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quarta-feira, junho 02, 2010

O amor nos tempos de Copa


Parte 8: De cabeçada



Em 2006 a Copa do Mundo aconteceu na Alemanha, país tricampeão mundial que passava por um processo de renovação na equipe. O técnico era ninguém menos que Klinsmann, um dos meus jogadores preferidos em outras Copas - mas precisamente na Copa de 1990. Klinsmann técnico significa que eu estava mesmo velha, já passara dos 30 e começava a ver os meus jogadores preferidos se tornarem o que o povo do futebol chama de 'professor'.

O Brasil, único pentacampeão mundial, chega à Copa com Ronaldo - ele, de novo - ainda como um jogador respeitado e Ronaldinho Gaúcho como o melhor do mundo. Mas pelo que me lembro, Ronaldinho não fez muita coisa naquela Copa. Ronaldo se tornou o maior artilheiro da competição, o Brasil - treinado de novo por Parreira, o técnico do tetra - mais uma vez não convencia... mas chegamos às quartas-de-final.

Eu continuava morando em São Paulo e já trabalhava como jornalista. Aliás, eu ainda era aluna da faculdade noturna de jornalismo e tive que fazer uma prova de Teoria da Comunicação depois de uma vitória brasileira. Como eu trabalhava só no período da tarde como repórter de uma ONG, eu mudei meu horário para acompanhar a Copa - passei a trabalhar de manhã para ver os jogos à tarde. Outra curiosidade é que deixei a redação da Band (rádio) semanas antes do começo da Copa - imagina a loucura que seria ver a cobertura de uma rádio tão de perto.

Voltando ao gramado, o Zidane - sempre ele - fez a diferença nas quartas-de-final e a França despachou o Brasil. Na verdade quem fez a diferença foi o Roberto Carlos ajeitando a meia em uma das cenas mais patéticas de todas as Copas. Zidane se tornaria o grande nome daquele mundial quando, na final, deu a lendária cabeçada em Materrazzi e deixou a França distante do bicampeonato. O título ficou com a Itália (sem Maldini mas com Canavarro) - que na semifinal derrotou, nos pênaltis, a Alemanha renovada de Klinsmann na vingança da semifinal de 1990.

Eu não torci para a Azzurra - minha admiração pela elegância do Zidane não permitia isso. Mas no final das contas aquela Copa foi bem estranha, a Itália tinha um time que nunca me convenceu mas ok, agora é tetracampeã. E continua uma fábrica de homens bonitos.

Para a Copa de 2010, em que Dunga - o símbolo da Era Lazaroni e capitão do tetra - é o nosso técnico, mais uma vez a imprensa acredita em um fiasco. Será? Seria legal ver times que nunca ganharam - como Portugal de Cristiano Ronaldo ou a Espanha do Raul (adoro o Raul) - conquistarem o primeiro título. Mas a gente sabe que é mesmo Brasil, Itália, Argetina e Alemanha que são sempre favoritos. E eu torço pelo Brasil, não pela equipe em sim mas porque gosto do Dunga.

Não falei em nenhum dos textos em um dos jogadores de futebol mais bonitos de todos os tempos - o inglês David Beckham. Ele não vai à Copa, nunca esteve entre meus preferidos mas sim, é lindo. Se o quesito é metrossexual, melhor ele do que o Cristiano Ronaldo - em Portugal o mais belo sempre será o Figo.

Vamos ver o que nos aguarda nessa Copa da África. Eu continuo jornalista, trabalho como freelancer e pretendo ver o máximo de jogos que puder. E em 2014, quando teremos a Copa no Brasil, vou completar um ciclo de vida de dez Copas, à beira de fazer 40 anos.

Nossa. Deixa para lá. Em quatro anos muita coisa pode acontecer. Semana que vem vamos rumo ao hexa. Ah, e hoje, se meu pai fosse vivo, seria aniversário dele. Curioso que não fiz os textos da Copa pensando em escrever algo neste dia sobre um tema que ele entendia tão bem.

Em tempos de Copa, o amor está sempre presente. Pelo meu pai, pelo futebol, pelas boas lembranças que o torneio traz para mim. A cada quatro anos, uma história para contar. E, ao olhar para trás, perceber que muita coisa muda, menos o amor que eu tenho pelo futebol.


Boa sorte, Brasil!




Janaina Pereira

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