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segunda-feira, novembro 22, 2010

Paul & eu


Eu tinha 15 anos quando fui ao meu primeiro show internacional. Era o show do Paul McCartney, no Rio. Pela primeira vez um Beatle tocava no Brasil e foi um acontecimento.

Cresci ouvindo Beatles porque minha mãe é apaixonada pelo grupo. Mas, como ela adora o John, as músicas dele sempre tinham preferência. Aprendi inglês, aliás, cantando muita música dos Beatles. Tinha um professor que era fá deles e me ensinou a cantar letra por letra, álbum por álbum.

Quando Paul ia fazer show no Rio, mamãe não se mostrou entusiasmada. Mas meu tio Miguel a convenceu de irmos, e lá fomos nós, no histórico dia 20 de abril de 1990Ali eu descobri, de verdade, quem eram o Beatles. O Maracanã inteiro cantando, pessoas chorando, uma sensação de paz que nunca vira antes. E todas aquelas músicas que o mundo inteiro regravava - e eu conhecia das trilhas sonoras de cinema - eram cantadas pelo cara que as compôs. Ali virei beatlemaníaca.

Meu tio me ajudou a conhecer mais sobre os Beatles. Ele me emprestava as milhares de revistas que ele guarda, todas dos anos 1960, e eu comprei meu aparelho de CD para fazer a coleção de CDs dos Beatles. e, com o passar dos anos, nunca entendi porque ainda tem gente que implica com eles.

Não gostar dos Beatles é questão de prefência mesmo, mas achar que o grupo não significou nada para a história da música, desculpe, isso é ignorância. mas eu quero falar de Paul. Acabo de chegar do meu segundo show dele, 20 anos depois. Agora mora em São Paulo e sim, mamãe está aqui e fomos juntas revè-lo.

Paul não é mais o mesmo. O show perdeu o pique, não tem aquela coisa do 'ieieie' do Beatles. Faltam as canções dançantes, falta o veneno de Sgt. Pepper´s, executada em seu trecho inicial apenas. Mas Paul continua fofo, educado, charmoso, simpático.

Ele não precisa de parafernálias no palco, nem dançarinos, nem milhares de efeitos especiais. Ele é o bastante. Com uma boa banda, e fazendo longos momentos de música lenta para ter pique de aguentar 3 horas de show, ele vai em seu ritmo, alternando seus sucessos em carreira solo com o melhor dos Beatles.

Ele até canta uma música de Lennon e outra de Harrison - a espetacular Something - mas continua privilegiando aquelas que ele escreveu. Aí, uma pena,ficam de fora canções incríveis que foram compostas por John Lennon mas... putz, foi Paul quem escreveu Yesterday, a canção mais regravada do mundo. Não preciso dizer mais nada, né?

No final, quando ele canta a melancólica The End - última música do LP Abbey Road, o último dos Beatles, que anunciava - sem ninguém perceber - o fim do grupo - parece mesmo o fim de tudo. Aos 68 anos, Paul não pareceu com pique para continuar fazendo shows, o que é previsível, até porque lá em 1990 ele tinah lançado um disco muito legal e por isso fez show no Brasil, já agora... ele está tentando recuperar parte da grana perdida em um divórcio que o levou À ruína.

Mas nada, nada mesmo, tira o brilho desse cara que é sim uma das personalidades da música, que faz parte sim da história da vida de muita gente. E quer saber? Eu sempre pensava que, se um dia me casasse, seria ao som de uma música dos Beatles.

The long and winding road era a música da minha vida. Eleanor Rigby, no entanto, assumiu o posto ao longo dos anos. O momento, agora, é muito mais Live and Let Die.

Beatles está em todas, Paul está em todas. E eu me sinto grata e feliz por ter, de novo, assistido a um show dele.


Janaina Pereira

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