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quinta-feira, fevereiro 08, 2007

A longa jornada


Em determinados momentos da vida a gente até se acomoda com o fundo do poço. Estamos lá, na lama, sem enxergar a saída. É tanta dor, tanto sofrimento, tanta chateação, que parece o fim do caminho, ou um caminho sem volta. Mas tudo nessa vida, tudo mesmo tem jeito. Só uma coisa não dá para consertar: a morte.

Sempre achei que a gente nasce já sabendo o dia que vai morrer. Quer dizer, nós não sabemos, mas Deus sim. Está escrito no livro Dele, a data do início de nossa história e o nosso epílogo. E repito o que já escrevi aqui: não importa muito como vamos morrer, importa como vamos viver.

É muito doloroso enfrentar a perda de alguém que amamos. Saber que nunca mais vamos ver a pessoa, nunca mais vamos ouvir sua voz, é quase insuportável. Mas o tempo cura tudo. Ficam as lembranças e aí entra a parte importante, aquela que diz que importa mesmo como vivemos.

Imagina lembrar só coisas ruins ... tristezas, mentiras, maldades e outras peripécias que o ser humano é capaz de fazer. Bem mais legal é lembrar de alguém que faz falta porque era pura alegria, solidariedade, força. Por isso é tão importante ser do bem, ser honesto, ter caráter. É isso que fica, é isso que vai ser lembrado: quem você era nesta passagem por este plano.

Creio que cada um tem uma missão, e ao cumpri-la, parte daqui para algum lugar bem melhor. Não acho que a morte seja ruim, ela é dolorosa. Há uma frase do Fernando Pessoa que considero perfeita: morrer é apenas deixar de ser visto.

Eu sinto falta das pessoas que perdi, e não quero perder mais ninguém, mas sei que isso é inevitável. Talvez dor maior seja perder alguém que está vivo e consegue matar os sentimentos alheios. Em minha vida, todas as pessoas que morreram continuam vivas em meu coração. E este amor é o que importa, e é isso que vou levar até a hora que a missão estiver cumprida e eu partir para reencontrá-los.


Janaina Pereira

Comentários
Esse post me fez lembrar de uma frase de música do Biquini Cavadão: "A vida é passageira e a morte é um trem"

Eu tenho pavor desses assuntos de morte, NÃO SUPORTO a dor de saber que, inevitavelmente, um dia vou perder todas as pessoas que amo, não suporto saber também que posso morrer sem realizar metade das coisas que quero, um milhão de vezes já ouvi que preciso (e tenho!) que me conformar com a morte e blá, blá...não adianta, já sei que nunca vou "me conformar" com isso.
Mas concordo com você que todos temos uma missão, que o dia de nossa morte está marcado desde o dia em que nascemos e também, principalmente, com a parte de que o mais importante é a maneira como se vive!
 
E quando é um acidente?Tudo também estava escrito?


Bjus
 
gostei do seu blog.
 
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