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segunda-feira, setembro 25, 2006

O início, o fim e o meio


Ninguém sai impune das aulas de geopolítica do mestre Amaral. Fico pensando o que foi feito com o mundo ao longo dos anos para que tanta coisa mudasse – ou valores fossem distorcidos, de acordo com as normas vigentes. Maquiavel, coitado, foi de pai da ciência política ao homem que acreditava que a violência é justificável, em um segundo. E o mundo parece cada vez mais certo diante das incertezas.

Eu não voto faz um bom tempo, e não me sinto culpada por isso. Acho que votar é um direito, e eu tenho direito de não votar. Vejo que as coisas caminham para uma inércia, sem opções de pessoas com boa vontade de mudar as coisas. Ainda acho que educação e saúde são os pilares de uma sociedade, mas no Brasil ambos não passam de mercadoria de luxo.

Sou obrigada a pagar um plano de saúde porque tenho medo de ter crise renal de novo e receber diagnóstico errado em hospital público – é, isso já me aconteceu. Sou obrigada a estudar em universidade particular, cujos princípios éticos são duvidosos, porque não foi permitida a mim, uma suburbana classe média, estudar numa universidade pública. E assim a gente vai levando a vida, empurrando com a barriga e fingindo que não está entendendo o que acontece a nossa volta.

Quem está certo? Platão, que não acreditava na democracia e que achava que só os sábios podiam governar? Ou Aristóteles e sua visão da ética? Locke e a crença de que o homem não é mau, mas suas paixões desequilibram as relações? Hobbes, aquele que crê na inveja e vaidade humana, que só pode ser controlada pelo Estado? Montesquieu e o equilíbrio dos Três Poderes? Maquiavel e a justificativa de que todo governante deve ser astuto e virtuoso? Santo Agostinho e a Cidade de Deus? Santo Tomás de Aquino e a Suma Teológica?

Eu realmente não sei se o fim justifica os meios, mas continuo sendo socrática: só sei que nada sei.


Janaina Pereira

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