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segunda-feira, abril 28, 2008

Lembrar para não esquecer


Assisti na Tv, novamente, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, o meu segundo filme referência - depois de Closer, claro. Uma das frases do filme me chamou a atenção. No meio de sua crise emocional, Jim Carey diz: "Por que eu sempre me apaixono pelas pessoas que demonstram o mínimo de interesse por mim?"

Pois é. Não dá para se apaixonar só porque alguém te achou bonito, inteligente, engraçado. É muita baixa-estima se iludir ao primeiro 'gosto muito de você'. Mas, volta e meia ouço histórias desse tipo - o encantamento barato por palavras repetidas, que sabemos que são inválidas, mas que adoramos ouvir.

Para quem nunca viu Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, o filme conta a história de um casal que, após o fim do relacionamento, busca esquecer o que viveram. E neste caso, o esquecer é bem literal. Se eu contar mais perde a graça. Veja e entenda do que estou falando.

A melhor coisa de Brilho Eterno, porém, é a moral da história. Você descobre que, (in)felizmente é preciso errar, sofrer e chorar. Faz parte da vida. Você precisa mesmo disso. Porque você não seria quem é se não tivesse passado por coisas ruins. Tem uma cena no filme, extremamente sutil, que mostra uma mulher tentando apagar da mente a morte de seu cachorro. Mas se o cachorro não morresse, ela não viveria determinadas situações, talvez até nem percebesse o quanto gostava dele.

Entre todas as coisas tristes pelas quais passei, arrependo-me de algumas, mas não sei se apagaria da minha vida. Claro que preferia meu pai vivo, mas a morte dele me fez amadurecer e viver de uma forma diferente. Se meu pai estivesse aqui, eu não teria vindo para São Paulo, não estudaria jornalismo e talvez nem fosse publicitária. Eu não seria esta Janaina, seria outra pessoa, e a outra pessoa não seria eu. A verdade é que eu só sou eu porque a morte do meu pai faz parte da minha história.

Não quero apagar as lembranças, dolorosas ou não, mas quero aprender a conviver bem com elas. E meu pai é, sem dúvida, a melhor de todas as lembranças que tenho, a melhor saudade e a razão que me faz suportar tantas coisas, porque eu sei que onde quer que ele esteja, tem orgulho de mim.


Janaina Pereira

Comentários
É bem verdade isso q vc postou. Os erros são necessários, e coisas cruéis q passamos tb. (Infelizmente).
Faz parte de nós e do nosso futuro aqui.

Amei seu texto.
 
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