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sexta-feira, maio 23, 2008

Indiana Jones - eu vi


Há 19 anos, fui assistir a primeira sessão da estréia de Indiana Jones e a Última Cruzada, em um cinema de Madureira, saindo diretamente do colégio com minhas amigas Angélica e Ana Lúcia. Lembro que meu almoço foi pastél e caldo de cana. Ontem lá estava eu, em uma pequena fila do Shopping Paulista, para ver Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. Fui na segunda sessão da estréia, porque não dava para esperar o final de semana: a ansiedade era muita. Não dá para acreditar que Indiana Jones ainda tem folêgo para novas aventuras. E que fôlego.

O filme é todo amparado no carisma do personagem e desde a abertura mostra a que veio. A primeira cena de Indy é muito simbólica e mostra o quanto sua figura é apaixonante. Aos primeiros acordes do tema de John Williams, todo o cinema - lotado de gente com mais de 30 anos em plena matinê - veio abaixo. Impossível não se emocionar ao ver Harrison Ford, de cabelos brancos, com o mesmo sorriso e o mesmo olhar que deram a Indy o título de maior herói do cinema.

O roteiro é bom, cheio de referências aos filmes anteriores, com direito a uma fofíssima homenagem ao Sean Connery - o inesquecível Dr. Henry Jones, pai de Indy, que só não apareceu em carne e osso no novo filme porque Connery se aposentou e não quis voltar ao personagem. Dá para perceber em que momentos Dr. Jones pai iria aparecer, mas sem ele o filme não perdeu o sentido. Pelo contrário, a homenagem foi muito bem sacada.

A volta de Marion (Karen Allen) e a inclusão de outros personagens - como o jovem Mutt (Shia Labeouf) - dão gás à aventura e são simpáticas aquisações para aliviar a correria que Harrison Ford, do alto de seus 65 anos, não seria capaz de fazer sozinho. Aliás, a idade do ator caiu como uma luva ao persoangem - Indy envelheceu com ele, mas manteve a ironia tão característica, o que garante muitos bons momentos em ótimas piadinhas.

A partir daqui você vai encontrar detalhes que revelam a história. Se não quiser saber o final do filme, não leia!

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal se passa no período da Guerra Fria, e Indy tem que encontrar um artefato - a tal caveira de cristal - para os soviéticos, liderados pela preferida de Stálin, Irina (Cate Blanchett, ótima como sempre). O primeiro confronto de Indy com Irina faz referência ao projeto Roswell, aquela famosa história que os americanos teriam escondido um corpo extraterrestre que caiu no país. Mas vemos, de maneira sutil, que o corpo do ET está no mesmo galpão em que a Arca Perdida - ela mesma - foi guardada no final de Caçadores da Arca Perdida, a primeira aventura de Indiana.

As sequências seguintes contam a história do personagem para a nova geração: Indy professor, Indy envolvido com os militares, Indy sendo traído por um amigo, Indy salvando um amigo, Indy reencontrando um antigo amor e Indy encontrando... um filho! Desde a primeira cena de Shia Lebouf - em referência explítica a Marlon Brandon em O selvagem da motocicleta - a gente desconfia que ele é o filho de Indy - e não demora muito para termos certeza. É do jovem Lebouf a cena mais bem montada do filme - um duelo de esgrima com Cate Blanchet e a hilária sequência em que ele pula, literalmente, de galho em galho.

O resto é cinema à moda antiga, sem muitos efeitos especiais, cenas de ação feitas pelo próprio Harrison Ford - poucas, mas convincentes - e muita, muita nostalgia. Um filme com cara de anos 1980, mas com um roteiro que segura as duas horas de adrenalina moderada, mas divertida.

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal é uma volta ao passado no melhor estilo. E uma homenagem sincera ao maior herói de todos os tempos.


Janaina Pereira

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