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domingo, abril 18, 2010

Botafogo



Nasci botafoguense. Meu pai, torcedor fanático do time, sempre me levou ao Marcanã e nunca me deu escolha: eu gostava daquele time de preto e branco que sempre perdia sem mesmo saber o porquê. Levei 14 anos para ver o Botafogo ser campeão, em 1989, dois meses após a morte do meu pai. E ali eu sabia que minha paixão pelo alvinegro é para sempre.

Eu amo futebol. Sou aquela rara mulher que não se incomoda em ouvir os homens brigando por causa de seus times. Acho até estranho se conheço um cara que não curte futebol, afinal, com quem vou conversar sobre o mundo da bola?

Sou botafoguense de coração, corpo e alma. Faz tempo que não vou ao Maracanã, e agora que o Engenhão, onde meu time joga, é ao lado de casa, continuo sem vê-lo ao vivo. Não por falta de convites. Meus amigos são, em sua maioria, flamenguistas chatos, mas seus pais são botafoguenses e me adotaram.

Eu me emociono com os gols até hoje - quando criança, chorava horrores toda vez que o Botafogo ganhava. Bão tenho nada contra Vasco e Fluminense, mas detesto o Flamengo. Nunca se quer namorei flamenguista. É critério de eliminação mesmo, não rola.

O trauma vem da infância: meu primo Vinícius, flamenguista roxo, ficava me sacanenando porque ele era campeão do mundo - geração Zico - e eu não ganhava nada. Passei a ter ódio mortal do Flamengo. Que, não por acaso, vem tirando o título do Fogão nos últimos três anos.

Mas hoje não. Hoje o Rio de Janeiro é preto e branco. A estrela solitária - o time super combina comigo né? - acaba de conquistar o título carioca de 2010, vencendo os dois turnos e sem precisar ir à final.

Quer mais? Pois tem: ganhamos do Flamengo. Melhor impossível.

Saudações alvinegras e agradecimentos ao Joel Santana, definitivamente o melhor treinador do maroto campeonato carioca. Joel é daquele caras que de tão carioca só se dá bem por lá. E ele merece demais esse título, depois daquela história mal contada de tirarem o coitado da seleção africana.

Hoje estou extremamente feliz porque o Botafogo é a coisa mais infantil da minha vida, a melhor lembrança de criança e o que me aproxima do meu pai, sempre.

É o meu time, o meu xodó e a estrela que mais brilha na minha vida.


Janaina Pereira

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