<$BlogRSDUrl$>

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Perversões


O diretor Todd Field chamou a atenção do mundo com o drama “Entre Quatro Paredes”(2001), em que usava uma câmera giratória para mostrar a hipocrisia da supostamente equilibrada família classe média norte-americana. Com o mesmo olhar crítico para os dramas familiares, ele está de volta em “Pecados Íntimos” (Little Children), indicado ao Globo de Ouro de melhor filme e concorrendo a três Oscars - roteiro adaptado, atriz para Kate Winslet (que, aos 31 anos, chega a sua quinta indicação) e coadjuvante para Jackie Early Haley.

O roteiro foi escrito pelo próprio diretor, em parceria com Tom Perrota, autor do livro que originou o filme. O ponto de partida é a liberação, em condicional, de Ronnie (vivido por Jackie Early Haley, um coadjuvante sem muitas chances no cinema, mas que rouba a cena neste papel), um molestador de crianças que passa a morar num bairro tranqüilo e familiar. O desconforto de todos é geral diante da potencial ameaça. Porém, logo se percebe que Ronnie é apenas o lado visível e midiático da podridão daquela sociedade que se sustenta sobre os tradicionais pilares da aparência e da riqueza. Todos os personagens têm perversões, vazios e profundas tristezas a esconder, como Sarah (a sempre excelente Kate Winslet) e Brad (Patrick Wilson), dois jovens infelizes em seus casamentos, que, após se conhecem casualmente num playground, iniciam uma relação extra-conjugal.

Na tentativa de condensar as idéias do vasto livro de Perrota, muitas vezes o roteiro recorre ao pouco cinematográfico recurso da narração em off, o que não chega a incomodar, diante da profundidade das idéias e dos sentimentos de cada um dos bem construídos personagens. Vale ressaltar que não se deve ver “Pecados Íntimos” como uma história de traição – isso tira todo o interesse do filme. A narrativa funciona mais se for analisada pelo ponto de vista do personagem Ronnie, o homem publicamente pervertido numa sociedade repleta de ocultas perversões.


Cuidado! Se você ainda não viu o filme, este parágrafo revela trechos da história

A história é lenta e a tensão é constante. A tragédia parece se anunciar a cada cena, causando uma sensação sufocante que, ao contrário dos filmes comerciais convencionais, não será desatada no final. Talvez isso seja o que mais incomoda no filme: você acha que alguma coisa vai acontecer, que os pervertidos serão punidos de alguma forma, que haverá um final feliz... mas nada se resolve e a culpa permanece em cada um dos personagens.


Janaina Pereira

Comentários
Bom dia janaina, procurando na net sobre Filme Missing Desaparecido do diretor Costas-Gravas, li q vc escreveu sobre ele no seu blog, sou aluno de história eestou fazendo um projeto de pesqisa sobre este filme gostaria de locar ou até mesmo adquirir mas infelizmente minha busva esta sendo em vão.
Se poder me dar uma dica agradeço.
Desde j'aum mto obrigado

Alessandro de Andrade
aledeandrade@gmail.com
 
Postar um comentário

This page is powered by Blogger. Isn't yours?