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quinta-feira, julho 23, 2009

Amigos de fé



Passou o tal dia do amigo e eu nem comentei. Recebi torpedos, recados, emails, manifestações de carinho. Obrigada. Mas você tem certeza que é meu amigo?

Eu era do tipo que achava que todo mundo era meu amigo. Por ser filha única, tinha necessidade absurda de fazer amigos. Era algo importante para mim. Tive algumas amizades marcantes na infância - Aninha, Cris e Andréa - e na adolescência - Angélica e Beth - mas a grande maioria passou em branco.

Na vida adulta, tudo mudou. Trabalhando em publicidade, profissão masculina, só tinha amigos homens. O Jorge foi o primeiro, inesquecível leonino. Não o vejo faz anos. Assim como o Mauro, o Alexandre, o Alex, o Marco, o Fábio, o Renato, tantos meninos queridos que eram grandes amigos.

Quando fui trabalhar na ID veio uma enxurrada de amigas: Dani, Pri, Giovanna, Ana Paula, Simone, Vivi, Linda, Annie - primeira a me chamar de Jane. Todas elas estão por aí, algumas ainda presentes, mas a distância é cruel, e as coisas nunca mais foram as mesmas.

Aí vieram a Cida, a Carmen, a Danny, a Lu, a Clau, a Chris, a Vanny, a Cinthia, a Cynthia, a Nilda ... uma infinidade de mulheres marcantes e boas amigas. Mas a distância, novamente, é desculpa para dizer que nossos caminhos são diferentes.

Uma pessoa, porém, é a prova que algumas amizades podem sobreviver a tudo - inclusive a distância. Luiza, aquela que nunca desitiu de mim, uma amiga carioca que se tornou mais companheira depois que vim para São Paulo. Sim, neste caso, a distância nos uniu e eu me surpreendo ao perceber que, em quase 16 anos que nos conhecemos, eu não sabia quase nada sobre ela, e ela sabia tudo de mim. A distância serviu para nos aproximar, num caso raro de amizade que é capaz de suportar tudo - e que transforma o Rio e São Paulo em referência. Porque não posso ir ao Centro do Rio sem lembrar de Luiza. E eu adorava fazer roteiros de passeios + restaurantes quando ela vinha para São Paulo.

Quando vim morar em São Paulo, eu sofria muito pela ausência dos meus amigos. Eu chorava, eu não tinha com quem falar, era doloroso. Uma dor tão forte e cruel que parecia que eu nunca iria superar. Mas o tempo tudo cura.

E em São Paulo eu conheci o David, primeiro e único, o meu amigo mais antigo aqui. Quanta pizza dividida, quanta lágrima, quanto sorriso, quanto coração partido. Quanto sofrimento e dor transformando em esperança e fé.

Conheci aqui a Gi, queridíssima, aquela que, como na música do Rei, é a mais certa na hora incerta. O Erlon, meu querido gaúcho agora em Los Angeles. Parvati, Cleide e Kelly, que estão sempre por perto.

A Sueli, a Sil, a Re, o Beto, o Vamberto, o Guto, a Ana, o Clauber. Todos estão por aí, e eu aqui.

Veio o jornalismo e a amada Elis. A Mari, a Sandra, a Lu Fuoco, o Bruno, a Ju, a Re, o Chagas, a Neia, a Andréa, a Cynthia, o Valter.

A faculdade trouxe quatro anos de convivências diárias e boas amizades. Mas hoje já não tenho mais a Val, a Camilinha, o Edson e a Mari por perto. Meus amigos tão queridos, o grupo perfeito, inseparável por quatro anos... cadê? Ficaram por aí também, em alguns e-mails perdidos no tempo.

A faculdade me trouxe também gente de fora da minha turminha. Vieram o Fabinho, a Karina, a Guilene, o Will, a Diana, a Janis, o Rogério, o Cassiano, a Bá, a Lísia, a Ivy. E, claro, o Ale e a Ana Ziccardi, professores que ainda se mantém fortemente presentes em minha vida.

E até nos meus cursos surgiram amizades. Eu e essa necessidade louca de fazer amigos! Em poucos meses, Celinha, Camila, Rafa, Diana, Christye, Patrícia, Silvio e Lu passaram a fazer parte da minha vida de modo muito especial - e inesquecível.

Agora temos a turminha das cabines. Parece que cheguei a SP de novo: todo mundo me vê quase todo dia, mas não fala. Sempre que tenho oportunidade, procuro fazer amizade, mas às vezes sinto que a pessoa não quer se aproximar, ou só fala por educação. É tudo muito frio, distante. Claro que há exceções e existe o Léo, meu primeiro amigo das cabines. Meu companheiro fiel de msn, o mais fofo e carinhoso, que me atura como poucos - tá, o César me atura muito também. E até o Bruninho e a Paula já estão me aturando.

E quando o Rio parecia não me oferecer mais nada... eis que surgem Wanderson e Paloma. Quase infartei quando sai de uma cabine e lá estava Wanderson, me esperando por mais de duas horas - perdeu o filme e ficou lá, só para me ver. Isso é de partir o coração. Como disse minha mãe, 'numa época em que as pessoas pisam umas nas outras, alguém demonstrar carinho é muito raro'. E Paloma? Com quem mais eu fico na rua conversando sobre a Dança dos Famosos? A única pessoa que eu twitto nessa vida!!! O afeto que sinto por eles é gigante, e começou graças ao Hugh Jackman - e sempre teremos aquele dia inesquecível para lembrar.

As pessoas vem e vão, isso é fato. Sei que na hora do aperto - como esta semana, em que aluguei o Ed e o Sérgio por causa do meu computador - algumas são tão solidárias e queridas, tão companheiras e atenciosas, que eu acho que ainda vale a pena investir no ser humano.

Não adianta me seguir no twitter, estar no meu orkut, no meu facebook, no meu msn e todas essas parafernálias odiosas da internet. É preciso estar no meu coração. Lugar para poucos e fiéis amigos, aqueles que me aturam mesmo quando eu sou a mais insuportável pessoa da face da Terra.

Eu mudei, mudei muito,e não sei se melhorei. Mudei porque as pessoas mudam, mudei para continuar sendo sempre a mesma. Aquela que tem um milhão de amigos, mas só confia em meia dúzia de pessoas.

Eu tenho mil defeitos, um deles é a necessidade incontrolável de me isolar. Preciso de silêncio. Mas meu coração nunca está sozinho, porque algumas pessoas que escolhi para serem os irmãos que eu não tive... estão dentro dele.

Amo vocês.



Janaina Pereira

Comentários
Eu sei que o texto é conhecido e "grandinho" mas é a forma que encontrei para agradecer a menção ao meu nome neste texto:

Amigos simplesmente Amigos!!!
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade, e eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências.....
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar!! Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!!
Por isso é que sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem-estar. Ela é talvez fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamento sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer......
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!!
“A gente não faz amigos, reconhece-os”

Beijossss
 
O jeito "Jana" de fazer amigos, de invadir a vida das pessoas e levar até elas um pouco mais de intensidade. No tempo muitas coisas se perdem, mas no coração outras tantas vivem eternamente. O jeito "Mari" de dizer amo você amiga!
 
Oi Jana, fiquei muito feliz em ver meu nome citado entre os amigos da vida. Sei que não sou muito presente, mas nossas vida tomam rumos diferentes a cada dia. Mas isso não importa, como disse o texto que a Ivy deixou ai: embora eu não declare nem os procure, eu prezo muitos pelos meus amigos. E vc é uma das poucas pessoas que eu considero. Bjao. Lisia
 
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