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sábado, julho 21, 2007

Aos perdedores, só lagrimas


O Pan do Rio é um sucesso, ainda que a imprensa paulistana critique e o Bob's cobre caro pelos sanduíches vendidos nas arenas competitivas. Os atletas brasileiros até dão uma amarelada em muitos momentos, perdendo medalhas certeiras. Mas, de um modo geral, tem muita gente fazendo bonito.

Assim como boa parte dos brasileiros, eu adorei a Jade Barbosa. Ela é fofa, mas não tem o menor equilíbrio emocional. Jade tem uma leveza impressionante nos exercícios, além de carisma. Mas é, visivelmente, tomada pela pressão da torcida. Os gritos de incentivo viram desespero, ela perde o controle e cai da trave ou pisa fora do tablado. Assim como Jade, outros atletas brasileiros sofrem da síndrome da pressão. Isso acontece em nossas vidas comuns, onde constantemente vemos pessoas perdem o rumo por causa da pressão no trabalho, no relacionamento, no dia-a-dia.

Daiane dos Santos sempre se machuca às vesperas de competições em que o Brasil está de olho. Pressionada, ela não aguenta o tranco. A seleção de vôlei feminino também se enrola quando os nervos ficam a flor da pele. Quando perderam o quarto set - num jogo literalmente ganho! - para as cubanas, eu já sabia que elas não iam vencer o tie-break. As jogadoras de vôlei feminino são campeãs em 'amarelices'. E por aí vai. As mulheres são muito mais afetadas que os homens por esse stress emocional, o que torna o universo feminino cada vez mais bombardeado.

É possível ser mulher e ter capacidade de controlar emoções. Temos que ser frias sim, saber que não podemos chorar por qualquer coisa. A vida é cheia de imprevistos, caimos da trave e derrapamos no solo diariamente. E nem por isso vamos ficar chorando. Chorar faz bem, mas não precisa tanto drama.

Por tudo isso, achei fantástica a declaração dos nadadores brasileiros sobre a torcida. Para eles, os gritos dos torcedores são incentivo para nadar com mais força. Foi assim que levamos o ouro inédito no 4 x 200m livre – uma prova espetacular, vencida porque a torcida gritava incentivando os nadadores. O povo da água sente a força, e não a pressão da torcida. Os gritos são de apoio, e não de cobrança.

Tá na hora de engolir o choro. Inteligência emocional é tudo nessa vida. A tristeza vai chegar, vamos chorar, mas não precisamos fazer disso o nosso caminho. Quando perdemos, devemos ter na derrota o impulso para vencer da próxima vez. E vamos parar de nos contentar com prata e bronze. No futuro, só os vencedores serão lembrados. E temos que viver com a sede de vencer. Tudo e sempre.


Janaina Pereira

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