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segunda-feira, novembro 30, 2009

Esse meu jeito estúpido de ser


Outro dia me falaram que sou um pouco brava. Na verdade eu sou muito brava. E não escondo isso. Eu acho até que melhorei muito, eu era bem pior. Eu era muito mais tensa, chata, irritada, ansiosa, nervosa, eu era praticamente insuportável quando tinha que conviver com pessoas que eu não gostava, fazendo o que não queria e tendo que engolir um monte de coisa porque a gente precisa trabalhar.

Desde que decidi mudar o rumo das coisas - ou melhor, decidiram por mim - eu resolvi que não vou mais fazer o que não quero. Eu não faço mais nada para agradar aos outros. Eu consegui encontrar uma serenidade que achava não mais existir. Eu percebi que o mais importante é a minha liberdade e é ela quem realmente me faz bem.

Sou livre para trabalhar como quero, a hora que quero, do jeito que quero. E foi isso que me deixou menos brava, menos tensa, menos chata. É incrível como eu conseguia me irritar com as pequenas coisas do dia-a-dia corporativo. Talvez porque eu, finalmente, dei valor ao meu trabalho e não mereço ficar presa num lugar para fazer os outros ganharem dinheiro às minhas custas.

Eu me sinto melhor em saber que hoje eu marquei um chopp com os amigos e eu vou porque ninguém vai inventar uma reunião às 18 horas que vai me impedir disso. Eu faço planos, eu tenho vida, e é isso que me faz feliz. Eu ainda sou brava, porque não gosto de certas brincadeiras, tenho um humor muito ácido e irônico e não aturo algumas coisas que, para o mundo, é normal. Mas eu sou muito menos brava - e talvez não queira deixar de ser brava nunca, é o que me define.

Ser marrenta e brava são duas coisas que combinam tanto comigo que perde a graça se eu mudar. Eu só melhorei, com o tempo, o meu rugido. Hoje penso duas vezes antes de dar um fora, de ser grossa, de ser estúpida com os outros. E hoje, principalmente, eu sei que não posso ser estúpida com algumas pessoas, porque elas são boas demais e não merecem isso.

Hoje muita gente acha que faz parte da minha vida, mas só algumas realmente estão dentro do meu coração. São as que levarei para sempre, não importa em que lugar eu vivo. São essas pessoas que me fazem acreditar que o mundo ainda é um bom lugar e vale a pena viver nele.

Eu assumo meus defeitos porque, aos 35 anos, não tenho mais nada a esconder. Sou muito melhor hoje do que era aos 25, sou muito menos complicada e muito mais esperta. Decidi, faz tempo, que eu vou me agradar primeiro, e desagradar a todo mundo que me enche o saco.

Eu sou indelicada com quem merece, com quem me perturba, com quem parece ser mas nao é, com quem, de fato, precisa de um safanão para acordar para a vida. Com as pessoas que me aceitam como eu sou, não se intrometem na minha vida e são parceiros nas horas boas ou más. Essas eu sempre vou ser fofa, porque eu sou legal pra caramba, mas não vem me infernizar que leva pela cara.

Como boa leonina, eu sou um poço de gentilezas, mas se pisar do rabo do leão, ele morde. Simples assim.



Janaina Pereira

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