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segunda-feira, julho 31, 2006

O que é, o que não pode ser e o que não é


Assisti “O retrato de Dorian Gray”, peça baseada no famoso livro de Oscar Wilde, um dos meus escritores preferidos. A fulminante carreira literária de Wilde foi interrompida por um processo judicial por causa de sua homossexualidade. Mas isso não impediu que ele se tornasse um dos maiores escritores do século XIX e referência até hoje. O livro “O retrato de Dorian Gray”, que causou escândalo na Inglaterra vitoriana em 1890, quando foi lançado, é sua obra-prima. Adaptado diversas vezes para o teatro e cinema, ganhou uma versão voltada para o público jovem, em cartaz no Teatro Popular do Sesi em São Paulo.

Na atual montagem paulistana se destacam a trilha sonora, assinada por Gustavo Kurlat e tocada ao vivo pelos músicos Gabriel Levy e Ana Elisa Colomar, que mistura música erudita e canções de Tom Jobim, Nirvana, Metallica e Björk, e os recursos multimídia, como projeção de imagens criadas pelo cineasta e VJ Thiago Taboada, além das interferências sonoras eletrônicas executadas ao vivo pelo DJ Nivaldo Junior e um cenário com forte influência expressionista.

Adaptada por Marcos Damigo (que também interpreta o Dorian Gray do título) e dirigida por Débora Dubois, a peça conta a história do jovem Dorian, que tem seu retrato pintado pelo artista Basil Hallward. Por algum estranho e inexplicável motivo, a figura do quadro envelhece, enquanto o próprio Dorian permanece jovem. Diante da possibilidade de aproveitar, impunemente, dos prazeres da vida, o personagem busca uma existência livre de sofrimento. Mas isso vai trazer sérias conseqüências.

O espetáculo mostra a atualidade do texto de Oscar Wilde, escrito há mais de cem anos, confrontando a juventude e o envelhecimento, a moral e o prazer, o crime e o castigo.
No mundo de hoje, em que os padrões estéticos e valores materiais predominam, a obsessão de Dorian Gray pela juventude é absolutamente real. Por isso, “O retrato de Dorian Gray” é uma reflexão sobre o que somos e o que parecemos ser.


O Retrato de Dorian Gray
Sábados e domingos às 16h. Até 13/8.
Teatro Popular do Sesi (Avenida Paulista, 1313)
Entrada franca (a bilheteria abre três horas antes do início de cada sessão e distribui um ingresso por pessoa.)


Janaina Pereira

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