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terça-feira, novembro 15, 2016

Vincent e eu

Vincent Van Gogh é o meu pintor favorito - junto com Monet - e visitar seu museu foi um desejo que, depois de muitos anos, consegui finalmente realizar. Minha avó pintava (e muito bem), por isso desde pequena eu descobri as cores e formas de alguns pintores famosos - mas foi aquele vaso de girassois o primeiro quadro que me emocionou na vida. 

Eu era criança, e vi nas páginas de uma enciclopédia (ok, os menores de 30 nem sabem o que é isso, mas eu sou vintage, não nasci na era da internet) o quadro Sunflowers; e foi assim que conheci Van Gogh. Sua história sempre me comoveu, e estar em seu museu foi uma experiência única. Por vários motivos, mas um deles foi o fato de que o museu estava lotado, uma ironia imensa para um homem que morreu buscando o reconhecimento. Pior: aquelas milhares de reproduções de seus quadros em camisetas, bolsas e imãs de geladeira me incomodaram (e me lembraram minhas aulas sobre Indústria Cultural na faculdade de jornalismo). 

O museu também está com uma exposição temporária sobre a Insanidade do pintor - há diversas teorias sobre suas doenças, inclusive que ele era bipolar. Eu só acho que Van Gogh enlouqueceu porque queria ser reconhecido e não era, então surtou - e os surtos fazem parte da vida dos artistas, que o diga a maravilhosa (e pouco reconhecida) Camille Claudel. O fato é que a loucura, e a representação clara do quanto a vida é injusta, sempre me fascinaram na história de Van Gogh - além de suas cores e flores, óbvio. 

Um giro pelo meu Instagram e minhas fotos refletem o quanto Monet e Van Gogh habitam minha vida, por suas obras e pelos homens que foram. Ao meu redor, a maioria das pessoas estava ali apenas 'porque é um ponto turístico de Amsterdam'. Mas eu estava ali porque Van Gogh e sua obra são uma das coisas mais fascinantes que existem nesse mundo cada vez mais sombrio e desprovido de respeito, reconhecimento e talento. Eu estava ali não para comprar uma bolsa com girassois, mas para lembrar de que a obra (o quadro, o livro, a música) fica, ainda que boa parte do mundo nunca entenda, de fato, o que ela significa. 

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