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segunda-feira, abril 25, 2011

As redes anti-sociais
(Beaseado em fatos reais)


Às vezes me pergunto porque as pessoas se importam tanto com a vida dos outros. Será que falta um tanque de roupa para lavar ou sua própria vida é desinteressante? Eu me preocupo em viver minha vida com dignidade e deixo cada um com seus problemas. Se alguém me pede ajuda, estou aqui para ajudar. Mas, fora isso, evito fazer qualquer comentário sobre a vida alheia.

As pessoas hoje se expõem de uma forma assustadora. Nas redes sociais você consegue saber o que a pessoa está fazendo, onde está, com quem está. Relacionamentos começam e terminam, amizades também, empregos vão e vem. A vida virou uma página de Facebook atualizada diariamente, ou um twitter com o estado de espírito do dia em 140 caracteres.

Essa necessidade de se expor, de mostrar ao mundo o que se faz e o que se é tornou as relações algo tão frágil quanto banal. Amizades começam tão rapidamente quanto terminam, relacionamentos idem. Eu sei o que você fez ontem à noite e se não sei, invento. Quantas vezes já acharam que eu estava aqui ou ali só porque disse 'não poderei estar online hoje'. Eu disse o que estaria fazendo? Não. Mas as pessoas imaginam e começam a confabular a respeito.

As redes sociais já me trouxeram problemas. Já me acusaram de coisas que não fiz, já acharam que eu estava dando um recado para tal pessoa quando não era nada disso, já distorceram as minhas palavras. Tudo isso por quê? Porque as pessoas se acham a última bolacha (ou biscoito) do pacote. Acham que aquele recado foi para ela, aquela frase foi para ela, aquela ironia foi para ela. Hellooooooo minha gente, eu tenho mais de 200 seguidores no twitter e mais de 300 amigos no Facebook, o que te garante que, quando escrevo algo, é exclusivamente para você? Tá se achando demais, meu bem!

Nunca digo em redes sociais o que vou fazer. Quando cito algo, geralmente eu já fiz. Já passou. Foi bom, por isso citei, ou não foi legal, por isso citei também. Normalmente uso as redes sociais para me divertir e divulgar meu trabalho e não fico especulando quem fez o que. Não tenho tempo para isso.

Se as pessoas fazem da primeira página do Facebook um jornal de fofocas, ou se são definidas pelos 140 caracteres do twitter, eu só lamento. Recados muito mais bem elaborados eu já dei neste blog, e a grande maioria nem entendeu. Só não saio das redes sociais porque é um ponto importante para meu trabalho mas, realmente, não fico lá bisbilhotando a vida dos outros. Quer olhar a minha? Paciência. Vai tentar decifrar meus códigos e nunca vai conseguir.

E se você acha que este recado é para você... quem sabe? Se a carapuça serviu é porque você tem culpa no cartório. Sinto dizer que sou muito mais do que um 'compartilhar' do Facebook ou 140 caracteres do Twitter. E, sinto mais ainda te informar, a vida é muito maior do que aquilo que você vê na tela do seu computador.

Cada vez mais tenho certeza de que essas redes sociais estão me tornando, novamente, uma pessoa anti-social. Eu trabalho, pago minhas contas, sou dona do meu nariz. E só EU sei da minha vida. Não adianta especular, achar isso ou aquilo, interpretar o que você não sabe só para fazer fofoca. Não adianta jogar verde porque comigo não vai colher maduro. E se privacidade é uma palavra que não existe na internet, eu mantenho a minha porque, já disse antes aqui e repito: minha vida não é um livro aberto.




Janaina Pereira

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