Alain Prost ocupam boa parte do filme, com as clássicas farpas que um trocava com o outro. Prost, no entanto, não é o vilão da história. O vilão mesmo é o sistema ditatorial da F-1, na época sob o comando de Jean –Marie Ballestre, o calcanhar de Aquiles de Ayrton.
As imagens de Senna batendo de frente com Ballestre são mostradas pela primeira vez. Lá nos anos 1990, tudo que sabíamos é que eles não se davam bem e Ballestre fazia de tudo para prejudicar Ayrton. Agora o filme mostra imagens inéditas das reuniões de piloto, onde Ballestre se colocava como o único dono da verdade. Destaque para a sequência em que até Nelson Piquet – que nunca gostou de Senna – defende o brasileiro em uma reunião e Ayrton, contrariado com os rumos dos bastidores do ‘circo’, abandona a sala revoltado com as normas impostas pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo).
O filme ainda esclarece alguns pontos nebulosos da carreira de Senna – sim, ele ganhou o título de 1989 e por politicagem não levou; sim, ele desconfiava das maracutaias da Benetton de Flávio Briatore já em 1994 mas a Williams não fez nada em defesa do Ayrton. Ou seja, tudo que a gente sabia agora é comprovado com imagens e declarações de pessoas influentes no ‘circo’ da F-1.
Senna, o filme, é um documentário com linguagem ficcional, opção do roteirista e produtor Manish Pandey, fã de Ayrton. A história de Ayrton Senna é contada do ponto de vista do piloto brasileiro, com depoimentos de algumas pessoas importantes na carreira de Senna, como Ron Dennis, o todo-poderoso da McLaren, e Sid Watkins, médico da F-1 que se tornou um dos melhores amigos de Ayrton no ‘circo’. Esses depoimentos, no entanto, só aparecem em off.
Três corridas fundamentais para a criação do mito Ayrton Senna ganharam destaque: o GP de Mônaco de 1984, em que Senna ganharia a prova se não tivessem terminado ela antes do previsto; o GP do Japão de 1988, em que o carro dele morreu na largada, ele caiu da pole para a 12ª posição e foi passando carro por carro para conquistar seu primeiro título; e o GP Brasil de 1991, primeira vitória de Ayrton no País que fez dele um herói nacional.
O heroísmo de Senna, aliás, é o grande foco do filme. Cada gesto de bravura, cada luta contra o sistema, cada vitória são apresentados como parte das conquistas de um homem comum, como qualquer um de nós, que só queria fazer o que gosta: correr.
Dentro e fora das pistas Ayrton Senna construiu sua vida como aquele que ressurgia das cinzas, que não se deixava abater, que não desistia jamais. Mais brasileiro do que isso, impossível. É esse lado heróico que o filme reforça, sem dar margem para dúvidas sobre quem é o melhor piloto de F-1 de todos os tempos. Porque Senna não foi, ele é, sempre e para sempre, o melhor.
Senna, o filme, estreia nesta sexta, dia 12, em 120 salas de cinema de todo o Brasil. Na verdade é a história de um cara que venceu na vida mas pagou um preço alto para isso. O herói morre no fim, mas suas conquistas são eternas, assim como as boas lembranças que tenho dele.
E, no final das contas, tudo que sinto é muita saudade daquelas manhãs de domingo.
Janaina Pereira
Na quinta-feira, dia 4, assisti ao filme-documentário sobre Ayrton Senna. Todo mundo sabe que sou fã do Ayrton desde criança. Meu pai sempre gostou de Fórmula-1, e quando o Ayrton começou, em 1984, meu pai disse: “Esse cara vai ser o melhor do mundo.”
Papai tinha razão. Foram 11 temporadas torcendo pelo Ayrton até a trágica morte dele, no GP de Ímola, em 1994. Todo mundo sabe quem foi Ayrton Senna, mas talvez as novas gerações – aqueles que eram crianças quando ele morreu e os que nasceram depois de sua morte – não tenham ideia do significado real de Senna para o esporte, para o Brasil e para o mundo.
Em um resgate do que foi e do que ainda representa Ayrton Senna, o filme Senna, de Asif Kapadia, pode ser considerado uma homenagem ao piloto, que estaria com 50 anos se estivesse vivo. Mas a produção vai além disso: Senna traz à tona alguns podres da Fórmula-1 e mostra a força de Ayrton fora das pistas – força que era comentada na época, e que agora é constatada.
Senna, o filme, não pretende polemizar em relação à vida pessoal do piloto. Embora mostre imagens inéditas de Ayrton com a família, apenas reforça a lembrança que todos têm dele: um cara tranqüilo, gente boa, simpático, simples. O Ayrton Senna piloto, porém, é apresentado de forma um pouco diferente. A garra e o perfeccionismo, marcas registradas dele, ficam ainda mais evidentes nas imagens de Ayrton fora das pistas. Foi nas articulações dos bastidores da F-1 que ele fez muita diferença, se tornando líder e tentando mudar aquilo que não poderia ser mudado.
As brigas com o francês Alain Prost ocupam boa parte do filme, com as clássicas farpas que um trocava com o outro. Prost, no entanto, não é o vilão da história. O vilão mesmo é o sistema ditatorial da F-1, na época sob o comando de Jean –Marie Ballestre, o calcanhar de Aquiles de Ayrton.
As imagens de Senna batendo de frente com Ballestre são mostradas pela primeira vez. Lá nos anos 1990, tudo que sabíamos é que eles não se davam bem e Ballestre fazia de tudo para prejudicar Ayrton. Agora o filme mostra imagens inéditas das reuniões de piloto, onde Ballestre se colocava como o único dono da verdade. Destaque para a sequência em que até Nelson Piquet – que nunca gostou de Senna – defende o brasileiro em uma reunião e Ayrton, contrariado com os rumos dos bastidores do ‘circo’, abandona a sala revoltado com as normas impostas pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo).
O filme ainda esclarece alguns pontos nebulosos da carreira de Senna – sim, ele ganhou o título de 1989 e por politicagem não levou; sim, ele desconfiava das maracutaias da Benetton de Flávio Briatore já em 1994 mas a Williams não fez nada em defesa do Ayrton. Ou seja, tudo que a gente sabia agora é comprovado com imagens e declarações de pessoas influentes no ‘circo’ da F-1.
Senna, o filme, é um documentário com linguagem ficcional, opção do roteirista e produtor Manish Pandey, fã de Ayrton. A história de Ayrton Senna é contada do ponto de vista do piloto brasileiro, com depoimentos de algumas pessoas importantes na carreira de Senna, como Ron Dennis, o todo-poderoso da McLaren, e Sid Watkins, médico da F-1 que se tornou um dos melhores amigos de Ayrton no ‘circo’. Esses depoimentos, no entanto, só aparecem em off.
Três corridas fundamentais para a criação do mito Ayrton Senna ganharam destaque: o GP de Mônaco de 1984, em que Senna ganharia a prova se não tivessem terminado ela antes do previsto; o GP do Japão de 1988, em que o carro dele morreu na largada, ele caiu da pole para a 12ª posição e foi passando carro por carro para conquistar seu primeiro título; e o GP Brasil de 1991, primeira vitória de Ayrton no País que fez dele um herói nacional.
O heroísmo de Senna, aliás, é o grande foco do filme. Cada gesto de bravura, cada luta contra o sistema, cada vitória são apresentados como parte das conquistas de um homem comum, como qualquer um de nós, que só queria fazer o que gosta: correr.
Dentro e fora das pistas Ayrton Senna construiu sua vida como aquele que ressurgia das cinzas, que não se deixava abater, que não desistia jamais. Mais brasileiro do que isso, impossível. É esse lado heróico que o filme reforça, sem dar margem para dúvidas sobre quem é o melhor piloto de F-1 de todos os tempos. Porque Senna não foi, ele é, sempre e para sempre, o melhor.
Senna, o filme, estreia nesta sexta, dia 12, em 120 salas de cinema de todo o Brasil. Na verdade é a história de um cara que venceu na vida mas pagou um preço alto para isso. O herói morre no fim, mas suas conquistas são eternas, assim como as boas lembranças que tenho dele.
E, no final das contas, tudo que sinto é muita saudade daquelas manhãs de domingo.
Janaina Pereira
sexta-feira, novembro 05, 2010
Apenas uma frase
Eu não tenho mais idade para recomeçar. Só me resta agora seguir adiante.
Janaina Pereira
Eu não tenho mais idade para recomeçar. Só me resta agora seguir adiante.
Janaina Pereira