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sábado, junho 18, 2011

Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar




As pessoas mudam, graças a Deus, mas depois dos 30 é meio complicado essa mudança. Até os 30 você ainda parece inseguro com a vida, olha para o mundo de um jeito esperançoso. Depois dos 30 não há mais tempo a perder, então você deixa rolar e já não se importa mais em mudar.

Eu mudei. Em alguns aspectos para melhor. O que não mudei continua ruim como antes. Por exemplo, eu continuo sendo uma pessoa que acredita no ser humano. Isso é bom, não fiquei amarga, mas é ruim, porque ainda levo rasteira. Não adianta,isso não vai mudar. Continuarei abrindo sorrisos para novos amigos e sendo traída por vários, que de amigos não têm nada. Mas, para cada amizade falsa sempre tem uma pessoa bacana que entra na minha vida, então ainda vale a pena acreditar no ser humano.

Acho que minha maior mudança ao longo dos anos foi em aprender a me calar. Hoje dou importância ao silêncio, não conto minha vida, não me exponho mais. Levei tanto pela cara por demonstrar felicidade ou tristeza que prefiro ficar na minha agora. Não falo mais nada. Não compartilho as alegrias nem as tristezas, simplesmente deixo para comentar - cada vez com um número menor de pessoas - depois de tudo concretizado e/ou resolvido.

O silêncio se tornou um poderoso aliado. Atualmente é meu melhor amigo. Tenho planos, muito bem definidos por sinal, mas ninguém sabe, ninguém viu. Não interessa. Minha vida deixou de ser interessante para os outros quando eu virei protagonista da minha história. Agora eu brilho sozinha no meu palco e alguns amigos fiéis aplaudem. O resto, sinceramente, está na fila e não vai conseguir ver o espetáculo.

O dia em que eu aprendi a me calar - inclusive para as ofensas e trairagens - eu me fortaleci tanto que comecei a ler mais claramente os sinais da vida. As mesmas pessoas que ontem me fecharam a porta hoje são obrigadas a me aturar. Simples assim. O mundo dá voltas, por isso é redondo. Eu não me vingo, eu nem espero para ver o que vai acontecer. Simplesmente acontece.

Em dois meses completo 37 anos. É muita idade, é muita história, é muita vida que já foi chorada, festejada, vivida. É praticamente a metade do caminho. Se eu não mudei até aqui, se não me tornei alguém melhor, se não aprendi com meus erros, realmente, o que ainda faço nesse mundo? Envelhecer só tem uma vantagem: a vida é bem mais divertida depois que você começa a passar pelas mesmas situações ruins e tira tudo de letra. Quando você percebe que já não vale a pena insistir nisso ou naquilo porque você já passou por algo parecido. Quando você aproveita mais as alegrias que surgem inesperadamente. Quando você, de fato, entende que aprendeu a jogar o jogo.

É bom mudar e perceber que sim, tenho defeitos, e sim, tenho inúmeras qualidades. Sou humana. E não ter perdido essa lágrima no olho é o que me mantém viva. Além do sorriso que sempre há de aparecer para aqueles que merecem.



Janaina Pereira

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