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quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Férias & filmes

Quem achou que eu esqueci das já famosas listas de filmes para alugar, aqui vai uma surpresinha: selecionei os melhores que vi – ou revi – nas últimas semanas para indicar aos leitores deste blog. Como todo mundo já sabe, época de férias na faculdade é produtiva, pois minhas noites passam a ser preenchidas com longas sessões de DVDs, além de incontáveis filmes na telona. Divirtam-se.

1 – FESTIM DIABÓLICO (Rope, EUA, 1948) – primeiro filme colorido do mestre do suspense Alfred Hitchcock, é uma aula de direção cinematográfica. O filme foi todo realizado em tomadas de 10 minutos e editado de tal forma que se tem a impressão que não houve corte durante as filmagens. Reparem nas tomadas de câmera, as cenas mostrando uma ação e o diálogo se referindo a outra situação, além de uma curiosidade: ao invés de Hitchcock aparecer numa ponta, como em vários outros filmes dirigidos por ele, seu logotipo aparece em um letreiro de néon que pode ser visto através da janela do apartamento onde ocorre toda a ação. O roteiro de Hume Cronyn e Arthur Laurents, baseado em peça de Patrick Hamilton (que foi inspirada no caso Leopold-Loeb, dois estudantes da Universidade de Chicago que cometeram um assassinato de forma bem parecida com a mostrada), narra uma noite na vida de Brandon (John Dall) e Philip (Farley Granger), que matam David Kentley (Dick Hogan), um colega da escola preparatória, apenas para terem a sensação de praticar um assassinato e provar que conseguem realizar o crime perfeito. Para desafiar os amigos e a família, resolvem convidá-los para uma reunião no apartamento deles. James Stewart, um dos atores preferidos de Hitchcock (e meu também!), é o ex-professor de Brandon, Philip e David convidado para a reunião, e o homem que percebe que naquele apartamento, nem tudo é o que parece – temática máxima dos filmes hitchockianos. Mais um clássico do meu diretor preferido.


2 – CORRA, LOLA, CORRA (Lola Rennt, Alemanha, 1998) – filme cult do final dos anos 90 e escolhido pelo público como o melhor filme do Sundance Festival de 1998. O diretor Tom Tykwer usa diversos tipos de linguagens cinematográficas para contar a história de Manni (Moritz Bleibtreu), o coletor de uma quadrilha de contrabandistas que esquece no metrô uma sacola com 100.000 marcos. Ele só tem 20 minutos para recuperar o dinheiro ou irá confrontar a ira do seu chefe, Ronnie, um perigoso criminoso. Desesperado, Manni telefona para Lola (Franka Potente), sua namorada, que vê como única solução pedir ajuda para seu pai (Herbert Knaup), que é presidente de um banco. Assim, Lola corre através das ruas de Berlim para salvar o namorado. O inusitado é que são apresentados três possíveis finais da louca corrida de Lola. Divertido, criativo e inteligente, é um filme único.


3 – MONSTROS S.A.( Monsters Inc., EUA, 2001) – mais uma brilhante produção da parceria entre Disney e Pixar. Monstros S.A. é a maior fábrica de sustos existente. Localizada em uma dimensão paralela, a fábrica constrói portais que levam os monstros para os quartos das crianças, onde eles poderão lhes dar sustos e gerar a fonte de energia necessária para a sobrevivência da fábrica. Entre todos os monstros que lá trabalham o mais assustador de todos é James P. Sullivan (voz de John Goodman), um grande e intimidador monstro de pêlo azul e chifres, que é chamado de Sully por seus amigos. Seu assistente é Mike Wzowski (voz de Billy Crystal), um pequeno ser de um olho só com quem tem por missão assustar as crianças, que são consideradas tóxicas pelos monstros e cujo contato com eles seria catastrófico para seu mundo. Porém, ao visitar o mundo dos humanos a trabalho, Mike e Sully conhecem a garota Boo (voz de Mary Gibbs), que acaba sem querer indo parar no mundo dos monstros e provoca a expulsão de ambos para o mundo real. É diversão garantida.


4 - VESTÍGIOS DO DIA (The Remains of the Day, Inglaterra, 1995) – primoroso filme dirigido por James Ivory (“Retorno a Howard's End”) que retoma a dobradinha de sucesso ente os excelentes Anthony Hopkins e Emma Thompson. Em 1958, James Stevens (Hopkins) começa uma viagem pela Inglaterra em direção ao mar. Por muitos anos ele foi o mordomo-chefe de Darlington Hall, uma famosa casa de campo. Neste época sacrificou sua vida pessoal por vários anos para ter um alto desempenho profissional, mesmo reprimindo seus sentimentos e passasse uma frieza que na verdade não era parte da sua personalidade. Ele está indo visitar Sally Kenton (Emma), que ele não vê há muito tempo e tinha sido governanta em Darlington. Ele pensa em persuadi-la a retomar a sua antiga posição, trabalhando para o novo proprietário de Darlington, um congressista americano aposentado (Christopher Reeve).


5 – O PECADO MORA AO LADO (The Seven Year Itch, EUA, 1955) – um dos maiores sucessos de Marilyn Monroe, aqui dirigida pela primeira vez por Billy Wilder (“Sabrina”, “Crepúsculos do Deuses”, “A montanha dos sete abutres”. Diretor e atriz trabalhariam novamente em 1959, no clássico “Quanto mais quente melhor” ). Richard Sherman (Tom Ewell) é um editor de livros que sente-se "solteiro" quando a mulher (Evelyn Keyes) e o filho (Burch Bernard) viajam em férias. Ele começa então a ficar cheio de idéias quando uma bela e sensual jovem (Marilyn), que é modelo e sonha ser atriz, torna-se a sua vizinha. É neste divertido filme que se encontra a famosa cena em que Marilyn Monroe tem sua saia levantada pela ventilação do metrô. Esta cena foi originalmente rodada na Lexington Avenue, em Manhattan, mas como não ficou do modo como o diretor Billy Wilder queria, ela foi refilmada em estúdio.


6 – A MARCHA DOS PINGUINS (La Marche de L'Empereur , EUA/França, 2005) – emocionante documentário vencedor do Oscar de Melhor Documentário em 2006. O filme narra a saga dos pinguins imperadores para a procriação da espécie, em um terreno no interior da Antártica. As dificuldades para sobreviver, a disputa no acasalamento, a alegria no nascimento dos filhotes e a dor pela morte e separação dos pingüins comove e encanta. Na versão legendada, Morgan Freeman é o narrador. Na versão dublada, narração de Antônio Fagundes e Patrícia Pillar. A versão original do filme, feita na França, apresenta diálogos entre os pinguins e também uma trilha sonora com músicas pop.


7 - OS EXCÊNTRICOS TENEMBAUNS (The Royal Tenembaums , EUA, 2001) – o diretor Wes Anderson fez um filme divertido e comovente sobre os problemas familiares, e como eles nos levam a melancolia e a redenção. Royal Tenenbaum (Gene Hackman) e sua mulher, Etheline (Angélica Huston) tiveram três filhos – Chas (Ben Stiler), Margot (Gwyneth Paltrow) e Richie (Luke Wilson) - e então se separaram. Chas começou a investir em imóveis ainda adolescente e parecia ter um dom quase sobrenatural para finanças internacionais. Margot, uma jovem dramaturga, recebeu, ainda no primeiro colegial, uma bolsa de estudos de US$ 50.000. Richie foi campeão juvenil de tênis e vencedor do Campeonato Nacional por três anos consecutivos. Entretanto, todos os feitos brilhantes dos jovens Tenenbaums foram esquecidos após duas décadas de traições, fracassos e tragédias.


8 – TERAPIA DO AMOR (Prime, EUA, 2005) – o diretor e roteirista Ben Younger fez um filme para retratar que nas relações só o amor não basta. A história gira em torno de Rafi Gardet (Uma Thurman, em papel recusado por Sandra Bullock), uma mulher de 37 anos que mora em Nova York e se separou recentemente. Ela não quer se envolver em nenhum relacionamento amoroso e tenta seguir sua vida dividida entre o trabalho, os amigos e a terapia com Lisa Metzger (Meryl Streep). Mas sua opinião muda após conhecer David (Bryan Greenberg), um talentoso pintor de 23 anos, por quem se apaixona. O filme fala de preconceitos de uma maneira divertida e faz refletir sobre como os relacionamentos dão trabalho.


9 – DURVAL DISCOS (Brasil, 2002) – surpreendente filme de Anna Muylaer. Durval (Ary França) e sua mãe Carmita (Etty Fraser) sempre viveram na mesma casa, onde funciona a loja Durval Discos, que já foi muito conhecida no passado. Hoje, a loja vive uma fase de decadência devido à decisão de Durval em não vender CDs e se manter fiel aos discos de vinil. Para ajudar sua mãe no trabalho de casa, Durval decide contratar uma empregada, e o baixo salário acaba atraindo Célia (Letícia Sabatella), uma estranha candidata que chega junto com a pequena Kiki (Isabela Guasco). Após alguns dias de trabalho, Célia desaparece, deixando Kiki e um bilhete avisando que voltaria para buscá-la dentro de 3 dias. Durval e Carmita ficam surpresos, mas acabam cuidando da garota, o que modificará para sempre suas vidas. O filme passa da comédia ao drama com muita desenvoltura e o roteiro toma um rumo inesperado, o que faz desta produção uma das melhores já feitas no país.


10 – MERA COINCIDÊNCIA (Wag the dog, EUA, 1997) – um dos mais interessantes filmes sobre o poder da imprensa – mas precisamente da TV. O presidente dos Estados Unidos (Michael Belson), poucos dias antes da eleição, se vê envolvido em um escândalo sexual. Para reverter a situação que compromete as chances de reeleição, é contratado Conrad "Connie" Bean (Robert de Niro), que entra em contato com o produtor de Hollywood Stanley Motts (Dustin Hoffman) para que este "invente" uma guerra na Albânia para desviar a atenção pública. O inteligente filme dirigido por Barry Levinson (“Rain Man”) e escrito por Hilary Henkin e David Mamet, baseado em livro de Larry Beinhart, contou com um inesperado reforço de marketing: antes de seu lançamento, o então presidente Bill Clinton se envolveu em um escândalo sexual com uma estagiária, Monica Lewinski, e também em uma ação militar contra o Iraque. Esta semelhança com os fatos reais e os narrados no filme foi o grande motivo do título brasileiro (Wag the dog, em português, seria algo como sacuda o cachorro. Logo no início do filme a expressão é melhor explicada). Uma curiosidade: o slogan da campanha de reeleição do presidente mostrada no filme é "Don't change horses in the middle of the stream", o mesmo utilizado pelo presidente norte-americano Franklin Roosevelt durante sua campanha de reeleição, em meio à Segunda Guerra Mundial.


Janaina Pereira

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