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quinta-feira, março 20, 2008

Complicada e perfeitinha


Em época de Páscoa, onde o mais perfeito dos seres morreu para nos salvar, vale dizer que detesto a perfeição. Não sou perfeita e nunca quis ser. Não gosto que achem que não erro, que não falo palavrão e não cometo deslizes. Eu erro sim, mas eu assumo. Eu sou desbocada e não vim ao mundo para agradar ninguém.

Não faço questão que as pessoas gostem de mim, não tento mudar para agradar, não sou simpática para conquistar ninguém. Pelo contrário. Adoro ser antipática. Gosto mesmo de ser chata, irônica, perversa. Sempre preferi os vilões. Porque em história com mocinho insosso, os vilões é que sobressaem.

Minha mãe me ensinou que perfeito só mesmo Cristo. Desde que eu era pequena ela procurou me orientar nesse sentido, mostrando que eu ia aprender com meus erros. Se Cristo, perfeito e sábio, foi crucificado, que dirá eu... uma pobre mortal.

Adoro a história de Jesus. Especialmente porque Ele nunca quis ser perfeito e porque, no momento de maior dor, duvidou da existência de Deus. Ao dizer: "Pai, porque me abandonastes?", ele tirou o peso do mundo das suas costas. Ele era apenas um homem querendo respostas para o seu sofrimento.

Estou longe de ser católica, e perto de ser espiritualizada ao extremo para sobreviver neste mundo-cão. Para mim, Jesus Cristo foi um dos maiores heróis da história e o protagonista de uma aventura fantástica. Maria, a mãe de todas as mães, é o símbolo da maternidade, algo que não quero ser, mas que respeito e admiro.

Sou uma simples mortal, que já foi apedrejada exatamente como outra Maria, a Madalena. E, novamente, é Cristo que segura minha onda com seu discurso: "quem nunca errou, que atire a primeira pedra."

Eu sou complicada sim, e para alguns, perfeitinha também. Grande engano. Eu sou imperfeita nas minhas coerências, e incoerente nas minhas perfeições. Eu reclamo de tudo, e não faço a menor questão de agradar aos outros.

Porque a única pessoa no mundo que me ama do jeito que eu sou, e tem o direito de me questionar, é a mulher que levou nove meses para me parir. É por isso que eu sempre corro para os braços dela.


Janaina Pereira

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