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sexta-feira, abril 06, 2018

Um Corpo que Dói


O corpo grita impiedosamente. Grita de tanto sofrer. De choros sem fim, de lágrimas que não acabam. De solidão. Desse silêncio profundo e inquieto. O corpo grita.

Gritando aparecem as dores, uma aqui, outra ali. Ninguém se importa. Ninguém pergunta se estamos bem. Ninguém quer saber. Ninguém fala nada, só o que vale é o seu próprio umbigo, seus problemas e inquietações. O corpo segue gritando.

As dores aumentam. As dores se multiplicam. Não há remédio, não há cura. O corpo grita demais. Ele grita como reflexo da alma que sofre. A alma triste. A alma dolorosa. A alma que já está tão cansada que não tem mais para onde correr.

E ninguém se importa. Ninguém pergunta como estamos e o que passamos. Ninguém se interessa. Ninguém quer saber.

Tudo que vem de fora é mais importante. É mais interessante. É mais envolvente. O corpo grita refletindo a alma decepcionada. Tristeza define.

Sinto-me cada vez menor. Mais perdida. Mais triste. Idiota, talvez. Trouxa demais. Boba ao extremo. Eu penso o que deveria falar, mas não falo e nem sei o porquê. E quando falo sou interrompida. E me aborreço. E brigo, mas não sei se devo brigar. E choro mas não há mais lágrimas para chorar.

O corpo grita. A dor é imensa. Dói o corpo, dói a alma. Dói demais.

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