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segunda-feira, junho 15, 2009

Direto do front


Os anos passam mas um assunto nunca morre: a guerra. Filmes sobre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial ainda causam impacto graças às histórias baseadas em fatos reais que continuam surgindo, o que mostra que o tema está longe de se esgotar. Já está em cartaz Os falsários, (Die Fälscher), do austríaco Stefan Ruzowitzky, vencedor do Oscar 2008 de filme estrangeiro; uma história no mínimo curiosa envolvendo judeus e alemães.

Em plena Segunda Guerra, o falsificador Salomon “Sally” Sorowitsch (Karl Markowics) é um artista da cópia. Com seu talento para forjar documentos, ganha dinheiro e notoriedade como criminoso. Mas ele é judeu e acaba preso. Enviado a um campo de concentração, começa a prestar favores aos alemães para se manter vivo.

Em1944, os nazistas transferem o falsificador para outro campo com um objetivo: gerenciar um grupo de prisioneiros na maior falsificação de dinheiro da história. Eles ganham teto, comida e algum conforto. Mas nunca paz. Ao som das bombas e dos fuzilamentos, “Sally” e seus ajudantes se questionam sobre os limites da sobrevivência diante do maior crime de todos: ajudar os nazistas a ganhar a Guerra.

A dúvida moral dos personagens é o grande trunfo do filme – e o que o torna brilhante. Afinal, aqueles judeus estavam trabalhando para o inimigo. Se não o fizessem, morreriam na certa. E é justamente neste ponto que a produção se aprofunda, fazendo o público se questionar junto com os personagens. O que é mais importante, o país ou a própria vida?

Vários filmes já trataram da questão do Holocausto e do nazismo, mas poucos conseguiram levantar tantas questões moralmente conflitantes como este. Totalmente sustentado em sua história, Os falsários é um filme de roteiro, que faz com que todo o resto funcione – direção segura, ótimas fotografia, montagem e direção de arte e atuações memoráveis do elenco, especialmente do protagonista Karl Markowics, que consegue com o olhar expressar os sentimentos dúbios que afligem seu personagem.

Os falsários entra, com louvor, para a seleção dos melhores filmes de guerra – sem apelos dramáticos ou judeus exaustivamente sendo mortos, mas retratando mais um capítulo desse lado obscuro da história mundial.


Janaina Pereira

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