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domingo, outubro 19, 2008

Loucura, loucura, loucura



TCC – Tese de Conclusão de Curso. Alguns dizem que é monografia, mas não é bem assim. Não tem banca. Tem só muita chateação. Não é difícil, pelo contrário. Se você não trabalha, ou trabalha meio expediente, tira de letra. Mas, se você, como eu, passa oito horas na redação – fazendo de tudo, muito – pode esquecer as noites de sono. Se quiser levar a sério o negócio, esqueça a vida social. Esqueça a vida. Esqueça Paris, Texas, Rio. Esqueça os amigos, o namorado, a família. Esqueça que o mundo não gira em torno de você.

Eu me organizei mas de nada adiantou. As coisas foram acumulando, e a desorientação é tanta que eu escrevo dois capítulos ao mesmo tempo. Embora eu saiba que não existe a menor chance de ser reprovada – até porque ser reprovado na Uninove é ridículo – estou muito ansiosa. Talvez porque o mundo espere de mim algo que não sei se sou capaz de oferecer.

Eu já estou fugindo das pessoas pelos corredores da faculdade. Todo professor que eu encontro pergunta: "E o TCC?" Não aguento mais. Pior é quando dizem: "Está acabando." Eu já sei disso. Não precisam me falar. Mas, enquanto não acaba, eu vou ficar ansiosa, tensa, irritada. Então me deixa quieta! Preciso de concentração. Já perdi algumas semanas de sono por causa de expectativas frustradas. De que adiantou? Só me enrolei. Mas foi bom para ver que a prioridade nessa história sou eu. O resto que se exploda!

Apesar de ter que ler muito – e dormir em cima dos livros é lugar-comum – o mais legal do TCC – sim, no final das contas é mesmo legal – são os momentos intermináveis de pesquisa. Por isso é preciso paixão pelo tema, é preciso gostar demais do objeto estudado. É preciso, antes de tudo, acreditar que sua tese será comprovada. Talvez seja isso que me deixa angustiada: eu sei o final da história, mas até chegar ao final, demora muito.

Enquanto o capítulo sobre as teorias do jornalismo (meu preferido!) eu escrevi em duas noites (cerca de seis horas no total), o capítulo da história da imprensa eu levei... dois meses. Pois é. A Marcela, minha orientadora, reprovou o capítulo três vezes – sempre faltava alguma coisa. No final, eu consegui reduzir de 30 para 17 páginas os 200 anos de imprensa. Sim, 200 anos!!!! Eu sei até o dia que o Samuel Wainer vendeu a Última Hora. Um saco, mas no final ficou realmente bom.

Tenho orgulho de tudo que fiz até agora, e do que ainda vou fazer. O curso do Oboré, fundamental para concluir meu TCC, está sendo um aprendizado e tanto. E eu sei que devo ser a única que faz um curso especialmente para o TCC. Não é pouca coisa. Aliás, é muita coisa: muita angústia, ansiedade, cansaço, loucura.

Estou enlouquecida mas ainda não quero minha vida de volta. Foram quatro anos esperando por este dia. Então vou fazer valer a pena cada último momento da minha vida acadêmica.




Janaina Pereira

Comentários
A vantagem é gostar do tema, pra mim, faz toda a diferença. (sorte a nossa)
Acredite, embora eu tenha feito a maior parte do trabalho sem trabalhar, não dá pra tirar de letra,foram várias às vezes que varei a noite, e pegava cedo. É cruel. Eu, sinceramente, achava que seria bem mais fácil do que o que foi. Oumelhor não foi difícil, foi complexo.
 
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