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quarta-feira, maio 26, 2010

O amor nos tempos de Copa


Parte 3: A última Copa de alguns



Chegamos ao México, país em que o Brasil foi tricampeão, em 1970. Gal Costa grava a irritante "70 neles!", que vira a música da seleção. Mamãe comprou uma camiseta e uma bola para mim com o tal slogan '70 neles'. Vamos combinar que sempre tentaram reiventar o fantástico "Salve a Seleção", da época do tri, e nunca conseguiram, né?

Foi nesta Copa, de 1986, que a Globo inventou o tal Araquém. Um cara magrelo chato que era o 'símbolo do torcedor'. Virou sinônimo de pé frio. Todo mundo culpou Araquém pela derrota brasileira nas quartas-de-final, diante da França. Sim, você menor de 20 anos que lê este blog saiba que, antes de Zidane, existiu um cara chamado Michel Platini que era o maior jogador da história da França e mandou o Brasil para casa mais cedo naquele ano.

Aos 11 anos de idade, eu já entendia pacas de futebol e torcia, depois do Brasil, para a seleção da Inglaterra. Tudo porque tinha um inglês chamado Gary Lineker que eu achava o máximo. Quase quebrei a TV quando a Argentina despachou a Inglaterra em jogo memorável naquela Copa. Eu via todos os jogos e ligava para o meu pai para contar - não tinha internet, né? E meu pai só podia ir para casa cedo para ver os jogos do Brasil.

A Copa de 1986 eu acompanhei bem, vi tudo, comentava na escola e discutia com os meninos. Eu estava na sexta série e era uma daquelas raras garotas que curtia futebol. Lembro do Zico sendo convocado mesmo com o joelho gerrado, do pênalti perdido por ele no tal jogo contra França... e do nascimento da maldição dos pênaltis.

Falou em pênalti os brasileiros tremiam. Eu até saia da sala, porque a gente chutava mal e sempre perdia. Um horror. A Copa do México era a última chance da geração Zico ser campeã do mundo. Não rolou. Telê Santana, que como todo técnico da seleção era acusado de teimoso, foi o primeiro a cortar jogador por pular muro de concentração - achava essas histórias de bastidores iradas e ali comecei a pensar em ser jornalista. Esportiva, é claro.

Quatro anos depois minha vida estaria completamente diferente. Na Copa seguinte faltava uma peça fundamental na minha vida de torcedora. E as Copas do Mundo nunca mais seriam as mesmas.


Amanhã: Copa da Itália (1990) - Começa o ciclo Dunga na seleção.



Janaina Pereira

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