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domingo, setembro 27, 2009

Trocando a praia pelo cinema


Praia? Não!!! Hoje eu fui ao cinema. O que fazer com uma credencial na mão e mais de 300 filmes em cartaz? Correr para ver o máximo que puder. Fiquei mais de 12 horas em função do Festival do Rio e consegui assistir a algumas das principais produções que estão por aqui – e ainda esbarrei em Jeanne Moreau almoçando no Odeon, e Chico Diaz, Ney Latorraca, Monica Torres e outros atores correndo para ver seus filmes.

Não dá para fazer crítica de tudo entãou vou contar um pouquinho de cada um, ok?

Viajo porque preciso, Volto porque te amo tem um dos títulos mais significativos que já vi. E o filme também tem uma marca pessoal e intransferível. Os aclamados Marcelo Gomes e Karin Ainouz conseguem uma narrativa ímpar com a história do geólogo José Renato, enviado para realizar uma pesquisa de campo durante a qual terá que atravessar todo o Sertão, região semi-desértica, isolada, situada no Nordeste do Brasil.

Mas onde está o protagonista no filme? A gente não vê. Ele está lá, com sua voz marcante, mas seu rosto fica na imaginação de cada um. O que fica claro são os sentimentos do personagem: a solidão e a mágoa se confundem com a paisagem árida pela qual ele passa. Viajo porque preciso, Volto porque te amo é uma viagem original e inesquecível.

Eu matei minha mãe, o filme mais comentado – até agora – do Festival, é o primeiro longa do jovem canadense Xavier Dolan como diretor. Ele é mais conhecido por seu trabalho como ator, tendo aparecido no controvertido terror Mártires (2008), de Pascal Laugier. Dolan, que tem 20 anos, também estrela e é autor do roteiro, escrito quanto tinha a idade do protagonista: 17 anos.

Sua história acompanha Hubert, um adolescente que despreza tudo em sua mãe. Confuso, ele vaga por uma adolescência ao mesmo tempo marginal e típica, repleta de descobertas artísticas, experiências ilícitas, amizades e sexo. Filme totalmente cult e forte candidato a ‘queridinho’ do público.

Meio documentário, meio ficção, o novo trabalho do premiado diretor Jia Zhang-Ke (Leão de Ouro em Veneza com Em Busca da Vida, 2006) 24 City é uma história emocionante e intensa, que mostra as mudanças causadas por um complexo de apartamentos de luxo que ocupará o lugar da fábrica estatal 420. Seus dormitórios populares, que existiam há 50 anos na província de Chengdu, na China, não existirão mais. Para apresentar o que isso causou à população local, acompanhamos as histórias ficcionalizadas de três mulheres cujas existências foram marcadas pelo trabalho na fábrica.

Paralelamente, cinco homens que fizeram parte da vida destas mulheres dão seus depoimentos para a câmera. São três gerações diferentes, marcadas pelo fim do emprego e da moradia, e as memórias destes trabalhadores confunde-se aos poucos com a história da China. Um filme interessante e com narrativa peculiar.

Embarque Imediato, do diretor Allan Fiterman – brasileiro radicado nos EUA – aborda a história do jovem Wagner, que decide emigrar ilegalmente para Nova York. No caminho para realizar seu sonho aparece Justina, mulher madura que já viveu fora do país. Amorosa e paciente, ela continua esperando uma vida melhor, enquanto sofre com seu caso mal resolvido com Fulano, agente de modelos gordinhas. Juntos, Wagner e Justina vão descobrir que a vida tem muito a oferecer, independente do avião que tomarem. O filme diverte e cativa e Marília Pêra, Jonathan Haagensen e José Wilker, o trio protagonista, estão arrebatadores.

O melhor foi assistir a Embarque Imediato ao lado da Marília Pêra. Isso, realmente, não tem preço.


Janaina Pereira

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