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quarta-feira, maio 07, 2008

Cariocada


Para ler ouvindo "Aquele Abraço", com Gilberto Gil.


Adoro quando meus amigos cariocas passam por Sampa e se lembram de me fazer uma visita. Gosto, especialmente, de mostrar o lado bom de São Paulo para eles. É divertido ver a cara de novidade que os cariocas fazem aqui. Porque as duas cidades, tão próximas mas tão distantes, são muito diferentes.

O ritual gastronômico é muito importante nessas visitas, e por isso faço questão de escolher alguns lugares especiais, que se tornarão inesquecíveis – ainda que o preço salgado assuste, acho que sempre vale a pena comer bem em São Paulo.

Minha amiga querida Luiza, visita que será constante por meses, disse que eu falo com carinho de São Paulo. Deve ser porque eu sofri muito aqui, fui – e sou – discriminada, 'pastei' pra caramba mas, como sou osso duro de roer, sobrevivi. Deve ser porque fizeram de tudo para me expulsar daqui e eu não fui embora. Deve ser porque eu aprendi a não me importar com o céu cinzento, o trânsito caótico e as pessoas frias. Eu aproveitei cada oportunidade que a cidade me ofereceu e fiz desse capítulo paulistano uma parte importante da minha vida.

São Paulo é uma lembrança que podia ser amarga, mas que no fundo me dá muita satisfação. Eu me orgulho demais de saber que meus amigos chegam aqui para horas de trabalho e eu posso proporciona momentos de descontração em meio ao caos da cidade. Em sete anos aqui, com exceção da Chris – que me trocou por BH – e da Lu, todos os meus amigos cariocas vieram me visitar. E até minha amiga brasiliense Dri e minha amiga mineira Dê também vieram. Ou seja, a prova de que a amizade não tem distância.

Quando eu sai do Rio, o mais difícil foi a separação dos meus amigos. Eu nunca imaginei ficar longe deles, porque para mim essas pessoas sempre foram essenciais na minha vida. Como viver sem as baladas com a Lu e a Nilda, as conversas com o Marco e a Clau, os jantares com a Cida, as festas com a Dani, a Cinthia e a Chris, os almoços com a Luiza? Mais ainda temos os aniversários com a Danny, os famosos 'Jana in Rio', as lembranças de tantas coisas boas que deixamos para trás.

A praia sempre está lá, minha família também, até o crepe de chocolate com sorvete do Chez Minchou não mudou de lugar. Mas meus amigos mudaram, casaram, separaram, tiveram filhos, estão namorando, estão solteiros e passaram por situações que eu tive que acompanhar de longe. E é muito doloroso não estar por perto quando eles precisam. Mas, apesar de tudo, é sempre gratificante saber que a gente nunca se separou. E que algumas amizades são, mesmo, eternas.

Meus amigos são o melhor presente que ganhei nessa vida de filha única. São os irmãos que pude escolher para caminharem sempre comigo. São os amores que me acompanham desde o tempo que a gente nem lembra mais que estava junto. Maktub. Sempre esteve escrito.


André e Marcos, amei as noites paulistanas com sotaque carioca.
Luiza, te espero de novo no fim do mês.


Janaina Pereira

Comentários
Que legal, Jana, há tanto preconceito, por parte de muitas pessoas, na relação entre cariocas e paulistas, fico feliz que tenha se adaptado a cidade e continue nela, mostrando a seus amigos, como você disse, o lado bom.

Beijos!!!
 
Hm... como o céu cinzento eu concordo... com o trânsito caótico também... Agora, "pessoas frias"...

São Paulo é a maior concetração de culturas! Tá "tudo junto e misturado". Tem japa, italiano, alemão, nordestino, cariocas, mineiros...

Eu acho que paulista é maior receptivo, sério!

Americanos são frios! Não paulistas. rs
 
Legal isso. Vc ter sobrevivido aqui e ao mesmo tempo cultivar ainda as amizades do Rio.

Vc não pensa em voltar a morar no RJ?
Sabia q eu quero ir morar lá ou em Fortaleza... kkkkk
 
Identificação imediata com esse relato carioca, mas concordo com a amiga que não vê frieza nos paulistanos, embora meus melhores amigos de Sampa não sejam paulistas...
 
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