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sábado, novembro 26, 2016

Tempo, tempo, tempo


O tempo nos afasta das pessoas - ou a falta dele. Recentemente descobri que uma querida amiga, que eu gostava muito e teve papel importante em uma fase da minha vida, havia falecido. Nós perdemos o contato ao longo dos anos, e eu demorei a saber de sua morte. Fiquei chocada, triste, passei dias mal. Além do sentimento de culpa por sempre pensar nela, mas não procurar, fiquei pasma com a notícia, porque ela era muto jovem e jamais passou pela minha cabeça que seu sumiço estava relacionado a isso.

Com o fato comecei a pensar muito nas pessoas que foram importantes para mim e que o tempo afastou. Eu sempre procuro manter as amizades, mas é aquilo: se a pessoa não dá retorno, eu deixo para lá. E esse 'deixo para lá' tem sido cada vez maior. Fora que é cansativo ficar procurando as pessoas e sempre receber como resposta que elas estão sem tempo.

Uma coisa que me incomoda é quando falavam que eu viajava muito e nunca parava em São Paulo. Acontece que, quando estou na cidade, ninguém está disponível. Todo mundo é ocupado demais para o outro. Todo mundo tem seus problemas e acaba deixando o amigo como última opção. Aí as pessoas mudam de cidade ou de país, casam, têm filhos, e quando a gente vai perceber, o tempo passou e alguém tão importante não faz mais parte da nossa vida.

O curioso é que o tempo também proporciona grandes reencontros. Pessoas que, do nada, voltam para sua vida como se nunca tivessem ido embora. E isso não tem preço. E isso é muito bom. E isso deveria acontecer sempre, ou pelo menos com mais frequência.

O tempo que afasta, e que às vezes só afastou temporariamente. Com trocadilho.

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