<$BlogRSDUrl$>

terça-feira, dezembro 05, 2006

Conhecer é preciso


Que o ensino no Brasil não é lá essas coisas, isso todo mundo sabe. Sempre achei que a base de um povo deve ser saúde e educação; sem isso, a dominação fica mais fácil. Desde sempre eu acho que em nosso país não se investe em educação para manipular mais tranqüilamente a população. Mas vejo que, mesmo entre os que buscam a educação, o conhecimento é relativo.

Fico pensando o que leva alguém a gastar dinheiro numa faculdade particular e não aproveitar o pouco que ela pode oferecer. Certamente a maioria vai atrás do diploma que poderá garantir um emprego melhor, ou quem sabe, matar alguns por aí e ir para uma cela individual. Aprender? Que nada, isso não faz parte.

Claro que ninguém é de ferro, e faltar uma vez ou outra, ou ir pro bar, ou não prestar atenção na aula faz parte do processo. Mas, o que sobra de algumas aulas que valem a pena? Tenho um amigo que é médico, e uma vez ele me disse que, quando estudava medicina, a maioria da sua turma usava drogas. Imagina, o médico de amanhã é o maconheiro de hoje.

Há os estereótipos, como por exemplo, todo estudante de publicidade é doido e os futuros jornalismos são intelectuais. Grande piada. Na verdade, a grande maioria dos estudantes de comunicação ‘se acham’, e isso serve para publicidade e jornalismo. Se há uma coisa que odeio é a falsa idéia de que publicitário é tudo maconheiro e só por isso é criativo, além de ser fashion, cult, e todas as expressões da moda - em inglês, claro. Existem estes tipos sim, os vulgos ‘publiciotários’, que ganham prêmios e gastam seus altos salários com a cocaína de cada dia. Mas existe muita gente boa que trabalha, e trabalha muito, para vender a idéia infeliz do cliente.

O que mais eu detesto no jornalismo é a falta de apuração. E isso se aprende na faculdade! Sim, porque os quase jornalistas não apuram nada, nem fofoca . E fica o dito pelo não dito, o duvidoso pelo certo, e os fins justificam os meios. Haja paciência. A maioria não tem conteúdo, não sabem coisas básicas da profissão, não tem conhecimento da história do mundo, só querem a prática: escrever textos vazios, repletos de erros de língua portuguesa, sem fundamentação, sem reflexão e, obviamente, sem pontuação. É um tal de colocar vírgula entre o sujeito e o verbo que me dá vontade de sair correndo. E falam tão mal quanto escrevem. Não conseguem concluir um pensamento, não entendem o que lêem, simplesmente porque não tem o hábito de ler – e esse é o clássico dos estudantes de jornalismo, a maioria não gosta de ler! Logo, o cérebro já está atrofiado e as letrinhas confundem o coitadinho.

Difícil mudar um país onde os poucos que tem acesso ao ensino superior na o tiram bom proveito dele. Que tal antes de tentar mudar o outro você mudar a si mesmo? Já é um bom começo. Como eu sempre fi z do conhecimento o alicerce da minha vida – e na m i nhá casa, sempre se deu muito valor aos estudos – sigo meu caminho apenas com uma tristeza: cada vez está mais complicado achar um ser humano com o mínimo de intelecto para se conversar.


Janaina Pereira

Comentários
Pois é... Ao chegar nos últimos metros dessa maratona, penso que o que decepciona não é só aqueles que "correm" ao nosso lado, mas também os "juízes" da prova... O próprio ambiente universitário (campus) hoje está mais para um hipermercado ou um shopping center do que para um local de divulgação e ampliação cultural. Barreiras nas portas (entrada só mediante pagamento), professores desestimulados (nem tudo está perdido, ainda restam alguns nobres lutadores e sonhadores), busca apenas do lucro. Infelizmente, desanima. Mas, a luta continua. Precisamos fazer nossa parte.
Há pouco mais de um ano, expressei minha indignação em um texto (meio longo) que não agradou muita gente. De lá prá cá também não mudou muita coisa, mas, quem quiser, dê um pulo lá:
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=353DAC007
Beijos prá você, Jana!
 
Postar um comentário

This page is powered by Blogger. Isn't yours?