sábado, janeiro 09, 2010
A difícil arte de perdoar
Ultimamente o que mais tenho ouvido é que devo perdoar. Uma pessoa ou uma situação, eu preciso perdoar. Às vezes acho isso impossível, acho mesmo que nunca vou conseguir. O tempo passou mas a cicatriz está lá, profunda e visível, para que eu nunca esqueça o que aconteceu.
Eu não fico mais remoendo o que passou, mas volta e meia alguém pergunta, alguém questiona, e a história se faz presente. O tempo passa e eu ainda preciso explicar e narrar fatos dolorosos que eu gostaria de nunca ter vivido. Mas vivi e era eu mesma, não era outra pessoa. Era eu quem estava lá, sangrando e chorando, vivendo dias de tormentos infinitos.
O tempo passa, pessoas vão e vem na minha vida, e a história não morre. Sempre há alguém para reacender tudo, para colocar o foco num momento da minha vida que eu gostaria de esquecer. Gostaria de voltar no tempo e não ter passado por aquilo, mas talvez viver tanta dor fosse necessário para me tornar a pessoa que sou hoje.
Já deixei de ser amarga, o medo ainda me ronda, mas o desejo de que este pesadelo nunca mais ronde a minha vida permanece. O perdão, porém, esse é mais difícil. Eu não perdôo a situação, não perdôo a pessoa, não perdôo nada nem ninguém.
Eu não era merecedora de tanta dor, mas talvez fosse e não sei. A questão é que não consigo perdoar, não consigo ir adiante porque a revolta e o desprezo por tudo que passei permanecem muito vivos.
Dizem que o tempo cura tudo, mas no meu caso ele não curou absolutamente nada. A dor permanece no meu coração; as lágrimas ainda caem dos meus olhos; e a certeza de quem tudo que vivi era uma ilusão idiota só me fazer crer que o amor realmente não existe. Só o ódio move o mundo.
Quem sabe um dia eu perdoe o mundo por ter zombado de mim. Hoje eu não estou a fim de perdoar ninguém.
Janaina Pereira
Ultimamente o que mais tenho ouvido é que devo perdoar. Uma pessoa ou uma situação, eu preciso perdoar. Às vezes acho isso impossível, acho mesmo que nunca vou conseguir. O tempo passou mas a cicatriz está lá, profunda e visível, para que eu nunca esqueça o que aconteceu.
Eu não fico mais remoendo o que passou, mas volta e meia alguém pergunta, alguém questiona, e a história se faz presente. O tempo passa e eu ainda preciso explicar e narrar fatos dolorosos que eu gostaria de nunca ter vivido. Mas vivi e era eu mesma, não era outra pessoa. Era eu quem estava lá, sangrando e chorando, vivendo dias de tormentos infinitos.
O tempo passa, pessoas vão e vem na minha vida, e a história não morre. Sempre há alguém para reacender tudo, para colocar o foco num momento da minha vida que eu gostaria de esquecer. Gostaria de voltar no tempo e não ter passado por aquilo, mas talvez viver tanta dor fosse necessário para me tornar a pessoa que sou hoje.
Já deixei de ser amarga, o medo ainda me ronda, mas o desejo de que este pesadelo nunca mais ronde a minha vida permanece. O perdão, porém, esse é mais difícil. Eu não perdôo a situação, não perdôo a pessoa, não perdôo nada nem ninguém.
Eu não era merecedora de tanta dor, mas talvez fosse e não sei. A questão é que não consigo perdoar, não consigo ir adiante porque a revolta e o desprezo por tudo que passei permanecem muito vivos.
Dizem que o tempo cura tudo, mas no meu caso ele não curou absolutamente nada. A dor permanece no meu coração; as lágrimas ainda caem dos meus olhos; e a certeza de quem tudo que vivi era uma ilusão idiota só me fazer crer que o amor realmente não existe. Só o ódio move o mundo.
Quem sabe um dia eu perdoe o mundo por ter zombado de mim. Hoje eu não estou a fim de perdoar ninguém.
Janaina Pereira
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