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segunda-feira, janeiro 04, 2010

Esse meu jeito estúpido de ser



Não sou uma pessoa que passa a mão na cabeça só porque é amigo. Não faço tipo para ninguém, para amigo muito menos. Sei que o ser humano tem suas diferenças, e procuro aceitar todo mundo do jeito que é.

Mas também não tenho que engolir qualquer coisa e fingir que nada aconteceu. Se tem algo que me irrita é passar 362 dias do ano sem notícias dos outros, mas em três dias as pessoas quererem se fazer presentes: no meu aniversário, no Natal e no Ano Novo.

Sei que minha relação com meus amigos cariocas mudou ao longo dos anos, mas ainda existem aqueles que são tão amigos quanto antes. Os outros eu não deixo de gostar, não deixo de querer bem, mas infelizmente não são tão presentes e por isso não podem exigir de mim uma atenção que eles mesmos não me dão.

Detesto ser cobrada por amizade, detesto ser cobrada por qualquer coisa. Eu sou dona do meu nariz arrebitado e em 90% da minha vida a maioria das pessoas não está nem aí para os meus problemas.

Eu não cuspo no prato que comi, sei bem que muita gente me ajudou e me apoiou. Mas o tempo passou e outras pessoas foram se tornando importantes, e por aí vai. A vida é assim. Muitas vezes a gente gosta de alguém mas o tempo e o destino nos afastam das pessoas. Isso é o que mais acontece comigo, a grande maioria passou pela minha vida, não ficou.

Os que ficam são, em grande parte, pessoas que nunca exigiram nada de mim, nunca me idolatraram, nunca me colocaram num pedastal, sempre aceitaram meus defeitos e, principalmente, acompanharam as minhas mudanças. São pessoas que sabem que eu não sou mais a mesma Janaina do passado; sabem que eu mudei, evolui. São pessoas que se fizeram presentes sempre, não apenas no Natal,no aniversário e no reveillon.

Eu sei que sou uma pessoa complexa, difícil, brava, chata, cheia de defeitos. Mas ser uma boa amiga e ter um coração gigante sempre foi a minha maior qualidade. Eu amo meus amigos, mas não quero ser o ponto de apoio de ninguém. É preciso se desapegar e fazer com que as pessoas sejam parte de sua vida, e não apenas figuração nos momentos que lhe convém.

Talvez eu seja assim porque sou uma pessoa que gosta e cultiva a solidão, que sabe que é preciso ser só para sobreviver neste mundo cão. Talvez eu esteja errada, mas isso é algo que não consegui mudar.

Eu mudei muito, mudei tanto, mas a mania de falar o que penso, por mais cruel que isso seja, eu não mudei. E se não gostar de mim assim, problema, sempre vai ter alguém que goste do meu jeito estúpido de ser.


Janaina Pereira

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