sábado, setembro 23, 2006
Orkut-se
Estava vendo ‘quem sou eu’ pelo orkut. Meu perfil sempre muda, de acordo com meu humor. Geralmente sou alguma letra de música, minhas fotos são fakes e minhas comunidades dizem mais do que qualquer outra coisa.
Estou em diversas comunidades ligadas ao Rio, como a que enaltece os biscoitos Globo e os surfistas cariocas. Meu amor pelo cinema passeia nas comunidades de filmes como Closer, Sociedade dos Poetas Mortos e De volta para o futuro, de artistas com oJames Dean, Bette Davis e Hitchcock. Minha paixão pelas artes está presente nas comunidades de Monet, Mondrian e Pop Art. Aparecem também minhas preferências pelas histórias em quadrinhos, fotografia, leitura e escrita. E a personalidade se molda com a preguiça de acordar cedo, o humor assumidamente irônico, o lado negro da Força, a saudade que me habita e, claro, quando eu assumo que já amei idiotas e justamente por isso, não sou perfeita.
Mas eu gosto mesmo dos depoimentos. Os amigos dizem que sou uma carioca típica, muito íntegra, forte, corajosa, determinada... aqueles elogios que fazem bem a alma. Mas eu sou chata. Desconfiada. Implicante. Rabugenta. Passional. Irritável facilmente. Brava.
Mesmo tendo gente pensado o contrário, não sou arrogante, nem metida, muito menos convencida. Eu me acho bem menos do que dizem que sou. Mas sei que incomodo. Fazer o que? O tempo ocioso faz mesmo com que as pessoas percorram longos caminhos para xeretar a vida alheia. Enquanto isso, eu nem consigo responder meus scraps.
O que é válido no orkut? Reencontrar amigos, pessoas que ficaram perdidas no tempo... e lembrar do aniversário de todo mundo. Sem dúvida, uma boa agenda virtual. Em relação as páginas da vida – nossa, isso é título de novela! – o orkut não é diário e, sim, minha vida é um livro fechado. Que alguns ousam abrir sem consentimento e interpretar de forma errônea.
E pra citar Lasswell, a análise de conteúdo não está satisfatória, e o emissor não tem o controle do processo de comunicação. Portanto, receptores, estejam abertos ao diálogo! E que a vida seja menos virtual e mais real para todo mundo.
Janaina Pereira
Estava vendo ‘quem sou eu’ pelo orkut. Meu perfil sempre muda, de acordo com meu humor. Geralmente sou alguma letra de música, minhas fotos são fakes e minhas comunidades dizem mais do que qualquer outra coisa.
Estou em diversas comunidades ligadas ao Rio, como a que enaltece os biscoitos Globo e os surfistas cariocas. Meu amor pelo cinema passeia nas comunidades de filmes como Closer, Sociedade dos Poetas Mortos e De volta para o futuro, de artistas com oJames Dean, Bette Davis e Hitchcock. Minha paixão pelas artes está presente nas comunidades de Monet, Mondrian e Pop Art. Aparecem também minhas preferências pelas histórias em quadrinhos, fotografia, leitura e escrita. E a personalidade se molda com a preguiça de acordar cedo, o humor assumidamente irônico, o lado negro da Força, a saudade que me habita e, claro, quando eu assumo que já amei idiotas e justamente por isso, não sou perfeita.
Mas eu gosto mesmo dos depoimentos. Os amigos dizem que sou uma carioca típica, muito íntegra, forte, corajosa, determinada... aqueles elogios que fazem bem a alma. Mas eu sou chata. Desconfiada. Implicante. Rabugenta. Passional. Irritável facilmente. Brava.
Mesmo tendo gente pensado o contrário, não sou arrogante, nem metida, muito menos convencida. Eu me acho bem menos do que dizem que sou. Mas sei que incomodo. Fazer o que? O tempo ocioso faz mesmo com que as pessoas percorram longos caminhos para xeretar a vida alheia. Enquanto isso, eu nem consigo responder meus scraps.
O que é válido no orkut? Reencontrar amigos, pessoas que ficaram perdidas no tempo... e lembrar do aniversário de todo mundo. Sem dúvida, uma boa agenda virtual. Em relação as páginas da vida – nossa, isso é título de novela! – o orkut não é diário e, sim, minha vida é um livro fechado. Que alguns ousam abrir sem consentimento e interpretar de forma errônea.
E pra citar Lasswell, a análise de conteúdo não está satisfatória, e o emissor não tem o controle do processo de comunicação. Portanto, receptores, estejam abertos ao diálogo! E que a vida seja menos virtual e mais real para todo mundo.
Janaina Pereira
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