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quinta-feira, junho 09, 2011

Eu, eu mesma!



Eu sou uma pessoa fofa. Minha simpatia quase contagiante atrai sempre algum mala de plantão, mas beleza, eu continuo sendo gentil mesmo com quem não merece. Mas quem me conhece bem sabe que meu gênio é forte, e quando estou atacada, exalo meu jeito estúpido de ser. Algumas pessoas - poucas, é verdade - eu sou incapaz de dar um fora. São pessoas tão doces e serenas que eu realmente não consigo ser grosseira mesmo quando estou mal humorada. Já outros sofrem com minha patadas, e nem faço isso por mal, é que geralmente sou curta e grossa com quem sei que vai aturar o tranco. E esse tipo de pessoa, quase sempre, merece um chega para lá.

Eu já fui bem mais chatinha. Aliás, eu tive momentos insuportáveis quando trabalhava fora. Outro dia uma amiga lembrou que eu chegava na agência em que trabálhavamos,murmurava um 'bom dia', colocava fones de ouvido e não abria mais a boca. Achei graça porque não me lembrava disso, mas ela contando eu revi toda a cena. Eu simplesmente deletei esses momentos da minha cabeça.

O mundo corporativo sempre me causou náuseas. Não tenho paciência para ele. Sou mais feliz trabalhando em casa. Gosto, no entanto, de fazer cabines, cobrir eventos, fazer um frila ou outro nas redações e nas agências para poder conviver com as pessoas. Esse convívio momentâneo é saudável. Insuportável é aturar gente chata o dia todo, todos os dias, ai eu não aguento.

Eu era muito mais brava, irritada, impaciente. Hoje em dia só meu computador me tira do sério. A tecnologia quando não funciona me deixa muito tensa. Fora isso, procuro não me estressar mais com gente ansiosa e tenho tentado me rodear de pessoas com bom astral para trabalhar. Cansei também de gente que só reclama da vida ou exige de mim como se eu fosse exclusiva da empresa. Eu sou freelancer, faço meu trabalho com competência, então é assim que funciona: eu faço o meu, você faz o seu, e está tudo certo.

A tranquilidade profissional conquistada me deu o direito de ser uma pessoa emocionalmente mais estável. Eu, que nunca chorei por causa de trabalho, já engoli muito sapo e levei muito pela cara. Fui humilhada tantas vezes que perdi a conta. A clássica 'você não sabe escrever' eu ouvi tanto que quase se tornou uma verdade. Só que, como boa leonina, não acreditei no que me diziam.

Hoje, quando o telefone toca e é alguém querendo me passar um trabalho, penso: 'é, as pessoas realmente gostam do meu trabalho'. Sim, porquê a minha pessoa pode não ser simpática aos olhos de todos - e não é - mas do meu trabalho ninguém pode reclamar. No geral, eu sou uma pessoa fofa com todos que são fofos comigo, mas pisa na bola, meu amigo, já era.

Fico particularmente feliz quando alguém diz que sou muito profissional. É bom ouvir isso agora, pois não faz muito tempo me disseram que eu não sabia o que era ser jornalista e sempre seria 'apenas uma publicitária'. Bem, eu não nego de onde vim, não tenho vergonha de ter duas profissões distintas, e não me considero melhor em uma do que na outra. Pelo contrário, tudo que faço, faço bem feito, porque se é para fazer meia boca, não faço. Simples assim.

É claro que todas as pessoas que um dia me humilharam profissionalmente se acham a última coca-cola do deserto. Eu não me acho nada, eu sei que sou boa no que faço e pretendo continuar sendo, só isso. E é justamente por ser essa pessoa que alcançou a paz profissional que tirei do meu caminho todos aqueles que duvidavam de mim.

Eu sou uma pessoa fofa mas... não me provoque. E se algum dia eu te dei um fora que você acha que não merecia, desculpe, mas certamente você invadiu o meu espaço. Não faça mais isso. Não sou leonina mansa. E isso é bom sempre lembrar a todos que estão a minha volta, para depois não reclamarem... porque ai posso soltar a sempre funcional 'eu avisei.'



Janaina Pereira

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