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sábado, novembro 25, 2006

Maktub


Dizem que as paixões não podem ser controladas. Será? É, acho que não mesmo. O amor é cego, mudo, surdo, e, definitivamente, muito burro. O amor é idiota. E qual a diferença entre amor e paixão?

Eu sempre fui amiga de Platão. Os amores platônicos foram os melhores, ou piores, dependendo do ponto de vista. Mas eles foram tão importantes para meu amadurecimento que valeram a pena. As paixões foram avassaladoras. Corroeram tanto quanto incendiaram. Foram dolorosas, queimaram até deixar marcas profundas. As cicatrizes estão por toda parte.

O amor verdadeiro... sei lá ... eu já achei que eu o encontrei um dia. Eu quase tive certeza. Éramos um. Éramos nós. Deu errado. Eu repito mil vezes: poderia ter te amado para sempre. Por que você não deixou?

Os árabes não acreditam em coincidências. Eu também não. Quando algo importante acontece, eles dizem: Maktub. Ou seja: estava escrito. É isso que eu tenho tatuado no braço direito . Acredito que tudo está escrito. Até a infelicidade de conhecer alguém capaz de contar as maiores mentiras por metro quadrado.

O amor é burro. Mas o ódio também é. Maktub. Estava escrito. E agora, mais do que antes, está tudo literalmente escrito. Um dia as estrelas escreveram que eu te amava. Hoje as lágrimas escrevem que você nunca percebeu, de fato, o quanto eu te amei.

Mas tudo passa. Afinal de contas, ninguém pode viver para sempre dentro da caverna. A luz cega, já que o tempo que vivi na escuridão foi muito longo. Mas é muito bom saber que eu ainda sou a metamorfose ambulante.


Janaina Pereira

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