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domingo, julho 30, 2006

O poeta está vivo


Minha primeira experiência no mundo escrito, após as redações do colégio e o concurso de redação sobre o folclore que eu perdi em 1984 (quando eu tinha dez anos), foi com a poesia. Escrevi a primeira justamente aos dez anos, após perder o concurso e me dar conta que meus textos eram ruins. Mas as poesias eram legais. Guardo até hoje as mais de duzentas que escrevi, ativamente, durante quinze anos. Muita coisa amarga, ácida, violenta... mas muita doçura também. Hoje raramente escrevo poesia, mas ainda preservo minha alma de poetisa.

A paixão pelos poetas começou cedinho. Minha avó bem que tentou me convencer que o Drummond era o melhor poeta do mundo. Aos 12 anos, ganhei “A Rosa do Povo”, e, embora desde então goste do poeta mineiro, eu sempre morri de amores pelo Mário Quintana. Ao longo dos anos, ele e Walt Whitman viraram minhas referências. E hoje, dia em que Quintana completaria cem anos de vida, deixo aqui um poema dele. Porque este gaúcho solteirão e ranzinza sempre disse o que eu queria gritar para o mundo... TODOS ESSE QUE AÍ ESTÃO, ATRAVANCANDO O MEU CAMINHO, ELES PASSARÃO... E EU PASSARINHO.

Grande Quintana! É em homenagem a ele o meu post de número 500.



Bilhete

(Mário Quintana)


Se tu me amas,
ama-me baixinho.
Não o grites de cima dos telhados,
deixa em paz os passarinhos.
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho,
amada,
que a vida é breve,
e o amor
mais breve ainda.

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