<$BlogRSDUrl$>

terça-feira, abril 30, 2013


Ofício e paixão


"Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte." (Gabriel Garcia Marquez)

terça-feira, abril 23, 2013

Salve Jorge!


Chagas abertas, Sagrado Coração todo amor e bondade, o sangue do meu Senhor Jesus Cristo, no corpo meu se derrame hoje e sempre.

Eu andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge. Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me exerguem e nem pensamentos eles possam ter para me fazerem mal.


Armas de fogo o meu corpo não o alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem ao meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrarem.


Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder de sua Santa e Divina Graça, a Virgem Maria de Nazaré, me cubra com o seu Sagrado e divino manto, me protegendo em todas minhas dores e aflições, e Deus com a sua Divina Misericórdia e grande poder, seja meu defensor, contra as maldades de perseguições dos meus inimigos, e o glorioso São Jorge, em nome de Deus,  em nome de Maria de Nazaré, e em nome da falange do Divino Espírito Santo, me estenda o seu escudo e as suas poderosas anulas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, do poder dos meus inimigos carnais e espirituais e de todas sua más influências, e que debaixo das patas de seu fiel ginete, meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós, sem se atreverem a ter um olhar sequer que me possa prejudicar.


Assim seja com o poder de Deus e de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.
Amém.

segunda-feira, abril 15, 2013

Ideia

Revendo o filme A Origem, do Christopher Nolan, fiquei pensando se implantaram algumas ideias na minha cabeça. Já faz algum tempo que eu tenho essa sensação: são pensamentos que parecem não ser meus, coisas que sei que vão acontecer mas que se instalam como um sofrimento por antecipação. Uma sensação péssima, por sinal.

Deve ser isso a razão para tanto desespero, preocupação, mal estar, angústia. Pensamentos que vão e vem, que ficam martelando na minha cabeça. Coisas que me fazem sofrer demais. Mas isso não é sonho, é pesadelo mesmo.

Seria possível implantar ideias como no filme? Acho que a mente humana é tão cheia de nebulosidade que, talvez, a gente acabe acreditando nas mentiras que nossa imaginação cria. E sofro disso nesse momento, de querer antever o futuro, de criar expectativa exagerada e sofrer por antecipação.

Acho que estou meio paranoica. Ou sempre fui, vai saber.

terça-feira, abril 09, 2013

E agora eu choro só


É péssimo criar expectativas em relação às pessoas. E eu sempre faço isso. Eu tenho uma imaginação fértil, sempre vejo as coisas por outro ângulo. E, no final das contas, nada acontece do jeito que eu quero.

Sempre que a gente cria expectativa sobre qualquer coisa, acaba saindo frustrado. Acho que só Veneza não me frustrou, porque o resto... bem, tudo que eu imagino não acontece. Tudo que eu acho que é de um jeito, acaba acontecendo de outro modo. E todas as pessoas que eu crio expectativas, me desapontam.

Quando percebo que não vai ser exatamente aquilo que eu esperava, a decepção é gigante. Eu fico realmente mal, e isso me dói profundamente. Dói esperar do outro algo que nunca virá. Dói perceber que era tudo unilateral, que não existe sentimento, que foram coisas que inventei na minha cabeça. Dói sentir esse vazio de novo e me ver frustrada mais uma vez.

Dói saber que eu sempre acho que vai dar certo... e no final dá tudo muito errado.

quinta-feira, abril 04, 2013

Intrépida repórter tímida


Tive um editor que me chamava de 'intrépida repórter'. Confesso, gosto desse termo. Combina comigo, porque realmente sou uma repórter que adora o caos da profissão. Aquele agito de coberturas, a adrenalina, as idas e vindas em eventos para fazer matérias, isso é o que mais gosto do jornalismo.

Ao mesmo tempo, esse furor da profissão não combina comigo. Na realidade eu sempre fui uma pessoa muito discreta, tímida, envergonhada mesmo. Na adolescência eu tinha vergonha de ser magra demais e isso não mudou com o tempo. Hoje tenho menos timidez e consigo me relacionar melhor com as pessoas - até porque meu trabalho exige isso - mas no geral eu ainda me mantenho na defensiva em um ambiente novo.

Observo tudo, percebo os detalhes, analiso as pessoas e só depois de me sentir segura eu deixo escapar a minha suposta simpatia. Suposta, porque na realidade eu sou uma pessoa pouco sociável e muito chata. Mas, no contexto geral, eu tenho aquele sorriso fofo que deixa o mundo mais feliz, mas que é só uma coisa que, como boa leonina, eu sei fazer muito bem.

Os anos passaram e ainda me sinto a mesma garota tímida que chegou a São Paulo meio que sem saber o que o destino reservava para ela. Foram tantas surpresas, tantas coisas boas e ruins, tantas sensações diferentes... o medo de ousar e tentar eu nunca tive, mas a timidez diante de algo que possa ser completamente diferente de mim, ah, isso sim permanece.

Por trás da intrépida repórter, da jornalista que fala pelos cotovelos, da publicitária persuasiva, da amiga que tem sempre uma palavra de conforto, existe ainda uma garota que é capaz de um silêncio profundo diante do desconhecido. Apenas observando o terreno que está pisando, apenas tentando não ser esfuziante. Porque cansa, cansa muito ser simpática, divertida, antenada, guerreira e expansiva o tempo todo. Talvez esse seja o motivo de, em alguns momentos da minha vida, eu demonstre a timidez que já não combina comigo, mas que ainda é o que tenho de mais essencial em mim.




This page is powered by Blogger. Isn't yours?