quinta-feira, fevereiro 04, 2010
Nine
Lá se vão nove anos de São Paulo. Quando será que vou deixar de escrever este texto, ou vou dizer - estou indo embora e nunca mais vou voltar! Eu nunca imaginei ficar tanto tempo na cidade, e agora me sinto presa as coisas, como se nunca mais fosse sair. E odeio essa sensação opressora que São Paulo está me causando.
Continuo achando que as pessoas não gostam de mim - ou do meu jeito - e apenas me suportam por aqui. Claro que tem gente em que confio, que me atura de verdade, são bem poucos mas eu gosto deles e eles de mim. Porém, entra ano e sai ano e a mesma história se repete: eu preciso me reiventar, sou colocada à prova, sou testada, sou odiada, é tudo igual.
Nove anos se passaram e eu continuo sendo a mesma pessoa que chegou do Rio de Janeiro tentando provar o seu valor. Tá, eu vivi muita coisa aqui, amadureci, cresci, mas seria impossível não ser assim. Eu passei por situações que não precisava, fui obrigada a aprender na dor, e sofro até hoje. Sofro com a rejeição, com a inveja, as puxadas de tapete, as pessoas que insistem em me enganar. Sofro porque, cada vez mais, eu preciso ser sozinha na multidão. Eu preciso ser e estar só para sobreviver.
São Paulo é isso: é uma solidão sem fim, é uma prisão de oportunidades, é uma ida sem volta.Nove anos depois e eu ainda estou presa aqui. Não estou presa a pessoas ou situações, mas a ilusão de que as oportunidades que tenho só terei aqui e nenhum outro lugar abrirá tantas portas para mim.
Eu não vim para São Paulo para que a cidade fosse para sempre na minha vida. Para mim, o pra sempre sempre acaba. São Paulo não acaba para mim, e talvez no momento em que eu aceitar que ela é eterna em minha vida, as coisas deixarão de ser temporárias para serem definitivas.
Prove-me que vale a pena. E eu poderei dizer que, finalmente, aqui é o meu lugar.
Janaina Pereira
Lá se vão nove anos de São Paulo. Quando será que vou deixar de escrever este texto, ou vou dizer - estou indo embora e nunca mais vou voltar! Eu nunca imaginei ficar tanto tempo na cidade, e agora me sinto presa as coisas, como se nunca mais fosse sair. E odeio essa sensação opressora que São Paulo está me causando.
Continuo achando que as pessoas não gostam de mim - ou do meu jeito - e apenas me suportam por aqui. Claro que tem gente em que confio, que me atura de verdade, são bem poucos mas eu gosto deles e eles de mim. Porém, entra ano e sai ano e a mesma história se repete: eu preciso me reiventar, sou colocada à prova, sou testada, sou odiada, é tudo igual.
Nove anos se passaram e eu continuo sendo a mesma pessoa que chegou do Rio de Janeiro tentando provar o seu valor. Tá, eu vivi muita coisa aqui, amadureci, cresci, mas seria impossível não ser assim. Eu passei por situações que não precisava, fui obrigada a aprender na dor, e sofro até hoje. Sofro com a rejeição, com a inveja, as puxadas de tapete, as pessoas que insistem em me enganar. Sofro porque, cada vez mais, eu preciso ser sozinha na multidão. Eu preciso ser e estar só para sobreviver.
São Paulo é isso: é uma solidão sem fim, é uma prisão de oportunidades, é uma ida sem volta.Nove anos depois e eu ainda estou presa aqui. Não estou presa a pessoas ou situações, mas a ilusão de que as oportunidades que tenho só terei aqui e nenhum outro lugar abrirá tantas portas para mim.
Eu não vim para São Paulo para que a cidade fosse para sempre na minha vida. Para mim, o pra sempre sempre acaba. São Paulo não acaba para mim, e talvez no momento em que eu aceitar que ela é eterna em minha vida, as coisas deixarão de ser temporárias para serem definitivas.
Prove-me que vale a pena. E eu poderei dizer que, finalmente, aqui é o meu lugar.
Janaina Pereira
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