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quinta-feira, outubro 16, 2014

Ao redor



Observando as pessoas ao meu redor, chego a conclusão de que tem certas coisas que não quero mais para mim. Vejo que tem gente em uma correria insana para casar, ter filhos e construir uma família antes que o mundo acabe - ou que os 40 anos chegue. Existem alguns que, diante do passar do tempo inevitável, resolveram simplesmente adotar o estado civil 'solteiro profissional' e ainda tem aqueles que acham que existe uma alma gêmea por aí.

O que não dá mais, mesmo, é para esperar. E competir. Não tenho idade para competir com moças de 20 poucos anos e seus corpos sarados, horas a fio na academia - eu já fui assim - pele boa, rostos lindinhos. Algumas até tem assunto. E elas são interessantes, e não, não dá para competir com isso.

O que me resta? O fato de que estou ali nos 40 torcendo para que achem que eu ainda tenho 30 - e desapontada quando alguém diz que eu tenho '32' anos. Já estou na fase de me preocupar com o colesterol e a glicose, de ter preguiça da ginástica, de não ter a menor paciência para cantadas e erros de português. Não consigo mais ser doce e sensível, já que o mundo me transformou nessa pessoa dura e agridoce. Não tem nada de charmoso em ser assim, mas é o que sou no momento.

Sempre fui inimiga do espelho, sempre me achei pior do que sou. Ao ver minha imagem no vídeo de uma entrevista, fiquei surpresa com minha desenvoltura, simpatia e juventude. Incrível como, quando estou trabalhando, eu parece uma pessoa realmente feliz. Mas no meu mundo real, entre as quatro paredes do quarto, eu só me lembro que perdi a maior parte do meu cabelo esse ano por causa do estresse.

De todas as coisas que não quero mais para mim estão as pessoas volúveis; o chove não molha; essa gente que não sabe o que quer da vida e competir com meninas de 20 e poucos anos. Eu não tenho mais essa juventude, e só me resta minhas histórias, minha cultura e meu jeito tagarela de ser. Não sobrou muita coisa daquele passado onde eu achava que o mundo me pertencia. O tempo não perdoa. Mas ele ainda é meu aliado, pelo menos enquanto os 40 forem os novos 30.

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