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domingo, fevereiro 25, 2007

Deus salve a Rainha


Relutei bastante para ver “A Rainha” (The Queen, Reino Unido/ França/ Itália, 2006), o novo filme de Stephen Frears (“Ligações Perigosas”, “Herói por Acidente” e “Alta Fidelidade”). Nunca fui fã de Elizabeth II e lembro bem como foi chocante ver o descaso da família real na época da morte da Princesa Diana – uma das mulheres que mais admiro neste mundo, ao lado de Jackie Kennedy Onassis. E foi por causa de Lady Di que fui ver “A Rainha”, afinal, o filme gira em torno das reações de Sua Majestade após a trágica morte da princesa do povo. O que posso dizer do filme? Deus salve a Rainha, porque a Rainha é Helen Mirren.

O excepcional roteiro de Peter Morgan narra a semana mais difícil da história da realeza britânica, em 1997. Após a morte da princesa Diana, a rainha da Inglaterra, Elizabeth II (Helen Mirren, em atuação impecável), se vê diante de um impasse: ela terá de lutar contra velhas tradições reais se não quiser perder o carinho de seu povo. O primeiro-ministro Tony Blair (o ótimo Michael Sheen), recém-eleito na época da tragédia, terá a difícil missão de mudar a visão da rainha, que não aceita as divergentes e modernas opiniões de Blair, principalmente em relação às providências que deve tomar para o funeral de Lady Di.

O filme impressiona pelo cuidado com a fotografia e o figurino, a direção cheia de nuances e sem pieguices, e, claro, pela excelente montagem em que as cenas reais convivem em harmonia com cenas fictícias. Tudo é muito sensível e verdadeiro, inclusive o sarcasmo e a crueldade da Rainha – capaz de se comover com a morte de um cervo, mas não com a morte de Diana. E graças as brilhantes atuações de Helen e Sheen, podemos ver como as reações humanas são passionais, vingativas e mutáveis.

“A Rainha” é um filme marcante, e certamente merece todos os prêmios que ganhou pelo mundo. No Oscar, está bem cotado com seis indicações: filme, diretor, atriz (Helen Mirren), roteiro original, figurino e trilha sonora. E que me desculpem Penélope, Kate, Judi e Meryl: sou fã de todas, mas o Oscar é da Rainha Helen Mirren.


Cuidado! Se você ainda não viu o filme, este parágrafo revela trechos da história

O filme mostra algumas coisas que já sabemos: a Rainha não gostava de Diana, Tony Blair tinha tudo para ser um líder moderno, o príncipe Charles é um paspalho e Diana era uma celebridade que conquistou o mundo por assumir suas fraquezas diante das lentes que a matariam. É incrível como a morte dela desenhou o futuro da Inglaterra: a Rainha caiu em desgraça e, numa das melhores cenas do filme, diz a Blair que ele vai sentir o desafeto do povo de repente, sem esperar. E é exatamente o que aconteceu, já que a desastrosa união do primeiro-ministro britânico com George Bush rendeu-lhe impiedosas críticas dos ingleses e de cidadãos do mundo inteiro. A Rainha Elizabeth II pode não ser perspicaz para algumas coisas, mas sem dúvida entendeu o recado que o mundo lhe deu.


P.S.: Ah, já está ficando chato dizer que o Fábio sempre indica os melhores filmes.


Janaina Pereira

Comentários
E já está chato dizer que sair com você é a coisa mais legal que existe!

Viva o cinema. Viva os cinéfilos, haha! :]
 
Eu tô querendo ir assistir "A Rainha" desde o dia em que entrou em cartaz e ainda não consegui ¬¬
Ah também ainda não fui ver "A procura da felicidade" com o Will Smith, você com certeza já deve ter visto rs, é bom como parece?

beijos
 
As vezes tenho a impressão que vc vive no cinema...

Ah, e tinha meu nome nesse post...mas tá, eu sei que ele era dito de maneira diferente!rs

Bjuuu
 
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