sexta-feira, janeiro 15, 2010
O monstro que existe em cada um de nós
A imaginação infantil pode ser extremamente fértil, assim como as crianças podem ser absurdamente cruéis. A espontaneidade e a sinceridade tornam os pequenos muito próximos daquilo que chamamos de ser humano puro. A medida que crescemos, no entanto, perdemos esta pureza, a inocência é deixada de lado e somos corrompidos pelo sistema, ainda que a gente não queira. Ser adulto é estar só, mas ser criança também exige jogo de cintura para lidar com a solidão.
A ternura e a crueldade infantil são os pontos-chaves do clássico livro de Maurice Sendak, ‘Onde Vivem os Monstros’, que chega às telas hoje pelas mãos do cineasta Spike Jonze. Talvez o filme seja um pouco assustador para crianças muito pequenas, mas certamente vai tocar o coração dos adultos que não sabem lidar com seus sentimentos mais obscuros. Afinal, cada monstro de Sendak nada mais é do que um sentimento, nem sempre bom, que a gente carrega desde pequeno - e Jonze soube transmitir isso muito bem.
Onde Vivem os Monstros segue as aventuras de Max, um menino levado que, depois de desobedecer a mãe, se transporta para um reino desconhecido. Na terra dos Monstros Selvagens, Max é o rei e as travessuras fazem parte do dia-a-dia. Ele finalmente tem a liberdade que sempre sonhou, mas o mundo pode ser cruel mesmo na imaginação.
Embarcar na aventura de Max e descobrir com ele o lado bom e ruim da vida é o grande charme do filme. Spike Jonze consegue fazer uma das coisas mais sensíveis que o cinema já produziu. Mesmo tratando das questões mais tristes da infância, como a solidão e a raiva, o cineasta não deixa de lado a alegria e a graciosidade dos pequenos. Seus monstros também refletem isso, aparecendo como figuras cheias de personalidade,
defeituosas e cruéis como todos nós somos em algum momento da vida.
As imagens captadas em paisagens reais e as atividades dos monstrengos liderados por seu pequeno rei enraivecido encantam. Tudo isso embalado por uma música inesquecível, que é triste sem perder a doçura. E, embora o longa divirta em muitos momentos, mas seja cansativo em outros, tem um final de pura delicadeza, para emocionar, arrancar lágrimas e dar aquele aperto no coração.
Onde Vivem os Monstros é sobre a infância, mas não necessariamente para crianças. Para nós, adultos, é um prato cheio para liberarmos esses monstros internos que nos perseguem e que quase sempre não sabemos lidar.
Janaina Pereira
A imaginação infantil pode ser extremamente fértil, assim como as crianças podem ser absurdamente cruéis. A espontaneidade e a sinceridade tornam os pequenos muito próximos daquilo que chamamos de ser humano puro. A medida que crescemos, no entanto, perdemos esta pureza, a inocência é deixada de lado e somos corrompidos pelo sistema, ainda que a gente não queira. Ser adulto é estar só, mas ser criança também exige jogo de cintura para lidar com a solidão.
A ternura e a crueldade infantil são os pontos-chaves do clássico livro de Maurice Sendak, ‘Onde Vivem os Monstros’, que chega às telas hoje pelas mãos do cineasta Spike Jonze. Talvez o filme seja um pouco assustador para crianças muito pequenas, mas certamente vai tocar o coração dos adultos que não sabem lidar com seus sentimentos mais obscuros. Afinal, cada monstro de Sendak nada mais é do que um sentimento, nem sempre bom, que a gente carrega desde pequeno - e Jonze soube transmitir isso muito bem.
Onde Vivem os Monstros segue as aventuras de Max, um menino levado que, depois de desobedecer a mãe, se transporta para um reino desconhecido. Na terra dos Monstros Selvagens, Max é o rei e as travessuras fazem parte do dia-a-dia. Ele finalmente tem a liberdade que sempre sonhou, mas o mundo pode ser cruel mesmo na imaginação.
Embarcar na aventura de Max e descobrir com ele o lado bom e ruim da vida é o grande charme do filme. Spike Jonze consegue fazer uma das coisas mais sensíveis que o cinema já produziu. Mesmo tratando das questões mais tristes da infância, como a solidão e a raiva, o cineasta não deixa de lado a alegria e a graciosidade dos pequenos. Seus monstros também refletem isso, aparecendo como figuras cheias de personalidade,
defeituosas e cruéis como todos nós somos em algum momento da vida.
As imagens captadas em paisagens reais e as atividades dos monstrengos liderados por seu pequeno rei enraivecido encantam. Tudo isso embalado por uma música inesquecível, que é triste sem perder a doçura. E, embora o longa divirta em muitos momentos, mas seja cansativo em outros, tem um final de pura delicadeza, para emocionar, arrancar lágrimas e dar aquele aperto no coração.
Onde Vivem os Monstros é sobre a infância, mas não necessariamente para crianças. Para nós, adultos, é um prato cheio para liberarmos esses monstros internos que nos perseguem e que quase sempre não sabemos lidar.
Janaina Pereira
Comentários
Bela crítica, hein, Jana!
Confesso que não estava afim de ver o filme até ler o seu relato...
Parabéns! Alcançou o seu objetivo! Conseguiu atrair mais um mortal para o cinema... ou down grátis... hehehe!
ps* Já tô com medo antecipado dos monstros... hahahahahah!!
Bjão!!
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Confesso que não estava afim de ver o filme até ler o seu relato...
Parabéns! Alcançou o seu objetivo! Conseguiu atrair mais um mortal para o cinema... ou down grátis... hehehe!
ps* Já tô com medo antecipado dos monstros... hahahahahah!!
Bjão!!